Epidemiologia
A sífilis é uma IST comum. Estimaram-se 8 milhões de casos de sífilis no mundo durante 2022.[10] Embora existam quatro estágios da infecção por sífilis, os estágios primário e secundário são os primeiros, sintomáticos, e portanto são indicadores de infecção incidente.
Sífilis nos EUA:
Em 2023, a taxa de incidência de sífilis primária e secundária foi de 15.8 casos por 100,000 indivíduos (53,007 novos casos).[11] Isso representa uma redução de 10.7% durante 2022-2023. Em 2023, quase um terço (32.7%) de todos os casos de sífilis primária e secundária relatados ocorreram em homens que fazem sexo com homens, uma redução de 13.4% nos casos em comparação com 2022.[11] Essa foi a primeira redução significativa nos casos de sífilis primária e secundária entre homens que fazem sexo com homens em mais de 15 anos. A taxa de incidência da sífilis primária e secundária foi de 23.6 casos por 100,000 homens e 8.1 casos por 100,000 mulheres.[11] Embora as taxas de casos sejam menores nas mulheres, elas aumentaram significativamente desde 2014 (636.4%), com um aumento na incidência de 55.3% durante 2020 a 2021.[11] Nos homens, a taxa de incidência foi maior na faixa etária de 30 a 34 anos, seguida pela faixa etária de 25 a 29 anos (a incidência foi semelhante nessas duas faixas etárias).[11] Nas mulheres, o maior índice foi na faixa etária de 25 a 29 anos.[11]
Não houve aumento na taxa de sífilis primária e secundária entre qualquer raça ou grupo étnico hispânico durante 2022-2023. No entanto, desde 2017, as taxas de incidência aumentaram entre todos os grupos raciais/etnias. O maior aumento é observado entre os índios norte-americanos/nativos do Alasca não hispânicos, que tiveram a taxa mais alta em 2023 (58.2 casos em 100,000 habitantes), seguidos por negros não hispânicos e afro-americanos (39.7 casos em 100,000 habitantes), nativos do Havaí e outros habitantes das ilhas do Pacífico (24.3 casos em 100,000 habitantes), aqueles que se identificaram como multirraciais (23.5 casos em 100,000 habitantes), hispânicos e latinos (16.9 casos em 100,000 habitantes), brancos (9.1 casos em 100,000 habitantes) e asiáticos (4.4 casos em 100,000 habitantes).[11]
Em 2023, houve 3882 casos de sífilis congênita; um aumento de 2.9% em relação a 2020 (de 102.8 para 105.8 casos em 100,000 nascidos vivos).[11] Desde 2014, o número de casos de sífilis congênita aumentou 740.3% (de 462 para 3882 casos). Esses aumentos são semelhantes aos observados nas mulheres em idade reprodutiva (15-44 anos).
Entre 2020 e 2021, a coleta de dados de vigilância foi afetada pela pandemia de COVID-19, portanto as tendências de curto prazo devem ser interpretadas com cautela.
Sífilis em outros países:
A sífilis vem aumentando na Europa desde 2011, particularmente entre os HSH.[11] Em 2018, houve 33,927 novos casos relatados em 29 países da União Europeia (UE) (7.0 casos em 100,000 habitantes). A taxa mais alta foi em Malta (17.9 casos por 100,000 habitantes), seguida por Luxemburgo (17.1), Reino Unido (12.6) e Espanha (10.3). As taxas mais baixas (<3 casos em 100,000 habitantes) ocorreram na Croácia, Estônia, Itália, Portugal e Eslovênia. A taxa de incidência foi 8 vezes maior em homens (12.1 casos em 100,000 habitantes) que em mulheres (1.4 casos em 100,000 habitantes). A taxa mais alta específica para idade e sexo foi em homens de 25 a 34 anos de idade (29 casos em 100,000 habitantes).[12]
Em Londres, Reino Unido, o número de diagnósticos de sífilis relatado em 2018 (3435) representou um aumento de 44% desde 2014.[13]
Em 2018, sessenta casos de sífilis congênita foram relatados em 23 Estados Membros da UE/Espaço Econômico Europeu.[12] Isto representa uma taxa bruta de 1.6 caso em 100,000 nativivos.
Na China, onde a sífilis foi virtualmente erradicada na década de 1950, a incidência e a prevalência da doença mais que quadruplicaram nas décadas entre 1990 e 2010.[14] O aumento nas taxas da doença foi atribuído à migração de comunidades rurais para áreas urbanas, rastreamento limitado para a presença da doença, falta de notificação adequada do parceiro e relutância por parte da população geral em utilizar os serviços de saúde para DSTs.[15]
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