Complicações

Complicação
Período de ocorrência
Probabilidade
curto prazo
Médias

A SIRI é uma síndrome inflamatória sistêmica clinicamente indistinguível da infecção ativa pelo complexo Mycobacterium avium (MAC); ela foi descrita entre pacientes com doença subclínica ou estabelecida por MAC e com imunossupressão avançada os quais começaram terapia antirretroviral (TAR) e apresentaram um rápido aumento na contagem de CD4 (≥100 células/microlitro).[244][249]

Esta síndrome pode se manifestar logo após 7 dias em relação ao início da TAR, e é mais comum com contagens de CD4 iniciais abaixo de 100 células/microlitro. A SIRI se manifesta com febre, perda de peso, condensação pulmonar, infiltrados, derrames ou linfadenite. Os anti-inflamatórios não esteroidais podem proporcionar alívio. Nem o tratamento antimicobacteriano nem a TAR devem ser alterados. Nas reações intensas, são recomendados corticosteroides.[1]

A SIRI também foi associada a retinite por citomegalovírus, meningite criptocócica, tuberculose, leucoencefalopatia multifocal progressiva e infecções pelo herpes-vírus em pacientes previamente diagnosticados com doenças que definem a AIDS ao iniciarem a TAR. O tratamento depende do agente infeccioso de base e do seu quadro clínico.[250][251] Nos pacientes com imunossupressão avançada e infecções oportunistas não tuberculosas, a SIRI tem sido associada à presença de infecção fúngica, contagens mais baixas de células T CD4 e níveis basais mais altos de RNA do HIV, e a contagens mais altas de células T CD4 e níveis mais baixos de RNA do HIV durante o tratamento.[252]

A SIRI ocorre em 30% dos pacientes com meningite criptocócica e infecção por HIV que começaram ou reiniciaram a TAR.[253] Esses pacientes devem continuar a TAR e a terapia antifúngica. Corticosteroides podem ser necessários para a SIRI sintomática grave.

curto prazo
baixa

Na tuberculose, o pneumotórax resulta da ruptura dentro do espaço pleural de uma cavidade periférica ou de um foco caseoso subpleural que se liquefez. A fístula broncopleural (FBP) associada pode ceder ou persistir. Grandes FBPs podem causar a formação de empiema.

Os fatores de risco para pneumotórax nos pacientes HIV-positivos com pneumonia por Pneumocystis jirovecii incluem história de tabagismo, tratamento com pentamidina aerossolizada e presença de pneumatoceles à radiografia torácica.

O manejo é feito com dreno torácico (toracotomia com tubo). FBPs persistentes podem exigir reparo cirúrgico.

variável
alta

A pirimetamina pode suprimir a medula óssea. O ácido folínico é administrado para prevenir essa toxicidade. A dose de ácido folínico pode de aumentada para compensar os efeitos na medula óssea. Se essa abordagem não for eficaz, talvez seja necessário reduzir a dosagem de pirimetamina.

O efeito colateral mais comum da terapia com ganciclovir ou valganciclovir é a supressão da medula óssea, mais comumente com leucopenia e trombocitopenia.

variável
alta

A elevação da PIC com a meningite criptocócica provavelmente ocorre pela reabsorção prejudicada do líquido cefalorraquidiano (LCR) pelas vilosidades aracnoideas. Os pacientes com PIC elevada devem realizar punções lombares seriadas diariamente, com drenagem de até 30 mL de LCR para controlar a pressão. Se a alta pressão persistir apesar das punções lombares diárias, deve-se considerar um dreno lombar temporário ou uma derivação ventriculoperitoneal.

variável
Médias

A invasão do citomegalovírus (CMV) na retina causa dano permanente, de modo que, mesmo se a infecção viral for controlada, o dano retiniano será irreversível.[254][255] Desta forma, o diagnóstico precoce da retinite por CMV é o principal fator para impedir a cegueira permanente.

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