Caso clínico
Caso clínico
Durante uma hospitalização recente devido à doença pulmonar, descobriu-se que um taxista de 32 anos de idade era HIV-positivo. Os achados compatíveis da radiografia torácica e a cultura de escarro confirmatória foram positivos para Mycobacterium tuberculosis, resultando em um diagnóstico de tuberculose (TB) pulmonar. Devido a esse diagnóstico, o paciente concordou em se submeter ao teste de HIV no hospital. O teste rápido de HIV demonstrou sorologia positiva para HIV, sendo esse resultado confirmado em uma segunda amostra de sangue. O paciente foi informado do diagnóstico e encaminhado para tratamento ambulatorial. Uma carga viral basal do HIV, hemogramas completos, testes da função hepática e testes de genótipo foram solicitados antes do início da terapia antirretroviral (TAR). No ambulatório, a história fornecida pelo paciente confirmou alguns meses de deterioração da saúde. Ele perdeu aproximadamente 10 kg, teve febre, sudorese noturna, perda de apetite e episódios intermitentes de diarreia. Além disso, 4 semanas antes da hospitalização, ele desenvolveu tosse produtiva e dor torácica pleurítica. Ele também percebeu uma afecção cutânea escamosa na linha de implantação capilar. A história médica do paciente não é significativa, mas ele tomou conta de sua mãe com TB aproximadamente 6 anos atrás. Sua história atual de medicamentos inclui terapia antituberculosa. O paciente completou recentemente 1 semana de nistatina tópica para tratar candidíase oral. Ao exame, ele está magro, com evidências de candidíase oral e dermatite seborreica leve. Ele apresenta sopro tubário moderado no tórax superior direito, com leve desvio da traqueia para a direita. Os exames neurológico, cardiovascular e abdominal estão normais. Uma contagem de CD4 realizada enquanto o paciente ainda estava hospitalizado demonstrou 186 células/microlitro. Ele iniciou a TAR. O paciente revela que é casado e tem três filhos, de 6 anos, 4 anos e 13 meses. Nenhum deles apresenta problemas de saúde. As implicações de se testar a família quanto a infecção por HIV são discutidas com o paciente.
Outras apresentações
A síndrome retroviral aguda ocorre em aproximadamente metade dos pacientes após a aquisição do HIV. É uma síndrome clínica que varia de sintomas leves e inespecíficos semelhantes aos da gripe (influenza) até uma doença grave que pode até exigir hospitalização. No último caso, o HIV agudo pode se apresentar com meningite asséptica ou meningoencefalite, exantema maculopapular, mialgia, artralgia, febre, hepatoesplenomegalia, doença diarreica (gastroenterite ou colite), candidíase ou outras infecções, como pneumonia por Pneumocystis jirovecii, e outros achados neurológicos, como neuropatia periférica, síndrome de Guillain-Barré ou paralisia facial.
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal