As taxas de prevalência da depressão na infância variam um pouco, dependendo da amostra e do período avaliados.
Nos EUA, dados da National Survey of Children’s Health de 2016 sugerem que 3.2% das crianças de 3 a 17 anos têm diagnóstico atual de depressão.[3]Ghandour RM, Sherman LJ, Vladutiu CJ, et al. Prevalence and treatment of depression, anxiety, and conduct problems in US children. J Pediatr. 2019 Mar;206:256-67.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6673640
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30322701?tool=bestpractice.com
Em adolescentes, a prevalência de 12 meses aumenta para aproximadamente 8%.[4]Avenevoli S, Swendsen J, He JP, et al. Major depression in the national comorbidity survey-adolescent supplement: prevalence, correlates, and treatment. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2015 Jan;54(1):37-44.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4408277
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25524788?tool=bestpractice.com
Antes da puberdade, garotos e garotas têm taxas similares de depressão, mas surge uma diferença entre os gêneros no início da adolescência, a partir dos 12 anos, quando o diagnóstico se torna mais comum em meninas.[4]Avenevoli S, Swendsen J, He JP, et al. Major depression in the national comorbidity survey-adolescent supplement: prevalence, correlates, and treatment. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2015 Jan;54(1):37-44.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4408277
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25524788?tool=bestpractice.com
A depressão se torna mais de duas vezes prevalente em mulheres jovens do que em homens, da metade da adolescência até o início da fase adulta (14-25 anos).[4]Avenevoli S, Swendsen J, He JP, et al. Major depression in the national comorbidity survey-adolescent supplement: prevalence, correlates, and treatment. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2015 Jan;54(1):37-44.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4408277
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25524788?tool=bestpractice.com
[5]Albert PR. Why is depression more prevalent in women? J Psychiatry Neurosci. 2015 Jul;40(4):219-21.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4478054
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26107348?tool=bestpractice.com
As idades de 13 a 18 anos representam um período crucial para o início da depressão em meninos e meninas; os índices de depressão aumentam consideravelmente para ambos os sexos nesse período.[3]Ghandour RM, Sherman LJ, Vladutiu CJ, et al. Prevalence and treatment of depression, anxiety, and conduct problems in US children. J Pediatr. 2019 Mar;206:256-67.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6673640
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30322701?tool=bestpractice.com
[6]Hankin BL, Young JF, Abela JR, et al. Depression from childhood into late adolescence: influence of gender, development, genetic susceptibility, and peer stress. J Abnorm Psychol. 2015 Nov;124(4):803-16.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4662048
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26595469?tool=bestpractice.com
A maioria das doenças depressivas em adultos pode ser associada a suas origens na adolescência.[7]Kessler RC, Berglund P, Demler O, et al. Lifetime prevalence and age-of-onset distributions of DSM-IV disorders in the National Comorbidity Survey Replication. Arch Gen Psychiatry. 2005 Jun;62(6):593-602.
https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/fullarticle/208678
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15939837?tool=bestpractice.com
Há evidências que sugerem um aumento no transtorno depressivo maior em determinadas áreas nas últimas duas décadas; na Austrália, uma pesquisa nacional constatou um aumento de aproximadamente 50% da prevalência de depressão na comunidade entre 1998 e 2014.[8]Lawrence D, Hafekost J, Johnson SE, et al. Key findings from the second Australian child and adolescent survey of mental health and wellbeing. Aust N Z J Psychiatry. 2016 Sep;50(9):876-86.
https://api.research-repository.uwa.edu.au/ws/portalfiles/portal/8930412/Lawrence_ANZJP_KeyResults_Version2.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26644606?tool=bestpractice.com
No Reino Unido, o número de jovens de 12 a 17 anos que receberam prescrição de antidepressivos mais que dobrou entre 2005 e 2017 (embora a prescrição de antidepressivos tenha apresentado ligeira queda para crianças entre 5-11 anos entre 1999 e 2017).[9]Jack RH, Hollis C, Coupland C, et al. Incidence and prevalence of primary care antidepressant prescribing in children and young people in England, 1998-2017: a population-based cohort study. PLoS Med. 2020 Jul 22;17(7):e1003215.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7375537
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32697803?tool=bestpractice.com
Não está claro até que ponto isso representa uma mudança nos índices de depressão ou uma diferença no diagnóstico e tratamento durante esse período.
A presença da pobreza foi associada ao aumento do risco de crianças que precisam de tratamento para depressão.[3]Ghandour RM, Sherman LJ, Vladutiu CJ, et al. Prevalence and treatment of depression, anxiety, and conduct problems in US children. J Pediatr. 2019 Mar;206:256-67.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6673640
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30322701?tool=bestpractice.com
[9]Jack RH, Hollis C, Coupland C, et al. Incidence and prevalence of primary care antidepressant prescribing in children and young people in England, 1998-2017: a population-based cohort study. PLoS Med. 2020 Jul 22;17(7):e1003215.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7375537
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32697803?tool=bestpractice.com
[10]Wijlaars LP, Nazareth I, Petersen I. Trends in depression and antidepressant prescribing in children and adolescents: a cohort study in The Health Improvement Network (THIN). PLoS One. 2012;7(3):e33181.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3302807
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22427983?tool=bestpractice.com
Os transtornos depressivos podem ser mais comuns em crianças indígenas e em crianças com afecções clínicas crônicas.[11]Pumariega AJ, Roth EM, Rogers KM. Depression in immigrant and minority children and youth. In: Rey JM, Birmaher B, eds. Treating child and adolescent depression. Baltimore, MD: Lippincott Williams & Wilkins; 2009:321-31.[12]Pinquart M, Shen Y. Depressive symptoms in children and adolescents with chronic physical illness: an updated meta-analysis. J Pediatr Psychol. 2011 May;36(4):375-84.
http://jpepsy.oxfordjournals.org/content/36/4/375.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21088072?tool=bestpractice.com
A depressão na infância com frequência está associada a comorbidades psiquiátricas e comportamentais. Nos EUA, cerca de 73.8% das crianças de 3 a 17 anos com depressão também têm ansiedade, e 47.2% têm problemas comportamentais concomitantes.[3]Ghandour RM, Sherman LJ, Vladutiu CJ, et al. Prevalence and treatment of depression, anxiety, and conduct problems in US children. J Pediatr. 2019 Mar;206:256-67.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6673640
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30322701?tool=bestpractice.com