História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem imunossupressão (induzida por medicamento, infecção por vírus da imunodeficiência humana [HIV] ou outras deficiências imunológicas), infecção durante a gestação, residência em áreas de alto risco, exposição a fezes de gato e ingestão de carne crua ou malcozida.

coriorretinite

A maioria dos casos de coriorretinite toxoplásmica decorre de infecção congênita que não se torna clinicamente aparente até a reativação no olho. No entanto, foram relatados surtos de coriorretinite aguda correlacionada com contaminação pela água.[34]

Embora a presença de lesões no fundo de olho deva motivar suspeita de toxoplasmose, a comprovação de que o Toxoplasma é a causa dessa doença é frequentemente inexistente.

O aparecimento de lesões inflamatórias não é exclusivo da toxoplasmose, e o diagnóstico diferencial deve ser considerado.

deficit neurológico focal

Sintoma de encefalite.

Outros fatores diagnósticos

comuns

visão embaçada

Sintoma de coriorretinite.

fala indistinta

Sintoma de encefalite.

cefaleia

Sintoma de encefalite.

marcha instável

Sintoma de encefalite.

confusão

Sintoma de encefalite.

Incomuns

febre

Pode ser observada na encefalite ou na doença disseminada.

linfadenopatia

Pode ser observada nas infecções sintomáticas.

microcefalia fetal

Pode indicar que a infecção foi transmitida ao feto.

calcificação intracraniana fetal

Pode indicar que a infecção foi transmitida ao feto.

hidrocefalia fetal

Pode indicar que a infecção foi transmitida ao feto.

restrição do crescimento intrauterino fetal

Pode indicar que a infecção foi transmitida ao feto.

convulsão

Sintoma de encefalite.

mal-estar

Pode ser observado nas infecções sintomáticas; a toxoplasmose deve ser considerada nos pacientes imunossuprimidos.

hepatite

Pode ocorrer em pacientes imunossuprimidos.

pneumonite

Pode ocorrer em pacientes imunossuprimidos.

miocardite

Pode ocorrer em pacientes imunossuprimidos.

Fatores de risco

Fortes

imunossupressão

A imunossupressão (induzida por medicamentos, como medicamentos imunossupressores administrados em receptores de transplantes de órgãos sólidos ou de células-tronco, corticosteroides ou imunomoduladores para tratamento de doenças autoimunes, ou em decorrência de deficiências imunológicas como a infecção por vírus da imunodeficiência humana [HIV]) pode causar reativação de uma infecção latente ou infecção sintomática “de novo”.

O risco da doença sintomática na infecção por HIV aumenta quando a contagem de linfócitos T CD4+ cai para menos de 200 células/microlitro. Os pacientes com uma contagem de CD4 <50 células/microlitro apresentam um risco mais alto.[24] Os pacientes soropositivos com um diagnóstico de AIDS apresentam incidência de encefalite por toxoplasma em 12 meses de 12% a 47% sem quimioprofilaxia.

O risco entre receptores de transplante de órgão sólido é maior para transplantes de coração.[25]  O risco também existe para receptores de transplante alogênico de células-tronco.[26] 

O uso de profilaxia pós-transplante com sulfametoxazol/trimetoprima em receptores de órgão sólido e célula-tronco alogênica reduz consideravelmente o risco de toxoplasmose disseminada.

exposição durante a gestação

A transmissão pela placenta ocorre apenas quando as pacientes soronegativas contraem a toxoplasmose durante a gestação. Mulheres soropositivas que engravidam geralmente não transmitem a toxoplasmose aos filhos, salvo se estiverem gravemente imunossuprimidas (por exemplo, em decorrência de AIDS ou de tratamentos para lúpus eritematoso sistêmico), sendo a transmissão rara mesmo nesses casos. Mulheres que apresentem soroconversão documentada devem aguardar no mínimo 6 meses antes de engravidar.[27]​ O risco de transmissão ao feto quando a mãe contrai nova infecção aumenta de acordo com o trimestre (risco de 9% a 14% no primeiro trimestre e 59% a 70% no terceiro trimestre), diminuindo, porém, a gravidade das manifestações da infecção a cada trimestre.[28][29]

residência em áreas de alto risco

A exposição é mais comum nos climas quentes e em altitudes inferiores. A exposição é comum na América Central e na América do Sul por causa da contaminação da água, causando aumento do risco de coriorretinite, até mesmo em pacientes com sistemas imunológicos intactos. A exposição é também comum na França e em alguns outros países europeus em decorrência da ingestão de carne infectada mal cozida.

ingestão de carne crua ou malcozida

Constitui risco de exposição não necessariamente à doença sintomática (exceto em pacientes imunossuprimidas ou expostas durante a gestação).

exposição a fezes de gato

Constitui risco de exposição não necessariamente à doença sintomática (exceto em pacientes imunossuprimidas ou expostas durante a gestação).

Fracos

alta exposição aos solos

Apresenta risco para a exposição.

ingestão de frutas e vegetais com a casca e não lavados

Apresenta risco para a exposição.

exposição ocupacional

Isso pode ocorrer nos profissionais que trabalham em laboratórios de pesquisa de Toxoplasma ou em veterinários. Embora os estudos mostrem que a exposição a fezes de gatos é um risco, eles não são claros sobre o risco associado à exposição a gatos. Os gatos liberam oócitos nas fezes durante a infecção aguda, mas apenas de forma intermitente após a exposição inicial. Os oócitos se tornam infecciosos somente após 1 a 4 dias de exposição ambiental. Os oócitos não aderem à pele como outros parasitas, sendo que a escovação do pelo dos gatos geralmente remove todos os oócitos antes que eles se tornem infecciosos.

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal