Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

Infecção por Mycobacterium tuberculosis

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1ª linha – 

fase intensiva: terapia diretamente observada

O diagnóstico e o tratamento precoces da tuberculose (TB) são fundamentais e devem seguir os princípios gerais desenvolvidos para o tratamento da TB em pessoas que não vivem com HIV. A terapia diretamente observada (TDO) é altamente encorajada para fornecer um tratamento eficaz, prevenir a resistência e permitir a cura com um ciclo de tratamento relativamente curto (6-9 meses). O plano de tratamento deve ser baseado na finalização do número total de doses recomendadas tomadas, e não na duração da administração do tratamento.

O tratamento da TB é fornecido em duas fases: uma fase inicial intensiva, seguida imediatamente por uma fase de manutenção. A terapia medicamentosa antituberculosa empírica deve ser iniciada enquanto os testes de suscetibilidade estiverem em andamento. A possíveis interações medicamentosas devem ser cuidadosamente avaliadas, e os esquemas de terapia antirretroviral (TAR) e TB devem ser ajustados de acordo.

Fase intensiva: isoniazida, rifampicina ou rifabutina, pirazinamida e etambutol em combinação são administrados diariamente (5-7 dias por semana) por 2 meses (8 semanas).[1][199][200]​ O etambutol deve ser interrompido se o patógeno isolado for sensível a isoniazida, rifampicina ou rifabutina.

Todas as pessoas que vivem com HIV tratadas com isoniazida devem receber suplementação de piridoxina para ajudar a prevenir a neuropatia associada à isoniazida.[1]

A rifabutina exerce menos efeitos sobre as concentrações séricas de inibidores da protease que a rifampicina. Os pacientes submetidos a esquemas de TAR à base de inibidores de protease devem receber rifabutina em vez de rifampicina no esquema de tratamento da TB. Recomenda-se consultar um especialista caso se considere a necessidade de terapia com rifabutina enquanto o paciente estiver em tratamento com um inibidor da protease.

Para as pessoas que vivem com HIV que nunca receberam TAR e foram diagnosticadas com TB ativa, as diretrizes dos EUA recomendam que a TAR seja iniciada dentro de 2 semanas após o início do tratamento anti-TB quando a contagem de CD4 for <50 células/microlitro, e dentro de 8 semanas do início do tratamento anti-TB nos pacientes com contagens de CD4 mais elevadas.[1][199]​​ As diretrizes recomendam também que, nos pacientes com TB que envolva o sistema nervoso central, o início da TAR seja protelado até 8 semanas após o término do tratamento da TB, independentemente da contagem de CD4.[1][199]​​ As diretrizes da Organização Mundial da Saúde recomendam que a TAR seja iniciada o mais rapidamente possível, em até duas semanas após o início do tratamento para TB, independentemente da contagem de CD4, a menos que o paciente apresente meningite tuberculosa (nesse caso, a TAR é protelada por 4-8 semanas).[200] Se a TB ocorrer em pacientes que já estiverem em TAR, o tratamento anti-TB deverá ser iniciado de maneira imediata, sendo talvez necessário modificar a TAR para reduzir o risco de interações medicamentosas e manter a supressão virológica.[1]

Deve-se considerar uma consulta a um especialista experiente ao se iniciar o tratamento da TB nas pessoas que vivem com HIV que estiverem tomando antirretrovirais, já que as interações medicamentosas são complexas e importantes.

Opções primárias

isoniazida: 5 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 300 mg/dia

--E--

rifampicina: 10 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 600 mg/dia

ou

rifabutina: 5 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 300 mg/dia

--E--

pirazinamida: peso corporal de 40-55 kg: 1000 mg por via oral uma vez ao dia; peso corporal 56-75 kg: 1500 mg por via oral uma vez ao dia; peso corporal ≥76 kg: 2000 mg por via oral uma vez ao dia

--E--

etambutol: peso corporal de 40-55 kg: 800 mg por via oral uma vez ao dia; peso corporal 56-75 kg: 1200 mg por via oral uma vez ao dia; peso corporal ≥76: 1600 mg por via oral uma vez ao dia

--E--

piridoxina: 25-50 mg por via oral uma vez ao dia

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associado a – 

considere corticosteroide

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A corticoterapia adjuvante deve ser considerada nas pessoas que vivem com HIV com tuberculose que envolva o sistema nervoso central.[1]

Opções primárias

dexametasona: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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associado a – 

fase de manutenção: terapia diretamente observada

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A duração ideal do tratamento ainda é controversa. Para a maioria dos pacientes, 4 meses de terapia de manutenção provavelmente são adequados, mas em alguns casos, recomenda-se terapia prolongada.[1][199][200] Recomenda-se uma duração total de terapia de 6 meses para a tuberculose (TB) pulmonar sensível aos medicamentos e para a TB extrapulmonar que não seja TB extrapulmonar disseminada ou TB do sistema nervoso central (SNC), ossos ou articulações. Recomenda-se um total de 9 meses para a tuberculose pulmonar com cultura positiva a 2 meses de tratamento, doença cavitária grave ou TB disseminada, 9-12 meses para a TB extrapulmonar com envolvimento do SNC e 6-9 meses para a TB extrapulmonar com envolvimento ósseo ou articular.[1][199][200]

Todas as pessoas que vivem com HIV tratadas com isoniazida devem receber suplementação de piridoxina para ajudar a prevenir a neuropatia associada à isoniazida.[1]

Para pacientes com um baixo risco de exposição e transmissão de infecção à TB, não é necessário o tratamento supressivo crônico após a finalização bem-sucedida das fases inicial e de manutenção do tratamento para a infecção de TB latente ou ativa.

O esquema terapêutico é administrado 5-7 vezes por semana por terapia diretamente observada.

Opções primárias

isoniazida: 5 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 300 mg/dia

--E--

rifampicina: 10 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 600 mg/dia

ou

rifabutina: 5 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 300 mg

--E--

piridoxina: 25-50 mg por via oral uma vez ao dia

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2ª linha – 

fase intensiva: terapia observada diretamente (esquema de 4 meses)

Uma opção de tratamento alternativo para a tuberculose pulmonar ativa é um esquema de 4 meses de isoniazida, rifapentina, moxifloxacino e pirazinamida diariamente. No entanto, esse esquema alternativo só é recomendado em pacientes que recebem terapia antirretroviral baseada em efavirenz, que apresentam contagem de CD4 ≥100 células/microlitro e nenhuma outra interação medicamentosa conhecida.[1][200]

Um ensaio clínico randomizado, controlado, aberto, de não inferioridade, de fase 3 internacional constatou que um esquema de tratamento diário de 4 meses contendo altas doses (otimizadas) de rifapentina com moxifloxacino é tão efetivo quanto o esquema padrão diário de 6 meses no tratamento da tuberculose pulmonar.[201]

As pessoas que vivem com HIV tratadas com isoniazida devem receber suplementação de piridoxina para ajudar a prevenir a neuropatia associada à isoniazida.[1]

Deve-se considerar uma consulta a um especialista experiente ao se iniciar o tratamento da TB nas pessoas que vivem com HIV que estiverem tomando antirretrovirais, já que as interações medicamentosas são complexas e importantes.

Opções primárias

isoniazida: 5 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 300 mg/dia

e

rifapentina: peso corporal ≥40 kg: 1200 mg por via oral uma vez ao dia

e

moxifloxacino: peso corporal ≥40 kg: 400 mg por via oral uma vez ao dia

e

pirazinamida: peso corporal de 40-55 kg: 1000 mg por via oral uma vez ao dia; peso corporal 56-75 kg: 1500 mg por via oral uma vez ao dia; peso corporal ≥76 kg: 2000 mg por via oral uma vez ao dia

e

piridoxina: 25-50 mg por via oral uma vez ao dia

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associado a – 

considere corticosteroide

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A corticoterapia adjuvante deve ser considerada nas pessoas que vivem com HIV com TB que envolva o SNC.[1]

Opções primárias

dexametasona: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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associado a – 

fase de manutenção: terapia diretamente observada (esquema de 4 meses)

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A fase de manutenção para o esquema alternativo consiste em isoniazida, rifapentina e moxifloxacino por 9 semanas. O esquema alternativo só é recomendado nos pacientes que recebem terapia antirretroviral baseada no efavirenz que têm contagem de CD4 ≥100 células/microlitro e nenhuma outra interação medicamentosa conhecida.[1][200]

Todas as pessoas que vivem com HIV tratadas com isoniazida devem receber suplementação de piridoxina para ajudar a prevenir a neuropatia associada à isoniazida.[1]

Opções primárias

isoniazida: 5 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 300 mg/dia

e

rifapentina: peso corporal ≥40 kg: 1200 mg por via oral uma vez ao dia

e

moxifloxacino: peso corporal ≥40 kg: 400 mg por via oral uma vez ao dia

e

piridoxina: 25-50 mg por via oral uma vez ao dia

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1ª linha – 

tratamento antituberculoso: terapia diretamente observada

Os pacientes com resistência à isoniazida devem receber um esquema terapêutico que consista em rifabutina ou rifampicina, pirazinamida e etambutol, com uma fluoroquinolona (moxifloxacino ou levofloxacino) durante 6 meses.[1][202]

Opções primárias

rifampicina: 10 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 600 mg/dia

ou

rifabutina: 5 mg/kg por via oral uma vez ao dia, máximo de 300 mg/dia

--E--

pirazinamida: peso corporal de 40-55 kg: 1000 mg por via oral uma vez ao dia; peso corporal 56-75 kg: 1500 mg por via oral uma vez ao dia; peso corporal ≥76 kg: 2000 mg por via oral uma vez ao dia

--E--

etambutol: peso corporal de 40-55 kg: 800 mg por via oral uma vez ao dia; peso corporal 56-75 kg: 1200 mg por via oral uma vez ao dia; peso corporal ≥76: 1600 mg por via oral uma vez ao dia

--E--

moxifloxacino: 400 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia

ou

levofloxacino: 500-750 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia

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1ª linha – 

consulta e terapia individualizada

Para a tuberculose (TB) resistente a outros medicamentos para TB, a terapia depende do padrão de resistência individual, sendo necessária uma consulta a um especialista experiente para a TB resistente a múltiplos medicamentos (TB-RMM). Uma história de tratamento para TB foi o único preditor da TB-RMM em uma coorte de pessoas que viviam com HIV e TB.[203] Os pacientes com TB-RMM apresentam alto risco de falha no tratamento e de recidiva. Os esquemas de tratamento para a TB-RMM devem ser individualizados.[1][202]

complexo M avium disseminado

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1ª linha – 

terapia antimicobacteriana combinada

Todos os isolados devem ser testados quanto à suscetibilidade aos medicamentos, uma vez que as taxas de resistência aos medicamentos são altas.[207] O tratamento deve incluir um macrolídeo (azitromicina ou claritromicina) associado ao etambutol.[1][209]

É imperativo que as pessoas com HIV e complexo Mycobacterium avium disseminado (MAC) recebam tratamento antirretroviral supressivo (TAR), uma vez que o tratamento concomitante com TAR e medicamentos para MAC está associado a melhores desfechos e menores taxas de recidiva. Uma vez que o MAC disseminado pode causar comprometimento da absorção gastrointestinal, pode-se considerar o monitoramento dos níveis terapêuticos do medicamento.[208]

Para os pacientes já em terapia antirretroviral (TAR), é importante o monitoramento rigoroso de quaisquer interações medicamentosas entre a TAR e os medicamentos antimicobacterianos.

A TAR deve ser iniciada o mais rapidamente possível após o diagnóstico de MAC disseminado e, de preferência, ao mesmo tempo, se o paciente ainda não estiver em TAR.[1]

A profilaxia secundária por toda a vida é recomendada para pacientes com infecção por MAC disseminado, a menos que ocorra reconstituição imune como resultado da terapia antirretroviral.[211] A terapia de manutenção crônica (profilaxia secundária) é a mesma que nos esquemas de tratamento iniciais.

O tratamento deve continuar por ao menos 12 meses; a terapia de manutenção pode ser descontinuada após esse período se o paciente não apresentar sinais ou sintomas de MAC e tiver uma contagem de CD4 sustentada (>6 meses) de >100 células/microlitro em resposta à TAR.[1] A terapia de manutenção crônica/profilaxia secundária pode ser reintroduzida se a contagem de CD4 diminuir para níveis consistentemente <100 células/microlitro e um esquema de TAR totalmente supressor não for possível.[1]

Opções primárias

azitromicina: 500-600 mg por via oral uma vez ao dia

ou

claritromicina: 500 mg (liberação imediata) por via oral duas vezes ao dia

--E--

etambutol: 15 mg/kg por via oral uma vez ao dia

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associado a – 

adição de um terceiro ou quarto medicamento ao esquema de combinação

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Um terceiro ou quarto medicamento pode ser acrescentado ao esquema de combinação inicial nos pacientes com imunossupressão avançada (contagem de CD4 <50 células/microlitro) ou alta carga micobacteriana, ou na ausência de uma terapia antirretroviral efetiva.

As opções de um terceiro ou quarto medicamento podem incluir a rifabutina, uma fluoroquinolona (por exemplo, levofloxacino, moxifloxacino) ou um aminoglicosídeo injetável (por exemplo, amicacina, estreptomicina).[1][209][210]​​

Opções primárias

rifabutina: 300 mg por via oral uma vez ao dia

ou

amicacina: 10-15 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas

ou

estreptomicina: 1 g por via intravenosa/intramuscular a cada 24 horas

ou

levofloxacino: 500 mg por via oral uma vez ao dia

ou

moxifloxacino: 400 mg por via oral uma vez ao dia

Pneumonia por Pneumocystis jirovecii

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terapêutica antimicrobiana inicial

Doença leve a moderada é definida pela gasometria arterial em ar ambiente por uma pO₂ ≥70 mmHg ou por um gradiente alvéolo-arterial (A-a) ≤35 mmHg.

O sulfametoxazol/trimetoprima (SMX/TMP) é o tratamento de escolha e deve ser administrado por via oral nos pacientes com doença leve que não apresentarem disfunção gastrointestinal; ele deve ser administrado por via intravenosa nos pacientes incapazes de receber ou absorver medicamentos.[1][212]​ A terapia ambulatorial oral com SMX/TMP é altamente efetiva para os pacientes estáveis com doença leve a moderada.[1] Os pacientes que desenvolvem PCP enquanto estão tomando SMX/TMP para profilaxia geralmente são eficazmente tratados com as doses padrão de SMX/TMP.

Tratamentos alternativos incluem dapsona associada a trimetoprima, primaquina associada a clindamicina e suspensão de atovaquona.[1]

A duração da terapia é de 21 dias.[1]

Sempre que possível, o tratamento antirretroviral deve ser iniciado nos pacientes que ainda não estejam recebendo esse tratamento dentro de 2 semanas do diagnóstico de PPC.[1]

Opções primárias

sulfametoxazol/trimetoprima: 15-20 mg/kg/dia por via oral/intravenosa administrados em 3-4 doses fracionadas; ou 320 mg por via oral três vezes ao dia

Mais

Opções secundárias

dapsona: 100 mg por via oral uma vez ao dia

e

trimetoprima: 5 mg/kg por via oral três vezes ao dia

ou

primaquina: 30 mg por via oral uma vez ao dia

Mais

e

clindamicina: 450 mg por via oral quatro vezes ao dia; ou 600 mg por via oral três vezes ao dia

ou

atovaquona: 750 mg por via oral duas vezes ao dia

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associado a – 

profilaxia de manutenção

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A profilaxia secundária por toda a vida deve ser considerada para todos os pacientes com história de pneumonia por P jirovecii (PCP), a menos que ocorra reconstituição imune como resultado da terapia antirretroviral.[1] A profilaxia secundária deve ser reiniciada se a contagem de CD4 diminuir para <100 células/microlitro, independentemente do RNA do HIV, ou se a contagem de CD4 for de 100-200 células/microlitro e o RNA do HIV estiver acima do limite de detecção do teste usado.[1]

As opções de profilaxia secundária são baseadas nos esquemas usados para tratar a doença inicial.

Elas incluem sulfametoxazol/trimetoprima, dapsona, dapsona associada a pirimetamina e ácido folínico, atovaquona, atovaquona associada a pirimetamina e ácido folínico, e pentamidina aerossolizada.

Opções primárias

sulfametoxazol/trimetoprima: 80-160 mg por via oral uma vez ao dia

Mais

Opções secundárias

sulfametoxazol/trimetoprima: 160 mg por via oral três vezes por semana

Mais

ou

dapsona: 100 mg por via oral uma vez ao dia; ou 50 mg por via oral duas vezes ao dia

ou

dapsona: 50 mg por via oral uma vez ao dia

e

pirimetamina: 50 mg por via oral uma vez por semana

e

folinato de cálcio: 25 mg por via oral uma vez por semana

Mais

ou

dapsona: 200 mg por via oral uma vez por semana

e

pirimetamina: 75 mg por via oral uma vez por semana

e

folinato de cálcio: 25 mg por via oral uma vez por semana

Mais

ou

pentamidina por via inalatória: 300 mg nebulizados uma vez ao mês

ou

atovaquona: 1500 mg por via oral uma vez ao dia

Opções terciárias

atovaquona: 1500 mg por via oral uma vez ao dia

e

pirimetamina: 25 mg por via oral uma vez ao dia

e

folinato de cálcio: 10 mg por via oral uma vez ao dia

Mais
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1ª linha – 

terapêutica antimicrobiana inicial

A doença moderada a grave é definida por uma pO² <70 mmHg ou por um gradiente alvéolo-arterial de O₂ >35 mmHg em ar ambiente. Para os pacientes com comprometimento respiratório, devem ser fornecidos internação em unidade de terapia intensiva e suporte ventilatório, quando apropriados.[213]

Sulfametoxazol/trimetoprima (SMX/TMP) é o tratamento de primeira escolha.[1] O tratamento intravenoso é iniciado, com troca para terapia oral após a melhora clínica.[1] Os pacientes geralmente melhoram clinicamente em 4-8 dias.[214]

Esquemas alternativos poderão ser considerados se não houver melhora clínica após 4-5 dias, ou se o paciente for intolerante a SMX/TMP. Eles incluem a pentamidina intravenosa, ou clindamicina associada a primaquina.[1]

Embora tenha demonstrado ser eficaz, a pentamidina está associada a toxicidades com possível risco de vida, inclusive disfunção renal grave e prolongamento do intervalo QT.[215]

A duração da terapia é de 21 dias.[1]

O tratamento antirretroviral deve ser iniciado nos pacientes que ainda não estejam sendo tratados dentro de 2 semanas do diagnóstico de pneumonia por P jirovecii sempre que possível.[1]

Opções primárias

sulfametoxazol/trimetoprima: 15-20 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-8 horas, pode ocorrer a troca para dosagem oral após a melhora clínica

Mais

Opções secundárias

pentamidina: 4 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia, podendo reduzir a dose para 3 mg/kg uma vez ao dia, se necessário, devido a toxicidades

ou

primaquina: 30 mg por via oral uma vez ao dia

Mais

e

clindamicina: 600 mg por via intravenosa a cada 6 horas, ou 900 mg por via intravenosa a cada 8 horas; ou 450 mg por via oral quatro vezes ao dia ou, ainda, 600 mg por via oral, três vezes ao dia

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associado a – 

corticosteroides

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Corticosteroides devem ser administrados em todos os pacientes com doença moderada a grave, ou seja, aqueles com pressão parcial de oxigênio <70 mmHg em ar ambiente ou gradiente de oxigênio A-a >35 mmHg. Se não for obtida a gasometria arterial, pode-se usar uma saturação de oxigênio <92% em ar ambiente como marcador substituto para a doença moderada a grave.[1][216]​​ Os corticosteroides deverão também ser considerados para os pacientes cujos sintomas respiratórios se agravarem após o início do tratamento.

Metilprednisolona intravenosa pode ser administrada como 75% da dose de prednisolona.[1]

Opções primárias

prednisolona: 40 mg por via oral duas vezes ao dia por 5 dias, seguidos por 40 mg uma vez ao dia por 5 dias, seguidos por 20 mg uma vez ao dia por 11 dias

ou

succinato sódico de metilprednisolona: 30 mg por via intravenosa duas vezes ao dia por 5 dias, seguidos por 30 mg uma vez ao dia por 5 dias, e 15 mg uma vez ao dia por 11 dias daí em diante

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associado a – 

profilaxia de manutenção

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A profilaxia secundária por toda a vida deve ser considerada para todos os pacientes com história de pneumonia por P jirovecii, a menos que ocorra reconstituição imune como resultado da terapia antirretroviral.[1] A profilaxia secundária deve ser reiniciada se a contagem de CD4 diminuir para <100 células/microlitro, independentemente do RNA do HIV, ou se a contagem de CD4 for de 100-200 células/microlitro e o RNA do HIV estiver acima do limite de detecção do teste usado.[1]

As opções de profilaxia secundária são baseadas nos esquemas usados para tratar a doença inicial.

Elas incluem sulfametoxazol/trimetoprima, dapsona, dapsona associada a pirimetamina e ácido folínico, atovaquona, atovaquona associada a pirimetamina e ácido folínico, e pentamidina aerossolizada.

Opções primárias

sulfametoxazol/trimetoprima: 80-160 mg por via oral uma vez ao dia

Mais

Opções secundárias

sulfametoxazol/trimetoprima: 160 mg por via oral três vezes por semana

Mais

ou

dapsona: 100 mg por via oral uma vez ao dia; ou 50 mg por via oral duas vezes ao dia

ou

dapsona: 50 mg por via oral uma vez ao dia

e

pirimetamina: 50 mg por via oral uma vez por semana

e

folinato de cálcio: 25 mg por via oral uma vez por semana

Mais

ou

dapsona: 200 mg por via oral uma vez por semana

e

pirimetamina: 75 mg por via oral uma vez por semana

e

folinato de cálcio: 25 mg por via oral uma vez por semana

Mais

ou

pentamidina por via inalatória: 300 mg nebulizados uma vez ao mês

ou

atovaquona: 1500 mg por via oral uma vez ao dia

Opções terciárias

atovaquona: 1500 mg por via oral uma vez ao dia

e

pirimetamina: 25 mg por via oral uma vez ao dia

e

folinato de cálcio: 10 mg por via oral uma vez ao dia

Mais

Encefalite por Toxoplasma gondii

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1ª linha – 

esquema inicial anti-Toxoplasma

A terapia inicial deve consistir na combinação de pirimetamina associada a sulfadiazina e ácido folínico, todos administrados por via oral.[1] O ácido folínico é usado para proteger contra as toxicidades hematológicas associadas à pirimetamina.[218]

Embora este seja o esquema preferido, o alto custo e a disponibilidade limitada tornaram-se uma grande barreira ao seu uso nos EUA. O sulfametoxazol/trimetoprima (SMX/TMP) tornou-se uma alternativa, podendo ser administrado por via oral ou intravenosa.[219] Embora os dados de ensaios clínicos que respaldam o SMX/TMP não sejam tão robustos, vários ensaios têm demonstrado que ele tem eficácia e segurança comparáveis.[219][220]​ Para os pacientes com história de alergia às sulfas, deve-se considerar a dessensibilização.[1]

Os outros esquemas alternativos incluem pirimetamina associada a ácido folínico e clindamicina ou atovaquona, atovaquona associada a sulfadiazina ou atovaquona isoladamente.[1]

A melhora clínica e radiográfica deve ser esperada dentro de 10-21 dias após a terapia.[115]​​​ O tratamento deve ser continuado por, pelo menos, 6 semanas após a resolução dos sintomas.

Pacientes com encefalite por infecção de T gondii devem ser rotineiramente monitorados em relação a eventos adversos e à melhora clínica e radiológica. Alterações nos títulos de anticorpos não são úteis para monitorar as respostas à terapia.

Os pacientes que exibem deterioração clínica ou radiográfica durante a primeira semana apesar da terapia adequada, ou que não apresentam melhora clínica dentro de 2 semanas, devem ser submetidos a uma biópsia cerebral. A troca para um esquema terapêutico alternativo deve ser considerada se houver evidências histopatológicas de encefalite por infecção de T gondii na biópsia cerebral.[1]

Opções primárias

pirimetamina: peso corporal <60 kg: 200 mg por via oral em dose única, seguidos de 50 mg uma vez ao dia; peso corporal ≥60 kg: 200 mg por via oral em dose única, seguidos de 75 mg uma vez ao dia

e

sulfadiazina: peso corporal <60 kg: 1000 mg por via oral quatro vezes ao dia; peso corporal ≥60 kg: 1500 mg por via oral quatro vezes ao dia

e

folinato de cálcio: 10-25 mg por via oral uma vez ao dia

Mais

ou

sulfametoxazol/trimetoprima: 5 mg/kg por via oral/intravenosa duas vezes ao dia

Mais

Opções secundárias

pirimetamina: peso corporal <60 kg: 200 mg por via oral em dose única, seguidos de 50 mg uma vez ao dia; peso corporal ≥60 kg: 200 mg por via oral em dose única, seguidos de 75 mg uma vez ao dia

--E--

clindamicina: 600 mg por via oral/intravenosa quatro vezes ao dia

ou

atovaquona: 1500 mg por via oral duas vezes ao dia

--E--

folinato de cálcio: 10-25 mg por via oral uma vez ao dia

Mais

ou

atovaquona: 1500 mg por via oral duas vezes ao dia

e

sulfadiazina: peso corporal <60 kg: 1000 mg por via oral quatro vezes ao dia; peso corporal ≥60 kg: 1500 mg por via oral quatro vezes ao dia

ou

atovaquona: 1500 mg por via oral duas vezes ao dia

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Considerar – 

corticosteroides e anticonvulsivantes

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Os corticosteroides adjuvantes não são recomendados rotineiramente, mas deverão ser considerados se houver sinais clínicos de aumento da pressão intracraniana ou evidências de efeito de massa devido a lesões focais ou edema.[1]

Devem ser administrados anticonvulsivantes a pacientes com encefalite com infecção por T gondii que tenham história de convulsões, mas não devem ser administrados como profiláticos em todos os pacientes.[1]

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associado a – 

profilaxia de manutenção

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Pacientes que completaram a terapia inicial para encefalite toxoplásmica devem receber terapia de supressão com profilaxia de manutenção.

O esquema recomendado na profilaxia secundária é a pirimetamina associada a sulfadiazina e ácido folínico.

Os esquemas alternativos incluem clindamicina associada a pirimetamina e ácido folínico, sulfametoxazol/trimetoprima, atovaquona associada a sulfadiazina ou atovaquona com ou sem pirimetamina e ácido folínico.[1]

A manutenção crônica pode ser interrompida em pacientes que completaram com sucesso a terapia para encefalite toxoplásmica, permaneceram assintomáticos e apresentaram aumento nas contagens de CD4 para >200 células/microlitro após terapia antirretroviral (TAR) mantida por mais de 6 meses.[1] A profilaxia secundária deve ser retomada se a contagem de CD4 diminuir para um nível <200 células/microlitro.

Opções primárias

pirimetamina: 25-50 mg por via oral uma vez ao dia

e

sulfadiazina: 2-4 g/dia por via oral administrados em 2-4 doses fracionadas

e

folinato de cálcio: 10-25 mg por via oral uma vez ao dia

Mais

Opções secundárias

pirimetamina: 25-50 mg por via oral uma vez ao dia

e

clindamicina: 600 mg por via oral três vezes ao dia

e

folinato de cálcio: 10-25 mg por via oral uma vez ao dia

Mais

ou

sulfametoxazol/trimetoprima: 160 mg por via oral uma a duas vezes ao dia

Mais

ou

atovaquona: 750-1500 mg por via oral duas vezes ao dia

e

sulfadiazina: 2-4 g/dia por via oral administrados em 2-4 doses fracionadas

ou

atovaquona: 750-1500 mg por via oral duas vezes ao dia

e

pirimetamina: 25 mg por via oral uma vez ao dia

e

folinato de cálcio: 10 mg por via oral uma vez ao dia

Mais

ou

atovaquona: 750-1500 mg por via oral duas vezes ao dia

meningite criptocócica

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1ª linha – 

terapia de indução antifúngica

O esquema preferencial recomendado pelas diretrizes dos EUA para a terapia de indução é de, pelo menos, 2 semanas de anfotericina B lipossomal intravenosa associada a flucitosina oral.[1] A anfotericina B desoxicolato pode ser usada como uma formulação alternativa se o risco de disfunção renal for baixo ou se o custo for proibitivo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um esquema de indução que consiste em uma alta dose única de anfotericina B lipossomal combinada, associada a 14 dias de flucitosina e fluconazol, principalmente em cenários com recursos limitados.[70] Um esquema alternativo recomendado pela OMS, quando a anfotericina B lipossomal não estiver disponível, é 1 semana de anfotericina B desoxicolato e flucitosina seguida por 1 semana de fluconazol.[70]

A adição de flucitosina durante o tratamento agudo está associada a uma esterilização mais rápida do líquido cefalorraquidiano, menos recidivas e melhor sobrevida.[221][222]​ A flucitosina é contraindicada nos pacientes com deficiência completa e conhecida de di-hidropirimidina desidrogenase, por causa do risco de toxicidade com risco à vida.[223][224]

Os esquemas de indução alternativos recomendados pelas diretrizes dos EUA e da OMS são 2 semanas de fluconazol intravenoso ou oral associado a flucitosina oral, 2 semanas de anfotericina B desoxicolato intravenosa associada a fluconazol oral ou intravenoso em alta dose, ou 2 semanas de anfotericina lipossomal associada a fluconazol.[1][70]​ Outras opções incluídas nas diretrizes dos EUA são o complexo lipídico de anfotericina B associado a flucitosina; anfotericina B lipossomal isolada; anfotericina B desoxicolato isolada; anfotericina B lipossomal associada a flucitosina seguida por fluconazol; e fluconazol em alta dose isoladamente.[1]

A terapia de indução deve prosseguir por ao menos 2 semanas (e é acompanhada por ao menos 8 semanas de terapia de consolidação e, em seguida, manutenção).[1][70]

O tempo ideal para iniciar a terapia antirretroviral (TAR) em pacientes com meningite criptocócica continua incerto.[1] O início da TAR é geralmente protelado por 4-6 semanas após o início da terapia antifúngica; no entanto, o momento exato deve ser individualizado, com base nas circunstâncias e na experiência local.[1][70]​ Os pacientes devem ser monitorados quanto à síndrome inflamatória de reconstituição imune. Deve-se ter cuidado ao utilizar fármacos antifúngicos azólicos juntamente com fármacos antirretrovirais, uma vez que existe um risco de interações medicamentosas significativas através do sistema enzimático CYP450.[1]

Opções primárias

anfotericina B lipossomal: 3-4 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

ou

anfotericina B desoxicolato: 0.7 a 1 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

--E--

flucitosina: 25 mg/kg por via oral quatro vezes ao dia por 2 semanas

ou

anfotericina B lipossomal: 10 mg/kg por via intravenosa em dose única

Mais

--E--

flucitosina: 25 mg/kg por via oral quatro vezes ao dia por 2 semanas

e

fluconazol: 1200 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

Opções secundárias

complexo lipídico de anfotericina B: 5 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

e

flucitosina: 25 mg/kg por via oral quatro vezes ao dia por 2 semanas

ou

anfotericina B lipossomal: 3-4 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

e

fluconazol: 800-1200 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

ou

fluconazol: 800-1200 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

e

flucitosina: 25 mg/kg por via oral quatro vezes ao dia por 2 semanas

ou

anfotericina B desoxicolato: 0.7 a 1 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

e

fluconazol: 800-1200 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

ou

anfotericina B lipossomal: 3-4 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

ou

anfotericina B desoxicolato: 0.7 a 1 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

ou

anfotericina B lipossomal: 3-4 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia por 1 semana

e

flucitosina: 25 mg/kg por via oral quatro vezes ao dia por 1 semana

e

fluconazol: 1200 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia por 1 semana (após um ciclo de 1 semana de anfotericina B lipossomal e flucitosina)

ou

fluconazol: 1200 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia por 2 semanas

ou

anfotericina B desoxicolato: 1 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia por 1 semana

Mais

e

flucitosina: 25 mg/kg por via oral quatro vezes ao dia por 1 semana

e

fluconazol: 1200 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia por 1 semana (após um ciclo de 1 semana de anfotericina B desoxicolato e flucitosina)

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Considerar – 

drenagem terapêutica do líquido cefalorraquidiano

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Punções lombares diárias podem ser necessárias para os pacientes com sintomas neurológicos continuados e uma pressão intracraniana elevada (≥25 cm do líquido cefalorraquidiano [LCR]). Para os pacientes que não respondem ou não toleram punções lombares diárias, deve-se considerar a colocação de uma derivação liquórica.[1]

Deve ser realizada a repetição da punção lombar, depois das 2 primeiras semanas de tratamento, para garantir o clearance do organismo do LCR. Se as culturas do LCR permanecerem positivas depois de 2 semanas de tratamento, recidiva futura e desfechos geralmente desfavoráveis são prováveis.[1]

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associado a – 

terapia de consolidação antifúngica

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Após uma terapia de indução bem-sucedida, a terapia de consolidação com fluconazol pode ser iniciada e deve ser mantida por, pelo menos, 8 semanas e pelo menos até que a terapia antirretroviral tenha sido iniciada e as culturas do líquido cefalorraquidiano (LCR) tenham sido esterilizadas.[1][70]

As diretrizes dos EUA orientam que os pacientes com culturas de LCR positivas, mas que tiverem melhorado clinicamente após 2 semanas de terapia de indução, devem receber uma dose mais alta (1200 mg/dia) de fluconazol para a terapia de consolidação, e repetir a punção lombar em 2 semanas.[1] De forma alternativa, os pacientes não hospitalizados podem receber flucitosina associada a fluconazol por mais 2 semanas antes de iniciar a terapia de consolidação com um único medicamento.[1] A duração da terapia de consolidação deve ser de 8 semanas a partir do ponto em que as culturas do LCR forem negativas.[1][70]

Opções primárias

fluconazol: culturas de LCR clinicamente estáveis e negativas: 400 mg por via oral uma vez ao dia; culturas positivas do LCR: 800 mg por via oral uma vez ao dia, pode-se aumentar para 1200 mg uma vez ao dia após 2 semanas se o LCR permanecer positivo e o paciente estiver clinicamente estável

Opções secundárias

fluconazol: 1200 mg por via oral uma vez ao dia

e

flucitosina: 25 mg/kg por via oral quatro vezes ao dia

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associado a – 

terapia de manutenção antifúngica

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Após a fase de consolidação, o paciente deve passar para o fluconazol em baixas doses como terapia de manutenção em longo prazo.[1][70]

O tratamento deve continuar por, pelo menos, 1 ano após o início da terapia antifúngica.

A terapia de manutenção pode ser interrompida quando a contagem de CD4 for ≥100 células/microlitro, os níveis de RNA do HIV forem indetectáveis e os sintomas tiverem desaparecido. A terapia de manutenção deverá ser retomada se a contagem de CD4 diminuir para um nível <100 células/microlitro.[1][221][225][226]

Opções primárias

fluconazol: 200 mg por via oral uma vez ao dia

citomegalovírus

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1ª linha – 

terapia antiviral inicial

A terapia inicial deve ser individualizada com base no nível de imunossupressão, na localização e gravidade da lesão, na adesão terapêutica ao tratamento e na associação de medicamentos.[1] Ganciclovir geralmente é a primeira escolha para doença ou infecção por citomegalovírus.

Terapia sistêmica reduz a morbidade no olho contralateral; isso deve ser considerado ao tomar uma decisão quanto à via de administração.[1]

O ganciclovir intravenoso ou o valganciclovir oral, com ou sem ganciclovir ou foscarnete intravítreo, é a terapia inicial preferida para pacientes com lesões com risco imediato à visão. Opções alternativas incluem o ganciclovir ou o foscarnete intravítreo combinado com o foscarnete ou o cidofovir intravenoso (com probenecida e terapia de hidratação com soro fisiológico antes e depois da terapia com cidofovir).

Idealmente um oftalmologista familiarizado com retinite por citomegalovírus deve participar do tratamento.[1]

Opções primárias

ganciclovir: 2 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão

ou

foscarnete: 2.4 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão

--E--

ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas por 14-21 dias

ou

valganciclovir: 900 mg por via oral duas vezes ao dia por 14-21 dias

ou

ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas por 14-21 dias

ou

valganciclovir: 900 mg por via oral duas vezes ao dia por 14-21 dias

Opções secundárias

ganciclovir: 2 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão

ou

foscarnete: 2.4 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão

--E--

foscarnete: 60 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas por 14-21 dias; ou 90 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas por 14-21 dias

ou

ganciclovir: 2 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão

ou

foscarnete: 2.4 mg por via intravítrea semanalmente até que se obtenha a inatividade da lesão

--E--

cidofovir: 5 mg/kg por via intravenosa uma vez por semana por 2 semanas

--E--

probenecida: 2 g por via oral 3 horas antes da dose do cidofovir, seguidos por 1 g administrado após 2 horas e após 8 horas da primeira dose

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associado a – 

terapia de manutenção antiviral

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A terapia inicial deve ser seguida por terapia de manutenção crônica. A terapia de manutenção pode ser descontinuada com segurança nos pacientes com doença inativa e contagem de CD4 sustentada (>100 células/microlitro por ≥3-6 meses); recomenda-se uma consulta com um oftalmologista. Exames oculares regulares devem ser realizados a cada 3 meses nos pacientes que tiverem descontinuado a terapia de manutenção, para a detecção precoce de recidiva ou de uveíte de recuperação imune.[1]

A recidiva precoce é causada com maior frequência pela limitada penetração intraocular da administração sistêmica de medicamentos.[227]

Se os pacientes apresentarem recidiva enquanto estiverem na terapia de manutenção, será recomendada a reintrodução do mesmo medicamento, seguido pelo reinício da terapia de manutenção. A alteração para um medicamento alternativo na primeira recidiva deverá ser considerada se houver suspeita de resistência ao medicamento ou se efeitos colaterais ou toxicidades interferirem nos ciclos ideais do agente inicial.

Opções primárias

valganciclovir: 900 mg por via oral uma vez ao dia

Opções secundárias

ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia

ou

foscarnete: 90-120 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia

ou

cidofovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 2 semanas

e

probenecida: 2 g por via oral 3 horas antes da dose do cidofovir, seguidos por 1 g administrado após 2 horas e após 8 horas da primeira dose

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1ª linha – 

terapia antiviral

Para pequenas lesões periféricas, valganciclovir oral sozinho pode ser adequado.[1]

A terapia antiviral sistêmica é administrada pelos 3-6 meses até a recuperação imune induzida pelo tratamento antirretroviral.[1]

Opções primárias

valganciclovir: 900 mg por via oral duas vezes ao dia por 14-21 dias, seguidos por 900 mg uma vez ao dia

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1ª linha – 

terapia antiviral

Para a doença gastrointestinal, recomenda-se o uso de valganciclovir oral, ganciclovir ou foscarnete por via intravenosa por 21-42 dias (ou até que os sinais e sintomas remitam).

O ganciclovir intravenoso é preferível com uma transição para o valganciclovir oral se houver tolerância e absorção de medicamentos. O valganciclovir oral é o tratamento de primeira linha se os sintomas não forem intensos o suficiente para interferir com a absorção oral.

O foscarnete é um agente alternativo para pessoas com resistência ou intolerância ao ganciclovir.

A terapia de manutenção geralmente não é necessária para esofagite ou colite por citomegalovírus, mas deve ser considerada após recidivas.[1]

Opções primárias

valganciclovir: 900 mg por via oral duas vezes ao dia

ou

ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas, pode ser trocado para valganciclovir por via oral uma vez que o paciente possa tolerar a terapia por via oral

Opções secundárias

foscarnete: 60 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas; ou 90 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas

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1ª linha – 

terapia antiviral

Esquema combinado é usado para estabilizar a doença e maximizar a resposta.

A duração ideal da terapia não foi estabelecida.[1]

A terapia de manutenção deve ser mantida por toda a vida, a menos que haja evidências de recuperação imune.

Opções primárias

ganciclovir: 5 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas

e

foscarnete: 60 mg/kg por via intravenosa a cada 8 horas; ou 90 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas

candidíase mucocutânea

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1ª linha – 

antifúngicos azólicos ou nistatina

Fluconazol oral é considerado o medicamento de primeira escolha. Embora o itraconazol e o posaconazol sejam tão eficazes quanto o fluconazol, eles só devem ser usados como terapia de segunda linha.[228] O posaconazol é geralmente mais bem tolerado que o itraconazol.

Os episódios iniciais de candidíase orofaríngea devem ser tratados por 7 a 14 dias. O uso crônico ou prolongado de azóis pode promover o desenvolvimento de resistência e também de hepatotoxicidade.

Um esquema de fluconazol de dose única foi proposto, mas estudos posteriores são necessários para estabelecer sua eficácia.[233]

Opções primárias

fluconazol: 100 mg por via oral uma vez ao dia

Opções secundárias

clotrimazol orofaríngeo: 10 mg por via oral (pastilha) cinco vezes ao dia

ou

miconazol orofaríngeo: 50 mg por via bucal uma vez ao dia

ou

itraconazol: 200 mg por via oral (solução oral) uma vez ao dia

ou

posaconazol: 400 mg por via oral (suspensão oral) duas vezes ao dia no dia 1, seguidos por 400 mg uma vez ao dia

ou

nistatina: 400,000 a 600,000 unidades (4-6 mL) por via oral quatro vezes ao dia

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1ª linha – 

antifúngico azólico alternativo

A candidíase orofaríngea refratária ao fluconazol pode responder à suspensão com itraconazol ou posaconazol. O voriconazol pode também ser utilizado. Nos casos graves e refratários, uma equinocandina ou anfotericina B intravenosa podem ser utilizadas.[228][229]

Pacientes podem apresentar hepatotoxicidade com mais de 7-10 dias de tratamento sistêmico com azóis.

Opções primárias

posaconazol: 400 mg por via oral (suspensão oral) duas vezes ao dia

ou

itraconazol: 200 mg por via oral (solução oral) uma vez ao dia

ou

voriconazol: 200 mg por via oral duas vezes ao dia

Opções secundárias

caspofungina: 70 mg por via intravenosa como dose de ataque no dia 1, seguidos por 50 mg a cada 24 horas

ou

micafungina: 100 mg por via intravenosa a cada 24 horas

ou

anidulafungina: 200 mg por via intravenosa como dose de ataque no dia 1, seguidos por 100 mg a cada 24 horas

ou

anfotericina B desoxicolato: 0.3 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas

Back
1ª linha – 

antifúngico sistêmico

Para a candidíase esofágica, são necessários antifúngicos sistêmicos para um tratamento efetivo. O fluconazol oral ou intravenoso é considerado uma terapia de primeira linha. Para a doença refratária ao fluconazol, o itraconazol oral é considerado de segunda linha. As opções alternativas incluem o voriconazol, o isavuconazol, a anidulafungina, a caspofungina, a micafungina e a anfotericina.[1][228]

Foi relatada uma taxa de recidiva mais alta de candidíase esofágica com as equinocandinas (caspofungina, micafungina, anidulafungina) em comparação com o fluconazol.

A duração do tratamento é de 14-21 dias.

Opções primárias

fluconazol: 100-400 mg por via oral/intravenosa uma vez ao dia

Opções secundárias

itraconazol: 200 mg por via oral (solução oral) uma vez ao dia

ou

voriconazol: 200 mg por via oral/intravenosa duas vezes ao dia

ou

isavuconazol: 200 mg por via oral como uma dose de ataque, seguidos de 50 mg por via oral uma vez ao dia; ou 400 mg por via oral como uma dose de ataque, seguidos por 100 mg por via oral uma vez ao dia; ou 400 mg por via oral uma vez por semana

Mais

ou

caspofungina: 50 mg por via intravenosa uma vez ao dia

ou

micafungina: 150 mg por via intravenosa uma vez ao dia

ou

anidulafungina: 100 mg por via intravenosa no dia 1, seguidos por 50 mg uma vez ao dia

ou

anfotericina B lipossomal: 3-4 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia

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1ª linha – 

antifúngico sistêmico alternativo

Doença refratária ao fluconazol pode responder ao itraconazol ou posaconazol.[1]

Anfotericina B desoxicolato ou a formulação lipídica também podem ser eficazes. O tratamento com equinocandina (anidulafungina, caspofungina ou micafungina) também pode ser útil.[1]

A duração do tratamento é de 14 a 21 dias (28 dias para o posaconazol). O uso crônico ou prolongado de azóis pode promover o desenvolvimento de resistência e também de hepatotoxicidade.

Opções primárias

posaconazol: 400 mg por via oral (suspensão oral) duas vezes ao dia

ou

itraconazol: 200 mg por via oral (solução oral) uma vez ao dia

Opções secundárias

anidulafungina: 100 mg por via intravenosa no dia 1, seguidos por 50 mg por via intravenosa uma vez ao dia

ou

caspofungina: 50 mg por via intravenosa uma vez ao dia

ou

micafungina: 150 mg por via intravenosa uma vez ao dia

ou

voriconazol: 200 mg por via oral/intravenosa duas vezes ao dia

ou

anfotericina B desoxicolato: 0.6 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia

ou

anfotericina B lipossomal: 3-4 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia

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1ª linha – 

azol sistêmico ou antifúngico tópico

A candidíase vulvovaginal não complicada em mulheres que vivem com HIV geralmente responde ao fluconazol (dose única) ou itraconazol orais de ação curta, ou a um tratamento tópico com azóis por 3-7 dias.[1]

Opções primárias

fluconazol: 150 mg por via oral em dose única

ou

clotrimazol vaginal: (creme a 1%) inserção de 5 g (um aplicador cheio) na vagina uma vez ao dia à noite

ou

butoconazol vaginal: (creme a 2%) inserção de 5 g (um aplicador cheio) na vagina uma vez ao dia à noite

ou

miconazol vaginal: (creme a 2%) inserção de 5 g (um aplicador cheio) na vagina uma vez ao dia à noite

ou

tioconazol vaginal: (pomada a 6.5%) inserir 5 g (um aplicador cheio) na vagina uma vez ao dia à noite

ou

terconazol vaginal: (creme a 0.4% a 0.8%) inserir 5 g (um aplicador cheio) na vagina uma vez ao dia à noite

Opções secundárias

itraconazol: 200 mg por via oral (solução oral) uma vez ao dia

Back
1ª linha – 

tratamento prolongado com azol sistêmico ou antifúngico tópico

Os episódios graves ou recorrentes de vaginite nas mulheres que vivem com HIV requerem fluconazol oral ou terapia antifúngica tópica por, pelo menos, 7 dias.[1]

Opções primárias

fluconazol: 100-200 mg por via oral uma vez ao dia

ou

clotrimazol vaginal: (creme a 1%) inserção de 5 g (um aplicador cheio) na vagina uma vez ao dia à noite

ou

butoconazol vaginal: (creme a 2%) inserção de 5 g (um aplicador cheio) na vagina uma vez ao dia à noite

ou

miconazol vaginal: (creme a 2%) inserção de 5 g (um aplicador cheio) na vagina uma vez ao dia à noite

ou

tioconazol vaginal: (pomada a 6.5%) inserir 5 g (um aplicador cheio) na vagina uma vez ao dia à noite

ou

terconazol vaginal: (creme a 0.4% a 0.8%) inserir 5 g (um aplicador cheio) na vagina uma vez ao dia à noite

Opções secundárias

itraconazol: 200 mg por via oral (solução oral) uma vez ao dia

coccidioidomicose

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1ª linha – 

antifúngico azólico

Para a coccidioidomicose pulmonar clinicamente leve a moderada (por exemplo, pneumonia coccidioide focal), o fluconazol ou o itraconazol orais são os agentes preferenciais tanto para pacientes imunocompetentes quanto imunocomprometidos.[1][230]

Os azóis alternativos incluem o voriconazol e o posaconazol, embora os dados sejam limitados.[1][231]

A recidiva é comum em todos os indivíduos com coccidioidomicose, independentemente do estado imunológico, e todos os pacientes devem ser tratados por um médico experiente em doenças infecciosas.

Opções primárias

fluconazol: 400 mg por via oral uma vez ao dia

ou

itraconazol: 200 mg por via oral três vezes ao dia por 3 dias, seguidos por 200 mg duas vezes ao dia

Opções secundárias

voriconazol: 400 mg por via oral duas vezes ao dia no dia 1, seguidos por 200 mg duas vezes ao dia

ou

posaconazol: 300 mg por via oral (liberação retardada) duas vezes ao dia no dia 1, seguidos por 300 mg uma vez ao dia

Back
1ª linha – 

anfotericina B ou antifúngico azólico

Para a coccidioidomicose pulmonar grave (por exemplo, infiltrados pulmonares difusos) ou para a coccidioidomicose extrapulmonar não meníngea e para os pacientes com contagem de CD4 inferior a 50 células/mm3, a anfotericina B desoxicolato intravenosa ou a anfotericina B lipossomal devem ser imediatamente administradas. A terapia pode ser trocada por um azol oral após a melhora clínica e deve ser continuada em longo prazo, independentemente da contagem de CD4.[1]

Opções primárias

anfotericina B desoxicolato: 0.7 a 1 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas

ou

anfotericina B lipossomal: 3-5 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas

Back
1ª linha – 

antifúngico azólico ou anfotericina B intratecal

Para a coccidioidomicose meníngea, são preferidas altas doses de fluconazol IV ou oral. Outros azóis, como o itraconazol, podem ser administrados como alternativas, embora haja menos dados e menos experiência clínica.[1][232]

Para os casos refratários, pode ser necessária a administração de anfotericina B intratecal. Recomenda-se consultar um especialista experiente. A terapia intratecal deve ser administrada por um médico com muita experiência nesta técnica de administração. Consulte um especialista para obter orientação sobre a dose intratecal.

Opções primárias

fluconazol: 400-800 mg por via intravenosa a cada 24 horas

Opções secundárias

itraconazol: 200 mg por via oral duas a três vezes ao dia

ou

voriconazol: 200-400 mg por via oral duas vezes ao dia

ou

posaconazol: 300 mg por via oral (liberação retardada) duas vezes ao dia no dia 1, seguidos por 300 mg uma vez ao dia

ou

isavuconazol: 200 mg por via oral três vezes ao dia por 6 doses, seguidos por 200 mg duas vezes ao dia

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