Os pacientes com diabetes se beneficiam de um manejo agressivo dos fatores de risco cardiovascular (CV).[167]Kelsey MD, Nelson AJ, Green JB, et al. Guidelines for cardiovascular risk reduction in patients with type 2 diabetes: JACC guideline comparison. J Am Coll Cardiol. 2022 May 10;79(18):1849-57.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109722009408
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35512864?tool=bestpractice.com
Um grande estudo de coorte prospectivo constatou que os pacientes com diabetes que alcançaram as faixas-alvo de hemoglobina glicada (HbA1c), lipoproteínas de baixa densidade (LDL), pressão arterial (PA), albuminúria e tabagismo tiveram uma taxa de mortalidade em longo prazo igual ou um pouco maior que os pacientes controles não diabéticos.[168]Rawshani A, Rawshani A, Franzén S, et al. Risk factors, mortality, and cardiovascular outcomes in patients with type 2 diabetes. N Engl J Med. 2018 Aug 16;379(7):633-44.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1800256
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30110583?tool=bestpractice.com
No entanto, em um grande estudo de coorte realizado nos EUA com pacientes portadores de diabetes e doença cardiovascular (DCV) conhecida, apenas 6.9% receberam terapias medicamentosas recomendadas por diretrizes para a redução do risco cardiovascular.[169]Arnold SV, de Lemos JA, Rosenson RS, et al; GOULD Investigators. Use of guideline-recommended risk-reduction strategies among patients with diabetes and atherosclerotic cardiovascular disease. Circulation. 2019 Aug 13;140(7):618-20.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.119.041730
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31174429?tool=bestpractice.com
Intervenções terapêuticas no estilo de vida, como terapia médica nutricional e exercícios aeróbicos, demonstraram em grandes ensaios clínicos melhorar os controles glicêmico, lipídico e da PA, além da sensibilidade à insulina e marcadores de inflamação. Elas também são efetivas para se alcançar uma perda de peso sustentada e melhoras no condicionamento físico.[48]Joseph JJ, Deedwania P, Acharya T, et al. Comprehensive management of cardiovascular risk factors for adults with type 2 diabetes: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2022 Mar;145(9):e722-59.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001040
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35000404?tool=bestpractice.com
[72]Colberg SR, Sigal RJ, Yardley JE, et al. Physical activity/exercise and diabetes: a position statement of the American Diabetes Association. Diabetes Care. 2016 Nov;39(11):2065-79.
http://care.diabetesjournals.org/content/39/11/2065.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27926890?tool=bestpractice.com
[170]Evert AB, Dennison M, Gardner CD, et al. Nutrition therapy for adults with diabetes or prediabetes: a consensus report. Diabetes Care. 2019 Apr 18;42(5):731-54.
http://care.diabetesjournals.org/content/42/5/731.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31000505?tool=bestpractice.com
[171]Wing RR; Look AHEAD Research Group. Long-term effects of a lifestyle intervention on weight and cardiovascular risk factors in individuals with type 2 diabetes mellitus: four-year results of the Look AHEAD trial. Arch Intern Med. 2010 Sep 27;170(17):1566-75.
https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/226013
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20876408?tool=bestpractice.com
[172]Elhayany A, Lustman A, Abel R, et al. A low carbohydrate Mediterranean diet improves cardiovascular risk factors and diabetes control among overweight patients with type 2 diabetes mellitus: a 1-year prospective randomized intervention study. Diabetes Obes Metab. 2010 Mar;12(3):204-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20151996?tool=bestpractice.com
[173]Wormgoor SG, Dalleck LC, Zinn C, et al. Effects of high-intensity interval training on people living with type 2 diabetes: a narrative review. Can J Diabetes. 2017 Oct;41(5):536-47.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28366674?tool=bestpractice.com
A US Preventive Services Task Force recomenda intervenções de aconselhamento comportamental para melhorar a dieta e aumentar a atividade física para as pessoas com fatores de risco cardiometabólico para prevenir eventos cardiovasculares no longo prazo.[174]O'Connor EA, Evans CV, Rushkin MC, et al. Behavioral counseling to promote a healthy diet and physical activity for cardiovascular disease prevention in adults with cardiovascular risk factors: updated evidence report and systematic review for the US Preventive Services Task Force. JAMA. 2020 Nov 24;324(20):2076-94.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2773279
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33231669?tool=bestpractice.com
O NHS do Reino Unido produziu um programa educacional estruturado e gratuito baseado na internet para pacientes com diabetes do tipo 2, com foco em fazer e manter escolhas de estilo de vida saudáveis.
NHS: Healthy living for people with type 2 diabetes
Opens in new window
As recomendações para o manejo da DCV e do risco nos pacientes com diabetes incluem:[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[175]Samson SL, Vellanki P, Blonde L, et al. American Association of Clinical Endocrinology consensus statement: comprehensive type 2 diabetes management algorithm - 2023 update. Endocr Pract. 2023 May;29(5):305-40.
https://www.endocrinepractice.org/article/S1530-891X(23)00034-4/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37150579?tool=bestpractice.com
Intervenções terapêuticas no estilo de vida (terapia médica nutricional/aconselhamento alimentar, atividade física e abandono do hábito de fumar)
Tratamento para o sobrepeso ou obesidade
Controle glicêmico
Controle da pressão arterial (PA)
Tratamento para dislipidemia
Terapia antiagregante plaquetária
Há evidências substanciais que dão suporte a um benefício do manejo dos fatores de risco cardiovascular nas pessoas com diabetes tipo 2; no entanto, faltam evidências sólidas para apoiar um benefício comparável nas pessoas com diabetes do tipo 1. As diretrizes de tratamento atuais extrapolam evidências de ensaios clínicos obtidas em pessoas com diabetes do tipo 2 para fornecer recomendações de tratamento semelhantes para pessoas com diabetes dos tipos 1 e 2. No entanto, há evidências que apoiam o tratamento mais agressivo dos fatores de risco cardiovascular nas pessoas com diabetes tipo 1, que provavelmente se beneficiariam de uma estratificação de risco precoce e do manejo abrangente dos fatores de risco, incluindo uma terapia hipolipemiante agressiva.[176]Karmali R, Sipko J, Majid M, et al. Hyperlipidemia and cardiovascular disease in people with type 1 diabetes: review of current guidelines and evidence. Curr Cardiol Rep. 2023 May;25(5):435-42.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37052761?tool=bestpractice.com
Terapia médica nutricional
Não há uma quantidade ideal de macronutrientes que pessoas com diabetes devam consumir e estudos sugerem que tais recomendações devem ser feitas de acordo com cada indivíduo.[170]Evert AB, Dennison M, Gardner CD, et al. Nutrition therapy for adults with diabetes or prediabetes: a consensus report. Diabetes Care. 2019 Apr 18;42(5):731-54.
http://care.diabetesjournals.org/content/42/5/731.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31000505?tool=bestpractice.com
[177]Wheeler ML, Dunbar SA, Jaacks LM, et al. Macronutrients, food groups, and eating patterns in the management of diabetes: a systematic review of the literature, 2010. Diabetes Care. 2012 Feb;35(2):434-45.
http://care.diabetesjournals.org/content/35/2/434.full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22275443?tool=bestpractice.com
A dieta Mediterrânea, os Métodos Nutricionais para Combater a Hipertensão (DASH) e as dietas vegetarianas e veganas têm demonstrado certa eficácia nas pessoas com diabetes.[170]Evert AB, Dennison M, Gardner CD, et al. Nutrition therapy for adults with diabetes or prediabetes: a consensus report. Diabetes Care. 2019 Apr 18;42(5):731-54.
http://care.diabetesjournals.org/content/42/5/731.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31000505?tool=bestpractice.com
[178]Esposito K, Maiorino MI, Ciotola M, et al. Effects of a Mediterranean-style diet on the need for antihyperglycemic drug therapy in patients with newly diagnosed type 2 diabetes: a randomized trial. Ann Intern Med. 2009 Sep 1;151(5):306-14.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19721018?tool=bestpractice.com
[179]Azadbakht L, Fard NR, Karimi M, et al. Effects of the Dietary Approaches to Stop Hypertension (DASH) eating plan on cardiovascular risks among type 2 diabetic patients: a randomized crossover clinical trial. Diabetes Care. 2011 Jan;34(1):55-7.
http://care.diabetesjournals.org/content/34/1/55.full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20843978?tool=bestpractice.com
[180]Barnard ND, Cohen J, Jenkins DJ, et al. A low-fat vegan diet improves glycemic control and cardiovascular risk factors in a randomized clinical trial in individuals with type 2 diabetes. Diabetes Care. 2006 Aug;29(8):1777-83.
http://care.diabetesjournals.org/content/29/8/1777.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16873779?tool=bestpractice.com
[181]Wang T, Kroeger CM, Cassidy S, et al. Vegetarian dietary patterns and cardiometabolic risk in people with or at high risk of cardiovascular disease: a systematic review and meta-analysis. JAMA Netw Open. 2023 Jul 3;6(7):e2325658.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10369207
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37490288?tool=bestpractice.com
As diretrizes europeias recomendam uma dieta mediterrânea ou à base de vegetais com elevado teor de gordura insaturada para reduzir o risco cardiovascular nas pessoas com diabetes.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
Uma metanálise revelou que o consumo de carne vermelha esteve associado a um maior risco de DCV e diabetes, enquanto outra relatou evidências de certeza moderada de que uma mudança de alimentos de origem animal para alimentos de origem vegetal está beneficamente associada à saúde cardiometabólica e à mortalidade por todas as causas.[182]Shi W, Huang X, Schooling CM, et al. Red meat consumption, cardiovascular diseases, and diabetes: a systematic review and meta-analysis. Eur Heart J. 2023 Jul 21;44(28):2626-35.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/28/2626/7188739
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37264855?tool=bestpractice.com
[183]Neuenschwander M, Stadelmaier J, Eble J, et al. Substitution of animal-based with plant-based foods on cardiometabolic health and all-cause mortality: a systematic review and meta-analysis of prospective studies. BMC Med. 2023 Nov 16;21(1):404.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10652524
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37968628?tool=bestpractice.com
A redução da ingestão de carboidratos em geral demonstrou algumas evidências de melhora da glicemia e um estudo descobriu que, entre pessoas com diabetes do tipo 2, uma maior adesão a padrões de dieta com baixo teor de carboidratos foi associada a uma mortalidade por todas as causas significativamente menor.[184]Hu Y, Liu G, Yu E, et al. Low-carbohydrate diet scores and mortality among adults with incident type 2 diabetes. Diabetes Care. 2023 Apr 1;46(4):874-84.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10090909
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36787923?tool=bestpractice.com
No entanto, o grau ideal de restrição de carboidratos e os efeitos em longo prazo sobre a DCV ainda não estão claros.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Tanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto as diretrizes europeias enfatizam que a qualidade dos carboidratos, e não a quantidade, é fundamental.[133]Diabetes and Nutrition Study Group (DNSG) of the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Evidence-based European recommendations for the dietary management of diabetes. Diabetologia. 2023 Jun;66(6):965-85.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-023-05894-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37069434?tool=bestpractice.com
[185]World Health Organization. Carbohydrate intake for adults and children: WHO guideline. Jul 2023 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240073593
O conceito de qualidade dos carboidratos se refere à natureza e à composição dos carboidratos em um alimento ou na dieta, incluindo a proporção de açúcares, a rapidez com que os polissacarídeos são metabolizados e liberam glicose no corpo (ou seja, a digestibilidade), e a quantidade de fibra alimentar. Recomenda-se que a ingestão dos carboidratos provenha principalmente de alimentos ricos em fibras, como cereais integrais, vegetais, frutas inteiras e grãos de leguminosas.[133]Diabetes and Nutrition Study Group (DNSG) of the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Evidence-based European recommendations for the dietary management of diabetes. Diabetologia. 2023 Jun;66(6):965-85.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-023-05894-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37069434?tool=bestpractice.com
[185]World Health Organization. Carbohydrate intake for adults and children: WHO guideline. Jul 2023 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240073593
As dietas ricas em fibras naturais demonstraram proteger contra a doença cardiometabólica e a mortalidade prematura.[133]Diabetes and Nutrition Study Group (DNSG) of the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Evidence-based European recommendations for the dietary management of diabetes. Diabetologia. 2023 Jun;66(6):965-85.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-023-05894-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37069434?tool=bestpractice.com
Ao escolher alimentos ricos em fibras, vise cereais integrais minimamente processados e praticamente intactos, em vez de produtos com cereais integrais finamente moídos que possam também conter adição de açúcares, sódio e gorduras saturadas.[133]Diabetes and Nutrition Study Group (DNSG) of the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Evidence-based European recommendations for the dietary management of diabetes. Diabetologia. 2023 Jun;66(6):965-85.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-023-05894-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37069434?tool=bestpractice.com
[185]World Health Organization. Carbohydrate intake for adults and children: WHO guideline. Jul 2023 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240073593
Os alimentos enriquecidos com fibras e suplementos de fibras podem ser considerados quando não for possível obter uma ingestão suficiente apenas com a dieta.[133]Diabetes and Nutrition Study Group (DNSG) of the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Evidence-based European recommendations for the dietary management of diabetes. Diabetologia. 2023 Jun;66(6):965-85.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-023-05894-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37069434?tool=bestpractice.com
Há algumas evidências que sugerem que reduzir a ingestão de alimentos com alto índice glicêmico e, em geral, reduzir a carga glicêmica pode ser benéfico para prevenir a DCV; no entanto, as diretrizes da OMS não fazem nenhuma recomendação sobre isso, observando que houve uma ausência de benefícios consistentes das dietas com menor índice glicêmico ou carga glicêmica em estudos observacionais, e pouca ou nenhuma melhora nos fatores de risco cardiometabólico em ensaios clínicos randomizados e controlados associados a menor índice glicêmico e carga glicêmica.[185]World Health Organization. Carbohydrate intake for adults and children: WHO guideline. Jul 2023 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240073593
[186]Jenkins DJA, Willett WC, Yusuf S, et al. Association of glycaemic index and glycaemic load with type 2 diabetes, cardiovascular disease, cancer, and all-cause mortality: a meta-analysis of mega cohorts of more than 100 000 participants. Lancet Diabetes Endocrinol. 2024 Feb;12(2):107-18.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38272606?tool=bestpractice.com
Substituir gorduras saturadas e gorduras trans por gorduras insaturadas e carboidratos de alimentos que contêm fibras alimentares naturais (como cereais integrais, vegetais, frutas e leguminosas) reduz o colesterol LDL (LDL-C) e também reduz o risco de DCV.[170]Evert AB, Dennison M, Gardner CD, et al. Nutrition therapy for adults with diabetes or prediabetes: a consensus report. Diabetes Care. 2019 Apr 18;42(5):731-54.
http://care.diabetesjournals.org/content/42/5/731.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31000505?tool=bestpractice.com
[187]Schwab U, Reynolds AN, Sallinen T, et al. Dietary fat intakes and cardiovascular disease risk in adults with type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis. Eur J Nutr. 2021 Sep;60(6):3355-63.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33611616?tool=bestpractice.com
[188]World Health Organization. Saturated fatty acid and trans-fatty acid intake for adults and children: WHO guideline. Jul 2023 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240073630
A gordura saturada deve compreender <10% da ingestão total de energia, e as gorduras trans <1%.[133]Diabetes and Nutrition Study Group (DNSG) of the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Evidence-based European recommendations for the dietary management of diabetes. Diabetologia. 2023 Jun;66(6):965-85.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-023-05894-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37069434?tool=bestpractice.com
[188]World Health Organization. Saturated fatty acid and trans-fatty acid intake for adults and children: WHO guideline. Jul 2023 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240073630
As gorduras alimentares devem ser provenientes principalmente de alimentos vegetais ricos em gorduras mono e poli-insaturadas, como nozes, sementes e óleos vegetais não tropicais não hidrogenados (por exemplo, azeite de oliva, óleo de colza/canola, óleo de soja, óleo de girassol, óleo de linhaça).[133]Diabetes and Nutrition Study Group (DNSG) of the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Evidence-based European recommendations for the dietary management of diabetes. Diabetologia. 2023 Jun;66(6):965-85.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-023-05894-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37069434?tool=bestpractice.com
As pessoas com diabetes, sobrepeso ou obesidade devem receber suporte nutricional baseado em evidências para atingir e manter a perda do peso.[133]Diabetes and Nutrition Study Group (DNSG) of the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Evidence-based European recommendations for the dietary management of diabetes. Diabetologia. 2023 Jun;66(6):965-85.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-023-05894-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37069434?tool=bestpractice.com
Segundo as diretrizes europeias, uma variedade de dietas para perda de peso pode ser usada de forma igualmente efetiva, desde que possam ser seguidas e atendam às recomendações de ingestão de proteínas, gorduras, micronutrientes e fibras. No entanto, não são recomendadas nem as dietas cetogênicas com alto teor de carboidratos nem com teor muito baixo de carboidratos.[133]Diabetes and Nutrition Study Group (DNSG) of the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Evidence-based European recommendations for the dietary management of diabetes. Diabetologia. 2023 Jun;66(6):965-85.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-023-05894-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37069434?tool=bestpractice.com
Uma revisão sistemática "guarda-chuva" de metanálises de estudos publicadas que compararam dietas hipoenergéticas para controle do peso em pessoas com diabetes tipo 2 não encontrou evidências de nenhuma dieta específica para a perda de peso em relação às outras (por exemplo, dieta com baixo teor de carboidratos, alto de teor de proteínas, com baixo índice glicêmico, mediterrânea, com alto teor de ácidos graxos monoinsaturados ou vegetariana).[189]Churuangsuk C, Hall J, Reynolds A, et al. Diets for weight management in adults with type 2 diabetes: an umbrella review of published meta-analyses and systematic review of trials of diets for diabetes remission. Diabetologia. 2022 Jan;65(1):14-36.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8660762
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34796367?tool=bestpractice.com
O jejum intermitente ou a alimentação com restrição no tempo como estratégias para controle do peso e da glicose ganharam popularidade.[190]Tagde P, Tagde S, Bhattacharya T, et al. Multifaceted effects of intermittent fasting on the treatment and prevention of diabetes, cancer, obesity or other chronic diseases. Curr Diabetes Rev. 2022;18(9):e131221198789.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34961463?tool=bestpractice.com
Elas mostraram proporcionar perda de peso leve a moderada (perda de 3% a 8% em relação à linha basal), mas sem diferença significativa na perda de peso quando comparadas com a restrição calórica contínua.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A ADA aconselha que, devido à sua simplicidade, o jejum intermitente pode ser uma estratégia útil para as pessoas com diabetes que buscam ferramentas práticas de manejo alimentar.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
As pessoas com diabetes que tomam insulina e/ou secretagogos devem ser monitoradas clinicamente durante o período de jejum.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
As evidências indicam que dietas de baixa e muito baixa energia (<3500 kJ/dia [<840 kcal/dia]), que usam produtos alimentares com fórmulas de reposição total (substituindo todas as refeições) ou produtos líquidos para substituição parcial das refeições (substituindo 1 a 2 refeições por dia) para a fase de perda de peso, são mais efetivas para a perda de peso e a redução de outros fatores de risco cardiometabólico quando comparadas com os resultados de dietas à base de alimentos autoadministradas para a perda de peso.[133]Diabetes and Nutrition Study Group (DNSG) of the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Evidence-based European recommendations for the dietary management of diabetes. Diabetologia. 2023 Jun;66(6):965-85.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-023-05894-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37069434?tool=bestpractice.com
[191]Lean ME, Leslie WS, Barnes AC, et al. Primary care-led weight management for remission of type 2 diabetes (DiRECT): an open-label, cluster-randomised trial. Lancet. 2018 Feb 10;391(10120):541-51.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29221645?tool=bestpractice.com
As dietas em fórmulas nutricionalmente completas e de baixa energia, com uma fase de indução com reposição total da dieta, parecem também ser a abordagem alimentar mais efetiva para se alcançar a remissão do diabetes do tipo 2.[133]Diabetes and Nutrition Study Group (DNSG) of the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Evidence-based European recommendations for the dietary management of diabetes. Diabetologia. 2023 Jun;66(6):965-85.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00125-023-05894-8
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37069434?tool=bestpractice.com
Um estudo de coorte de base populacional constatou que quem alcançou a remissão do diabetes, mesmo que por um curto período, apresentou um risco muito menor de eventos de DCV, inclusive de infartos do miocárdio (IAM) e AVCs, bem como de complicações macro e microvasculares.[192]Dambha-Miller H, Hounkpatin HO, Stuart B, et al. Type 2 diabetes remission trajectories and variation in risk of diabetes complications: a population-based cohort study. PLoS One. 2023 Aug 29;18(8):e0290791.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10464964
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37643199?tool=bestpractice.com
Após o sucesso de um programa piloto que visou proporcionar um tratamento alimentar de baixas calorias para pessoas recém-diagnosticadas com diabetes do tipo 2 e vivendo com sobrepeso ou obesidade, o NHS lançou o Type 2 Diabetes Path to Remission (T2DR), um programa gratuito, com duração de um ano, cujo objetivo é promover a perda de peso em pessoas com sobrepeso (índice de massa corporal [IMC] de 27 kg/m² ou mais nas pessoas de grupos étnicos brancos, ajustado para 25 kg/m² ou mais nas pessoas negras, asiáticas e outros grupos étnicos) e recém-diagnosticadas com diabetes do tipo 2, com o objetivo de induzir a remissão do diabetes sempre que possível.[193]NHS England. NHS type 2 diabetes path to remission programme service specification (2023). Feb 2024 [internet publication].
https://www.england.nhs.uk/long-read/nhs-type-2-diabetes-path-to-remission-programme-service-specification-2023
Os usuários do serviço seguem uma dieta composta exclusivamente por produtos de reposição alimentar total nutricionalmente completos, com ingestão total de energia de 800 a 900 quilocalorias por dia, por 12 semanas, seguida por um período de reintrodução alimentar e posterior apoio à manutenção do peso, com uma duração total de 12 meses.
Atividade física
Um estilo de vida sedentário é um grande fator de risco para DCV.[69]Wahid A, Manek N, Nichols M, et al. Quantifying the association between physical activity and cardiovascular disease and diabetes: a systematic review and meta-analysis. J Am Heart Assoc. 2016 Sep 14;5(9):e002495.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5079002
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27628572?tool=bestpractice.com
[70]Vasankari V, Husu P, Vähä-Ypyä H, et al. Association of objectively measured sedentary behaviour and physical activity with cardiovascular disease risk. Eur J Prev Cardiol. 2017 Aug;24(12):1311-8.
https://academic.oup.com/eurjpc/article/24/12/1311/5926905
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28530126?tool=bestpractice.com
Muitos indivíduos com diabetes do tipo 2 não atingem o nível de exercício recomendado por semana.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[71]Bazargan-Hejazi S, Arroyo JS, Hsia S, et al. A racial comparison of differences between self-reported and objectively measured physical activity among US adults with diabetes. Ethn Dis. 2017 Fall;27(4):403-10.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5720950
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29225441?tool=bestpractice.com
A atividade física melhora o controle glicêmico, lipídios, PA, sensibilidade à insulina e marcadores de inflamação no diabetes do tipo 2.[48]Joseph JJ, Deedwania P, Acharya T, et al. Comprehensive management of cardiovascular risk factors for adults with type 2 diabetes: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2022 Mar;145(9):e722-59.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001040
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35000404?tool=bestpractice.com
[72]Colberg SR, Sigal RJ, Yardley JE, et al. Physical activity/exercise and diabetes: a position statement of the American Diabetes Association. Diabetes Care. 2016 Nov;39(11):2065-79.
http://care.diabetesjournals.org/content/39/11/2065.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27926890?tool=bestpractice.com
[173]Wormgoor SG, Dalleck LC, Zinn C, et al. Effects of high-intensity interval training on people living with type 2 diabetes: a narrative review. Can J Diabetes. 2017 Oct;41(5):536-47.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28366674?tool=bestpractice.com
[194]Batty GD, Shipley MJ, Marmot M, et al. Physical activity and cause-specific mortality in men with type 2 diabetes/impaired glucose tolerance: evidence from the Whitehall study. Diabet Med. 2002 Jul;19(7):580-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12099962?tool=bestpractice.com
Uma maior atividade física está associada a um menor risco de DCV e uma menor mortalidade por todas as causas tanto no diabetes do tipo 1 quanto do tipo 2.[48]Joseph JJ, Deedwania P, Acharya T, et al. Comprehensive management of cardiovascular risk factors for adults with type 2 diabetes: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2022 Mar;145(9):e722-59.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001040
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35000404?tool=bestpractice.com
[73]Rietz M, Lehr A, Mino E, et al. Physical activity and risk of major diabetes-related complications in individuals with diabetes: a systematic review and meta-analysis of observational studies. Diabetes Care. 2022 Dec 1;45(12):3101-11.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9862380
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36455117?tool=bestpractice.com
[123]Rahman H, Khan SU, Lone AN, et al. Sodium-glucose cotransporter-2 inhibitors and primary prevention of atherosclerotic cardiovascular disease: a meta-analysis of randomized trials and systematic review. J Am Heart Assoc. 2023 Aug 15;12(16):e030578.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10492958
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37581396?tool=bestpractice.com
[195]Tikkanen-Dolenc H, Wadén J, Forsblom C, et al. Physical activity reduces risk of premature mortality in patients with type 1 diabetes with and without kidney disease. Diabetes Care. 2017 Dec;40(12):1727-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29038314?tool=bestpractice.com
Pelo menos 150 minutos por semana de atividade física aeróbica de intensidade moderada a vigorosa é recomendado para adultos com diabetes.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A atividade física deve ser distribuída por pelo menos 3 dias por semana, com no máximo 2 dias consecutivos sem exercícioss.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Indivíduos mais jovens e mais fisicamente aptos devem almejar ≥75 minutos por semana de exercícios de intensidade vigorosa ou treinamento intervalado.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Na ausência de contraindicações, também se recomendam treinos de resistência 2 a 3 vezes por semana em dias não consecutivos.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A American Diabetes Association (ADA) recomenda interromper as atividades sedentárias a cada 30 minutos com períodos curtos de atividade física.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Os idosos também podem se beneficiar de exercícios de flexibilidade e equilíbrio 2 a 3 vezes por semana.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A ADA recomenda a avaliação dos seguintes aspectos antes de se iniciar um programa de exercícios: idade; condição física; PA; e presença ou ausência de neuropatia autonômica ou neuropatia periférica, comprometimento do equilíbrio, história de úlceras nos pés ou pé de Charcot, ou retinopatia proliferativa não tratada.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A European Society of Cardiology (ESC) recomenda que qualquer intervenção com exercícios seja adaptada de acordo com a fragilidade do paciente e as comorbidades associadas ao diabetes, como a retinopatia.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
A European Association of Preventive Cardiology recomenda o teste de isquemia miocárdica silenciosa antes de iniciar um programa de exercícios em pacientes com diabetes do tipo 2 e DCV, enquanto a ADA afirma que o julgamento clínico deve ser usado para determinar se deve-se rastrear indivíduos assintomáticos para doença arterial coronariana (DAC) antes de recomendar um programa de exercícios.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[196]Kemps H, Kränkel N, Dörr M, et al. Exercise training for patients with type 2 diabetes and cardiovascular disease: what to pursue and how to do it – position paper of the European Association of Preventive Cardiology (EAPC). Eur J Prev Cardiol. 2019 May;26(7):709-27.
https://academic.oup.com/eurjpc/article/26/7/709/5925108
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30642190?tool=bestpractice.com
Abandono do hábito de fumar
Todos os pacientes com diabetes devem ser aconselhados evitar o tabagismo ou abandonar o hábito de fumar.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
O aconselhamento sobre o tabagismo e outras formas de terapia para o abandono do hábito de fumar devem ser incorporados nos cuidados de rotina do diabetes.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Vareniclina combinada com terapia de reposição de nicotina pode ser mais eficaz que a varenicline isolada.[197]Koegelenberg CF, Noor F, Bateman ED, et al. Efficacy of varenicline combined with nicotine replacement therapy vs varenicline alone for smoking cessation: a randomized clinical trial. JAMA. 2014 Jul;312(2):155-61.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/1886188
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25005652?tool=bestpractice.com
A ADA não oferece suporte a cigarros eletrônicos como uma alternativa ao tabagismo ou para facilitar o abandono do hábito de fumar.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Os pacientes que param de fumar são propensos ao ganho de peso; portanto, é importante ter estratégias de controle de peso para maximizar os benefícios cardiovasculares do abandono do hábito de fumar.[48]Joseph JJ, Deedwania P, Acharya T, et al. Comprehensive management of cardiovascular risk factors for adults with type 2 diabetes: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2022 Mar;145(9):e722-59.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001040
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35000404?tool=bestpractice.com
Controle do peso
Na maioria dos pacientes com diabetes do tipo 2 e sobrepeso ou obesidade, recomenda-se uma perda de peso ≥5% por meio de dieta, atividade física e terapia comportamental.[2]International Diabetes Federation. Diabetes and cardiovascular disease. Brussels, Belgium: International Diabetes Federation; 2016.
https://idf.org/our-activities/care-prevention/cardiovascular-disease/cvd-report.html
[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Os benefícios da perda de peso são progressivos e, portanto, metas de perda de peso mais intensas (ou seja, 15%) podem ser úteis para maximizar o benefício.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Farmacoterapia
A farmacoterapia para a obesidade deve ser considerada como adjuvante às intervenções de estilo de vida e ao aconselhamento comportamental para melhorar os fatores de risco cardiovascular nas pessoas com diabetes do tipo 2 com sobrepeso ou obesidade.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[175]Samson SL, Vellanki P, Blonde L, et al. American Association of Clinical Endocrinology consensus statement: comprehensive type 2 diabetes management algorithm - 2023 update. Endocr Pract. 2023 May;29(5):305-40.
https://www.endocrinepractice.org/article/S1530-891X(23)00034-4/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37150579?tool=bestpractice.com
Para aqueles com um IMC ≥27 kg/m² (≥25 kg/m² para ásio-americanos) que estiverem motivados a perder peso, deve-se tentar inicialmente um uso de medicamentos por 3 meses. Quando a perda de peso for <5% após 3 meses, é preciso ponderar os benefícios de uma continuação do tratamento no contexto da resposta glicêmica, da disponibilidade de outras possíveis opções de tratamento, da tolerância ao tratamento e da carga geral do tratamento.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A ADA recomenda que os agentes com efeitos de redução da glicose e perda de peso sejam usados como primeira linha; isso inclui os agonistas do receptor do peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1) e o agonista duplo do receptor do polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose (GIP)/GLP-1 tirzepatida.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Dois ensaios de fase 3 em adultos com obesidade demonstraram perdas médias de 15% a 21% do peso corporal com a dose mais alta de tirzepatida, com efeitos adversos semelhantes aos observados com agonistas do receptor GLP-1.[198]Jastreboff AM, Aronne LJ, Ahmad NN, et al. Tirzepatide once weekly for the treatment of obesity. N Engl J Med. 2022 Jul 21;387(3):205-16.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2206038
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35658024?tool=bestpractice.com
[199]Garvey WT, Frias JP, Jastreboff AM, et al. Tirzepatide once weekly for the treatment of obesity in people with type 2 diabetes (SURMOUNT-2): a double-blind, randomised, multicentre, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet. 2023 Aug 19;402(10402):613-26.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37385275?tool=bestpractice.com
No maior dos dois ensaios, mais de 80% dos participantes em todos os grupos de tratamento com tirzepatida perderam ≥5% do peso corporal, em comparação com 35% daqueles atribuídos aos placebo.[198]Jastreboff AM, Aronne LJ, Ahmad NN, et al. Tirzepatide once weekly for the treatment of obesity. N Engl J Med. 2022 Jul 21;387(3):205-16.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2206038
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35658024?tool=bestpractice.com
Com a maior redução do peso corporal, houve maiores reduções na HbA1c, nos triglicerídeos, na circunferência da cintura e na PA.[200]Małecki MT, Batterham RL, Sattar N, et al. Predictors of ≥15% weight reduction and associated changes in cardiometabolic risk factors with tirzepatide in adults with type 2 diabetes in SURPASS 1-4. Diabetes Care. 2023 Dec 1;46(12):2292-9.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10698219
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37824793?tool=bestpractice.com
A tirzepatida está aprovada para o controle crônico do peso em adultos com obesidade ou naqueles com sobrepeso e com pelo menos uma condição relacionada ao peso (como hipertensão, diabetes do tipo 2 ou colesterol alto), para uso em adição a uma dieta hipocalórica e a um aumento da atividade física.
Se esses medicamentos não forem tolerados ou forem contraindicados, outras abordagens de tratamento da obesidade devem ser consideradas, incluindo fentermina, orlistate, fentermina/topiramato, ou naltrexona/bupropiona.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A ESC recomenda um agonista do receptor de GLP-1 ou um inibidor da proteína cotransportadora de sódio e glicose 2 (SGLT2) como agentes de escolha para redução da glicose nos pacientes com diabetes do tipo 2 e sobrepeso e obesidade, tendo em vista seus benefícios cardiovasculares comprovados para esses pacientes.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[201]Palmer SC, Tendal B, Mustafa RA, et al. Sodium-glucose cotransporter protein-2 (SGLT-2) inhibitors and glucagon-like peptide-1 (GLP-1) receptor agonists for type 2 diabetes: systematic review and network meta-analysis of randomised controlled trials. BMJ. 2021 Jan 13;372:m4573.
https://www.bmj.com/content/372/bmj.m4573.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33441402?tool=bestpractice.com
Para aqueles que não atingirem as metas, a ADA recomenda avaliar as terapias de controle do peso e intensificar o tratamento com abordagens adicionais (por exemplo, cirurgia metabólica, outros agentes farmacológicos e programas estruturados de manejo do estilo de vida).[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Além de considerar medicamentos específicos para tratar a obesidade, os profissionais da saúde devem avaliar cuidadosamente os medicamentos do indivíduo e, sempre que possível, minimizar ou oferecer alternativas para os medicamentos que promovam ganho de peso. Os exemplos de medicamentos associados a ganho de peso incluem os antipsicóticos (por exemplo, clozapina, olanzapina, risperidona), alguns antidepressivos (por exemplo, antidepressivos tricíclicos, alguns inibidores seletivos de recaptação de serotonina, inibidores da monoaminoxidase), glicocorticoides, progestinas injetáveis, alguns anticonvulsivantes (por exemplo, gabapentina, pregabalina), betabloqueadores e, possivelmente, anti-histamínicos e anticolinérgicos sedativos.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Cirurgia metabólica (bariátrica)
Um grande número de estudos demonstrou que a cirurgia metabólica promove um manejo glicêmico superior e reduz o risco cardiovascular em pessoas com diabetes tipo 2 e obesidade em comparação com as intervenções não cirúrgicas.[10]Cosentino F, Verma S, Ambery P, et al. Cardiometabolic risk management: insights from a European Society of Cardiology Cardiovascular Round Table. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4141-56.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4141/7224026
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37448181?tool=bestpractice.com
[202]Courcoulas AP, Patti ME, Hu B, et al. Long-term outcomes of medical management vs bariatric surgery in type 2 diabetes. JAMA. 2024 Feb 27;331(8):654-64.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2815401
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38411644?tool=bestpractice.com
Demonstrou-se também que ela reduz as complicações microvasculares, o risco de câncer e a mortalidade por todas as causas em pessoas com obesidade e diabetes do tipo 2.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[203]Hussain S, Khan MS, Jamali MC, et al. Impact of bariatric surgery in reducing macrovascular complications in severely obese T2DM patients. Obes Surg. 2021 May;31(5):1929-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33409981?tool=bestpractice.com
[204]Cohen R, Sforza NS, Clemente RG. Impact of metabolic surgery on type 2 diabetes mellitus, cardiovascular risk factors, and mortality: a review. Curr Hypertens Rev. 2021;17(2):159-69.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32753020?tool=bestpractice.com
[205]Cui B, Wang G, Li P, et al. Disease-specific mortality and major adverse cardiovascular events after bariatric surgery: a meta-analysis of age, sex, and BMI-matched cohort studies. Int J Surg. 2023 Mar 1;109(3):389-400.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10389244
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36928139?tool=bestpractice.com
Vale ressaltar que uma metanálise relatou uma redução de 50% nas complicações macrovasculares após a cirurgia metabólica em pacientes com diabetes do tipo 2 e obesidade extrema (IMC ≥40 kg/m²).[203]Hussain S, Khan MS, Jamali MC, et al. Impact of bariatric surgery in reducing macrovascular complications in severely obese T2DM patients. Obes Surg. 2021 May;31(5):1929-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33409981?tool=bestpractice.com
Outra metanálise revelou que a cirurgia metabólica reduziu o risco de qualquer evento cardiovascular em 44% e produziu uma redução de risco de mais de 55% na mortalidade geral e 69% na mortalidade cardiovascular em pacientes com diabetes do tipo 2.[206]Obeso-Fernández J, Millan-Alanis JM, Sáenz-Flores M, et al. Benefits of metabolic surgery on macrovascular outcomes in adult patients with type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis. Surg Obes Relat Dis. 2024 Feb;20(2):202-12.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37845131?tool=bestpractice.com
A gastrectomia vertical e o bypass gástrico em Y de Roux (BGYR) são os procedimentos mais comumente realizados. Ambos resultam em uma bolsa estomacal anatomicamente menor; na gastrectomia vertical, aproximadamente 80% do estômago é removido, deixando para trás uma bolsa longa e fina em forma de manga, enquanto o BGYR cria uma bolsa estomacal muito menor (aproximadamente do tamanho de uma noz), que é então fixada ao intestino delgado distal, ignorando assim o duodeno e o jejuno.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A ADA recomenda a cirurgia metabólica para tratar o diabetes do tipo 2 em adultos com IMC ≥30 kg/m² (≥27.5 kg/m² para ásio-americanos) que são bons candidatos à cirurgia.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A ESC recomenda que a cirurgia metabólica seja considerada para todos os pacientes com diabetes do tipo 2 e IMC ≥35 kg/m² que não tiverem alcançado uma perda de peso suficiente por meio de intervenções no estilo de vida e de medicamentos.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
A cirurgia metabólica é melhor realizada em um centro especializado de alto volume para reduzir o risco de complicações perioperatórias e de longo prazo.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Para obter informações mais abrangentes, consulte Obesidade em adultos.
Controle glicêmico de longa duração
O aumento da gravidade da hiperglicemia está correlacionado a um aumento do risco cardiovascular.[48]Joseph JJ, Deedwania P, Acharya T, et al. Comprehensive management of cardiovascular risk factors for adults with type 2 diabetes: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2022 Mar;145(9):e722-59.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001040
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35000404?tool=bestpractice.com
[207]Cavero-Redondo I, Peleteiro B, Álvarez-Bueno C, et al. Glycated haemoglobin A1c as a risk factor of cardiovascular outcomes and all-cause mortality in diabetic and non-diabetic populations: a systematic review and meta-analysis. BMJ Open. 2017 Jul 31;7(7):e015949.
https://bmjopen.bmj.com/content/7/7/e015949.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28760792?tool=bestpractice.com
Uma metanálise revelou que as terapias anti-hiperglicêmicas reduzem os principais eventos cardíacos adversos de maneira dependente da HbA1c.[208]Hasebe M, Yoshiji S, Keidai Y, et al. Efficacy of antihyperglycemic therapies on cardiovascular and heart failure outcomes: an updated meta-analysis and meta-regression analysis of 35 randomized cardiovascular outcome trials. Cardiovasc Diabetol. 2023 Mar 19;22(1):62.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10024854
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36935489?tool=bestpractice.com
No entanto, três grandes estudos, o ACCORD (Action to Control Cardiovascular Risk in Diabetes), o ADVANCE (Action in Diabetes and Vascular Disease), e o VADT (Veterans Administration Diabetes Trial) descobriram que um controle glicêmico muito intensivo (meta de HbA1c de <42 a 48 mmol/mol [de 6.0% a 6.5%] ao longo de 3 a 5 anos) não reduziu os eventos macrovasculares em adultos com diabetes do tipo 2.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[209]Duckworth W, Abraira C, Moritz T, et al. Glucose control and vascular complications in veterans with type 2 diabetes. N Engl J Med. 2009 Jan 8;360(2):129-39.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0808431
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19092145?tool=bestpractice.com
[210]Reaven PD, Emanuele NV, Wiitala WL, et al; VADT Investigators. Intensive glucose control in patients with type 2 diabetes - 15-year follow-up. N Engl J Med. 2019 Jun 6;380(23):2215-24.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31167051?tool=bestpractice.com
[211]ACCORD Study Group. Nine-year effects of 3.7 years of intensive glycemic control on cardiovascular outcomes. Diabetes Care. 2016 Jan 28;39(5):701-8.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4839177
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26822326?tool=bestpractice.com
[212]Zoungas S, Chalmers J, Ninomiya T, et al; ADVANCE Collaborative Group. Association of HbA1c levels with vascular complications and death in patients with type 2 diabetes: evidence of glycaemic thresholds. Diabetologia. 2011 Dec 21;55(3):636-43.
https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00125-011-2404-1
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22186981?tool=bestpractice.com
Em contraste, o controle glicêmico intensivo parece ter efeitos benéficos em longo prazo em relação ao risco de DCV em pacientes com diabetes do tipo 1.[213]Diabetes Control and Complications Trial (DCCT)/Epidemiology of Diabetes Interventions and Complications (EDIC) Study Research Group. Intensive diabetes treatment and cardiovascular outcomes in type 1 diabetes: the DCCT/EDIC Study 30-year follow-up. Diabetes Care. 2016 Feb 9;39(5):686-93.
http://care.diabetesjournals.org/content/39/5/686.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26861924?tool=bestpractice.com
Uma metanálise revelou que o controle glicêmico intensivo versus o padrão em pacientes com diabetes do tipo 2 foi associado a um menor risco de IAM não fatal, mas ausência de diferença significativa no risco de eventos adversos cardiovasculares importantes ou outros desfechos adversos cardiovasculares.[214]Kunutsor SK, Balasubramanian VG, Zaccardi F, et al. Glycaemic control and macrovascular and microvascular outcomes: a systematic review and meta-analysis of trials investigating intensive glucose-lowering strategies in people with type 2 diabetes. Diabetes Obes Metab. 2024 Jun;26(6):2069-81.
https://dom-pubs.pericles-prod.literatumonline.com/doi/10.1111/dom.15511
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38409644?tool=bestpractice.com
Um estudo de acompanhamento em longo prazo do controle glicêmico intensivo (6.9% versus 8.4% de HbA1c mediana) no diabetes do tipo 2 mostrou menos eventos cardiovasculares significativos por 1000 pessoas-anos, mas não apresentou melhora na sobrevida global.[215]Hayward RA, Reaven PD, Wiitala WL, et al; VADT Investigators. Follow-up of glycemic control and cardiovascular outcomes in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2015 Jun 4;372(23):2197-206.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1414266
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26039600?tool=bestpractice.com
Além disso, um acompanhamento do estudo ACCORD, que estudou o controle glicêmico intensivo versus o controle glicêmico padrão (<6.0% versus 7.0% a 7.9%) revelou que o IAM, a revascularização coronária e a angina instável foram menos frequentes no grupo intensivo que no grupo do tratamento padrão.[216]Gerstein HC, Miller ME, Ismail-Beigi F, et al; ACCORD Study Group. Effects of intensive glycaemic control on ischaemic heart disease: analysis of data from the randomised, controlled ACCORD trial. Lancet. 2014 Nov 29;384(9958):1936-41.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4397008
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25088437?tool=bestpractice.com
Os motivos para a discrepância não são claros. Aparentemente, pode haver um período de latência antes que se observe um benefício do controle glicêmico sobre o risco cardiovascular.[217]Holman R, Paul SK, Bethel MA, et al. 10-year follow-up of intensive glucose control in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2008 Oct 9;359(15):1577-89.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0806470
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18784090?tool=bestpractice.com
Outras possibilidades que podem influenciar os resultados incluem a magnitude ou a rapidez de reduções na HbA1c em pacientes sob tratamento intensivo; o efeito de medicamentos anti-hiperglicêmicos ou interações medicamentosas; hipoglicemia relacionada ao tratamento ou a idade de início da terapia.[218]Gerstein HC, Miller ME, et al; Action to Control Cardiovascular Risk in Diabetes Study Group. Effects of intensive glucose lowering in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2008 Jun 6;358(24):2545-59.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0802743
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18539917?tool=bestpractice.com
A ADA recomenda uma meta geral de HbA1c <7% (<53 mmol/mol) para os adultos não gestantes com diabetes para otimizar os desfechos clínicos, embora isso deva ser individualizado pelo médico após discussão com o paciente.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Se estiver sendo usado um dispositivo de monitoramento contínuo da glicose (MCG) para avaliar a glicemia, uma meta paralela é um tempo dentro da faixa >70% com um tempo abaixo da faixa <4% e um tempo abaixo de 3 mmol/L (<54 mg/dL) <1%.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Metas menos agressivas podem ser apropriadas para: idosos; pessoas com uma história de hipoglicemia grave; e pessoas com expectativa de vida limitada, complicações micro ou macrovasculares avançadas, ou condições comórbidas.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Se estiver sendo usado um dispositivo de MCG, a ADA recomenda uma meta de >50% do tempo dentro da faixa com <1% de tempo abaixo da faixa para as pessoas frágeis ou com alto risco de hipoglicemia.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Uma abordagem de tomada de decisão compartilhada centrada na pessoa deve orientar a escolha dos agentes farmacológicos para adultos com diabetes do tipo 2, considerando os efeitos sobre as comorbidades cardiovasculares e renais, a eficácia, risco de hipoglicemia, o impacto sobre o peso, o custo e o acesso, o risco de reações adversas e a tolerabilidade, e as preferências individuais.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
O plano de tratamento medicamentoso e o comportamento de administração dos medicamentos devem ser reavaliados em intervalos regulares (a ADA sugere de 3 a 6 meses) e a intensificação, desintensificação ou modificação do tratamento, conforme apropriadas para as pessoas que não atingem suas metas de tratamento individualizadas, não devem ser adiadas.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
As diretrizes dos EUA e da Europa continuam recomendando a metformina como tratamento de primeira linha para o controle glicêmico em pacientes com diabetes do tipo 2, independentemente da presença ou ausência de DCV aterosclerótica estabelecida.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[219]Davies MJ, Aroda VR, Collins BS, et al. Management of hyperglycemia in type 2 diabetes, 2022. A consensus report by the American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Diabetes Care. 2022 Nov 1;45(11):2753-86.
https://diabetesjournals.org/care/article/45/11/2753/147671/Management-of-Hyperglycemia-in-Type-2-Diabetes
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36148880?tool=bestpractice.com
[220]Qaseem A, Obley AJ, Shamliyan T, et al. Newer pharmacologic treatments in adults with type 2 diabetes: a clinical guideline from the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2024 May;177(5):658-66.
https://www.acpjournals.org/doi/full/10.7326/M23-2788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38639546?tool=bestpractice.com
A evidência do benefício cardiovascular da metformina é limitada; no entanto, ela não causa ganho de peso ou hipoglicemia, e está mais amplamente disponível em relação aos outros agentes.[48]Joseph JJ, Deedwania P, Acharya T, et al. Comprehensive management of cardiovascular risk factors for adults with type 2 diabetes: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2022 Mar;145(9):e722-59.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001040
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35000404?tool=bestpractice.com
As pessoas que não puderem receber metformina por causa de contraindicações ou intolerância podem usar um agente não insulínico alternativo ou iniciar a insulinoterapia. A ADA recomenda um agonista do receptor de GLP-1 em vez da insulina sempre que possível.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A terapia combinada precoce pode ser considerada nos adultos com diabetes do tipo 2 no início do tratamento para encurtar o tempo para atingir as metas de tratamento individualizadas.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Ao selecionar uma terapia adicional, os médicos devem considerar as evidências de benefícios, danos, carga para o paciente e custo dos medicamentos, além de realizar uma avaliação individualizada das preferências de cada paciente, da meta de controle glicêmico, das condições comórbidas e do risco de hipoglicemia sintomática.[220]Qaseem A, Obley AJ, Shamliyan T, et al. Newer pharmacologic treatments in adults with type 2 diabetes: a clinical guideline from the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2024 May;177(5):658-66.
https://www.acpjournals.org/doi/full/10.7326/M23-2788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38639546?tool=bestpractice.com
O American College of Physicians (ACP) agora recomenda que os inibidores de SGLT2 ou agonistas do receptor de GLP-1 sejam a terapia complementar de escolha para os pacientes com controle glicêmico inadequado.[220]Qaseem A, Obley AJ, Shamliyan T, et al. Newer pharmacologic treatments in adults with type 2 diabetes: a clinical guideline from the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2024 May;177(5):658-66.
https://www.acpjournals.org/doi/full/10.7326/M23-2788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38639546?tool=bestpractice.com
Ele informa que as sulfonilureias e as insulinas de ação prolongada são inferiores a esses medicamentos na redução da morbidade e da mortalidade por todas as causas, mas ainda podem ter algum valor limitado para o controle glicêmico. Os inibidores da dipeptidil peptidase-4 (DPP-4) não são recomendados como um complemento à metformina e às modificações no estilo de vida, à luz de evidências de alta certeza que mostram que isso não reduz a morbidade ou a mortalidade por todas as causas.[220]Qaseem A, Obley AJ, Shamliyan T, et al. Newer pharmacologic treatments in adults with type 2 diabetes: a clinical guideline from the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2024 May;177(5):658-66.
https://www.acpjournals.org/doi/full/10.7326/M23-2788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38639546?tool=bestpractice.com
Ao considerar o controle glicêmico em pacientes com sobrepeso ou obesidade, a ADA recomenda que os profissionais da saúde priorizem os medicamentos hipoglicemiantes com efeito benéfico sobre o peso.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Uma metanálise revelou que quando terapias de redução da glicemia foram associadas à perda de peso, o risco de mortalidade foi reduzido em 22% para cada redução de 1% na HbA1c.[221]Diallo A, Villard O, Carlos-Bolumbu M, et al. Effects of hypoglycaemic agents on reducing surrogate metabolic parameters for the prevention of cardiovascular events and death in patients with type 2 diabetes: A systematic review and meta-analysis. Diabetes Obes Metab. 2024 Feb;26(2):495-502.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37869934?tool=bestpractice.com
Além disso, reduções concomitantes na HbA1c e no peso corporal foram associadas a um risco significativamente menor de mortalidade e de eventos vasculares.
Os agentes associados a perda de peso clinicamente significativa incluem os agonistas do receptor de GLP-1, a tirzepatida, os inibidores de SGLT2, a metformina e os análogos da amilina.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Uma metanálise em rede de 531 ensaios com 279,118 participantes confirmou que a tirzepatida é o medicamento mais efetivo para reduzir o peso corporal (redução média de 8.57 kg), seguida por agonistas do receptor de GLP-1, inibidores do SGLT2, e metformina.[222]Shi Q, Nong K, Vandvik PO, et al. Benefits and harms of drug treatment for type 2 diabetes: systematic review and network meta-analysis of randomised controlled trials. BMJ. 2023 Apr 6;381:e074068.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10077111
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37024129?tool=bestpractice.com
Os inibidores de DPP-4, a bromocriptina (um agonista dopaminérgico de ação central), os inibidores da alfaglicosidase e os sequestrantes de ácidos biliares são considerados neutros em termos de peso.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Os secretagogos de insulina (sulfonilureias e meglitinidas), as tiazolidinedionas e a insulina são frequentemente associados ao ganho de peso.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Para obter mais informações, consulte Diabetes mellitus do tipo 2 em adultos e Diabetes mellitus do tipo 1.
Agentes anti-hiperglicêmicos com benefício cardiovascular e renal
Para os pacientes com DCV aterosclerótica estabelecida, fatores de risco significativos para DCV, insuficiência cardíaca estabelecida (com fração de ejeção preservada ou reduzida) ou doença renal crônica (DRC) estabelecida, a adição de um agonista do receptor de GLP-1 ou um inibidor de SGLT2 é fortemente recomendada (independentemente da HbA1c) para reduzir o risco de eventos adversos cardiovasculares ou renais.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[158]Heidenreich PA, Bozkurt B, Aguilar D, et al. 2022 AHA/ACC/HFSA guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2022 May 3;145(18):e895-1032.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001063
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35363499?tool=bestpractice.com
[223]Das SR, Everett BM, Birtcher KK, et al. 2020 Expert consensus decision pathway on novel therapies for cardiovascular risk reduction in patients with type 2 diabetes: a report of the American College of Cardiology Solution Set Oversight Committee. J Am Coll Cardiol. 2020 Sep 1;76(9):1117-45.
https://www.jacc.org/doi/full/10.1016/j.jacc.2020.05.037
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32771263?tool=bestpractice.com
A ADA e a European Association for the Study of Diabetes (EASD) recomendam que, para os pacientes nos quais a DCV aterosclerótica predomina (por exemplo, IAM prévio, angina instável, AVC isquêmico ou indicadores de alto risco cardiovascular presentes), um agonista do receptor de GLP-1 ou um inibidor de SGLT2 podem ser usados.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[219]Davies MJ, Aroda VR, Collins BS, et al. Management of hyperglycemia in type 2 diabetes, 2022. A consensus report by the American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Diabetes Care. 2022 Nov 1;45(11):2753-86.
https://diabetesjournals.org/care/article/45/11/2753/147671/Management-of-Hyperglycemia-in-Type-2-Diabetes
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36148880?tool=bestpractice.com
Embora as definições do que constitui alto risco cardiovascular variem, a maioria compreende ≥55 anos de idade com dois ou mais fatores de risco adicionais, como obesidade, hipertensão, tabagismo, dislipidemia ou albuminúria.[219]Davies MJ, Aroda VR, Collins BS, et al. Management of hyperglycemia in type 2 diabetes, 2022. A consensus report by the American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Diabetes Care. 2022 Nov 1;45(11):2753-86.
https://diabetesjournals.org/care/article/45/11/2753/147671/Management-of-Hyperglycemia-in-Type-2-Diabetes
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36148880?tool=bestpractice.com
Diretrizes publicadas pelo ACP e pela American Heart Association (AHA)/American Stroke Association especificam que os agonistas do receptor de GLP-1 devem ser priorizados nos pacientes com maior risco de AVC.[119]Bushnell C, Kernan WN, Sharrief AZ, et al. 2024 guideline for the primary prevention of stroke: a guideline from the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke. 2024 Dec;55(12):e344-424.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/STR.0000000000000475
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39429201?tool=bestpractice.com
[220]Qaseem A, Obley AJ, Shamliyan T, et al. Newer pharmacologic treatments in adults with type 2 diabetes: a clinical guideline from the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2024 May;177(5):658-66.
https://www.acpjournals.org/doi/full/10.7326/M23-2788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38639546?tool=bestpractice.com
Para aqueles pacientes em que predomina a insuficiência cardíaca ou a DRC, devem-se favorecer os inibidores de SGLT2.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[219]Davies MJ, Aroda VR, Collins BS, et al. Management of hyperglycemia in type 2 diabetes, 2022. A consensus report by the American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Diabetes Care. 2022 Nov 1;45(11):2753-86.
https://diabetesjournals.org/care/article/45/11/2753/147671/Management-of-Hyperglycemia-in-Type-2-Diabetes
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36148880?tool=bestpractice.com
[220]Qaseem A, Obley AJ, Shamliyan T, et al. Newer pharmacologic treatments in adults with type 2 diabetes: a clinical guideline from the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2024 May;177(5):658-66.
https://www.acpjournals.org/doi/full/10.7326/M23-2788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38639546?tool=bestpractice.com
A terapia combinada com um agonista do receptor de GLP-1 e um inibidor de SGLT2 pode ser apropriada para alguns pacientes para fornecer redução aditiva no risco de desfechos cardiovasculares e renais adversos (por exemplo, se a HbA1c permanecer acima da meta e o paciente estiver tomando um inibidor de SGLT2 ou um agonista do receptor GLP-1).[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Foi demonstrado que os inibidores de SGLT2 e os agonistas do receptor de GLP-1 reduzem os eventos cardiovasculares e em mortalidade em ensaios de desfechos e em estudos do mundo real, independentemente dos valores basais de HbA1c e do uso concomitante de medicamentos cardiovasculares.[48]Joseph JJ, Deedwania P, Acharya T, et al. Comprehensive management of cardiovascular risk factors for adults with type 2 diabetes: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2022 Mar;145(9):e722-59.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001040
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35000404?tool=bestpractice.com
[224]Sattar N, Lee MMY, Kristensen SL, et al. Cardiovascular, mortality, and kidney outcomes with GLP-1 receptor agonists in patients with type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis of randomised trials. Lancet Diabetes Endocrinol. 2021 Oct;9(10):653-62.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34425083?tool=bestpractice.com
[225]Zelniker TA, Wiviott SD, Raz I, et al. SGLT2 inhibitors for primary and secondary prevention of cardiovascular and renal outcomes in type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis of cardiovascular outcome trials. Lancet. 2018 Nov 10;393(10166):31-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30424892?tool=bestpractice.com
[226]Zerovnik S, Kos M, Locatelli I. Cardiovascular morbidity and mortality in patients with type 2 diabetes using novel antidiabetic medicines as add-on therapy: an observational real-world study. BMJ Open. 2021 Sep 13;11(9):e051549.
https://bmjopen.bmj.com/content/11/9/e051549.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34518273?tool=bestpractice.com
[227]Kunutsor SK, Zaccardi F, Balasubramanian VG, et al. Glycaemic control and macrovascular and microvascular outcomes in type 2 diabetes: systematic review and meta-analysis of cardiovascular outcome trials of novel glucose-lowering agents. Diabetes Obes Metab. 2024 May;26(5):1837-49.
https://dom-pubs.pericles-prod.literatumonline.com/doi/10.1111/dom.15500
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38379094?tool=bestpractice.com
[228]Mellbin LG, Bhatt DL, David JP, et al. Semaglutide and cardiovascular outcomes by baseline HbA1c in diabetes: the SUSTAIN 6 and PIONEER 6 trials. Eur Heart J. 2024 Apr 14;45(15):1371-4.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC11015952
[229]Huang X, Dannya E, Liu X, et al. Effect of sodium-glucose cotransporter-2 inhibitors on myocardial infarction incidence: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials and cohort studies. Diabetes Obes Metab. 2024 Mar;26(3):1040-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38086546?tool=bestpractice.com
[230]Yoshihara F, Imazu M, Sakuma I, et al. DAPagliflozin for the attenuation of albuminuria in Patients with hEaRt failure and type 2 diabetes (DAPPER study): a multicentre, randomised, open-label, parallel-group, standard treatment-controlled trial. EClinicalMedicine. 2023 Dec;66:102334.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10772256
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38192595?tool=bestpractice.com
[231]Sohn M, Frias JP, Lim S. Cardiovascular efficacy and safety of antidiabetic agents: a network meta-analysis of randomized controlled trials. Diabetes Obes Metab. 2023 Dec;25(12):3560-77.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37649320?tool=bestpractice.com
[232]Xie Y, Bowe B, Xian H, et al. Comparative effectiveness of SGLT2 inhibitors, GLP-1 receptor agonists, DPP-4 inhibitors, and sulfonylureas on risk of major adverse cardiovascular events: emulation of a randomised target trial using electronic health records. Lancet Diabetes Endocrinol. 2023 Sep;11(9):644-56.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37499675?tool=bestpractice.com
Uma metanálise Cochrane concluiu que os inibidores de SGLT2 e agonistas do receptor do GLP-1 reduzem a DCV e a mortalidade por todas as causas com alta certeza.[233]Kanie T, Mizuno A, Takaoka Y, et al. Dipeptidyl peptidase-4 inhibitors, glucagon-like peptide 1 receptor agonists and sodium-glucose co-transporter-2 inhibitors for people with cardiovascular disease: a network meta-analysis. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Oct 25;10(10):CD013650.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD013650.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34693515?tool=bestpractice.com
Evidências de alta certeza dão suporte ao uso de inibidores de SGLT2 para reduzir o risco de hospitalização por insuficiência cardíaca, com evidências de certeza moderada dando suporte ao uso de agonistas do receptor de GLP-1 para reduzir AVCs fatais e não fatais.[233]Kanie T, Mizuno A, Takaoka Y, et al. Dipeptidyl peptidase-4 inhibitors, glucagon-like peptide 1 receptor agonists and sodium-glucose co-transporter-2 inhibitors for people with cardiovascular disease: a network meta-analysis. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Oct 25;10(10):CD013650.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD013650.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34693515?tool=bestpractice.com
Outra metanálise revelou que, em pacientes com diabetes do tipo 2, os efeitos hipotensores dos inibidores de SGLT2 e agonistas do receptor de GLP-1 foram significativamente associados a uma redução na mortalidade e nos eventos cardiorrenais, sugerindo que esse efeito de redução da PA poderia ser visto como um indicador aditivo dos efeitos protetores cardiovasculares desses agentes.[234]Diallo A, Carlos-Bolumbu M, Galtier F. Blood pressure-lowering effects of SGLT2 inhibitors and GLP-1 receptor agonists for preventing of cardiovascular events and death in type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis. Acta Diabetol. 2023 Dec;60(12):1651-62.
https://www.doi.org/10.1007/s00592-023-02154-4
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37439858?tool=bestpractice.com
Inibidores de SGLT
Os inibidores de SGLT2 reduzem o risco de mortalidade por todas as causas, os eventos adversos cardiovasculares graves, a progressão da DRC e as hospitalizações devidas a insuficiência cardíaca congestiva.[220]Qaseem A, Obley AJ, Shamliyan T, et al. Newer pharmacologic treatments in adults with type 2 diabetes: a clinical guideline from the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2024 May;177(5):658-66.
https://www.acpjournals.org/doi/full/10.7326/M23-2788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38639546?tool=bestpractice.com
[235]Eraikhuemen N, Leung S, Warren SB, et al. Effects of the sodium-glucose cotransporter inhibitors on cardiovascular death and all-cause mortality: a systematic review and meta-analysis of randomized placebo-controlled clinical trials. Am J Cardiovasc Drugs. 2023 Mar;23(2):113-26.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36572841?tool=bestpractice.com
[236]Hinton W, Ansari AS, Whyte MB, et al. Sodium-glucose co-transporter-2 inhibitors in type 2 diabetes: are clinical trial benefits for heart failure reflected in real-world clinical practice? a systematic review and meta-analysis of observational studies. Diabetes Obes Metab. 2023 Feb;25(2):501-15.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36239122?tool=bestpractice.com
Foi demonstrado que eles melhoram os desfechos cardiovasculares em pacientes com insuficiência cardíaca, independentemente da fração de ejeção do ventrículo esquerdo e do status de diabetes do tipo 2.[222]Shi Q, Nong K, Vandvik PO, et al. Benefits and harms of drug treatment for type 2 diabetes: systematic review and network meta-analysis of randomised controlled trials. BMJ. 2023 Apr 6;381:e074068.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10077111
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37024129?tool=bestpractice.com
[237]Braunwald E. Gliflozins in the management of cardiovascular disease. N Engl J Med. 2022 May 26;386(21):2024-34.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35613023?tool=bestpractice.com
[238]Jhalani NB. Clinical Considerations for use of SGLT2 inhibitor therapy in patients with heart failure and reduced ejection fraction: a review. Adv Ther. 2022 Aug;39(8):3472-87.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9309138
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35699903?tool=bestpractice.com
[239]Anker SD, Butler J, Filippatos G, et al. Empagliflozin in heart failure with a preserved ejection fraction. N Engl J Med. 2021 Oct 14;385(16):1451-61.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2107038
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34449189?tool=bestpractice.com
[240]Solomon SD, McMurray JJV, Claggett B, et al. Dapagliflozin in heart failure with mildly reduced or preserved ejection fraction. N Engl J Med. 2022 Sep 22;387(12):1089-98.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2206286
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36027570?tool=bestpractice.com
[241]Usman MS, Siddiqi TJ, Anker SD, et al. Effect of SGLT2 inhibitors on cardiovascular outcomes across various patient populations. J Am Coll Cardiol. 2023 Jun 27;81(25):2377-87.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109723055055
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37344038?tool=bestpractice.com
[242]Chen J, Jiang C, Guo M, et al. Effects of SGLT2 inhibitors on cardiac function and health status in chronic heart failure: a systematic review and meta-analysis. Cardiovasc Diabetol. 2024 Jan 3;23(1):2.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10765651
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38172861?tool=bestpractice.com
[243]De Marzo V, Savarese G, Porto I, et al. Efficacy of SGLT2-inhibitors across different definitions of heart failure with preserved ejection fraction. J Cardiovasc Med (Hagerstown). 2023 Aug 1;24(8):537-43.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37409599?tool=bestpractice.com
[244]Vaduganathan M, Docherty KF, Claggett BL, et al. SGLT-2 inhibitors in patients with heart failure: a comprehensive meta-analysis of five randomised controlled trials. Lancet. 2022 Sep 3;400(10354):757-67.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36041474?tool=bestpractice.com
Os inibidores de SGLT2 que apresentam evidências mais fortes de redução do risco de DCV são a dapagliflozina, a canagliflozina e a empagliflozina.[121]Wiviott SD, Raz I, Bonaca MP, et al. Dapagliflozin and cardiovascular outcomes in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2019 Jan 24;380(4):347-57.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1812389
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30415602?tool=bestpractice.com
[219]Davies MJ, Aroda VR, Collins BS, et al. Management of hyperglycemia in type 2 diabetes, 2022. A consensus report by the American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Diabetes Care. 2022 Nov 1;45(11):2753-86.
https://diabetesjournals.org/care/article/45/11/2753/147671/Management-of-Hyperglycemia-in-Type-2-Diabetes
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36148880?tool=bestpractice.com
[245]McMurray JJV, Solomon SD, Inzucchi SE, et al. Dapagliflozin in patients with heart failure and reduced ejection fraction. N Engl J Med. 2019 Nov 21;381(21):1995-2008.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1911303
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31535829?tool=bestpractice.com
[246]Perkovic V, Jardine MJ, Neal B, et al. Canagliflozin and renal outcomes in type 2 diabetes and nephropathy. N Engl J Med. 2019 Jun 13;380(24):2295-306.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1811744
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30990260?tool=bestpractice.com
[247]Mahaffey KW, Jardine MJ, Bompoint S, et al. Canagliflozin and cardiovascular and renal outcomes in type 2 diabetes mellitus and chronic kidney disease in primary and secondary cardiovascular prevention groups. Circulation. 2019 Aug 27;140(9):739-50.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6727954
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31291786?tool=bestpractice.com
[248]Inzucchi SE, Kosiborod M, Fitchett D, et al. Improvement in cardiovascular outcomes with empagliflozin is independent of glycemic control. Circulation. 2018 Oct 23;138(17):1904-7.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.118.035759
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30354665?tool=bestpractice.com
[249]Ali AE, Mazroua MS, ElSaban M, et al. Effect of dapagliflozin in patients with heart failure: a systematic review and meta-analysis. Glob Heart. 2023 Aug 22;18(1):45.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10453961
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37636033?tool=bestpractice.com
[250]Zinman B, Wanner C, Lachin JM, et al. Empagliflozin, cardiovascular outcomes, and mortality in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2015 Nov 26;373(22):2117-28.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1504720
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26378978?tool=bestpractice.com
[251]Neal B, Perkovic V, Matthews DR. Canagliflozin and cardiovascular and renal events in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2017 Nov 23;377(21):2099. Apenas a empagliflozina e a canagliflozina demonstraram redução nos eventos adversos cardíacos importantes (MACE) em pacientes com diabetes do tipo 2.[252]Davies MJ, Drexel H, Jornayvaz FR, et al. Cardiovascular outcomes trials: a paradigm shift in the current management of type 2 diabetes. Cardiovasc Diabetol. 2022 Aug 4;21(1):144.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9351217
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35927730?tool=bestpractice.com
Ensaios com desfechos cardiovasculares em pacientes com diabetes do tipo 2:
O estudo EMPA-REG OUTCOME avaliou desfechos cardiovasculares com a empagliflozina em pacientes com DCV estabelecida. A empagliflozina foi superior ao placebo na redução do risco do desfecho primário composto de MACE de 3 pontos (IAM não fatal, AVC não fatal e mortalidade cardiovascular; MACE-3) e inesperadamente produziu uma redução de 35% no risco relativo de hospitalização por insuficiência cardíaca. A mortalidade por todas as causas também foi significativamente reduzida em 32% em comparação com o placebo.[250]Zinman B, Wanner C, Lachin JM, et al. Empagliflozin, cardiovascular outcomes, and mortality in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2015 Nov 26;373(22):2117-28.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1504720
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26378978?tool=bestpractice.com
Achados semelhantes foram observados para a canagliflozina no estudo do Programa CANVAS.[251]Neal B, Perkovic V, Matthews DR. Canagliflozin and cardiovascular and renal events in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2017 Nov 23;377(21):2099.[253]Rådholm K, Figtree G, Perkovic V, et al. Canagliflozin and heart failure in type 2 diabetes mellitus: results from the CANVAS program. Circulation. 2018 Jul 31;138(5):458-68.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6075881
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29526832?tool=bestpractice.com
O estudo DECLARE-TIMI 58 revelou que a dapagliflozina não reduziu significativamente o MACE-3, mas resultou em uma redução de 27% nas hospitalizações relacionadas a insuficiência cardíaca em comparação com o placebo.[121]Wiviott SD, Raz I, Bonaca MP, et al. Dapagliflozin and cardiovascular outcomes in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2019 Jan 24;380(4):347-57.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1812389
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30415602?tool=bestpractice.com
No entanto, ela diminuiu os desfechos cardiovasculares em uma subanálise do estudo primário confinada a participantes com IAM prévio.[254]Furtado RHM, Bonaca MP, Raz I, et al. Dapagliflozin and cardiovascular outcomes in patients with type 2 diabetes mellitus and previous myocardial infarction. Circulation. 2019 May 28;139(22):2516-27.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.119.039996
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30882239?tool=bestpractice.com
No estudo VERTIS-CV, a ertugliflozina não foi considerada superior ao placebo na redução do MACE-3 ou da da mortalidade cardiovascular; no entanto, foi relatada uma redução significativa nas hospitalizações por insuficiência cardíaca no braço da ertugliflozina.[255]Cannon CP, Pratley R, Dagogo-Jack S, et al. Cardiovascular outcomes with ertugliflozin in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2020 Oct 8;383(15):1425-35.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2004967
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32966714?tool=bestpractice.com
[256]Cosentino F, Cannon CP, Cherney DZI, et al. Efficacy of ertugliflozin on heart failure-related events in patients with type 2 diabetes mellitus and established atherosclerotic cardiovascular disease: results of the VERTIS CV trial. Circulation. 2020 Dec 8;142(23):2205-15.
https://www.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.120.050255
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33026243?tool=bestpractice.com
O estudo CREDENCE avaliou primariamente desfechos relacionados aos rins com a canagliflozina e encontrou uma redução significativa de 31% no desfecho composto secundário de morte cardiovascular e hospitalizações por insuficiência cardíaca com a canagliflozina em comparação ao placebo.[246]Perkovic V, Jardine MJ, Neal B, et al. Canagliflozin and renal outcomes in type 2 diabetes and nephropathy. N Engl J Med. 2019 Jun 13;380(24):2295-306.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1811744
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30990260?tool=bestpractice.com
Uma metanálise combinada desses ensaios revelou uma redução significativa nos MACE (mais aparente nos pacientes com DCV aterosclerótica estabelecida), mortalidade por todas as causas, mortes cardiovasculares e hospitalizações por insuficiência cardíaca. A maior magnitude do benefício foi a redução nos riscos de hospitalização por insuficiência cardíaca e de progressão da doença renal.[257]McGuire DK, Shih WJ, Cosentino F, et al. Association of SGLT2 inhibitors with cardiovascular and kidney outcomes in patients with type 2 diabetes: a meta-analysis. JAMA Cardiol. 2021 Feb 1;6(2):148-58.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7542529
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33031522?tool=bestpractice.com
Com base nesses achados, os inibidores de SGLT2 são recomendados no tratamento da insuficiência cardíaca, independentemente do status de diabetes.[158]Heidenreich PA, Bozkurt B, Aguilar D, et al. 2022 AHA/ACC/HFSA guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2022 May 3;145(18):e895-1032.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001063
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35363499?tool=bestpractice.com
[258]McDonagh TA, Metra M, Adamo M, et al. 2021 ESC guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure. Eur Heart J. 2021 Sep 21;42(36):3599-726.
https://www.doi.org/10.1093/eurheartj/ehab368
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34447992?tool=bestpractice.com
[259]McDonagh TA, Metra M, Adamo M, et al. 2023 focused update of the 2021 ESC guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3627-39.
https://www.doi.org/10.1093/eurheartj/ehad195
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622666?tool=bestpractice.com
Foi demonstrado que os inibidores de SGLT, particularmente a empagliflozina, revertem significativamente o remodelamento cardíaco em pacientes com insuficiência cardíaca.[260]Fan G, Guo DL. The effect of sodium-glucose cotransporter-2 inhibitors on cardiac structure remodeling and function: a meta-analysis of randomized controlled trials. Eur J Intern Med. 2023 Aug;114:49-57.
https://www.ejinme.com/article/S0953-6205(23)00115-2/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37062643?tool=bestpractice.com
[261]Huang YL, Xu XZ, Liu J, et al. Effects of new hypoglycemic drugs on cardiac remodeling: a systematic review and network meta-analysis. BMC Cardiovasc Disord. 2023 Jun 9;23(1):293.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10251583
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37296380?tool=bestpractice.com
[262]Zhang N, Wang Y, Tse G, et al. Effect of sodium-glucose cotransporter-2 inhibitors on cardiac remodelling: a systematic review and meta-analysis. Eur J Prev Cardiol. 2022 Feb 3;28(17):1961-73.
https://academic.oup.com/eurjpc/article/28/17/1961/6430917
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34792124?tool=bestpractice.com
[263]Wang Y, Zhong Y, Zhang Z, et al. Effect of sodium-glucose cotransporter protein-2 inhibitors on left ventricular hypertrophy in patients with type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis. Front Endocrinol (Lausanne). 2023 Jan 9;13:1088820.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9868415
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36699027?tool=bestpractice.com
[264]Theofilis P, Antonopoulos AS, Katsimichas T, et al. The impact of SGLT2 inhibition on imaging markers of cardiac function: a systematic review and meta-analysis. Pharmacol Res. 2022 Jun;180:106243.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35523389?tool=bestpractice.com
Uma metanálise analisou a eficácia dos inibidores de SGLT2 em idosos com diabetes do tipo 2 e insuficiência cardíaca e revelou que eles estiveram associados a uma redução significativa na mortalidade por todas as causas, nas mortes cardíacas e nas hospitalizações por insuficiência cardíaca, confirmando que suas vantagens cardioprotetoras se estendem à população frágil/idosa. Entretanto, eles não demonstraram efeito significativo na redução do risco de eventos macrovasculares (síndrome coronariana aguda ou AVC).[265]Aldafas R, Crabtree T, Alkharaiji M, et al. Sodium-glucose cotransporter-2 inhibitors (SGLT2) in frail or older people with type 2 diabetes and heart failure: a systematic review and meta-analysis. Age Ageing. 2024 Jan 2;53(1):afad254.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10825241
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38287703?tool=bestpractice.com
A ESC recomenda dapagliflozina ou empagliflozina para todos os pacientes com diabetes do tipo 2 e DRC para reduzir o risco de hospitalização por insuficiência cardíaca ou morte cardiovascular, independentemente de terem um diagnóstico de insuficiência cardíaca preexistente.[259]McDonagh TA, Metra M, Adamo M, et al. 2023 focused update of the 2021 ESC guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3627-39.
https://www.doi.org/10.1093/eurheartj/ehad195
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622666?tool=bestpractice.com
Os inibidores de SGLT2 também reduzem o risco de hipercalemia grave em pessoas com diabetes do tipo 2 com alto risco cardiovascular sem aumentar o risco de hipocalemia, permitindo a titulação da terapia medicamentosa direcionada por diretrizes em pacientes com insuficiência cardíaca.[266]Neuen BL, Oshima M, Agarwal R, et al. Sodium-glucose cotransporter 2 inhibitors and risk of hyperkalemia in people with type 2 diabetes: a meta-analysis of individual participant data from randomized, controlled trials. Circulation. 2022 May 10;145(19):1460-70.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIRCULATIONAHA.121.057736
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35394821?tool=bestpractice.com
Um declínio inicial na taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) é comumente observado após o início de um inibidor de SGLT2, mas esse declínio não está associado a risco subsequente de eventos cardiovasculares ou renais.[267]Mc Causland FR, Claggett BL, Vaduganathan M, et al. Decline in estimated glomerular filtration rate after dapagliflozin in heart failure with mildly reduced or preserved ejection fraction: a prespecified secondary analysis of the DELIVER randomized clinical trial. JAMA Cardiol. 2024 Feb 1;9(2):144-52.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10641768
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37952176?tool=bestpractice.com
Portanto, os inibidores de SGLT2 não devem ser interrompidos ou descontinuados em resposta a um declínio inicial da TFGe.
Os inibidores de SGLT2 são geralmente bem tolerados; no entanto, algumas reações adversas graves foram documentadas, incluindo uma maior taxa de cetoacidose diabética, lesão renal aguda, fratura e/ou amputação. A European Medicines Agency (EMA) alerta para o potencial aumento do risco de amputação de dedos dos pés.[268]European Medicines Agency. SGLT2 inhibitors: information on potential risk of toe amputation to be included in prescribing information. Feb 2017 [internet publication].
https://www.ema.europa.eu/en/documents/press-release/sglt2-inhibitors-information-potential-risk-toe-amputation-be-included-prescribing-information_en.pdf
A Food and Drug Administration (FDA) afirma que o risco de amputação, embora aumentado com a canagliflozina, é menor que o descrito anteriormente, principalmente quando adequadamente monitorado.[269]US Food and Drug Administration. FDA removes boxed warning about risk of leg and foot amputations for the diabetes medicine canagliflozin (Invokana, Invokamet, Invokamet XR). August 2020 [internet publication]
https://www.fda.gov/drugs/drug-safety-and-availability/fda-removes-boxed-warning-about-risk-leg-and-foot-amputations-diabetes-medicine-canagliflozin
Uma grande metanálise em rede estimou que o tratamento com inibidores de SGLT-2 em 1000 pacientes por 5 anos provavelmente resulta em três amputações adicionais.[222]Shi Q, Nong K, Vandvik PO, et al. Benefits and harms of drug treatment for type 2 diabetes: systematic review and network meta-analysis of randomised controlled trials. BMJ. 2023 Apr 6;381:e074068.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10077111
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37024129?tool=bestpractice.com
A FDA e a Medicines and Healthcare products Regulatory Agency (MHRA) do Reino Unido alertam sobre casos de fasciite necrosante do períneo (também conhecida como gangrena de Fournier), observados na vigilância pós-comercialização dos inibidores da SGLT2.[270]US Food and Drug Administration. FDA drug safety communication: FDA warns about rare occurrences of a serious infection of the genital area with SGLT2 inhibitors for diabetes. August 2018 [internet publication].
https://www.fda.gov/drugs/drug-safety-and-availability/fda-warns-about-rare-occurrences-serious-infection-genital-area-sglt2-inhibitors-diabetes
[271]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. SGLT2 inhibitors: reports of Fournier’s gangrene (necrotising fasciitis of the genitalia or perineum). Feb 2019 [internet publication].
https://www.gov.uk/drug-safety-update/sglt2-inhibitors-reports-of-fournier-s-gangrene-necrotising-fasciitis-of-the-genitalia-or-perineum
Portanto, os inibidores da SGLT-2 devem ser evitados em pacientes com condições que aumentam o risco de amputação de membros e em pacientes propensos a infecções genitais ou do trato urinário.
A sotagliflozina é o primeiro inibidor duplo de SGLT.[272]Cefalo CMA, Cinti F, Moffa S, et al. Sotagliflozin, the first dual SGLT inhibitor: current outlook and perspectives. Cardiovasc Diabetol. 2019 Feb 28;18(1):20.
https://cardiab.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12933-019-0828-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30819210?tool=bestpractice.com
Ela inibe tanto a SGLT2 renal (promovendo excreção significativa de glicose na urina, da mesma forma que outros inibidores seletivos da SGLT2 já disponíveis) quanto a SGLT1 intestinal (retardando a absorção da glicose e, portanto, reduzindo a glicose pós-prandial).[272]Cefalo CMA, Cinti F, Moffa S, et al. Sotagliflozin, the first dual SGLT inhibitor: current outlook and perspectives. Cardiovasc Diabetol. 2019 Feb 28;18(1):20.
https://cardiab.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12933-019-0828-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30819210?tool=bestpractice.com
Ela foi aprovada para pessoas com insuficiência cardíaca (com e sem diabetes) e para pacientes com diabetes do tipo 2 que têm DRC ou alto risco de DCV/DCV estabelecida, para reduzir o risco de hospitalização por insuficiência cardíaca.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A aprovação foi baseada em dois estudos randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo de fase 3 de desfechos cardiovasculares: SOLOIST-WHF (efeitos da sotagliflozina nos desfechos clínicos em pacientes hemodinamicamente estáveis com diabetes tipo 2 pós-agravamento da insuficiência cardíaca) e SCORED (efeitos da sotagliflozina sobre eventos cardiovasculares e renais em pacientes com diabetes mellitus do tipo 2, fatores de risco cardiovascular e insuficiência renal moderada).[273]Bhatt DL, Szarek M, Pitt B, et al. Sotagliflozin in patients with diabetes and chronic kidney disease. N Engl J Med. 2021 Jan 14;384(2):129-39.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2030186
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33200891?tool=bestpractice.com
[274]Bhatt DL, Szarek M, Steg PG, et al. Sotagliflozin in patients with diabetes and recent worsening heart failure. N Engl J Med. 2021 Jan 14;384(2):117-28.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2030183
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33200892?tool=bestpractice.com
Atualmente ela não está aprovada para o manejo glicêmico dos diabetes do tipo 1 ou do tipo 2.
Uma preocupação com o uso expandido da inibição de SGLT é o risco raro, mas grave, de cetoacidose diabética (CAD), incluindo a apresentação atípica de cetoacidose euglicêmica.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Vale ressaltar que os estudos que levaram à indicação aprovada da sotagliflozina para insuficiência cardíaca excluíram os indivíduos com diabetes do tipo 1 ou história de CAD.[273]Bhatt DL, Szarek M, Pitt B, et al. Sotagliflozin in patients with diabetes and chronic kidney disease. N Engl J Med. 2021 Jan 14;384(2):129-39.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2030186
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33200891?tool=bestpractice.com
[274]Bhatt DL, Szarek M, Steg PG, et al. Sotagliflozin in patients with diabetes and recent worsening heart failure. N Engl J Med. 2021 Jan 14;384(2):117-28.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2030183
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33200892?tool=bestpractice.com
Em ensaios clínicos da sotagliflozina em pessoas com diabetes do tipo 1, os resultados mostraram melhoras na HbA1c e no peso corporal; no entanto, seu uso foi associado a um aumento de oito vezes na CAD em comparação com o placebo.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[275]Chen MB, Xu RJ, Zheng QH, et al. Efficacy and safety of sotagliflozin adjuvant therapy for type 1 diabetes mellitus: a systematic review and meta-analysis. Medicine (Baltimore). 2020 Aug 14;99(33):e20875.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7437859
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32871972?tool=bestpractice.com
Os riscos e benefícios dos inibidores de SGLT nessa população continuam sendo avaliados, com declarações de consenso fornecendo orientação sobre a seleção dos pacientes e precauções.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[276]Danne T, Garg S, Peters AL, et al. International consensus on risk management of diabetic ketoacidosis in patients with type 1 diabetes treated with sodium-glucose cotransporter (SGLT) inhibitors. Diabetes Care. 2019 Jun;42(6):1147-54.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6973545
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30728224?tool=bestpractice.com
Agonistas do receptor de GLP-1
Reduzem o risco de mortalidade por todas as causas e eventos cardiovasculares adversos graves.[220]Qaseem A, Obley AJ, Shamliyan T, et al. Newer pharmacologic treatments in adults with type 2 diabetes: a clinical guideline from the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2024 May;177(5):658-66.
https://www.acpjournals.org/doi/full/10.7326/M23-2788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38639546?tool=bestpractice.com
[277]Giugliano D, Scappaticcio L, Longo M, et al. GLP-1 receptor agonists and cardiorenal outcomes in type 2 diabetes: an updated meta-analysis of eight CVOTs. Cardiovasc Diabetol. 2021 Sep 15;20(1):189.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8442438
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34526024?tool=bestpractice.com
Os agonistas do receptor de GLP-1 com as evidências mais fortes para redução do risco de DCV aterosclerótica são a semaglutida, a liraglutida e a dulaglutida injetáveis.[219]Davies MJ, Aroda VR, Collins BS, et al. Management of hyperglycemia in type 2 diabetes, 2022. A consensus report by the American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Diabetes Care. 2022 Nov 1;45(11):2753-86.
https://diabetesjournals.org/care/article/45/11/2753/147671/Management-of-Hyperglycemia-in-Type-2-Diabetes
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36148880?tool=bestpractice.com
[278]Gerstein HC, Colhoun HM, Dagenais GR, et al. Dulaglutide and cardiovascular outcomes in type 2 diabetes (REWIND): a double-blind, randomised placebo-controlled trial. Lancet. 2019 Jul 13;394(10193):121-30.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31189511?tool=bestpractice.com
[279]Husain M, Birkenfeld AL, Donsmark M, et al. Oral semaglutide and cardiovascular outcomes in patients with type 2 diabetes. N Engl J Med. 2019 Aug 29;381(9):841-51.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1901118
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31185157?tool=bestpractice.com
[280]Guo X, Sang C, Tang R, et al. Effects of glucagon-like peptide-1 receptor agonists on major coronary events in patients with type 2 diabetes. Diabetes Obes Metab. 2023 Apr;25 Suppl 1:53-63.
https://dom-pubs.pericles-prod.literatumonline.com/doi/10.1111/dom.15043
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36864658?tool=bestpractice.com
[281]Green JB, Everett BM, Ghosh A, et al. Cardiovascular outcomes in GRADE (glycemia reduction approaches in type 2 diabetes: a comparative effectiveness study). Circulation. 2024 Mar 26;149(13):993-1003.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38344820?tool=bestpractice.com
[282]Wang L, Xin Q, Wang Y, et al. Efficacy and safety of liraglutide in type 2 diabetes mellitus patients complicated with coronary artery disease: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Pharmacol Res. 2021 Sep;171:105765.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34252552?tool=bestpractice.com
Além de seus efeitos benéficos na doença arterial coronariana, os agonistas do receptor de GLP-1 são a única classe de medicamentos que demonstrou reduzir de forma convincente os AVCs não fatais.[220]Qaseem A, Obley AJ, Shamliyan T, et al. Newer pharmacologic treatments in adults with type 2 diabetes: a clinical guideline from the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2024 May;177(5):658-66.
https://www.acpjournals.org/doi/full/10.7326/M23-2788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38639546?tool=bestpractice.com
[222]Shi Q, Nong K, Vandvik PO, et al. Benefits and harms of drug treatment for type 2 diabetes: systematic review and network meta-analysis of randomised controlled trials. BMJ. 2023 Apr 6;381:e074068.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10077111
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37024129?tool=bestpractice.com
[283]Rodriguez-Valadez JM, Tahsin M, Fleischmann KE, et al. Cardiovascular and renal benefits of novel diabetes drugs by baseline cardiovascular risk: a systematic review, meta-analysis, and meta-regression. Diabetes Care. 2023 Jun 1;46(6):1300-10.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10234755
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37220263?tool=bestpractice.com
[284]Banerjee M, Pal R, Mukhopadhyay S, et al. GLP-1 receptor agonists and risk of adverse cerebrovascular outcomes in type 2 diabetes: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. J Clin Endocrinol Metab. 2023 Jun 16;108(7):1806-12.
https://academic.oup.com/jcem/article/108/7/1806/7044761
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36800286?tool=bestpractice.com
[285]Li J, Ji C, Zhang W, et al. Effect of new glucose-lowering drugs on stroke in patients with type 2 diabetes: a systematic review and Meta-analysis. J Diabetes Complications. 2023 Jan;37(1):108362.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36462459?tool=bestpractice.com
[286]Wei J, Yang B, Wang R, et al. Risk of stroke and retinopathy during GLP-1 receptor agonist cardiovascular outcome trials: an eight RCTs meta-analysis. Front Endocrinol (Lausanne). 2022 Dec 5:13:1007980.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9760859
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36545339?tool=bestpractice.com
A adição de semaglutida ao padrão de cuidados mostrou estar associada a um ganho importante em anos de vida livre de eventos cardiovasculares novos/recorrentes e uma diminuição no risco em 10 anos de DCV.[287]Westerink J, Matthiessen KS, Nuhoho S, et al. Estimated life-years gained free of new or recurrent major cardiovascular events with the addition of semaglutide to standard of care in people with type 2 diabetes and high cardiovascular risk. Diabetes Care. 2022 May 1;45(5):1211-8.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9174968
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35263432?tool=bestpractice.com
Ela é o único agonista do receptor de GLP-1 disponível tanto em formulações orais quanto injetáveis. No entanto, ao contrário da semaglutida injetável, evidências conclusivas do benefício cardiovascular da semaglutida oral ainda não foram estabelecidas nos estudos clínicos.[279]Husain M, Birkenfeld AL, Donsmark M, et al. Oral semaglutide and cardiovascular outcomes in patients with type 2 diabetes. N Engl J Med. 2019 Aug 29;381(9):841-51.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1901118
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31185157?tool=bestpractice.com
Para obter mais informações sobre a semaglutida oral, consulte Novos tratamentos.
Ao contrário dos inibidores de SGLT2, as evidências de agonistas do receptor de GLP-1 na redução da insuficiência cardíaca ou na melhora dos desfechos cardiovasculares em pacientes com insuficiência cardíaca têm sido inconsistentes entre os ensaios.[288]Merza N, Akram M, Mengal A, et al. The safety and efficacy of GLP-1 receptor agonists in heart failure patients: a systematic review and meta-analysis. Curr Probl Cardiol. 2023 May;48(5):101602.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36682393?tool=bestpractice.com
Uma metanálise revelou que eles podem prevenir novos episódios de insuficiência cardíaca e mortalidade em pacientes com diabetes do tipo 2; no entanto, eles não reduziram as hospitalizações por insuficiência cardíaca e a mortalidade nos pacientes com insuficiência cardíaca preexistente.[289]Ferreira JP, Saraiva F, Sharma A, et al. Glucagon-like peptide 1 receptor agonists in patients with type 2 diabetes with and without chronic heart failure: a meta-analysis of randomized placebo-controlled outcome trials. Diabetes Obes Metab. 2023 Jun;25(6):1495-502.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36722252?tool=bestpractice.com
Dados de estudos retrospectivos e metanálises mostraram superioridade dos agonistas do receptor de GLP-1 em comparação com outros medicamentos antidiabéticos, como inibidores de SGLT2 e inibidores de DPP-4, em termos de doença arterial periférica (DAP).[290]Liarakos AL, Tentolouris A, Kokkinos A, et al. Impact of glucagon-like peptide 1 receptor agonists on peripheral arterial disease in people with diabetes mellitus: a narrative review. J Diabetes Complications. 2023 Feb;37(2):108390.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36610322?tool=bestpractice.com
Entretanto, os dados de estudos de desfechos cardiovasculares sobre o impacto dos agonistas do receptor de GLP-1 na DAP são escassos, e mais estudos prospectivos são necessários.
Os efeitos adversos mais comuns dos agonistas do receptor de GLP-1 são gastrointestinais, particularmente náuseas, vômitos e diarreia; eles são frequentes, mas tendem a diminuir com o tempo.[291]Brown E, Heerspink HJL, Cuthbertson DJ, et al. SGLT2 inhibitors and GLP-1 receptor agonists: established and emerging indications. Lancet. 2021 Jul 17;398(10296):262-76.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34216571?tool=bestpractice.com
Os pacientes devem ser aconselhados sobre o potencial de íleo paralítico.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Uma associação com pancreatite e câncer de pâncreas foi relatada em ensaios clínicos, mas a causalidade não foi estabelecida; após uma revisão dos dados disponíveis, a FDA e a EMA concordaram que não havia evidências suficientes para confirmar um aumento do risco de câncer de pâncreas com o uso de terapias baseadas em GLP-1.[292]Egan AG, Blind E, Dunder K, et al. Pancreatic safety of incretin-based drugs--FDA and EMA assessment. N Engl J Med. 2014 Feb 27;370(9):794-7.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMp1314078
No entanto, os agonistas do receptor de GLP-1 devem ser usados com cautela nos pacientes com história de pancreatite.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[291]Brown E, Heerspink HJL, Cuthbertson DJ, et al. SGLT2 inhibitors and GLP-1 receptor agonists: established and emerging indications. Lancet. 2021 Jul 17;398(10296):262-76.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34216571?tool=bestpractice.com
Os agonistas do receptor de GLP-1 têm sido associados a um aumento do risco de doenças da vesícula biliar e das vias biliares, incluindo colelitíase e colecistite.[291]Brown E, Heerspink HJL, Cuthbertson DJ, et al. SGLT2 inhibitors and GLP-1 receptor agonists: established and emerging indications. Lancet. 2021 Jul 17;398(10296):262-76.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34216571?tool=bestpractice.com
O risco de hipoglicemia aumenta com o uso concomitante de sulfonilureias e insulina. A redução da intensidade do tratamento com esses agentes ou diuréticos, principalmente nos indivíduos idosos e frágeis, é recomendada para evitar a hipoglicemia e a hipovolemia.[291]Brown E, Heerspink HJL, Cuthbertson DJ, et al. SGLT2 inhibitors and GLP-1 receptor agonists: established and emerging indications. Lancet. 2021 Jul 17;398(10296):262-76.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34216571?tool=bestpractice.com
A CAD foi relatada em pacientes que tomavam uma combinação de agonistas do receptor de GLP-1 e insulina, quando a insulina concomitante foi rapidamente reduzida ou descontinuada; as reduções de insulina devem, portanto, ser realizadas de forma cautelosa e gradual, com monitoramento da glicose capilar.[291]Brown E, Heerspink HJL, Cuthbertson DJ, et al. SGLT2 inhibitors and GLP-1 receptor agonists: established and emerging indications. Lancet. 2021 Jul 17;398(10296):262-76.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34216571?tool=bestpractice.com
Em estudos com roedores, os agonistas do receptor de GLP-1 foram associados a câncer de tireoide medular, resultando em um alerta de caixa preta para esses agentes nos pacientes com história pessoal ou familiar de neoplasia endócrina múltipla do tipo 2 ou câncer de tireoide medular; no entanto, há evidências conflitantes sobre se esse risco se aplica a humanos.[291]Brown E, Heerspink HJL, Cuthbertson DJ, et al. SGLT2 inhibitors and GLP-1 receptor agonists: established and emerging indications. Lancet. 2021 Jul 17;398(10296):262-76.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34216571?tool=bestpractice.com
[293]Bjerre Knudsen L, Madsen LW, Andersen S, et al. Glucagon-like Peptide-1 receptor agonists activate rodent thyroid C-cells causing calcitonin release and C-cell proliferation. Endocrinology. 2010 Apr;151(4):1473-86.
https://academic.oup.com/endo/article/151/4/1473/2456651
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20203154?tool=bestpractice.com
[294]Hu W, Song R, Cheng R, et al. Use of GLP-1 receptor agonists and occurrence of thyroid disorders: a meta-analysis of randomized controlled trials. Front Endocrinol (Lausanne). 2022 Jul 11;13:927859.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9309474
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35898463?tool=bestpractice.com
[295]Bezin J, Gouverneur A, Pénichon M, et al. GLP-1 receptor agonists and the risk of thyroid cancer. Diabetes Care. 2023 Feb 1;46(2):384-90.
https://diabetesjournals.org/care/article/46/2/384/147888/GLP-1-Receptor-Agonists-and-the-Risk-of-Thyroid
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36356111?tool=bestpractice.com
[296]Thompson CA, Stürmer T. Putting GLP-1 RAs and thyroid cancer in context: additional evidence and remaining doubts. Diabetes Care. 2023 Feb 1;46(2):249-51.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9887624
A EMA está revendo os dados sobre o risco de pensamentos suicidas e pensamentos de automutilação com os agonistas do receptor de GLP-1 após relatos de tais ocorrências em pessoas em uso de liraglutida e semaglutida.[297]European Medicines Agency. EMA statement on ongoing review of GLP-1 receptor agonists. Jul 2023 [internet publication].
https://www.ema.europa.eu/en/news/ema-statement-ongoing-review-glp-1-receptor-agonists
Há alguma preocupação de que os agonistas do receptor de GLP1, por meio de seus efeitos de redução rápida da glicose, possam aumentar o risco de agravamento transitório de uma retinopatia diabética preexistente.[298]Albert SG, Wood EM, Ahir V. Glucagon-like peptide 1-receptor agonists and A1c: good for the heart but less so for the eyes? Diabetes Metab Syndr. 2023 Jan;17(1):102696.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36596264?tool=bestpractice.com
[299]Qian W, Liu F, Yang Q. Effect of glucagon-like peptide-1 receptor agonists in subjects with type 2 diabetes mellitus: a meta-analysis. J Clin Pharm Ther. 2021 Dec;46(6):1650-8.
https://www.doi.org/10.1111/jcpt.13502
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34355405?tool=bestpractice.com
[300]Yoshida Y, Joshi P, Barri S, et al. Progression of retinopathy with glucagon-like peptide-1 receptor agonists with cardiovascular benefits in type 2 diabetes - a systematic review and meta-analysis. J Diabetes Complications. 2022 Aug;36(8):108255.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35817678?tool=bestpractice.com
Mais estudos são necessários para elucidar essa relação.
Um estudo nacional sueco revelou que a proporção de pacientes com diabetes do tipo 2 que eram elegíveis para tratamento com um inibidor de SGLT2 ou um agonista do receptor de GLP-1 foi de aproximadamente 80%, de acordo com as diretrizes da ESC de 2019, e cerca de 50%, de acordo com o relatório de consenso da ADA/EASD de 2019. A adoção dessas recomendações na prática clínica de rotina foi limitada; no entanto, isso indica que muitos pacientes elegíveis estão perdendo os benefícios terapêuticos desses medicamentos.[301]Lim CE, Pasternak B, Eliasson B, et al. Use of sodium-glucose co-transporter 2 inhibitors and glucagon-like peptide-1 receptor agonists according to the 2019 ESC guidelines and the 2019 ADA/EASD consensus report in a national population of patients with type 2 diabetes. Eur J Prev Cardiol. 2023 Jun 1;30(8):634-43.
https://academic.oup.com/eurjpc/article/30/8/634/6965376
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36582120?tool=bestpractice.com
Controle glicêmico durante doença crítica aguda (eventos ou intervenções de DCV)
Ensaios de controle glicêmico rigoroso em pacientes criticamente enfermos produziram resultados mistos.[302]Griesdale DE, de Souza RJ, van Dam RM, et al. Intensive insulin therapy and mortality among critically ill patients: a meta-analysis including NICE-SUGAR study data. CMAJ. 2009 Mar 24;180(8):821-7.
http://www.cmaj.ca/content/180/8/821.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19318387?tool=bestpractice.com
[303]Sathya B, Davis R, Taveira T, et al. Intensity of peri-operative glycemic control and postoperative outcomes in patients with diabetes: a meta-analysis. Diabetes Res Clin Pract. 2013 Jun 6;102(1):8-15.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23746852?tool=bestpractice.com
Em um estudo de pacientes com síndrome coronariana aguda que apresentaram hiperglicemia, o controle intensivo da glicose foi associado a lesões e não reduziu a extensão dos infartos.[304]de Mulder M, Umans VA, Cornel JH, et al. Intensive glucose regulation in hyperglycemic acute coronary syndrome: results of the randomized BIOMarker study to identify the acute risk of a coronary syndrome-2 (BIOMArCS-2) glucose trial. JAMA Intern Med. 2013 Nov 11;173(20):1896-904.
https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/1735896
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24018647?tool=bestpractice.com
Um grande ECRC levantou dúvidas sobre os valores-alvo glicêmicos intensivos para o controle glicêmico de pacientes hospitalizados e revelou uma taxa de mortalidade menor em pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI), com valor-alvo glicêmico de ≥10 mmol/L (≥180 mg/dL), que naqueles com valor-alvo glicêmico de 4.5 a 6.0 mmol/L (81 a 108 mg/dL).[305]Finfer S, Chittock DR, Su SY, et al; NICE-SUGAR Study Investigators. Intensive versus conventional glucose control in critically ill patients. N Engl J Med. 2009 Mar 26;360(13):1283-97.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0810625
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19318384?tool=bestpractice.com
A dúvida é se existe qualquer benefício adicional para reduzir os níveis glicêmicos abaixo de 7.8 a 10 mmol/L (140-180 mg/dL) aproximadamente em quadro de UTI.[306]Inzucchi SE, Siegel MD. Glucose control in the ICU: how tight is too tight? N Engl J Med. 2009 Mar 26;360(13):1346-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19318385?tool=bestpractice.com
A ADA recomenda que em pacientes criticamente enfermos, a insulinoterapia deve ser iniciada para hiperglicemia persistente ≥10 mmol/L (≥180 mg/dL) (testado em duas ocasiões).[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Uma vez iniciada a insulinoterapia, um valor-alvo glicêmico na faixa de 7.8 a 10 mmol/L (140 a 180 mg/dL) é recomendado para a maioria dos pacientes.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Metas mais rigorosas, como 6.1 a 7.8 mmol/L (110 a 140 mg/dL), podem ser apropriadas para pacientes selecionados (por exemplo, pacientes críticos pós-cirúrgicos ou pacientes com cirurgia cardíaca), desde que possam ser alcançados sem hipoglicemia significativa.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Os pacientes criticamente enfermos requerem um protocolo de insulina intravenosa que tenha demonstrado eficácia e segurança para atingir as metas sem aumentar o risco de hipoglicemia grave.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A infusão intravenosa de insulina permite titulação mais rápida (e absorção mais confiável) que a injeção subcutânea em pacientes criticamente enfermos. No período perioperatório de cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), o controle glicêmico adequado pode reduzir complicações infecciosas, como infecções de feridas no esterno e mediastinite, mortalidade cardíaca causada por falha na bomba e risco de taquicardia supraventricular.[307]Kirdemir P, Yildirim V, Kiris I, et al. Does continuous insulin therapy reduce postoperative supraventricular tachycardia incidence after coronary artery bypass operations in diabetic patients? J Cardiothorac Vasc Anesth. 2008 Jun;22(3):383-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18503925?tool=bestpractice.com
[308]Lazar HL, Chipkin SR, Fitzgerald CA, et al. Tight glycemic control in diabetic coronary artery bypass graft patients improves perioperative outcomes and decreases recurrent ischemic events. Circulation. 2004 Mar 30;109(12):1497-502.
http://circ.ahajournals.org/content/109/12/1497.full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15006999?tool=bestpractice.com
[309]Wang YY, Hu SF, Ying HM, et al. Postoperative tight glycemic control significantly reduces postoperative infection rates in patients undergoing surgery: a meta-analysis. BMC Endocr Disord. 2018 Jun 22;18(1):42.
https://bmcendocrdisord.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12902-018-0268-9
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29929558?tool=bestpractice.com
Controle da pressão arterial (PA)
É bem aceito que o controle da PA reduz o risco cardiovascular em pacientes com diabetes; no entanto, alguns estudos centrais que investigaram os benefícios do controle intensivo em comparação com o controle padrão de PA produziram resultados discordantes:
O UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) revelou que o controle rígido da PA (<150 mmHg) levou a uma maior redução nos eventos cardiovasculares do que o controle menos rígido da PA (<180 mmHg).[59]UK Prospective Diabetes Study Group. Tight blood pressure control and risk of macrovascular and microvascular complications in type 2 diabetes: UKPDS 38. BMJ. 1998 Sep 12;317(7160):703-13.
https://www.bmj.com/content/317/7160/703.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9732337?tool=bestpractice.com
O Systolic Blood Pressure Intervention Trial (SPRINT) teve achados semelhantes, com o controle intensivo da PA (<120 mmHg) reduzindo significativamente o risco de eventos cardiovasculares em comparação com o controle padrão (<140 mmHg), embora não tenham sido incluídos pacientes com diabetes.[58]Wright JT Jr, Williamson JD, Whelton PK, et al; SPRINT Research Group. A randomized trial of intensive versus standard blood-pressure control. N Engl J Med. 2015 Nov 26;373(22):2103-16.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1511939
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26551272?tool=bestpractice.com
Por outro lado, o estudo ACCORD-BP demonstrou que o controle intensivo da PA para uma meta de <120 mmHg em comparação com uma meta de PA padrão de <140 mmHg não alterou os desfechos cardiovasculares em pacientes com diabetes.[57]Cushman WC, Evans GW, Byington RP, et al; ACCORD Study Group. Effects of intensive blood-pressure control in type 2 diabetes mellitus. N Engl J Med. 2010 Apr 29;362(17):1575-85.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1001286
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20228401?tool=bestpractice.com
O estudo STEP de 2021 revelou que, em idosos de 60 a 80 anos com hipertensão, o controle intensivo da PA (alvo de 110 a <130 mmHg) esteve associado a uma redução de 26% nos eventos cardiovasculares em comparação com o controle menos intensivo da PA (meta de 130 a <150mmHg).[60]Zhang W, Zhang S, Deng Y, et al. Trial of intensive blood-pressure control in older patients with hypertension. N Engl J Med. 2021 Sep 30;385(14):1268-79.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2111437
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34491661?tool=bestpractice.com
A razão para a diferença nos achados entre o SPRINT e o ACCORD-BP permanece em debate. No entanto, uma análise post-hoc do ACCORD-BP revelou que, embora a terapia intensiva dupla para controle da PA e controle glicêmico tenha sido prejudicial, o controle intensivo da PA conferiu benefícios cardiovasculares modestos para os pacientes recebendo o controle glicêmico padrão.[310]Shi S, Gouskova N, Najafzadeh M, et al. Intensive versus standard blood pressure control in type 2 diabetes: a restricted mean survival time analysis of a randomised controlled trial. BMJ Open. 2021 Sep 13;11(9):e050335.
https://bmjopen.bmj.com/content/11/9/e050335.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34518266?tool=bestpractice.com
Há falta de evidências de alta qualidade sobre o tratamento ideal da hipertensão em pessoas com diabetes.[61]Whelton PK, Carey RM, Aronow WS, et al. 2017 ACC/AHA/AAPA/ABC/ACPM/AGS/APhA/ASH/ASPC/NMA/PCNA guideline for the prevention, detection, evaluation, and management of high blood pressure in adults: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2018 May 15;71(19):e127-248.
http://www.onlinejacc.org/content/71/19/e127
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29146535?tool=bestpractice.com
Entretanto, as diretrizes recomendam uma meta de tratamento para a PA de <130/80 mmHg, desde que isso possa ser alcançado com segurança.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[61]Whelton PK, Carey RM, Aronow WS, et al. 2017 ACC/AHA/AAPA/ABC/ACPM/AGS/APhA/ASH/ASPC/NMA/PCNA guideline for the prevention, detection, evaluation, and management of high blood pressure in adults: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2018 May 15;71(19):e127-248.
http://www.onlinejacc.org/content/71/19/e127
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29146535?tool=bestpractice.com
[62]Blonde L, Umpierrez GE, Reddy SS, et al. American Association of Clinical Endocrinology clinical practice guideline: developing a diabetes mellitus comprehensive care plan-2022 update. Endocr Pract. 2022 Oct;28(10):923-1049.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1530891X22005766
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35963508?tool=bestpractice.com
A partida nas diretrizes da meta de PA anterior de <140/90 mmHg foi em resposta a estudos como a metanálise de dados dos estudos ACCORD-BP e SPRINT, que mostraram uma redução em um composto de angina instável , IAM, insuficiência cardíaca aguda, AVC e morte cardiovascular com alvos sistólicos intensos da PA <120 mmHg em comparação com a meta tradicional de <140 mmHg.[311]Brouwer TF, Vehmeijer JT, Kalkman DN, et al. Intensive blood pressure lowering in patients with and patients without type 2 diabetes: a pooled analysis from two randomized trials. Diabetes Care. 2018 Jun;41(6):1142-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29212825?tool=bestpractice.com
Notadamente, a ADA recomenda uma abordagem individualizada para as metas de PA e recomenda que pacientes e médicos se envolvam em um processo de tomada de decisão compartilhada para determinar as metas de PA individuais, reconhecendo que os benefícios e riscos das metas intensivas para a PA são incertos.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
As pessoas com diabetes e hipertensão devem monitorar a PA em domicílio, além de fazerem a verificação em um ambiente clínico a intervalos regulares, tanto para assegurar a precisão das leituras como para encorajar a adesão aos esquemas de tratamento.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
As diretrizes enfatizam a importância de intervenções terapêuticas de estilo de vida no manejo da hipertensão; elas incluem aumento da atividade física, controle do peso, um padrão alimentar no estilo DASH (incluindo redução da ingestão de sódio e aumento da ingestão de potássio), moderação da ingestão de bebidas alcoólicas, abandono do hábito de fumar e educação para apoiar as mudanças comportamentais em longo prazo.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[62]Blonde L, Umpierrez GE, Reddy SS, et al. American Association of Clinical Endocrinology clinical practice guideline: developing a diabetes mellitus comprehensive care plan-2022 update. Endocr Pract. 2022 Oct;28(10):923-1049.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1530891X22005766
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35963508?tool=bestpractice.com
Essas intervenções no estilo de vida devem ser iniciadas juntamente com a terapia farmacológica quando a hipertensão é diagnosticada, e também são recomendadas para os indivíduos com diabetes e pressão arterial com discreta elevação (sistólica >120 mmHg ou diastólica >80 mmHg).[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A ADA recomenda iniciar um agente anti-hipertensivo para os pacientes com PA inicial ≥130/80 mmHg e <150/90 mmHg, e iniciar dois agentes anti-hipertensivos para aqueles com PA inicial ≥150/90 mmHg.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Os inibidores da ECA, antagonistas do receptor de angiotensina II, bloqueadores dos canais de cálcio di-hidropiridínicos ou diuréticos tiazídicos são todos opções para a terapia anti-hipertensiva inicial.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[61]Whelton PK, Carey RM, Aronow WS, et al. 2017 ACC/AHA/AAPA/ABC/ACPM/AGS/APhA/ASH/ASPC/NMA/PCNA guideline for the prevention, detection, evaluation, and management of high blood pressure in adults: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2018 May 15;71(19):e127-248.
http://www.onlinejacc.org/content/71/19/e127
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29146535?tool=bestpractice.com
[62]Blonde L, Umpierrez GE, Reddy SS, et al. American Association of Clinical Endocrinology clinical practice guideline: developing a diabetes mellitus comprehensive care plan-2022 update. Endocr Pract. 2022 Oct;28(10):923-1049.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1530891X22005766
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35963508?tool=bestpractice.com
Para os pacientes com diabetes que têm DAC ou DRC e/ou albuminúria (TFGe <60 mL/minuto/1.73 m², relação albumina/creatinina urinária ≥30 mg/g de creatinina), a terapia anti-hipertensiva inicial deve ser com um inibidor da ECA ou um antagonista do receptor de angiotensina II se um inibidor da ECA não for tolerado (uma redução de dose pode ser necessária nos pacientes com comprometimento renal).[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[61]Whelton PK, Carey RM, Aronow WS, et al. 2017 ACC/AHA/AAPA/ABC/ACPM/AGS/APhA/ASH/ASPC/NMA/PCNA guideline for the prevention, detection, evaluation, and management of high blood pressure in adults: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2018 May 15;71(19):e127-248.
http://www.onlinejacc.org/content/71/19/e127
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29146535?tool=bestpractice.com
Para aqueles cuja PA é >150/90 mmHg, um bloqueador dos canais de cálcio ou um diurético tiazídico devem ser considerados adicionalmente no início do tratamento.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A combinação de IECAs e antagonistas do receptor de angiotensina II não é recomendada por conta do aumento do risco de lesão renal aguda e hipercalemia.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[312]Palmer SC, Mavridis D, Navarese E, et al. Comparative efficacy and safety of blood pressure-lowering agents in adults with diabetes and kidney disease: a network meta-analysis. Lancet. 2015 May 23;385(9982):2047-56.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26009228?tool=bestpractice.com
Os IECAs também mostraram um aumento do risco para hipoglicemia em associação com a insulina ou com secretagogos de insulina (sulfonilureia ou meglitinida).[313]Scheen AJ. Drug interactions of clinical importance with antihyperglycaemic agents: an update. Drug Saf. 2005;28(7):601-31.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15963007?tool=bestpractice.com
Uma metanálise demonstrou que os IECAs reduzem a mortalidade e os eventos cardiovasculares importantes em pacientes com diabetes, ao passo que os antagonistas do receptor de angiotensina II não melhoraram esses desfechos. Nem os inibidores da ECA nem os antagonistas do receptor de angiotensina II reduziram o risco de AVC.[314]Cheng J, Zhang W, Zhang X, et al. Effect of angiotensin-converting enzyme inhibitors and angiotensin II receptor blockers on all-cause mortality, cardiovascular deaths, and cardiovascular events in patients with diabetes mellitus: a meta-analysis. JAMA Intern Med. 2014 May;174(5):773-85.
https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/1847572
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24687000?tool=bestpractice.com
Uma metanálise revelou que nenhum esquema terapêutico anti-hipertensivo melhorou a sobrevida em pacientes com diabetes e doença renal. Contudo, os IECAs e antagonistas do receptor de angiotensina II foram efetivos na prevenção de doença renal em estágio terminal.[312]Palmer SC, Mavridis D, Navarese E, et al. Comparative efficacy and safety of blood pressure-lowering agents in adults with diabetes and kidney disease: a network meta-analysis. Lancet. 2015 May 23;385(9982):2047-56.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26009228?tool=bestpractice.com
Alguns agentes anti-hiperglicêmicos demonstraram efeitos modestos na redução da PA em ensaios clínicos, incluindo inibidores de SGLT2 e agonistas do receptor de GLP-1.[315]Liakos CI, Papadopoulos DP, Sanidas EA, et al. Blood pressure-lowering effect of newer antihyperglycemic agents (SGLT-2 inhibitors, GLP-1 receptor agonists, and DPP-4 inhibitors). Am J Cardiovasc Drugs. 2021 Mar;21(2):123-37.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32780214?tool=bestpractice.com
Estudos adicionais são necessários para investigar os efeitos desses agentes na PA como medida de desfecho primário.[315]Liakos CI, Papadopoulos DP, Sanidas EA, et al. Blood pressure-lowering effect of newer antihyperglycemic agents (SGLT-2 inhibitors, GLP-1 receptor agonists, and DPP-4 inhibitors). Am J Cardiovasc Drugs. 2021 Mar;21(2):123-37.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32780214?tool=bestpractice.com
Com base no ensaio ALTITUDE (Aliskiren Trial in Type 2 Diabetes Using Cardio-Renal Endpoints), sobre o alisquireno no diabetes tipo 2 usando desfechos cardiorrenais, a FDA dos EUA recomenda que a combinação do inibidor de renina alisquireno com IECAs ou antagonistas do receptor de angiotensina II seja contraindicada nos pacientes com diabetes pelo risco de comprometimento renal, hipotensão e hipercalemia.
FDA: new warning and contraindication for blood pressure medicines containing aliskiren (Tekturna)
Opens in new window
Os betabloqueadores podem ser apropriados para melhorar os desfechos como agentes anti-hipertensivos em pacientes com IAM prévio, angina ativa, fibrilação atrial com resposta ventricular rápida ou insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Esses pacientes geralmente começam a receber betabloqueadores isoladamente, com outras terapias anti-hipertensivas adicionadas conforme necessário. Se um betabloqueador for indicado, deve-se selecionar um agente que tenha efeitos vasodilatadores concomitantes para reduzir o potencial de impacto metabólico adverso.[115]Arnold SV, Bhatt DL, Barsness GW, et al. Clinical management of stable coronary artery disease in patients with type 2 diabetes mellitus: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2020 May 12;141(19):e779-806.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000766
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32279539?tool=bestpractice.com
Os betabloqueadores podem mascarar os sintomas de hipoglicemia e também têm o potencial de exacerbar episódios hipoglicêmicos, principalmente quando usados concomitantemente com sulfonilureias.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[316]Carnovale C, Gringeri M, Battini V, et al. Beta-blocker-associated hypoglycaemia: new insights from a real-world pharmacovigilance study. Br J Clin Pharmacol. 2021 Aug;87(8):3320-31.
https://bpspubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/bcp.14754
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33506522?tool=bestpractice.com
[317]Dimakos J, Cui Y, Platt RW, et al. Concomitant use of sulfonylureas and β-blockers and the risk of Severe hypoglycemia among patients with type 2 diabetes: a population-based cohort study. Diabetes Care. 2023 Feb 1;46(2):377-83.
https://diabetesjournals.org/care/article/46/2/377/148065/Concomitant-Use-of-Sulfonylureas-and-Blockers-and
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36525638?tool=bestpractice.com
A terapia medicamentosa múltipla é frequentemente necessária para atingir as metas anti-hipertensivas.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Se a PA permanecer descontrolada com a monoterapia, adicione um agente de uma classe de primeira linha diferente.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Se a PA permanecer descontrolada apesar de uma terapia combinada com agentes de primeira linha (ou seja, três classes de medicamentos anti-hipertensivos [incluindo um diurético] associado a modificações no estilo de vida), interrompa ou minimize as substâncias interferentes, como anti-inflamatórios não esteroidais, avalie quanto a causas de hipertensão secundária (incluindo apneia obstrutiva do sono) e considere a adição de um antagonista da aldosterona (por exemplo, espironolactona, eplerenona).[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[115]Arnold SV, Bhatt DL, Barsness GW, et al. Clinical management of stable coronary artery disease in patients with type 2 diabetes mellitus: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2020 May 12;141(19):e779-806.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000766
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32279539?tool=bestpractice.com
O encaminhamento a um especialista em hipertensão também pode ser necessário.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[115]Arnold SV, Bhatt DL, Barsness GW, et al. Clinical management of stable coronary artery disease in patients with type 2 diabetes mellitus: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2020 May 12;141(19):e779-806.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000766
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32279539?tool=bestpractice.com
A creatinina sérica/TFGe e o potássio devem ser verificados até 7-14 dias após o início do tratamento com um inibidor da ECA, antagonista do receptor de angiotensina II, antagonista da aldosterona ou diurético, bem como após o aumento da dose e, em seguida, pelo menos uma vez por ano.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
As diretrizes europeias e americanas também recomendam considerar o uso de um inibidor da ECA (ou antagonista do receptor de angiotensina II) nos pacientes com doença coronariana crônica e diabetes mellitus para reduzir o risco de eventos cardiovasculares, independentemente da hipertensão, e particularmente nos pacientes com insuficiência cardíaca ou DRC.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[318]Virani SS, Newby LK, Arnold SV, et al. 2023 AHA/ACC/ACCP/ASPC/NLA/PCNA guideline for the management of patients with chronic coronary disease: a report of the American Heart Association/American College of Cardiology Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2023 Aug 29;148(9):e9-e119.
https://www.doi.org/10.1161/CIR.0000000000001168
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37471501?tool=bestpractice.com
[319]Vrints C, Andreotti F, Koskinas KC, et al. 2024 ESC guidelines for the management of chronic coronary syndromes. Eur Heart J. 2024 Sep 29;45(36):3415-537.
https://www.doi.org/10.1093/eurheartj/ehae177
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39210710?tool=bestpractice.com
Terapia para dislipidemia
Modificação do estilo de vida com foco na perda do peso (se indicada); aplicação de um padrão alimentar mediterrâneo ou DASH; redução de gordura saturada e gordura trans; aumento da ingestão de ácidos graxos ômega-3, fibras viscosas e estanois/esterois vegetais; e aumento da atividade física devem ser recomendados para melhorar o perfil lipídico e reduzir o risco de desenvolvimento de DCV nas pessoas com diabetes.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
O LDL-C é o fator de risco modificável mais amplamente estudado associado à DCV aterosclerótica. Há fortes evidências de que o LDL-C é um fator causal na fisiopatologia da DCV, e a redução do risco de DCV é proporcional à redução absoluta e relativa do LDL-C alcançada.[113]Ference BA, Ginsberg HN, Graham I, et al. Low-density lipoproteins cause atherosclerotic cardiovascular disease. 1. Evidence from genetic, epidemiologic, and clinical studies. A consensus statement from the European Atherosclerosis Society Consensus Panel. Eur Heart J. 2017 Aug 21;38(32):2459-72.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5837225
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28444290?tool=bestpractice.com
Uma metanálise que incluiu dados de mais de 18,000 pessoas com diabetes de 14 ensaios clínicos randomizados de terapias com estatinas (acompanhamento mediano de 4.3 anos) demonstrou uma redução proporcional de 9% na mortalidade por todas as causas e uma redução de 13% na mortalidade vascular para cada redução de 1 mmol/L (39 mg/dL) no LDL-C.[125]Cholesterol Treatment Trialists' (CTT) Collaborators, Kearney PM, Blackwell L, et al. Efficacy of cholesterol-lowering therapy in 18,686 people with diabetes in 14 randomised trials of statins: a meta-analysis. Lancet. 2008 Jan 12;371(9607):117-25.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18191683?tool=bestpractice.com
O benefício CV não dependeu dos níveis basais de LDL-C e foi linearmente relacionado à redução do LDL-C sem um limiar inferior abaixo do qual não houve benefício observado. A redução do LDL-C também demonstrou ter um impacto positivo significativo sobre os desfechos de longo prazo para pacientes com diabetes e doença coronariana submetidos a uma intervenção coronária percutânea (ICP).[320]Farkouh ME, Godoy LC, Brooks MM, et al. Influence of LDL-cholesterol lowering on cardiovascular outcomes in patients with diabetes mellitus undergoing coronary revascularization. J Am Coll Cardiol. 2020 Nov 10;76(19):2197-207.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109720372120
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33153578?tool=bestpractice.com
Para os pacientes com diabetes e DCV estabelecida, as diretrizes da Europa e dos EUA recomendam uma meta de LDL-C <1.42 mmol/L (<55 mg/dL) e pelo menos uma redução de 50% em relação à linha basal.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[114]Grundy SM, Stone NJ, Bailey AL, et al. 2018 AHA/ACC/AACVPR/AAPA/ABC/ACPM/ADA/AGS/APhA/ASPC/NLA/PCNA guideline on the management of blood cholesterol. Circulation. 2019 Jun 18;139(25):e1082-143.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000625
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30586774?tool=bestpractice.com
Estatinas
As estatinas são o medicamento de primeira linha para a redução do LDL-C e a cardioproteção.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A terapia com estatinas de intensidade moderada foi definida pelo American College of Cardiology (ACC)/AHA como uma terapia que geralmente reduz o nível de LDL-C em 30% a 50%, enquanto a terapia com estatinas de alta intensidade o reduz em ≥50%.[114]Grundy SM, Stone NJ, Bailey AL, et al. 2018 AHA/ACC/AACVPR/AAPA/ABC/ACPM/ADA/AGS/APhA/ASPC/NLA/PCNA guideline on the management of blood cholesterol. Circulation. 2019 Jun 18;139(25):e1082-143.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000625
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30586774?tool=bestpractice.com
As diretrizes recomendam a terapia com estatinas de alta intensidade em adultos de todas as idades com diabetes e DCV aterosclerótica para se atingir uma redução de LDL-C de ≥50% do basal e uma meta de LDL-C de <1.42 mmol/L (<55 mg/dL).[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[114]Grundy SM, Stone NJ, Bailey AL, et al. 2018 AHA/ACC/AACVPR/AAPA/ABC/ACPM/ADA/AGS/APhA/ASPC/NLA/PCNA guideline on the management of blood cholesterol. Circulation. 2019 Jun 18;139(25):e1082-143.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000625
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30586774?tool=bestpractice.com
A terapia com estatina em baixas doses geralmente não é recomendada para as pessoas com diabetes, mas às vezes é a única dose de estatina que um indivíduo pode tolerar; para os indivíduos que não toleram a intensidade de estatina pretendida, a dose máxima tolerada de estatina deve ser usada.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Ezetimiba
Se a meta de LDL-C não for atingida apenas com uma estatina, a adição de ezetimiba pode ser considerada.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A ezetimiba atua reduzindo a absorção de colesterol pelo íleo.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
Um grande ECRC com 18,144 indivíduos comparou a adição de ezetimiba à terapia com sinvastatina versus sinvastatina isolada em pessoas com idade ≥50 anos que tiveram uma síndrome coronariana aguda recente.[321]Giugliano RP, Cannon CP, Blazing MA, et al; IMPROVE-IT Investigators. Benefit of adding ezetimibe to statin therapy on cardiovascular outcomes and safety in patients with versus without diabetes mellitus: results from IMPROVE-IT (Improved Reduction of Outcomes: Vytorin Efficacy International Trial). Circulation. 2017 Dec 20;137(15):1571-82.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIRCULATIONAHA.117.030950
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29263150?tool=bestpractice.com
No geral, durante um período médio de tratamento de 6 anos, a adição de ezetimiba levou a um benefício relativo de 6.4% e a uma redução absoluta de 2% nos principais eventos adversos cardiovasculares ateroscleróticos, com o grau de benefício sendo diretamente proporcional à alteração no LDL-C. A análise de subgrupos mostrou que o benefício da adição de ezetimiba à terapia com estatina foi aumentado nos pacientes com diabetes.[321]Giugliano RP, Cannon CP, Blazing MA, et al; IMPROVE-IT Investigators. Benefit of adding ezetimibe to statin therapy on cardiovascular outcomes and safety in patients with versus without diabetes mellitus: results from IMPROVE-IT (Improved Reduction of Outcomes: Vytorin Efficacy International Trial). Circulation. 2017 Dec 20;137(15):1571-82.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIRCULATIONAHA.117.030950
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29263150?tool=bestpractice.com
Outro ECRC mostrou que, entre pacientes com diabetes e DCV aterosclerótica, a terapia combinada de estatina de intensidade moderada com ezetimiba não foi inferior à monoterapia com estatina de alta intensidade em relação ao desfecho primário de morte cardiovascular, eventos cardiovasculares graves ou AVC não fatal.[322]Lee YJ, Cho JY, You SC, et al. Moderate-intensity statin with ezetimibe vs. high-intensity statin in patients with diabetes and atherosclerotic cardiovascular disease in the RACING trial. Eur Heart J. 2023 Mar 14;44(11):972-83.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/11/972/6931821
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36529993?tool=bestpractice.com
De forma notável, os pacientes tratados com estatina de intensidade moderada e ezetimiba apresentaram taxas mais baixas de descontinuação dos medicamentos ou redução das doses que os pacientes que receberam estatina de alta intensidade. Este estudo dá suporte à terapia combinada de estatina de intensidade moderada com ezetimiba como uma alternativa adequada às estatinas de alta intensidade se estas últimas não puderem ser toleradas ou se for necessária uma redução adicional do LDL-C entre pacientes com diabetes e DCV.[322]Lee YJ, Cho JY, You SC, et al. Moderate-intensity statin with ezetimibe vs. high-intensity statin in patients with diabetes and atherosclerotic cardiovascular disease in the RACING trial. Eur Heart J. 2023 Mar 14;44(11):972-83.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/11/972/6931821
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36529993?tool=bestpractice.com
Inibidores da pró-proteína convertase subtilisina/kexin tipo 9 (PCSK9)
Se a meta de LDL-C não for alcançada apenas com uma estatina, a adição de um inibidor de PCSK9 (por exemplo, alirocumabe, evolocumabe) pode ser considerada como uma alternativa à ezetimiba (ou em adição à ezetimiba se o LDL-C não estiver dentro da meta). Os inibidores de PCSK9 também podem ser usados como monoterapia nos pacientes intolerantes a estatinas.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Em ECRCs controlados por placebo, o alirocumabe e o evolocumabe alcançaram uma redução de >50% nos níveis de LDL-C em comparação com o placebo, com um risco 15% menor de eventos cardiovasculares isquêmicos ao longo de um acompanhamento de 2 a 3 anos.[323]Schwartz GG, Steg PG, Szarek M, et al. Alirocumab and cardiovascular outcomes after acute coronary syndrome. N Engl J Med. 2018 Nov 29;379(22):2097-107.
https://www.zora.uzh.ch/id/eprint/162737
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30403574?tool=bestpractice.com
[324]Sabatine MS, Giugliano RP, Keech AC, et al. Evolocumab and clinical outcomes in patients with cardiovascular disease. N Engl J Med. 2017 May 4;376(18):1713-22.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1615664
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28304224?tool=bestpractice.com
Ácido bempedoico
O ácido bempedoico, um inibidor da adenosina trifosfato-citrato liase, é um novo medicamento oral redutor do LDL-C que atua inibindo a síntese do colesterol.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
Ele está aprovado nos EUA como adjuvante à dieta e à terapia com estatinas de tolerância máxima para o tratamento de adultos com DCV aterosclerótica estabelecida que requerem redução adicional do LDL-C. A ADA informa que o tratamento pode ser considerado para os pacientes que não podem usar ou tolerar outras abordagens baseadas em evidências de redução do LDL-C, ou para os quais essas outras terapias não são adequadamente efetivas.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
O ácido bempedoico também é aprovado para esta indicação na Europa.[325]Kulshreshtha M. An update on new cholesterol inhibitor: bempedoic acid. Curr Cardiol Rev. 2022;18(2):e141221198875.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9413737
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34906059?tool=bestpractice.com
Uma metanálise revelou que a terapia com ácido bempedoico reduziu os níveis de LDL-C em cerca de 23% em comparação com o placebo, enquanto um ensaio clínico randomizado e controlado revelou que ela esteve associada a uma redução no risco de eventos cardiovasculares adversos importantes (morte por causas cardiovasculares, IAM não fatal, AVC não fatal ou revascularização coronária) em pacientes com intolerância a estatinas, fornecendo algumas evidências para seu uso neste grupo.[326]Dai L, Zuo Y, You Q, et al. Efficacy and safety of bempedoic acid in patients with hypercholesterolemia: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Eur J Prev Cardiol. 2021 Jul 23;28(8):825-33.
https://academic.oup.com/eurjpc/article/28/8/825/6327121
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34298558?tool=bestpractice.com
[327]Nissen SE, Lincoff AM, Brennan D, et al. Bempedoic acid and cardiovascular outcomes in statin-intolerant patients. N Engl J Med. 2023 Apr 13;388(15):1353-64.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36876740?tool=bestpractice.com
Inclisiran
A inclisirana, um pequeno ácido ribonucleico interferente (siRNA) que inibe a síntese hepática de PCSK9, agora é recomendada pela ADA como um tratamento hipolipemiante alternativo para as pessoas com intolerância a estatinas (uso off-label).[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Nos ensaios de fase 3 ORION-10 e ORION-11, indivíduos com DCV estabelecida ou com alto risco de DCV foram randomizados para receber inclisirana ou placebo.[328]Ray KK, Wright RS, Kallend D, et al. Two phase 3 trials of inclisiran in patients with elevated LDL cholesterol. N Engl J Med. 2020 Apr 16;382(16):1507-19.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1912387
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32187462?tool=bestpractice.com
A inclisirana permite a administração menos frequente em comparação com os anticorpos monoclonais e foi administrada no dia 1, no dia 90 e a cada 6 meses posteriormente, durante um período de 540 dias. Foram obtidas reduções nos níveis de LDL-C de aproximadamente 50% com a inclisirana.[328]Ray KK, Wright RS, Kallend D, et al. Two phase 3 trials of inclisiran in patients with elevated LDL cholesterol. N Engl J Med. 2020 Apr 16;382(16):1507-19.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1912387
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32187462?tool=bestpractice.com
Os eventos adversos foram geralmente semelhantes nos grupos da inclisirana e do placebo, embora os eventos adversos no local da injeção tenham sido mais frequentes com a inclisirana (2.6% vs. 0.9% no ORION-10 e 4.7% vs. 0.5% no ORION-11); tais reações foram, em geral, leves.[328]Ray KK, Wright RS, Kallend D, et al. Two phase 3 trials of inclisiran in patients with elevated LDL cholesterol. N Engl J Med. 2020 Apr 16;382(16):1507-19.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1912387
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32187462?tool=bestpractice.com
Um estudo de desfechos cardiovasculares com o uso da inclisirana em pessoas com DCV estabelecida está em andamento.[329]ClinicalTrials.gov. A randomized trial assessing the effects of inclisiran on clinical outcomes among people with cardiovascular disease (ORION-4). ClinicalTrials.gov Identifier: NCT03705234. Dec 2024 [internet publication].
https://clinicaltrials.gov/study/NCT03705234
Resumo das recomendações da ADA para farmacoterapia hipolipemiante em pacientes com diabetes com DCV estabelecida:[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Terapia de alta intensidade com estatina para adultos de todas as idades, visando uma redução de LDL-C de ≥50% em relação ao valor basal e uma meta de LDL-C de <1.42 mmol/L (<55 mg/dL). Para as pessoas que não toleram a intensidade de estatina pretendida, deve ser usada a dose máxima tolerada de estatina.
Adição de ezetimiba ou de um inibidor de PCSK9 se essa meta não for alcançada com a terapia com estatina máxima tolerada.
Para as pessoas com intolerância à terapia com estatinas, um inibidor de PCSK9, o ácido bempedoico ou a inclisirana devem ser considerados como terapia alternativa para redução do colesterol.
Para certos pacientes com risco intermediário ou limítrofe, a medição do cálcio nas artérias coronárias (CAC) pode ser útil para apoiar a tomada de decisão compartilhada para a terapia com estatinas.[77]Arnett DK, Blumenthal RS, Albert MA, et al. 2019 ACC/AHA guideline on the primary prevention of cardiovascular disease. Circulation. 2019 Sep 10;140(11):e596-646.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000678
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30879355?tool=bestpractice.com
Um escore de CAC ≥100 unidades de Agatston ou no percentil ≥75 para idade/sexo/raça pode reclassificar o risco cardiovascular como aumentado.[77]Arnett DK, Blumenthal RS, Albert MA, et al. 2019 ACC/AHA guideline on the primary prevention of cardiovascular disease. Circulation. 2019 Sep 10;140(11):e596-646.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000678
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30879355?tool=bestpractice.com
Um perfil lipídico deve ser verificado: no momento do diagnóstico de diabetes ou pré-diabetes; no início de estatinas ou outra terapia hipolipemiante; 4-12 semanas após o início ou uma mudança na dose; e anualmente depois disso.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Papel das outras farmacoterapias hipolipemiantes
O etil icosapente pode ser considerado nos pacientes com DCV aterosclerótica ou outros fatores de risco cardiovascular que estiverem tomando uma estatina e tiverem LDL-C controlado, mas triglicerídeos elevados (1.53 a 5.64 mmol/L [135 a 499 mg/dL]).[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Foi demonstrado que ele reduz modestamente os eventos cardiovasculares.[115]Arnold SV, Bhatt DL, Barsness GW, et al. Clinical management of stable coronary artery disease in patients with type 2 diabetes mellitus: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2020 May 12;141(19):e779-806.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000766
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32279539?tool=bestpractice.com
[116]Bhatt DL, Steg PG, Miller M, et al. Cardiovascular risk reduction with icosapent ethyl for hypertriglyceridemia. N Engl J Med. 2019 Jan 3;380(1):11-22.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1812792
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30415628?tool=bestpractice.com
Tem havido algumas preocupações sobre o uso de óleo mineral como tratamento de controle em ensaios clínicos centrais do etil icosapente; no entanto, a avaliação sobre se isso teve impacto sobre os desfechos do estudo permanece inconclusiva.[330]Doi T, Langsted A, Nordestgaard BG. A possible explanation for the contrasting results of REDUCE-IT vs. STRENGTH: cohort study mimicking trial designs. Eur Heart J. 2021 Dec 14;42(47):4807-17.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/47/4807/6358478
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34455435?tool=bestpractice.com
[331]Olshansky B, Chung MK, Budoff MJ, et al. Mineral oil: safety and use as placebo in REDUCE-IT and other clinical studies. Eur Heart J Suppl. 2020 Oct;22(suppl j):J34-J48.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7537802
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33061866?tool=bestpractice.com
Os fibratos são efetivos para reduzir os níveis muito altos de triglicerídeos (ou seja, >5.65 mmol/L [>500 mg/dL]) para reduzir o risco de pancreatite.[115]Arnold SV, Bhatt DL, Barsness GW, et al. Clinical management of stable coronary artery disease in patients with type 2 diabetes mellitus: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2020 May 12;141(19):e779-806.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000766
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32279539?tool=bestpractice.com
Eles são mais frequentemente adicionados à terapia com estatina, embora a ADA observe que essa abordagem geralmente não é recomendada devido à falta de evidências de melhora nos desfechos de DCV.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Além disso, recomenda-se cautela, pois a terapia combinada de estatina e fibrato pode aumentar o risco de miosite e rabdomiólise. Para diminuir o risco, é recomendado o fenofibrato em vez da genfibrozila.[48]Joseph JJ, Deedwania P, Acharya T, et al. Comprehensive management of cardiovascular risk factors for adults with type 2 diabetes: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2022 Mar;145(9):e722-59.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001040
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35000404?tool=bestpractice.com
A suplementação com ácidos graxos ômega-3 não reduziu a taxa de eventos cardiovasculares em pacientes com diabetes e com alto risco para esses eventos.[117]Bosch J, Gerstein HC, Dagenais GR, et al; ORIGIN Trial Investigators. n-3 fatty acids and cardiovascular outcomes in patients with dysglycemia. N Engl J Med. 2012 Jul 26;367(4):309-18.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1203859
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22686415?tool=bestpractice.com
Terapia antiagregante plaquetária
A aspirina é recomendada para a prevenção secundária nas pessoas com história de DCV aterosclerótica.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
O clopidogrel (um inibidor de P2Y12) deve ser usado nos pacientes com alergia ou intolerância à aspirina.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Em pessoas com doença arterial coronariana e/ou periférica estável e baixo risco de sangramento, a ADA e a ESC recomendam o tratamento combinado com aspirina e baixa dose de rivaroxabana (um anticoagulante oral direto) para a prevenção secundária.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[332]Ajjan RA, Kietsiriroje N, Badimon L, et al. Antithrombotic therapy in diabetes: which, when, and for how long? Eur Heart J. 2021 Jun 14;42(23):2235-59.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8203081
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33764414?tool=bestpractice.com
A rivaroxabana tem efeitos antiagregantes plaquetários semelhantes à aspirina e também pode melhorar a função endotelial.[333]Pistrosch F, Matschke JB, Schipp D, et al. Rivaroxaban compared with low-dose aspirin in individuals with type 2 diabetes and high cardiovascular risk: a randomised trial to assess effects on endothelial function, platelet activation and vascular biomarkers. Diabetologia. 2021 Dec;64(12):2701-12.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8563606
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34495376?tool=bestpractice.com
A terapia antiagregante plaquetária dupla com aspirina e um antagonista do receptor P2Y12 (clopidogrel, ticagrelor ou prasugrel) é indicada após uma síndrome coronariana aguda (SCA).[334]Levine GN, Bates ER, Bittl JA, et al. 2016 ACC/AHA guideline focused update on duration of dual antiplatelet therapy in patients with coronary artery disease: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines: an update of the 2011 ACCF/AHA/SCAI guideline for percutaneous coronary intervention, 2011 ACCF/AHA guideline for coronary artery bypass graft surgery, 2012 ACC/AHA/ACP/AATS/PCNA/SCAI/STS guideline for the diagnosis and management of patients with stable ischemic heart disease, 2013 ACCF/AHA guideline for the management of ST-elevation myocardial infarction, 2014 AHA/ACC guideline for the management of patients with non-ST-elevation acute coronary syndromes, and 2014 ACC/AHA guideline on perioperative cardiovascular evaluation and management of patients undergoing noncardiac surgery. Circulation. 2016 Sep 6;134(10):e123-55.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000404
As evidências apoiam o uso de ticagrelor ou clopidogrel se não tiver sido realizada ICP, e de clopidogrel, ticagrelor ou prasugrel se uma ICP tiver sido realizada.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
Geralmente, prasugrel e o ticagrelor têm melhor eficácia nos pacientes com diabetes e são preferenciais ao clopidogrel para os pacientes submetidos a uma ICP.[332]Ajjan RA, Kietsiriroje N, Badimon L, et al. Antithrombotic therapy in diabetes: which, when, and for how long? Eur Heart J. 2021 Jun 14;42(23):2235-59.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8203081
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33764414?tool=bestpractice.com
[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
As diretrizes do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do Reino Unido recomendam que o prasugrel seja usado como o inibidor de P2Y12 de primeira linha para o IAM com supradesnivelamento do segmento ST; por outro lado, as diretrizes da Europa e dos EUA não indicam nenhuma preferência pelo prasugrel ou pelo ticagrelor.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
[336]National Institute for Health and Care Excellence. Acute coronary syndromes. Nov 2020 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng185
[337]Neumann FJ, Sousa-Uva M, Ahlsson A, et al. 2018 ESC/EACTS guidelines on myocardial revascularization. Eur Heart J. 2019 Jan 7;40(2):87-165.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/40/2/87/5079120
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30165437?tool=bestpractice.com
Para o IAM sem supradesnivelamento do segmento ST, o NICE recomenda o prasugrel ou o ticagrelor.[336]National Institute for Health and Care Excellence. Acute coronary syndromes. Nov 2020 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng185
A terapia antiagregante plaquetária dupla de curto prazo também é recomendada após um ataque isquêmico transitório (AIT) de alto risco e de um AVC leve.[338]Kleindorfer DO, Towfighi A, Chaturvedi S, et al. 2021 guideline for the prevention of stroke in patients with stroke and transient ischemic attack: a guideline from the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke. 2021 Jul;52(7):e364-467.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/STR.0000000000000375
A terapia antiagregante plaquetária dupla pode ter benefícios além de 1 ano na redução do risco em longo prazo de eventos ateroscleróticos recorrentes.[332]Ajjan RA, Kietsiriroje N, Badimon L, et al. Antithrombotic therapy in diabetes: which, when, and for how long? Eur Heart J. 2021 Jun 14;42(23):2235-59.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8203081
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33764414?tool=bestpractice.com
No entanto, as recomendações sobre a duração do tratamento estão mudando rapidamente e devem ser determinadas por uma abordagem de equipe interprofissional que inclua um cardiologista após uma SCA ou um neurologista após um AIT/AVC.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Os benefícios comparados aos riscos de sangramento e trombose devem ser avaliados com base na anatomia coronariana e na extensão da DAC, na complexidade da ICP, no risco de sangramento, na idade e nas comorbidades clínicas do paciente, como anemia ou insuficiência renal.[339]Angiolillo DJ, Bhatt DL, Cannon CP, et al. Antithrombotic therapy in patients with atrial fibrillation treated with oral anticoagulation undergoing percutaneous coronary intervention: a North American perspective – 2021 update. Circulation. 2021 Feb 9;143(6):583-96.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.120.050438
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33555916?tool=bestpractice.com
Para reduzir o risco de hemorragia digestiva, um inibidor da bomba de prótons é recomendado para todos os pacientes em uma combinação de terapia antiagregante plaquetária ou anticoagulante, e a ESC recomenda que ele seja considerado para aqueles que recebem um único agente, dependendo do risco individual de sangramento.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
Infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST)
Para as pessoas com IAMCSST e sintomas isquêmicos por <12 horas, a ICP primária é recomendada para melhorar a sobrevida.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
A ICP primária é superior à terapia fibrinolítica e, portanto, a terapia fibrinolítica só é recomendada se a ICP não estiver imediatamente disponível (ou seja, dentro de 120 minutos).[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
Uma análise de dados de 11 ensaios clínicos comparou a ICP com a terapia fibrinolítica em 2725 pacientes com IAMCSST, incluindo 367 pacientes com diabetes.[340]Grines C, Patel A, Zijlstra F, et al. Primary coronary angioplasty compared with intravenous thrombolytic therapy for acute myocardial infarction: six-month follow up and analysis of individual patient data from randomized trials. Am Heart J. 2003 Jan;145(1):47-57.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12514654?tool=bestpractice.com
Entre os pacientes com diabetes, a taxa de mortalidade ou reinfarto não fatal em 30 dias foi de 19.3% para aqueles tratados com fibrinolíticos e de 9.2% para aqueles submetidos a uma ICP primária. Se o início dos sintomas isquêmicos tiver sido há ≥12 horas e o paciente estiver em choque cardiogênico ou apresentar instabilidade hemodinâmica, a ICP primária é indicada, ou a CRM, se uma ICP não for viável.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
A ICP também pode ser razoável nos pacientes estáveis e que se apresentarem de 12 a 24 horas após o início dos sintomas, bem como naqueles cujo IAMCSST é complicado por isquemia continuada, insuficiência cardíaca aguda grave ou arritmia com risco de vida.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
Para obter informações mais abrangentes sobre o manejo do quadro agudo dessa doença, consulte Infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST.
Níveis glicêmicos não controlados no período perioperatório ou periprocedural estão associados a desfechos adversos para os pacientes com diabetes. Os benefícios de um bom controle incluem reduções no tempo de internação e na probabilidade de uma nova internação, bem como melhores taxas de sobrevida pós-operatória.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Um ECRC que examinou os efeitos do controle glicêmico intensivo periprocedimental durante a ICP precoce sobre a taxa de reestenose em pacientes hiperglicêmicos (glicose ≥7.8 mmol/L [≥140 mg/dL]) com IAMCST mostrou que o controle intensivo levou a uma redução de 50% nas reestenoses a 6 meses em comparação com o controle glicêmico convencional.[341]Marfella R, Sasso FC, Siniscalchi M, et al. Peri-procedural tight glycemic control during early percutaneous coronary intervention is associated with a lower rate of in-stent restenosis in patients with acute ST-elevation myocardial infarction. J Clin Endocrinol Metab. 2012 Aug;97(8):2862-71.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22639289?tool=bestpractice.com
Síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST
A síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST (SCA-SSST) manifesta-se mais comumente como um IAMSSST, mas também pode se apresentar como angina instável.[342]Byrne RA, Rossello X, Coughlan JJ, et al. 2023 ESC guidelines for the management of acute coronary syndromes. Eur Heart J. 2023 Oct 12;44(38):3720-826.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/38/3720/7243210
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622654?tool=bestpractice.com
A estratégia invasiva imediata (angiografia coronária com intenção de revascularização) é necessária nos pacientes com IAMSSST e choque cardiogênico, angina refratária ou instabilidade hemodinâmica/elétrica.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
A estratégia invasiva precoce (geralmente dentro de 24 horas) é recomendada para os pacientes com alto risco de eventos cardiovasculares: por exemplo, aqueles com um escore alto no Registro Global de Eventos Coronários Agudos (GRACE). Os pacientes com IAMSSST de risco baixo ou intermediário devem ser submetidos a angiografia coronária antes da alta com a intenção de revascularização. A estratégia invasiva é importante no IAMSSST, pois ajudará a determinar a adequação para revascularização e o modo apropriado (ICP vs. CRM).[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
Para obter informações mais abrangentes sobre o manejo do quadro agudo dessas doenças, consulte Infarto do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST e Angina instável.
Revascularização para doença multivasos ou no tronco da coronária esquerda
As recomendações sobre o modo de revascularização em pacientes com diabetes diferem ligeiramente das da população em geral, sobretudo nos pacientes com diabetes e doença multivasos.[337]Neumann FJ, Sousa-Uva M, Ahlsson A, et al. 2018 ESC/EACTS guidelines on myocardial revascularization. Eur Heart J. 2019 Jan 7;40(2):87-165.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/40/2/87/5079120
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30165437?tool=bestpractice.com
Os pacientes com diabetes e DAC multivasos complexa devem ser submetidos a uma abordagem por uma equipe cardíaca para a revascularização, inclusive de um cardiologista intervencionista e de um cirurgião cardíaco.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
A CRM geralmente é recomendada preferencialmente à ICP para melhorar a sobrevida nos pacientes com diabetes e DAC de múltiplos vasos nos quais a revascularização mecânica oferece maior probabilidade de melhora da sobrevida.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
[343]Patel MR, Calhoon JH, Dehmer GJ, et al. ACC/AATS/AHA/ASE/ASNC/SCAI/SCCT/STS 2017 appropriate use criteria for coronary revascularization in patients with stable ischemic heart disease: a report of the American College of Cardiology Appropriate Use Criteria Task Force, American Association for Thoracic Surgery, American Heart Association, American Society of Echocardiography, American Society of Nuclear Cardiology, Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, Society of Cardiovascular Computed Tomography, and Society of Thoracic Surgeons. J Am Coll Cardiol. 2017 May 2;69(17):2212-41.
http://www.onlinejacc.org/content/69/17/2212
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28291663?tool=bestpractice.com
[344]Farkouh ME, Domanski M, Dangas GD, et al; FREEDOM Follow-On Study Investigators. Long-term survival following multivessel revascularization in patients with diabetes: the FREEDOM follow-on study. J Am Coll Cardiol. 2019 Feb 19;73(6):629-38.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30428398?tool=bestpractice.com
Isso é particularmente recomendado caso seja usado um enxerto de artéria mamária interna esquerda para a artéria descendente anterior (LIMA-LAD) e o paciente seja um bom candidato à cirurgia. Nos pacientes com diabetes e DAC multivasos que são maus candidatos à cirurgia, atendem aos critérios de revascularização e têm anatomia passível de ICP, a ICP pode ser benéfica para melhorar os desfechos isquêmicos.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
O benefício de sobrevida associado à CRM em comparação com a ICP pode ser maior nos pacientes com diabetes que recebem insulinoterapia do que naqueles que não recebem insulinoterapia.[345]Wang R, Serruys PW, Gao C, et al. Ten-year all-cause death after percutaneous or surgical revascularization in diabetic patients with complex coronary artery disease. Eur Heart J. 2021 Dec 28;43(1):56-67.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8720143
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34405232?tool=bestpractice.com
As diretrizes de 2021 da ACC/AHA/Society for Cardiovascular Angiography and Interventions (SCAI) recomendam a CRM para a doença do tronco coronário esquerdo.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
No entanto, elas reconhecem que a ICP pode ser considerada em pacientes com DAC de complexidade baixa ou intermediária no restante da anatomia coronariana.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
Um ensaio clínico (EXCEL; cerca de 30% dos participantes com diabetes) revelou que a ICP não foi inferior à CRM para o desfecho de IAM, AVC ou mortalidade em 3 anos.[346]Stone GW, Sabik JF, Serruys PW, et al. Everolimus-eluting stents or bypass surgery for left main coronary artery disease. N Engl J Med. 2016 Dec 8;375(23):2223-35.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27797291?tool=bestpractice.com
A mortalidade após uma CRM é maior nas pessoas com diabetes do que naquelas sem diabetes. No entanto, entre as pessoas com diabetes, a sobrevida após uma CRM indicada é superior à sobrevida após a terapia medicamentosa ou a ICP.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
[347]Kapur A, Hall RJ, Malik IS, et al. Randomized comparison of percutaneous coronary intervention with coronary artery bypass grafting in diabetic patients: 1-year results of the CARDia (Coronary Artery Revascularization in Diabetes) trial. J Am Coll Cardiol. 2010 Feb 2;55(5):432-40.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20117456?tool=bestpractice.com
Os estudos centrais estão resumidos abaixo:
Nos pacientes com diabetes e doença no tronco coronário esquerdo e/ou DAC triarterial, o ensaio SYNTAX revelou que a ICP resultou em taxas mais altas de repetição da revascularização e de eventos cardiovasculares ou cerebrovasculares adversos importantes em comparação com os pacientes submetidos a CRM.[348]Mohr FW, Morice MC, Kappetein AP, et al. Coronary artery bypass graft surgery versus percutaneous coronary intervention in patients with three-vessel disease and left main coronary disease: 5-year follow-up of the randomised, clinical SYNTAX trial. Lancet. 2013 Feb 23;381(9867):629-38.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23439102?tool=bestpractice.com
[349]Kappetein AP, Head SJ, Morice MC, et al; SYNTAX Investigators. Treatment of complex coronary artery disease in patients with diabetes: 5-year results comparing outcomes of bypass surgery and percutaneous coronary intervention in the SYNTAX trial. Eur J Cardiothorac Surg. 2013 May;43(5):1006-13.
https://academic.oup.com/ejcts/article/43/5/1006/441451
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23413014?tool=bestpractice.com
No entanto, não houve diferença nas taxas de morte por todas as causas, AVC e IAM. Um estudo de acompanhamento de longo prazo da coorte SYNTAX encontrou risco de mortalidade maior com ICP do que com a CRM em 5 anos (19.6% vs. 13.3%), com o oposto observado entre 5 e 10 anos (20.8% vs. 24.4%).[345]Wang R, Serruys PW, Gao C, et al. Ten-year all-cause death after percutaneous or surgical revascularization in diabetic patients with complex coronary artery disease. Eur Heart J. 2021 Dec 28;43(1):56-67.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8720143
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34405232?tool=bestpractice.com
O ensaio FREEDOM avaliou pacientes com diabetes e doença coronariana multivasos (definida como estenose de >70% em ao menos dois vasos epicárdicos sem doença do tronco coronário esquerdo) e revelou que a CRM foi superior à ICP em termos de redução de mortes e do IAM, porém os pacientes submetidos à CRM apresentaram uma taxa elevada de AVC´s.[350]Farkouh ME, Domanski M, Sleeper LA, et al; FREEDOM Trial Investigators. Strategies for multivessel revascularization in patients with diabetes. N Engl J Med. 2012 Dec 20;367(25):2375-84.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1211585
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23121323?tool=bestpractice.com
Em um estudo de acompanhamento estendido, a taxa de mortalidade por todas as causas foi mais baixa no grupo de CRM (18.7%) que no grupo de ICP (23.7%).[344]Farkouh ME, Domanski M, Dangas GD, et al; FREEDOM Follow-On Study Investigators. Long-term survival following multivessel revascularization in patients with diabetes: the FREEDOM follow-on study. J Am Coll Cardiol. 2019 Feb 19;73(6):629-38.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30428398?tool=bestpractice.com
No ensaio BARI (Bypass Angioplasty Revascularization Investigation), ao comparar a CRM versus a ICP realizada apenas com balão (angioplastia coronária transluminal percutânea, ACTP) para a doença triarterial, a sobrevida em 7 anos foi de 76.4% para os pacientes com diabetes tratados com CRM em comparação com 55.7% para aqueles tratados com a ICP.[351]Bypass Angioplasty Revascularization Investigators. Seven-year outcome in the Bypass Angioplasty Revascularization Investigation (BARI) by treatment and diabetic status. J Am Coll Cardiol. 2000 Apr;35(5):1122-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10758950?tool=bestpractice.com
10 anos depois, os pacientes diabéticos pertencentes ao grupo de CRM apresentaram maior sobrevida que os pacientes do grupo de ACTP (ACTP 45.5% versus CRM 57.8%).[352]BARI Investigators. The final 10-year follow-up results from the BARI randomized trial. J Am Coll Cardiol. 2007 Apr 2;49(15):1600-6.
http://www.onlinejacc.org/content/49/15/1600
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17433949?tool=bestpractice.com
Esse ensaio foi realizado anteriormente a stents, terapia agressiva com estatina e terapia antiagregante plaquetária dupla.
Análises de subgrupos dos ensaios EAST (Emory Angioplasty versus Surgery Trial), sobre angioplastia versus cirurgia da Universidade de Emory, e CABRI (Coronary Angioplasty versus Bypass Revascularization), sobre angioplastia coronária versus cirurgia de revascularização, mostraram que a CRM tende a ser associada a uma melhor sobrevida em longo prazo que a ICP realizada apenas com balão para doença triarterial.[353]Flaherty JD, Davidson CJ. Diabetes and coronary revascularization. JAMA. 2005 Mar 23;293(12):1501-8.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/200563
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15784875?tool=bestpractice.com
O ensaio ART (Arterial Revascularization Trial), sobre revascularização arterial, comparou CRM versus ICP com stents metálicos em pacientes com doença multivasos.[354]Berry C, Tardif JC, Bourassa MG. Coronary heart disease in patients with diabetes: part II: recent advances in coronary revascularization. J Am Coll Cardiol. 2007 Feb 13;49(6):643-56.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17291929?tool=bestpractice.com
A análise de subgrupos de pacientes com diabetes mostrou uma sobrevida de 1 ano livre de eventos de 84.4% para CRM e de 63.4% para ICP.[354]Berry C, Tardif JC, Bourassa MG. Coronary heart disease in patients with diabetes: part II: recent advances in coronary revascularization. J Am Coll Cardiol. 2007 Feb 13;49(6):643-56.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17291929?tool=bestpractice.com
Vários estudos que comparam CRM versus ICP com stents farmacológicos demonstraram que o diabetes é um preditor independente de reestenose das lesões em alvo.[353]Flaherty JD, Davidson CJ. Diabetes and coronary revascularization. JAMA. 2005 Mar 23;293(12):1501-8.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/200563
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15784875?tool=bestpractice.com
[355]Banning AP, Westaby S, Morice MC, et al. Diabetic and nondiabetic patients with left main and/or 3-vessel coronary artery disease: comparison of outcomes with cardiac surgery and paclitaxel-eluting stents. J Am Coll Cardiol. 2010 Mar 16;55(11):1067-75.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20079596?tool=bestpractice.com
Stents farmacológicos parecem ser superiores a stents não farmacológicos em pessoas com diabetes, no que se refere a grandes eventos cardíacos adversos, como morte, IAM ou necessidade de repetição de revascularização.[356]Maresta A, Varani E, Balducci M, et al. Comparison of effectiveness and safety of sirolimus-eluting stents versus bare-metal stents in patients with diabetes mellitus (from the Italian Multicenter Randomized DESSERT Study). Am J Cardiol. 2008 Jun 1;101(11):1560-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18489933?tool=bestpractice.com
[357]Mahmud E, Bromberg-Marin G, Palakodeti V, et al. Clinical efficacy of drug-eluting stents in diabetic patients: a meta-analysis. J Am Coll Cardiol. 2008 Jun 24;51(25):2385-95.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18565394?tool=bestpractice.com
[358]Garg P, Normand SL, Silbaugh TS, et al. Drug-eluting or bare-metal stenting in patients with diabetes mellitus: results from the Massachusetts Data Analysis Center Registry. Circulation. 2008 Nov 25;118(22):2277-85.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19001019?tool=bestpractice.com
[359]Frye RL, August P, Brooks MM, et al; BARI 2D Study Group. A randomized trial of therapies for type 2 diabetes and coronary artery disease. N Engl J Med. 2009 Jun 11;360(24):2503-15.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0805796
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19502645?tool=bestpractice.com
[360]De Luca G, Dirksen MT, Spaulding C, et al; DESERT Cooperation. Meta-analysis comparing efficacy and safety of first generation drug-eluting stents to bare-metal stents in patients with diabetes mellitus undergoing primary percutaneous coronary intervention. Am J Cardiol. 2013 May 1;111(9):1295-304.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23490029?tool=bestpractice.com
Os estudos do International Study of Comparative Health Effectiveness with Medical and Invasive Approaches (ISCHEMIA) investigaram os efeitos de uma abordagem invasiva (terapia medicamentosa associada à revascularização) em comparação com uma abordagem conservadora (terapia medicamentosa isolada) em pacientes com doença coronariana crônica.[361]Newman JD, Anthopolos R, Mancini GBJ, et al. Outcomes of participants with diabetes in the ISCHEMIA trials. Circulation. 2021 Oct 26;144(17):1380-95.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.121.054439
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34521217?tool=bestpractice.com
No geral, nenhum benefício foi observado para o manejo invasivo em comparação com o conservador em pacientes com diabetes (43% da coorte total).[361]Newman JD, Anthopolos R, Mancini GBJ, et al. Outcomes of participants with diabetes in the ISCHEMIA trials. Circulation. 2021 Oct 26;144(17):1380-95.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.121.054439
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34521217?tool=bestpractice.com
Tratamento clínico com ou sem revascularização para doença coronariana em um único vaso
Nos pacientes estáveis com doença coronariana em um único vaso e sem SCA recente ou disfunção ventricular esquerda, o tratamento inicial é conservador e envolve a terapia medicamentosa para a DAC orientada por diretrizes. Isso pode incluir agentes anti-hipertensivos, agentes hipolipemiantes e terapia antiagregante plaquetária.[362]Amsterdam EA, Wenger NK, Brindis RG, et al; ACC/AHA Task Force Members. 2014 AHA/ACC guideline for the management of patients with non-ST-elevation acute coronary syndromes: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2014 Dec 23;130(25):e344-426.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/cir.0000000000000134
Quando otimizada, a terapia medicamentosa demonstrou desfechos semelhantes aos da revascularização.[363]Boden WE, O'Rourke RA, Teo KK, et al. Optimal medical therapy with or without PCI for stable coronary disease. N Engl J Med. 2007 Apr 12;356(15):1503-16.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa070829
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17387127?tool=bestpractice.com
[364]Maron DJ, Hochman JS, Reynolds HR, et al. Initial invasive or conservative strategy for stable coronary disease. N Engl J Med. 2020 Apr 9;382(15):1395-407.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7263833
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32227755?tool=bestpractice.com
Essa abordagem precisa de discussão entre paciente e médico para adaptar a terapia com base nos sintomas, na resposta à terapia, na expertise disponível e nas preferências do paciente.
A utilidade da revascularização coronária para melhorar a sobrevida é incerta nos pacientes com doença coronariana em um único vaso envolvendo a artéria descendente anterior proximal com uma função ventricular esquerda normal.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
A revascularização pode ser considerada após uma discussão médico-paciente, bem como uma discussão da equipe cardíaca em relação à utilidade e ao tempo.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
A revascularização coronária também tem um papel importante nos pacientes sintomáticos com angina refratária à terapia medicamentosa máxima. Se a revascularização for indicada e a anatomia for passível de ICP, a ICP é preferencial sobre a CRM para a DAC em um único vaso.[335]Writing Committee Members; Lawton JS, Tamis-Holland JE, Bangalore S, et al. 2021 ACC/AHA/SCAI guideline for coronary artery revascularization: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Jan 18;79(2):e21-129.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2021.09.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34895950?tool=bestpractice.com
[343]Patel MR, Calhoon JH, Dehmer GJ, et al. ACC/AATS/AHA/ASE/ASNC/SCAI/SCCT/STS 2017 appropriate use criteria for coronary revascularization in patients with stable ischemic heart disease: a report of the American College of Cardiology Appropriate Use Criteria Task Force, American Association for Thoracic Surgery, American Heart Association, American Society of Echocardiography, American Society of Nuclear Cardiology, Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, Society of Cardiovascular Computed Tomography, and Society of Thoracic Surgeons. J Am Coll Cardiol. 2017 May 2;69(17):2212-41.
http://www.onlinejacc.org/content/69/17/2212
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28291663?tool=bestpractice.com
Considerações para pacientes com comorbidades específicas
Insuficiência cardíaca (IC)
A IC é comum nos pacientes com diabetes e, em muitos pacientes, pode ser a apresentação inicial de DCV.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[141]Pop-Busui R, Januzzi JL, Bruemmer D, et al. Heart failure: an underappreciated complication of diabetes – a consensus report of the American Diabetes Association. Diabetes Care. 2022 Jul 7;45(7):1670-90.
https://diabetesjournals.org/care/article/45/7/1670/147048/Heart-Failure-An-Underappreciated-Complication-of
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35796765?tool=bestpractice.com
Os pacientes com diabetes e insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER) ou insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) devem receber terapia para IC de acordo com as diretrizes atuais para IC.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[158]Heidenreich PA, Bozkurt B, Aguilar D, et al. 2022 AHA/ACC/HFSA guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association joint committee on clinical practice guidelines. Circulation. 2022 May 3;145(18):e895-1032.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001063
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35363499?tool=bestpractice.com
[258]McDonagh TA, Metra M, Adamo M, et al. 2021 ESC guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure. Eur Heart J. 2021 Sep 21;42(36):3599-726.
https://www.doi.org/10.1093/eurheartj/ehab368
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34447992?tool=bestpractice.com
A presença de IC nos pacientes com diabetes do tipo 2 influencia a escolha do agente anti-hiperglicêmico. Os inibidores de SGLT2 são recomendados em todos os pacientes com IC e diabetes mellitus do tipo 2, pois eles reduzem os riscos de hospitalização e mortalidade relacionadas à IC. As tiazolidinedionas (por exemplo, pioglitazona) e e saxagliptina (um inibidor da DPP-4) foram associadas a um aumento do risco de hospitalizações por IC e não são recomendadas nos pacientes com IC ou em risco de IC. A metformina, a insulina, e a sitagliptina e a linagliptina (inibidoras da DPP-4) são consideradas neutras em termos de efeito sobre os desfechos da IC.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
Nos pacientes com obesidade e ICFEP, a semaglutida (um agonista do receptor de GLP-1) demonstrou reduzir os sintomas relacionados à IC, melhorar a função do exercício e resultar em maior perda de peso em comparação ao placebo.[365]Kosiborod MN, Abildstrøm SZ, Borlaug BA, et al. Semaglutide in patients with heart failure with preserved ejection fraction and obesity. N Engl J Med. 2023 Sep 21;389(12):1069-84.
https://www.doi.org/10.1056/NEJMoa2306963
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622681?tool=bestpractice.com
Um agonista do receptor de GLP-1 pode ser preferível aos outros agentes anti-hiperglicêmicos nas pessoas com ICFEP e obesidade.
O rastreamento da IC nos pacientes com diabetes é importante para iniciar o tratamento precocemente e otimizar o prognóstico. A ADA recomenda o rastreamento anual para IC dos adultos com diabetes assintomáticos.[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Consulte Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida e Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada.
DRC
A DRC é um fator de risco para DCV, e a piora da função renal (menor taxa de filtração glomerular [TFG], aumento da albuminúria) está associada a um aumento progressivo do risco de doença coronariana.[81]Sarnak MJ, Levey AS, Schoolwerth AC, et al. Kidney disease as a risk factor for development of cardiovascular disease: a statement from the American Heart Association Councils on Kidney in Cardiovascular Disease, High Blood Pressure Research, Clinical Cardiology, and Epidemiology and Prevention. Hypertension. 2003 Nov;42(5):1050-65.
https://www.doi.org/10.1161/01.HYP.0000102971.85504.7c
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14604997?tool=bestpractice.com
A DCV (adicionalmente ao diabetes) é um fator de risco para a progressão da DRC e subsequente insuficiência renal com terapia substitutiva (diálise ou transplante renal).[366]Mark PB, Carrero JJ, Matsushita K, et al. Major cardiovascular events and subsequent risk of kidney failure with replacement therapy: a CKD Prognosis Consortium study. Eur Heart J. 2023 Apr 1;44(13):1157-66.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/13/1157/7000222
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36691956?tool=bestpractice.com
Os pacientes com diabetes devem ser examinados quanto a DRC pelo menos uma vez por ano.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Reduzir o risco de eventos adversos cardiovasculares e renais é fundamental nesses pacientes. Modificações no estilo de vida padrão e nos fatores de risco (por exemplo, controle da PA, controle lipídico, controle glicêmico, controle do peso) são importantes. Além disso, intervenções farmacológicas específicas são recomendadas:[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Os inibidores de SGLT2, além de reduzir a hiperglicemia, têm benefícios renais por meio de efeitos independentes sobre a reabsorção tubular renal de glicose, o peso, a PA, as pressões intraglomerulares, a albuminúria e o retardo da perda da TFG, e são recomendados em pacientes com diabetes do tipo 2, DCV aterosclerótica estabelecida e DRC para reduzir tanto o risco de eventos adversos cardiovasculares quanto renais.
Um inibidor da ECA ou antagonista do receptor de angiotensina II é recomendado nos pacientes com diabetes do tipo 2, DCV aterosclerótica estabelecida e DRC, mesmo que estejam normotensos, para reduzir o risco de eventos cardiovasculares.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[318]Virani SS, Newby LK, Arnold SV, et al. 2023 AHA/ACC/ACCP/ASPC/NLA/PCNA guideline for the management of patients with chronic coronary disease: a report of the American Heart Association/American College of Cardiology Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2023 Aug 29;148(9):e9-e119.
https://www.doi.org/10.1161/CIR.0000000000001168
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37471501?tool=bestpractice.com
Foi demonstrado em estudos randomizados que a finerenona, um antagonista não esteroidal do receptor mineralocorticoide, reduz os riscos de eventos cardiovasculares e a progressão da DRC em pacientes com diabetes do tipo 2, DRC e albuminúria.[367]Bakris GL, Agarwal R, Anker SD, et al. Effect of finerenone on chronic kidney disease outcomes in type 2 diabetes. N Engl J Med. 2020 Dec 3;383(23):2219-29.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2025845
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33264825?tool=bestpractice.com
[368]Pitt B, Filippatos G, Agarwal R, et al. Cardiovascular events with finerenone in kidney disease and type 2 diabetes. N Engl J Med. 2021 Dec 9;385(24):2252-63.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2110956
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34449181?tool=bestpractice.com
Para os indivíduos com diabetes do tipo 2 e DRC com albuminúria tratados com a dose máxima tolerada de IECAs ou antagonistas do receptor de angiotensina II, que apresentam um maios risco de eventos cardiovasculares ou evolução da DRC, a ADA e a ESC recomendam acrescentar a finerenona.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
[30]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care 2024 Jan 1;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
Se for necessário controle glicêmico adicional, um agonista do receptor de GLP-1 é recomendado, pois ele melhora os desfechos renais independentemente do efeito de redução da glicose, e tem benefícios na redução do risco cardiovascular e no controle do peso.
A aspirina em baixas doses é recomendada para os pacientes com diabetes, DRC e DCV aterosclerótica.
Nos pacientes com diabetes, DRC e DAC estável moderada ou grave, pode-se considerar uma estratégia clínica intensiva ou uma estratégia invasiva inicial.[7]Marx N, Federici M, Schütt K, et al. 2023 ESC guidelines for the management of cardiovascular disease in patients with diabetes. Eur Heart J. 2023 Oct 14;44(39):4043-140.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/39/4043/7238227
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622663?tool=bestpractice.com
O encaminhamento para um especialista deve ser considerado.
Consulte Doença renal diabética.