Monitoramento

Recomenda-se realizar monitoramento após o início ou a alteração da terapia antirretroviral (TAR) para avaliar a eficácia virológica e imunológica da TAR e monitorar anormalidades laboratoriais que possam estar associadas aos medicamentos antirretrovirais. O seguinte exame laboratorial é recomendado após o início da TAR.[78]

  • Contagem de CD4: a cada 3 meses (se a contagem de CD4 estiver <300 células/microlitro) ou 6 meses (se a contagem de CD4 estiver ≥300 células/microlitro) durante os primeiros 2 anos. Após 2 anos recebendo TAR com carga viral suprimida de forma consistente, monitorar a cada 6 meses (a contagem de CD4 permanece <300 células/microlitro), 12 meses (contagem de CD4 consistentemente em 300-500 células/microlitro) ou opcional (contagem de CD4 consistentemente ≥500 células/microlitro). Também recomendada em caso de fracasso do tratamento, com indicação clínica ou a cada 3-6 meses se houver protelação da TAR.

  • Carga viral de HIV: 4-8 semanas após o início/alteração da TAR. Caso o RNA do HIV esteja detectável a 4-8 semanas, repita o teste a cada 4-8 semanas até que a carga viral esteja suprimida a <50 cópias/mL. Depois disso, repita o teste a cada 3-6 meses (a cada 3 meses durante os primeiros 2 anos de TAR, e então pode-se estender a cada 6 meses para os pacientes com supressão viral consistente por ≥2 anos). Pode-se considerar o monitoramento mais frequente nos indivíduos que apresentarem dificuldades de adesão à TAR. Também recomendado em caso de fracasso do tratamento, com indicação clínica ou se houver protelação da TAR (a repetição do teste é opcional).

  • Testes de resistência (genes de transcriptase reversa e protease): recomendado apenas em caso de fracasso do tratamento, com indicação clínica ou se houver protelação da TAR.

  • Teste de resistência (genes da integrase): recomendado apenas em caso de falha do tratamento ou indicação clínica (se houver histórico de uso de inibidores de transferência de filamentos da integrase).

  • Teste de tropismo: recomendado apenas em caso de falha do tratamento (se considerar um antagonista de CCR5 ou pacientes com falha virológica em um antagonista de CCR5) ou por indicação clínica.

  • Rastreamento para hepatite B: somente por indicação clínica (por exemplo, antes de iniciar antivirais de ação direta para infecção por vírus da hepatite C).

  • Painel metabólico básico: 4-8 semanas após o início/alteração da TAR e, em seguida, a cada 6 meses. Também recomendados se houver indicação clínica ou a cada 6-12 meses se houver protelação da TAR.

  • Testes da função hepática: 4-8 semanas após o início/alteração da TAR e, em seguida, a cada 6 meses. Também recomendados se houver indicação clínica ou a cada 6-12 meses se houver protelação da TAR.

  • Hemograma completo com diferencial: a cada 3-6 meses inicialmente (quando houver monitoramento da contagem de CD4) e, em seguida, a cada 12 meses (quando não houver mais monitoramento da contagem de CD4). Também recomendado se houver indicação clínica.

  • Perfil lipídico: considerar 1-3 meses após o início ou modificação da TAR e depois a cada 12 meses (se normal no início, mas com risco cardiovascular). Também recomendado se houver indicação clínica (se estiver normal na linha basal, a cada 5 anos se clinicamente indicado).

  • Glicose aleatória ou em jejum: se clinicamente indicada ou se houver falha no tratamento.

  • Urinálise: somente se houver indicação clínica (por exemplo, pacientes com diabetes mellitus ou doença renal crônica).

  • Teste de gravidez: apenas se houver indicação clínica.

A adesão à TAR deve ser avaliada regularmente em cada consulta clínica.

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