Novos tratamentos

Agentes antifibróticos

Existem muitos agentes antifibróticos sendo considerados para uso terapêutico na doença hepática crônica (por exemplo, silimarina, antagonistas do fator de crescimento transformador [TGF]-beta, antagonistas dos receptores da endotelina, IECAs e relaxina). No momento, não há terapias clinicamente aprovadas para a fibrose hepática. Há várias substâncias em ensaios clínicos de fases 2 e 3, inclusive medicamentos direcionados contra o receptor farnesoide X, receptores ativados por proliferadores de peroxissoma (PPARs) e receptores de quimiocinas.[177] O macitentana, um antagonista dos receptores da endotelina, pode beneficiar pacientes com hipertensão portopulmonar, mas não é aprovado para essa indicação.[165]

Pentoxifilina

A pentoxifilina é um inibidor da fosfodiesterase com propriedades anti-inflamatórias que reduzem a viscosidade do sangue e melhoram a flexibilidade dos eritrócitos. As citocinas pró-inflamatórias, incluindo o fator de necrose tumoral (TNF)-alfa e a interleucina 6, estão elevadas nos pacientes com cirrose, em resposta à endotoxemia. Essas citocinas levam a um estado pró-inflamatório hiperdinâmico. A pentoxifilina demonstrou reduzir os níveis de TNF-alfa, mas também elevar a resistência vascular sistêmica, opondo-se diretamente à vasodilatação esplâncnica sem desencadear um aumento na pressão do sistema venoso portal. Em um ensaio clínico randomizado controlado por placebo, realizado com pacientes com cirrose avançada, a pentoxifilina reduziu o risco de complicações, incluindo infecção bacteriana, insuficiência renal, encefalopatia hepática e hemorragia gastrointestinal, em comparação com o placebo.[178] Ela não melhorou a mortalidade em curto prazo.[178] A pentoxifilina adicionada ao padrão de assistência de expansão de volume com albumina e vasoconstrição pareceu ser segura em um pequeno ensaio clínico randomizado e controlado realizado com pacientes com síndrome hepatorrenal do tipo 1, mas estudos de grande escala adicionais são necessários para validar a eficácia desse tratamento.[179]

Injeção de cianoacrilato

Embora um único estudo tenha sugerido que a injeção de cianoacrilato é mais efetiva que o propranolol para prevenir u.m primeiro sangramento em pacientes com grandes varizes gastroesofágicas do tipo 2 ou varizes gástricas isoladas, não houve diferença em relação à sobrevida, e são necessárias pesquisas adicionais.[54]

Terapia direcionada ao microbioma

A desregulação do eixo intestino-fígado contribui para o desenvolvimento da doença hepática.[180]​ Estudos descobriram que o microbioma intestinal pode estar afetado na cirrose.[181][182]​​ A modulação do microbioma intestinal com o uso de terapias direcionadas pode retardar a deterioração do fígado, reduzir o gradiente de pressão venosa hepática e reduzir a inflamação do fígado.[180][183]​​​​​[184]​ Probióticos, prebióticos, simbióticos ou transplante de microbiota fecal podem ser usados para a modulação.[180][181]​​[182]​​​

Células-tronco mesenquimais

Foi descoberto que as células-tronco mesenquimais são promissoras para o tratamento de pacientes com doença hepática crônica.[185][186]​ Uma metanálise relatou melhora na função hepática e nas taxas de sobrevida entre pacientes com doença hepática em estágio terminal após o tratamento com células-tronco mesenquimais.[185]​​​ Outra revisão sistemática e metanálise relatou que as células-tronco mesenquimais tiveram um efeito protetor sobre as complicações da cirrose e a incidência de carcinoma hepatocelular, além de melhorarem a função hepática.[187]​ Ensaios adicionais são necessários para estabelecer os benefícios das células-tronco mesenquimais nos pacientes com cirrose.

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