História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem exposição pré-natal, vários parceiros sexuais, homens que fazem sexo com homens, uso de drogas injetáveis, história familiar de vírus da hepatite B (HBV) ou carcinoma hepatocelular, encarceramento, morar/viajar a uma região endêmica, e contactante domiciliar com um indivíduo infectado.

Outros fatores diagnósticos

comuns

assintomático

Aproximadamente 70% dos pacientes com infecção aguda pelo vírus da hepatite B (HBV) são assintomáticos.[69] A grande maioria dos pacientes com HBV crônico é assintomática até desenvolver carcinoma hepatocelular, cirrose e suas complicações ou insuficiência hepática.

Incomuns

icterícia

Presente em aproximadamente 30% dos pacientes com infecção aguda pelo vírus da hepatite B (HBV), sendo que os pacientes com >30 anos de idade têm maior probabilidade de serem sintomáticos.[70] Também presente em infecção por HBV crônica com cirrose ou insuficiência hepática.

hepatomegalia

Mais comum na infecção aguda pelo vírus da hepatite B do que na crônica.[70]

ascite

Mais comum em pacientes com cirrose crônica relacionada ao vírus da hepatite B.

febre/calafrios

Parte da síndrome semelhante à doença do soro e presente em alguns pacientes com infecção aguda por vírus da hepatite B.

mal-estar

Parte da síndrome semelhante à doença do soro e presente em alguns pacientes com infecção aguda por vírus da hepatite B.

erupção cutânea maculopapular ou urticariforme

Parte da síndrome semelhante à doença do soro e presente em alguns pacientes com infecção aguda por vírus da hepatite B.

dor no quadrante superior direito

Pode estar presente em pacientes com infecção aguda ou crônica pelo vírus da hepatite B (HBV). Presente em aproximadamente 30% dos pacientes com infecção aguda por HBV.[70]

fadiga

Presente em pacientes com infecção pelo vírus da hepatite B aguda ou crônica, incluindo cirrose hepática.

náuseas/vômitos

Parte da síndrome semelhante à doença do soro e presente em alguns pacientes com infecção aguda por vírus da hepatite B (HBV). Presente em aproximadamente 30% dos pacientes com infecção aguda por HBV.[70]

artralgia/artrite

Parte da síndrome semelhante à doença do soro e presente em alguns pacientes com infecção aguda por vírus da hepatite B.

eritema palmar

Mais comum em pacientes com cirrose crônica relacionada ao vírus da hepatite B.

aranhas vasculares

Mais comum em pacientes com cirrose crônica relacionada ao vírus da hepatite B.

esplenomegalia

Mais comum em pacientes com cirrose crônica relacionada ao vírus da hepatite B.

asterixis (flapping)

Mais comum em pacientes com cirrose crônica relacionada ao vírus da hepatite B, incluindo cirrose descompensada.

Fatores de risco

Fortes

exposição perinatal em um lactente nascido de uma mãe infectada pelo vírus da hepatite B (HBV)

Lactentes nascidos de mães infectadas por vírus da hepatite B (HBV) correm risco de transmissão de HBV por via permucosa a partir do sangue ou de fluidos infecciosos durante o parto.[43] A transmissão transplacentária no útero e a amamentação são causas menos prováveis de transmissão de HBV. A maioria dos lactentes infectados desenvolve infecção crônica pelo HBV se não receber profilaxia pós-exposição.

comportamentos sexuais de alto risco

O contato sexual com parceiros infectados é um importante método de transmissão. Em um estudo, 27% dos pacientes com vírus da hepatite B (HBV) aguda tiveram contato heterossexual com um ou vários parceiros infectados, e 13% dos pacientes eram homens que fazem sexo com homens.[44] Uma metanálise revelou uma prevalência global de 2% de HBV entre mulheres trabalhadoras do sexo.[45] O HBV está presente em grandes quantidades (10⁸ a 10¹º cópias/mL) no soro de indivíduos infectados e também pode ser detectado no sêmen, saliva e leucócitos.[22]

uso de drogas injetáveis

A injeção de drogas com agulhas compartilhadas pode causar a transmissão da infecção por via percutânea. O uso de drogas injetáveis foi relatado em 18% dos pacientes com uma infecção aguda por vírus da hepatite B documentada.[44] Em todo o mundo, 9% das pessoas que injetam drogas são positivas para o antígeno de superfície da hepatite B.[46]

indivíduos nascidos em regiões altamente endêmicas

Indivíduos nascidos em regiões de alta incidência e prevalência (por exemplo, Ásia, África) apresentam aumento do risco de infecção. Pessoas que vivem ou viajam para regiões altamente endêmicas também correm risco.

história familiar de HBV, carcinoma hepatocelular e/ou doença hepática crônica

Pessoas com história familiar de infecção pelo vírus da hepatite B (HBV), carcinoma hepatocelular e/ou doença hepática crônica apresentam maior risco de infecção.

contactante domiciliar com infecção por HBV

Nos EUA, durante o final dos anos 1990, os contactantes domiciliares de um indivíduo infectado representavam aproximadamente 4% dos casos infecção aguda por HBV por ano.[44] Acredita-se que o contato próximo, pessoal, inaparente ou despercebido contínuo das secreções infecciosas com as lesões na pele ou superfícies da mucosa seja o modo de transmissão, pois o HBV permanece viável fora do corpo durante um tempo indefinido.[57] Crianças infectadas cronicamente podem contaminar inadvertidamente as superfícies ambientais com cortes ou feridas abertas. Acredita-se que esse modo de transmissão represente a maior parte das transmissões horizontais de HBV em crianças em áreas hiperendêmicas.[58]

história de encarceramento

Pacientes com história de encarceramento apresentam maior risco de exposição ao vírus da hepatite B (HBV) em decorrência de fatores de risco associados (por exemplo, consumo de droga injetável, comportamentos sexuais de risco, tatuagens). Em uma revisão sistemática realizada na Europa, a maior prevalência do antígeno de superfície da hepatite B entre três grupos de alto risco (pessoas encarceradas, homens que fazem sexo com homens e pessoas que injetam drogas) foi constatada entre os encarcerados (0.3% a 25.2%).[59]

Fracos

sexo masculino

Os homens apresentam um risco de infecção por hepatite B 1.6 vez maior em relação às mulheres.[47]

infectados por vírus da imunodeficiência humana (HIV)

Até 10% dos indivíduos infectados por HIV são coinfectados pelo vírus da hepatite B [HBV], e 80% dos pacientes com HIV têm evidências sorológicas de exposição ao HBV.[48]

infectados com o vírus da hepatite C

Cerca de 10% a 15% dos pacientes com infecção crônica pelo vírus da hepatite B (HBV) estão coinfectados com o vírus da hepatite C (HCV).[49]

O tratamento da infecção por HCV com antivirais de ação direta pode causar a reativação do HBV em pacientes coinfectados.[50][51]

transfusão sanguínea ou de hemoderivados

Nos EUA, a taxa de infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) relacionada a transfusão é de aproximadamente 0.002% por receptor de transfusão.[52] Um rastreamento obrigatório de hemoderivados teve início nos EUA e no Reino Unido no inícios dos anos 1970.

profissionais da saúde

Historicamente, os profissionais da saúde e servidores públicos expostos a sangue e fluidos corporais apresentam um índice maior de infecção por HBV que o público geral, por transmissão por via percutânea ou permucosa do vírus da hepatite B (HBV). No entanto, a incidência de infecção pelo HBV entre profissionais de saúde imunizados é agora inferior à da população em geral.[53] Foi relatada transmissão do HBV a pacientes por profissionais da saúde infectados, incluindo grandes surtos.[54][55]​ Aproximadamente 30% dos surtos ocorreram em situações em que a política de controle de infecções não foi seguida. No entanto, isto foi baseado em autorrelatos e a verdadeira incidência provavelmente será maior.[56]

hemodiálise

O vírus da hepatite B (HBV) foi detectado em superfícies ambientais e em extravasamentos de sangue durante sessões de diálise.[60] No entanto, poucos casos de infecção aguda por HBV foram relatados em pacientes submetidos a hemodiálise crônica.[47]​ A prevalência agrupada de infecção por HBV entre pacientes em hemodiálise foi de 7.32% mundialmente. No entanto, isto varia de acordo com a localização geográfica, variando de 4.32% nos EUA a 5.52% na Europa e 9.73% na América do Sul.[61]

transplante de órgão sólido

A infecção por HBV em receptores de transplante de órgãos sólidos deve-se à reativação de infecção prévia por HBV ou transmissão derivada de um doador. Os doadores devem ser avaliados usando HBsAg, anti-HBc e DNA do HBV.[62] Casos raros de transmissão inesperada do HBV foram relatados de doadores com teste negativo para o HBV. A maioria está associada ao uso recente de drogas intravenosas de doadores e infecção por hepatite C, e pode ser devido à infecção por HBV pouco antes da morte do doador (infecção no período de eclipse) ou coinfecção por HCV que suprime a replicação do HBV (infecção por HBV oculta).[63] Para expandir o conjunto de doadores, órgãos de doadores positivos para anti-HBc são cada vez mais transplantados após uma discussão detalhada de risco-benefício com os pacientes. A transmissão é incomum com o uso de profilaxia antiviral intensiva ± imunoglobulina contra hepatite B.[62] Todos os receptores de transplante devem ser testados para HBV 4-6 semanas após o transplante, com testes adicionais considerados em 1 ano ou se houver desenvolvimento de sinais e sintomas de lesão hepática. Todos os candidatos a transplante devem receber vacinação contra o HBV.[63]

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