Prognóstico

A recorrência é quase certa, pois a maioria das pessoas com transtorno bipolar tem mais de um episódio ao longo da vida. Apesar de uma grande variabilidade em relação às recidivas entre os indivíduos com transtorno bipolar, as evidências indicam que com o tempo os episódios tornam-se mais frequentes, e os intervalos de eutimia entre os episódios tornam-se mais curtos. Alguns indivíduos podem apresentar sintomas subsindrômicos crônicos.

Os episódios maníacos normalmente têm um início abrupto e se instalam em poucos dias, enquanto que os episódios depressivos geralmente se desenvolvem mais gradualmente. Com o tratamento, os episódios de mania, depressão ou estado misto duram aproximadamente 3 a 4 meses.[272] As recidivas que ocorrem logo após a remissão são normalmente um retorno para o polo mais recente da doença (depressivo ou maníaco). No entanto, no acompanhamento em longo prazo, o próximo episódio será de polaridade oposta em 85% dos casos.[31] Estressores vitais ou desencadeantes geralmente originam um novo episódio, no entanto, esse efeito é mais proeminente nas fases precoces que nas fases tardias do transtorno bipolar.[31]

O desfecho global em longo prazo do transtorno bipolar, baseado na história natural da doença observada em coortes prospectivas, é ruim. Apesar de os tratamentos serem efetivos na redução dos sintomas e na remissão dos episódios, apenas uma minoria dos pacientes fica bem ao acompanhamento em longo prazo. Ao longo de um período médio de 13 anos de acompanhamento, o principal desfecho do transtorno bipolar tipo I foi um quadro de depressão subsindrômica crônica; os pacientes se mantiveram sintomáticos apesar do tratamento em 47% do tempo, a maioria vivenciada com sintomas depressivos em vez de sintomas maníacos ou mistos.[30] Os pacientes com transtorno bipolar II foram sintomáticos 54% do tempo, novamente com carga depressiva prevalecendo sobre a carga maníaca.[273]

A mortalidade é maior em pacientes com transtorno bipolar que na população geral. No transtorno bipolar, a razão padronizada de mortalidade para doença cardiovascular varia entre 1.2 e 3.0, enquanto a razão padronizada de mortalidade para o suicídio está entre 14.0 e 23.4.[31]

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