Novos tratamentos
Estimulação magnética transcranial (EMT)
Estão surgindo evidências de que a EMT repetitiva (EMTr) pode ser segura e eficaz no tratamento da depressão em adolescentes.[160][161]
Estimulação do nervo vago (ENV)
Existem evidências que dão suporte ao uso de ENV no tratamento da depressão resistente ao tratamento em adultos.[162][163][164] No entanto, não existem ensaios para depressão pediátrica. Não é recomendada no tratamento da depressão pediátrica por causa da natureza invasiva do procedimento e seus possíveis efeitos adversos.
Selegilina transdérmica
Os inibidores da monoaminoxidase não foram recomendados para o uso na depressão pediátrica por causa dos seus efeitos adversos e da dificuldade de manejo da dieta em crianças e adolescentes. No entanto, a formulação em adesivo transdérmico da selegilina pode suplantar esta preocupação e tornar-se um tratamento alternativo para jovens com depressão resistente a outros tratamentos. Um estudo comparando o adesivo de selegilina e placebo em adolescentes com transtorno depressivo maior demonstrou a segurança do medicamento ativo, apesar de as taxas de resposta terem sido semelhantes para ambos os grupos (58.6% versus 59.3%).[144]
Cetamina
A cetamina é um antagonista do receptor de glutamato N-metil-D-aspartato e foi investigada por seu efeito antidepressivo. Acredita-se que o glutamato tenha um papel importante na plasticidade e na resiliência celulares.[165] Constatou-se que a cetamina induziu resposta antidepressiva rápida (dentro de horas) em adultos com depressão resistente ao tratamento. Um estudo com 18 adultos com depressão resistente ao tratamento indicou um efeito antidepressivo rápido e consistente (1-2 semanas).[166] Não foram realizados estudos pediátricos, mas os resultados dos estudos com adultos são promissores. A segurança e a eficácia em longo prazo da cetamina em adultos (e, por extensão, em crianças) permanecem incertas.[167] Uma revisão sistemática de 60 artigos observando os efeitos colaterais em adultos com depressão tratados com doses únicas e repetidas de cetamina revelou que os efeitos colaterais agudos são comuns e que há maior probabilidade de que ocorram em pacientes que receberam cetamina intravenosa. A maioria dos efeitos colaterais teve resolução logo após a administração de medicamentos. Eles incluíam efeitos psiquiátricos (mais comumente ansiedade), psicotomiméticos, cardiovasculares e neurológicos. Os efeitos relatados mais comuns foram cefaleia, tontura, dissociação, pressão arterial elevada e visão turva. Os autores observam que não havia dados suficientes disponíveis quanto aos riscos associados à dosagem repetida e que são necessários mais dados sobre os possíveis riscos cumulativos e de longo prazo em pacientes com depressão que precisam de doses repetidas de cetamina ao longo de determinado período. O uso repetido de cetamina em outros grupos de pacientes foi vinculado à toxicidade urológica e hepática, a deficits cognitivos e à dependência. A dependência de cetamina é um distúrbio conhecido.[168] A natureza experimental da dosagem de cetamina, o potencial para aumento do risco de suicídio e os efeitos de longo prazo desconhecidos devem ser considerados, principalmente na população para a qual este medicamento é indicado com frequência: pacientes vulneráveis com risco de morte decorrente de suicídio.
Desenvolvimento de novos medicamentos
Foram investigados medicamentos desenvolvidos para atuar em sistemas diferentes (além da serotonina ou da noradrenalina). Os estudos revelaram que a agomelatina (um agonista do receptor de melatonina e antagonista do receptor 2c de serotonina) suplantou o placebo e a fluoxetina na redução da gravidade da depressão e melhora do sono; e a sertralina na regulação do ciclo circadiano de repouso-atividade, regulando o ciclo de sono-vigília, na redução dos sintomas depressivos e de ansiedade e na prevenção de recidiva em adultos com depressão.[169][170][171][172]
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