Discussões com os pacientes
Boa nutrição: sempre que possível, uma dieta balanceada e saudável deve ser seguida. As bebidas alcoólicas devem ser consumidas somente com moderação. Deve-se tomar diariamente um multivitamínico que não exceda os valores diários de ingestão diária recomendada (IDR). A suplementação de vitamina D também deve ser considerada, embora não haja evidências para apoiar isso.[212]
Estilo de vida: aconselhamento sobre sexo mais seguro é fundamental. Até mesmo em casais com a mesma sorologia para HIV, é necessário praticar sexo mais seguro (uso de preservativos) para prevenir uma superinfecção com um vírus resistente. O abandono do hábito de fumar, do uso de álcool e do uso de substâncias também são importantes para uma vida saudável. Deve-se oferecer programas de redução de danos, incluindo a troca de seringas e terapias de dependência de opiáceos a indivíduos que injetam drogas.
Exames de saúde bucal: exames regulares de saúde bucal são recomendados pelo menos a cada 6 a 12 meses.[91]
Reprodução: os casais devem ser aconselhados sobre suas opções de reprodução. Esse aconselhamento será diferente dependendo da concordância de sorologia e do tratamento. A estimativa de risco para transmissão do HIV de homens para mulheres é de 8 a cada 10,000 episódios de relação sexual vaginal sem proteção. Nenhum caso de transmissão de HIV foi relatado nos estudos de casais com sorologia para HIV discordante nos quais o parceiro com HIV estava virologicamente suprimido com terapia antirretroviral (TAR); no entanto, o RNA do HIV foi detectado no sêmen de homens que recebiam TAR e com níveis indetectáveis no sangue. Não se sabe se isso apresenta risco de transmissão.[213] O aconselhamento nesse estágio deve se concentrar no fato de que a reprodução é viável e que pode ser realizada da maneira mais segura possível, mas a intenção de reprodução precisa ser discutida com um médico muito antes da concepção para assegurar os melhores e mais seguros cenários possíveis para os parceiros e para o potencial bebê. Para casais com status de HIV discordante, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA recomendam inseminação intrauterina de espermatozoides autólogos se a mulher for HIV-positiva ou uma das seguintes opções se o homem for HIV-positivo: usar espermatozoide de um doador HIV-negativo (a opção mais segura); usar terapia antirretroviral (TAR) para suprimir a infecção no homem e manter relação sexual sem preservativo próximo da ovulação enquanto a mulher está usando profilaxia pré-exposição; ou coletar e "lavar" o espermatozoide para remover as células infectadas por HIV junto com TAR e profilaxia pré-exposição.[214]
História natural: os pacientes geralmente necessitam ter uma noção do que esperar. As informações devem ser baseadas no que se conhece como história natural do HIV na maioria dos pacientes, com uma discussão sobre pacientes que controlam esta condição rapidamente e os que a controlam em longo prazo, mas também mencionando que a maioria dos pacientes se enquadra na categoria dos que evoluem lentamente. O esboço da relação entre a atividade viral e a contagem de CD4 é uma maneira gráfica muito útil para que os pacientes entendam melhor a relação entre a atividade viral e a progressão da doença. A mensagem deve ser caracterizada pelo prognóstico muito mais otimista da era da TAR, e os pacientes devem compreender que o HIV é atualmente uma doença infecciosa crônica e tratável. É necessário abordar a adesão ao programa de tratamento com o objetivo primordial da adesão aos medicamentos quando chegar o momento. Alguns pacientes se beneficiarão da comparação do HIV com outras afecções crônicas que exigem monitoramento regular (por exemplo, diabetes ou asma).
Comunicação do diagnóstico: deve-se discutir o fato de que os cuidados e o manejo por toda a vida exigirão apoio de outras pessoas na vida do paciente. Deve-se explorar a questão de quem podem ser essas pessoas e como elas podem ser envolvidas imediatamente de forma que esse apoio possa ser continuado. Às vezes, os pacientes gostam de receber ajuda para revelarem seu diagnóstico, especialmente para seus parceiros sexuais. Nessa situação, um facilitador pode resolver rapidamente quaisquer preocupações e medos que o parceiro sexual possa ter e também ajudar no tratamento adicional dos contatos sexuais.
Tecnologia: existem aplicativos móveis para auxiliar no automanejo do HIV.
Um folheto informativo da Organização Mundial da Saúde (OMS) está disponível:
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