Monitoramento
Para os pacientes que não atendem aos critérios para o tratamento com terapia antiviral, o objetivo do monitoramento é identificar uma alteração do estado clínico que indique progressão para um estado patológico que requeira tratamento. O objetivo do monitoramento para pacientes que tenham recebido terapia antiviral é avaliar a resposta ao tratamento, os efeitos colaterais e a progressão ou reativação da doença.[2][38][171]
As seguintes recomendações baseiam-se nas diretrizes da American Association for the Study of Liver Diseases e da European Association for the Study of the Liver.[2][38] As diretrizes locais para monitoramento podem variar.
Pacientes que não estão em tratamento vigente
Infecção crônica imunotolerante pelo vírus da hepatite B (HBV) (positivo para anticorpo antiantígeno E do vírus da hepatite B [HBeAg], DNA do HBV alto e nível de alanina aminotransferase [ALT] persistentemente normal): monitore ALT a cada 3-6 meses. Monitore com mais frequência, juntamente com os níveis de DNA do HBV, se o nível de ALT estiver elevado. Verifique o status do HBeAg a cada 6-12 meses. Considere iniciar o tratamento antiviral em pacientes com doença hepática compensada que continuem positivos para HBeAg com níveis de DNA do HBV >20,000 UI/mL; após um período de 3-6 meses de níveis de ALT elevados mais de 2 vezes o limite superior do normal. Considere realizar biópsia hepática (ou exames não invasivos alternativos) em pacientes com níveis de ALT persistentemente normais limítrofes ou ligeiramente elevados, particularmente em pacientes com >40 anos de idade que tiverem sido infectados desde tenra idade. Inicie a terapia antiviral em pacientes com inflamação e/ou fibrose de moderada a grave.
Infecção crônica imunoativa por HBV (negativo para BHeAg, ALT normal e DNA do HBV <2000 UI/mL): monitore os níveis de ALT e DNA do HBV a cada 3 meses durante o primeiro ano para confirmar se o paciente está na fase inativa, e depois a cada 6-12 meses. Monitore com mais frequência (ou seja, a cada 3-6 meses) caso os níveis de ALT estejam elevados. Caso a elevação da ALT seja persistente ou recorrente, avalie o paciente para outras causas de doença hepática. Se o DNA do HBV estiver >2000UI/mL, avalie a gravidade da doença com biópsia hepática (ou métodos não invasivos) e inicie o tratamento nos pacientes com inflamação moderada a grave ou fibrose significativa. Avalie a perda do HBsAg anualmente.
Infecção crônica pelo HBV resolvida: inclui os pacientes que tiverem apresentado uma perda de antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg) espontaneamente ou com terapia (também conhecida como cura funcional). O monitoramento de rotina da ALT e do DNA do HBV não é necessário. No entanto, a vigilância do carcinoma hepatocelular (CHC) deve continuar se o indivíduo tiver cirrose, familiar de primeiro grau com CHC ou infecção de longa duração (ou seja, >40 anos para homens e >50 anos para mulheres que tiverem sido infectados com pouca idade).
Pacientes em tratamento
Análogos de nucleosídeo/nucleotídeo: realize um hemograma completo, perfil hepático, teste de função renal e DNA do HBV na linha basal e regularmente durante o tratamento. Monitore o perfil hepático a cada 3-4 meses durante o primeiro ano e depois a cada 6 meses. Monitore o DNA do HBV a cada 3-4 meses durante o primeiro ano e depois a cada 6-12 meses. Verifique o status da HBsAg anualmente. Monitore os níveis de ácido lático caso haja preocupação clínica para acidose láctica (ou seja, com o uso de entecavir ou tenofovir em pacientes com cirrose descompensada). Considere realizar um estudo de densidade óssea na linha basal e durante o tratamento, caso o paciente tenha história de fratura ou risco de osteopenia (tenofovir desoproxila).
Peginterferona: monitore o hemograma completo a cada 1-3 meses, o hormônio estimulante da tireoide a cada 3 meses e o perfil hepático todos os meses. Verifique os níveis de DNA do HBV e o status de HBsAg (bem como HBeAg e anticorpo anti-HBeAg em pacientes positivos para HBeAg) em 3, 6 e 12 meses durante o tratamento, e em 6 e 12 meses após o tratamento. Monitore os pacientes quanto ao desenvolvimento de complicações neuropsiquiátricas, autoimunes, isquêmicas e infecciosas.
Rastreamento para CHC
O tratamento com antivirais não elimina o risco de CHC, e a vigilância do CHC deve continuar. Todos os pacientes positivos para HBsAg com cirrose ou com alto risco de CHC (por exemplo, homens asiáticos ou negros >40 anos, mulheres asiáticas >50 anos, pessoas com familiar de primeiro grau com história de CHC, pessoas com infecção por hepatite D) devem ser rastreados com uma ultrassonografia abdominal, com ou sem alfafetoproteína (AFP), a cada 6 meses. Em regiões onde a ultrassonografia não esteja disponível, examine com AFP a cada 6 meses.
Os pacientes que saem do tratamento de longa duração com tenofovir desoproxila podem permanecer em um estado replicativo baixo (ou seja, DNA do HBV baixo e ALT normal), mas há um risco de aproximadamente 30% de elevação da ALT, então os pacientes devem ser rigorosamente monitorados.[172]
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal