Os objetivos do tratamento são erradicar os sintomas de depressão, melhorar as funções diárias e a qualidade de vida, melhorar o funcionamento no ambiente de trabalho, reduzir a probabilidade de suicídio, minimizar os efeitos adversos do tratamento e prevenir a recidiva.[161]Hofmann SG, Curtiss J, Carpenter JK, et al. Effect of treatments for depression on quality of life: a meta-analysis. Cogn Behav Ther. 2017 Jun;46(4):265-86.
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[162]Lee Y, Rosenblat JD, Lee J, et al. Efficacy of antidepressants on measures of workplace functioning in major depressive disorder: a systematic review. J Affect Disord. 2018 Feb;227:406-15.
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[163]Nieuwenhuijsen K, Verbeek JH, Neumeyer-Gromen A, et al. Interventions to improve return to work in depressed people. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Oct 13;(10):CD006237.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD006237.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33052607?tool=bestpractice.com
A prioridade inicial é identificar e mitigar quaisquer riscos imediatos de danos a si mesmo ou a outras pessoas, inclusive com avaliação da necessidade de internação hospitalar (consulte Considerações agudas e de urgência).
Para as pessoas com depressão que podem ser tratadas com segurança fora do cenário hospitalar, as opções de tratamento de primeira linha incluem:[164]American Psychiatric Association. Practice guideline for the treatment of patients with major depressive disorder. Oct 2010 [internet publication].
http://psychiatryonline.org/pb/assets/raw/sitewide/practice_guidelines/guidelines/mdd.pdf
[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Terapia psicológica (por exemplo, terapia cognitivo-comportamental [TCC])
Farmacoterapia (por exemplo, antidepressivos)
Combinação de terapia psicológica e farmacoterapia
Tanto os antidepressivos quanto a terapia psicológica têm mostrado eficácia quando usados isoladamente, e produzem resultados semelhantes nos ensaios clínicos randomizados. Os resultados de uma metanálise do tratamento antidepressivo em adultos com depressão sugerem valores de números necessários para tratar (NNT) de 16, 11 e 4 para os subgrupos leve a moderado, grave e muito grave, respectivamente.[166]Fournier JC, DeRubeis RJ, Hollon SD, et al. Antidepressant drug effects and depression severity: a patient-level meta-analysis. JAMA. 2010 Jan 6;303(1):47-53.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20051569?tool=bestpractice.com
Os tratamentos psicológicos têm demonstrado ser tanto efetivos e quanto custo-efetivos na redução dos sintomas depressivos, e podem reduzir o número de dias de ausência por doença no trabalho, seja presencial ou online.[163]Nieuwenhuijsen K, Verbeek JH, Neumeyer-Gromen A, et al. Interventions to improve return to work in depressed people. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Oct 13;(10):CD006237.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD006237.pub4/full
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[167]Health Quality Ontario. Psychotherapy for major depressive disorder and generalized anxiety disorder: a health technology assessment. Ont Health Technol Assess Ser. 2017 Nov 13;17(15):1-167.
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[168]Karyotaki E, Smit Y, de Beurs DP, et al. The long-term efficacy of acute-phase psychotherapy for depression: a meta-analysis of randomized trials. Depress Anxiety. 2016 May;33(5):370-83.
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[169]Kappelmann N, Rein M, Fietz J, et al. Psychotherapy or medication for depression? Using individual symptom meta-analyses to derive a symptom-oriented therapy (SOrT) metric for a personalised psychiatry. BMC Med. 2020 Jun 5;18(1):170.
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A resposta do tratamento à TCC é comparável à resposta aos antidepressivos em alguns estudos.[170]Gartlehner G, Wagner G, Matyas N, et al. Pharmacological and non-pharmacological treatments for major depressive disorder: review of systematic reviews. BMJ Open. 2017 Jun 14;7(6):e014912.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5623437
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28615268?tool=bestpractice.com
[Evidência B]efd80ee8-9653-43c8-8dee-a1f707f3616asrBQuais são os efeitos da terapia cognitivo-comportamental (TCC) versus antidepressivos de segunda geração (por exemplo, inibidores seletivos da recaptação da serotonina ou inibidores da recaptação da serotonina-noradrenalina) em adultos com transtorno depressivo maior?[170]Gartlehner G, Wagner G, Matyas N, et al. Pharmacological and non-pharmacological treatments for major depressive disorder: review of systematic reviews. BMJ Open. 2017 Jun 14;7(6):e014912.
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Para as pessoas com depressão mais grave, a combinação de terapia psicológica associada a farmacoterapia tem demonstrado maior eficácia do que qualquer tratamento isoladamente.[171]Cuijpers P, Dekker J, Hollon SD, et al. Adding psychotherapy to pharmacotherapy in the treatment of depressive disorders in adults: a meta-analysis. J Clin Psychiatry. 2009 Sep;70(9):1219-29.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19818243?tool=bestpractice.com
[172]Cuijpers P, van Straten A, Warmerdam L, et al. Psychotherapy versus the combination of psychotherapy and pharmacotherapy in the treatment of depression: a meta-analysis. Depress Anxiety. 2009;26(3):279-88.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/da.20519
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[173]Oestergaard S, Møldrup C. Optimal duration of combined psychotherapy and pharmacotherapy for patients with moderate and severe depression: a meta-analysis. J Affect Disord. 2011 Jun;131(1-3):24-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20950863?tool=bestpractice.com
[174]Cuijpers P, Noma H, Karyotaki E, et al. A network meta-analysis of the effects of psychotherapies, pharmacotherapies and their combination in the treatment of adult depression. World Psychiatry. 2020 Feb;19(1):92-107.
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A terapia psicológica, usada isoladamente ou em combinação com a farmacoterapia, tem um efeito de tratamento mais duradouro que a farmacoterapia isoladamente.[175]Furukawa TA, Shinohara K, Sahker E, et al. Initial treatment choices to achieve sustained response in major depression: a systematic review and network meta-analysis. World Psychiatry. 2021 Oct;20(3):387-96.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/wps.20906
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34505365?tool=bestpractice.com
Vale ressaltar que, para as pessoas com sintomas subliminares ou leves, o prognóstico é geralmente bom, sem a necessidade de farmacoterapia ou terapia psicológica.[176]Arroll B, Roskvist R, Moir F, et al. Antidepressants in primary care: limited value at the first visit. World Psychiatry. 2023 Jun;22(2):340.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37159355?tool=bestpractice.com
A eletroconvulsoterapia (ECT) pode ser uma opção para quem não tiver respondido, ou for intolerante, aos antidepressivos.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
A taxa de resposta é melhor para os pacientes com depressão maior grave do que para os com depressão moderada ou leve.[177]van Diermen L, van den Ameele S, Kamperman AM, et al. Prediction of electroconvulsive therapy response and remission in major depression: meta-analysis. Br J Psychiatry. 2018 Feb;212(2):71-80.
https://www.doi.org/10.1192/bjp.2017.28
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29436330?tool=bestpractice.com
O possível impacto sobre a memória e a cognição, que pode reduzir a funcionalidade durante o tratamento ativo, torna a ECT menos desejável para os pacientes com depressão mais leve. A ECT é frequentemente o tratamento de escolha para as pessoas gravemente deprimidas com depressão em idade avançada, porque é efetiva e evita as complicações que possam surgir por intolerância farmacológica e interações medicamentosas associadas ao tratamento de comorbidades físicas.[178]Geduldig ET, Kellner CH. Electroconvulsive therapy in the elderly: new findings in geriatric depression. Curr Psychiatry Rep. 2016 Apr;18(4):40.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26909702?tool=bestpractice.com
As decisões de tratamento são respaldadas por uma série de considerações importantes do mundo real, incluindo o acesso a tratamento psicológico, o qual pode ser limitado ou inexistente em alguns locais. Além disso, as pessoas com depressão podem ter uma preferência forte tanto pela terapia psicológica quanto pela farmacoterapia. As pesquisas para orientar a individualização dos tratamentos com base em evidências estão em estágio inicial.[179]Cuijpers P, Reynolds CF 3rd, Donker T, et al. Personalized treatment of adult depression: medication, psychotherapy, or both? a systematic review. Depress Anxiety. 2012 Oct;29(10):855-64.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22815247?tool=bestpractice.com
A escolha do tratamento é, portanto, extremamente individualizada e validada empiricamente.
Para todos os pacientes com depressão, a psicoeducação e o aconselhamento sobre estilo de vida são recomendados no início do tratamento, e podem ser reforçados durante o tratamento, conforme necessário.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
A psicoeducação envolve educar sobre a natureza da doença, podendo ser benéfico envolver os familiares sempre que possível. Esse envolvimento permite que eles entendam melhor comportamentos tais como falta de motivação, que, do contrário, poderiam ser mal interpretados como “preguiça” ou desinteresse.[180]Malhi GS, Bell E, Bassett D, et al. The 2020 Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for mood disorders. Aust N Z J Psychiatry. 2021 Jan;55(1):7-117.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33353391?tool=bestpractice.com
Os conselhos sobre estilo de vida abrangem instruções sobre:[180]Malhi GS, Bell E, Bassett D, et al. The 2020 Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for mood disorders. Aust N Z J Psychiatry. 2021 Jan;55(1):7-117.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33353391?tool=bestpractice.com
Higiene do sono e definição de horários adequados para dormir e acordar
Dieta saudável e exercícios físicos
Cessação do tabagismo, da ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e do uso indevido de substâncias (inclusive uso de cannabis); se a cessação não for possível, aconselhe moderação
Considerações de urgência e quadros agudos
As características que indicam necessidade de tratamento urgente incluem psicose, ideação suicida, catatonia, retardo psicomotor grave que impede as atividades da vida diária e agitação intensa.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[181]Cleare A, Pariante CM, Young AH, et al. Evidence-based guidelines for treating depressive disorders with antidepressants: A revision of the 2008 British Association for Psychopharmacology guidelines. J Psychopharmacol. 2015 May;29(5):459-525.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25969470?tool=bestpractice.com
[182]Ramanuj P, Ferenchick EK, Pincus HA. Depression in primary care: part 2 - management. BMJ. 2019 Apr 8;365:l835.
https://www.bmj.com/content/365/bmj.l835
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30962249?tool=bestpractice.com
Essas pessoas apresentam um maior risco de suicídio, comportamento impulsivo e potencialmente autodestrutivo e complicações de saúde em função de um autocuidado deficiente e da imobilidade.
Encaminhamento a especialistas, hospitalização, observação constante, tranquilização e/ou ECT podem ser necessários para garantir a segurança até que a terapia antidepressiva definitiva possa fazer efeito. As opções de tratamento farmacológicas e não farmacológicas para esses pacientes, depois que os riscos tiverem sido estabilizados, são discutidas em "Depressão mais grave".
É indicado encaminhamento urgente para um especialista, devendo-se considerar a hospitalização para as pessoas:[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[181]Cleare A, Pariante CM, Young AH, et al. Evidence-based guidelines for treating depressive disorders with antidepressants: A revision of the 2008 British Association for Psychopharmacology guidelines. J Psychopharmacol. 2015 May;29(5):459-525.
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[182]Ramanuj P, Ferenchick EK, Pincus HA. Depression in primary care: part 2 - management. BMJ. 2019 Apr 8;365:l835.
https://www.bmj.com/content/365/bmj.l835
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30962249?tool=bestpractice.com
Com intenção ou ideação suicida significativa que não tiverem suporte familiar adequado
Com intenção de ferir outrem
Que forem incapazes de cuidar de si mesmas e manter adesão ao tratamento
Com sintomas psicóticos
Com agitação descontrolada acompanhada de risco de comportamento impulsivo.
Mitigação do risco de suicídio
A mitigação do risco de suicídio é fundamental, sobretudo porque o risco pode aumentar no início do tratamento. Perguntar rotineiramente às pessoas sobre ideação suicida e reduzir o acesso a meios letais (principalmente armas) pode reduzir o risco de suicídio.[129]Mann JJ, Apter A, Bertolote J, et al. Suicide prevention strategies: a systematic review. JAMA. 2005 Oct 26;294(16):2064-74.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16249421?tool=bestpractice.com
O acompanhamento próximo pelo telefone, por um psiquiatra treinado, pode ajudar a reduzir o risco de suicídio consumado após uma tentativa prévia.[183]Vaiva G, Vaiva G, Ducrocq F, et al. Effect of telephone contact on further suicide attempts in patients discharged from an emergency department: randomised controlled study. BMJ. 2006 May 27;332(7552):1241-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16735333?tool=bestpractice.com
Consulte Mitigação do risco de suicídio.
Farmacoterapia
Terapia antidepressiva: geralmente a opção de primeira linha para a maioria das pessoas com depressão grave que necessitam de uma abordagem de manejo urgente. Os princípios gerais da prescrição de antidepressivos estão descritos em “Depressão mais grave”.
Psicose: os antidepressivos isoladamente podem não tratar de maneira efetiva os sintomas psicóticos, como delírios ou alucinações; portanto, os médicos devem ter um limiar mais baixo para adicionar um antipsicótico ao tratamento antidepressivo nas pessoas com psicose.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[184]Kruizinga J, Liemburg E, Burger H, et al. Pharmacological treatment for psychotic depression. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Dec 7;(12):CD004044.
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[185]Oliva V, Possidente C, De Prisco M, et al. Pharmacological treatments for psychotic depression: a systematic review and network meta-analysis. Lancet Psychiatry. 2024 Mar;11(3):210-20.
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Agitação: para as pessoas que têm agitação intensa como sintoma de depressão, os antipsicóticos podem tranquilizar diretamente o sofrimento associado a esta forma de depressão grave. As pessoas com agitação também podem se beneficiar de um tratamento em curto prazo com um benzodiazepínico ou, possivelmente, com um antipsicótico e um benzodiazepínico, até o tratamento antidepressivo surtir efeito.[186]Ogawa Y, Takeshima N, Hayasaka Y, et al. Antidepressants plus benzodiazepines for adults with major depression. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Jun 3;(6):CD001026.
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[
]
How does treatment with antidepressants plus benzodiazepines compare with antidepressants alone for adults with major depression?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2727/fullMostre-me a resposta Os pacientes com agitação leve ou ansiedade intensa podem ser tratados com um benzodiazepínico e/ou um antipsicótico.
Catatonia: as pessoas com catatonia são geralmente tratadas com um benzodiazepínico, às vezes em combinação com um antipsicótico; pode-se também considerar a ECT.[187]Edinoff AN, Kaufman SE, Hollier JW, et al. Catatonia: clinical overview of the diagnosis, treatment, and clinical challenges. Neurol Int. 2021 Nov 8;13(4):570-86.
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Eletroconvulsoterapia (ECT)
Indicação: embora a maioria das pessoas encaminhados para ECT tenha tentado outros tratamentos antidepressivos, a ECT pode ser considerada inicialmente no ciclo de tratamento para certas pessoas com depressão grave. Ela pode ser usada no início do tratamento para a depressão com sintomas psicóticos, probabilidade de suicídio ou catatonia, ou quando tiver havido anteriormente uma resposta positiva à ECT.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[177]van Diermen L, van den Ameele S, Kamperman AM, et al. Prediction of electroconvulsive therapy response and remission in major depression: meta-analysis. Br J Psychiatry. 2018 Feb;212(2):71-80.
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Procedimento geral: a ECT é realizada sob anestesia geral, normalmente 2 ou 3 vezes por semana, por um total de 6 a 12 tratamentos.[188]Lisanby SH. Electroconvulsive therapy for depression. N Engl J Med. 2007 Nov 8;357(19):1939-45.
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Riscos: o paciente e o médico devem estar totalmente informados sobre os possíveis riscos, inclusive os riscos associados à não realização da ECT, para que o paciente possa fornecer um consentimento livre e esclarecido.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
A taxa de mortalidade da ECT é estimada em cerca de 2 mortes por 100,000 tratamentos, o que significa que é um dos procedimentos mais seguros realizados sob anestesia geral.[189]Watts BV, Groft A, Bagian JP. An examination of mortality and other adverse events related to electroconvulsive therapy using a national adverse event report system. J ECT. 2011 Jun;27(2):105-8.
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[190]Tørring N, Sanghani SN, Petrides G, et al. The mortality rate of electroconvulsive therapy: a systematic review and pooled analysis. Acta Psychiatr Scand. 2017 May;135(5):388-97.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28332236?tool=bestpractice.com
No geral, não há aumento no risco de complicações clínicas nos pacientes que recebem ECT em comparação com os pacientes igualmente deprimidos que não recebem ECT.[191]Kaster TS, Vigod SN, Gomes T, et al. Risk of serious medical events in patients with depression treated with electroconvulsive therapy: a propensity score-matched, retrospective cohort study. Lancet Psychiatry. 2021 Aug;8(8):686-95.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34265274?tool=bestpractice.com
A ECT afeta a frequência cardíaca e a pressão arterial. Dor torácica, arritmias, hipertensão persistente e alterações no ECG foram relatadas como complicações, particularmente em pacientes com doença cardíaca preexistente.[192]Tess AV, Smetana GW. Medical evaluation of patients undergoing electroconvulsive therapy. N Engl J Med. 2009 Apr 2;360(14):1437-44.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19339723?tool=bestpractice.com
As condições cardiovasculares devem ser estabilizadas antes da administração da ECT.[192]Tess AV, Smetana GW. Medical evaluation of patients undergoing electroconvulsive therapy. N Engl J Med. 2009 Apr 2;360(14):1437-44.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19339723?tool=bestpractice.com
A maioria dos pacientes relatou efeitos cognitivos adversos durante e logo após o tratamento, mais comumente perda de memória (amnésia anterógrada e retrógrada). Esse comprometimento parece ser de curta duração de acordo com a avaliação objetiva, embora uma proporção significativa de pacientes relate perda de memória persistente após a ECT.[193]Semkovska M, McLoughlin DM. Objective cognitive performance associated with electroconvulsive therapy for depression: a systematic review and meta-analysis. Biol Psychiatry. 2010 Sep 15;68(6):568-77.
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[194]Rose D, Fleischmann P, Wykes T, et al. Patients' perspectives on electroconvulsive therapy: systematic review. BMJ. 2003 Jun 21;326(7403):1363.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12816822?tool=bestpractice.com
Esse possível risco deve ser ponderado em relação às evidências em favor de sua eficácia, especialmente nos pacientes com depressão grave. Se a pessoa com depressão não puder dar um consentimento livre e esclarecido para a ECT, ela só deverá ser aplicada quando não entrar em conflito com uma decisão prévia e válida sobre o tratamento tomada pela pessoa.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Efeitos posteriores: os efeitos do tratamento com a ECT são temporários; após um tratamento bem-sucedido, o efeito deve ser mantido pelo uso de antidepressivos e/ou tratamentos eletroconvulsivos de manutenção (normalmente, de uma vez por semana a uma vez a cada 4 semanas ou mais, ajustado à estabilidade).[195]Elias A, Phutane VH, Clarke S, et al. Electroconvulsive therapy in the continuation and maintenance treatment of depression: systematic review and meta-analyses. Aust N Z J Psychiatry. 2018 May;52(5):415-24.
https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0004867417743343
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29256252?tool=bestpractice.com
Cuidados de suporte
Os pacientes agitados requerem altos níveis de cuidado em virtude de seu sofrimento emocional potencializado e do risco de violência impulsiva. O comprometimento grave das atividades da vida diária por causa de catatonia ou retardo psicomotor aumenta a severidade da depressão, uma vez que pacientes inertes e acamados ou que não estão se alimentando adequadamente estão sujeitos ao risco de deterioração da saúde enquanto aguardam a resposta da farmacoterapia. Eles também podem necessitar de cuidados de suporte crônicos.
Terapia psicológica
Depressão mais grave
A “depressão mais grave” foi definida pelo NICE no Reino Unido como uma pontuação de 16 ou mais no Patient Health Questionnaire (PHQ).[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Essa categoria inclui tanto a depressão moderada quanto a grave, conforme definidas pelo DSM-5-TR.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Embora seja importante avaliar a gravidade da depressão com base em critérios diagnósticos válidos, o autor usa uma abordagem um pouco mais ampla ao determinar a gravidade dos sintomas depressivos. Assim, o autor observa que, dentro de sua própria prática clínica, os seguintes fatores podem induzir a consideração de um episódio depressivo específico como sendo “mais grave”:
Sintomas sugestivos de alto risco clínico, por exemplo ideação suicida
Sintomas extremamente específicos da depressão e/ou que possam impedir as estratégias normais de enfrentamento, por exemplo falta de interesse[196]International Advisory Group for the Revision of ICD-10 Mental and Behavioural Disorders. A conceptual framework for the revision of the ICD-10 classification of mental and behavioural disorders. World Psychiatry. 2011 Jun;10(2):86-92.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21633677?tool=bestpractice.com
Sintomas presentes diariamente ou quase diariamente
Uma falta substancial de motivação em que a pessoa não consegue se distrair dos sintomas depressivos
Para as pessoas com depressão mais grave que puderem ser tratadas com segurança fora de um ambiente hospitalar, as opções de tratamento incluem a farmacoterapia e a terapia psicológica, seja isoladamente ou em combinação.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[197]American College of Physicians. Nonpharmacologic and pharmacologic treatments of adults in the acute phase of major depressive disorder: a living clinical guideline from the American College of Physicians. Feb 2023 [internet publication]..
https://www.acponline.org/sites/default/files/acp-policy-library/guidelines/nonpharmacologic_and_pharmacologic_treatments_of_adults_in_the_acute_phase_of_major_depressive_disorder_2023.pdf
A eficácia dos antidepressivos é mais acentuada com o aumento da gravidade da depressão.[166]Fournier JC, DeRubeis RJ, Hollon SD, et al. Antidepressant drug effects and depression severity: a patient-level meta-analysis. JAMA. 2010 Jan 6;303(1):47-53.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20051569?tool=bestpractice.com
A combinação de terapia psicológica e farmacoterapia tem demonstrado maior eficácia para esse grupo de pacientes do que qualquer tratamento isolado.[171]Cuijpers P, Dekker J, Hollon SD, et al. Adding psychotherapy to pharmacotherapy in the treatment of depressive disorders in adults: a meta-analysis. J Clin Psychiatry. 2009 Sep;70(9):1219-29.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19818243?tool=bestpractice.com
[172]Cuijpers P, van Straten A, Warmerdam L, et al. Psychotherapy versus the combination of psychotherapy and pharmacotherapy in the treatment of depression: a meta-analysis. Depress Anxiety. 2009;26(3):279-88.
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[173]Oestergaard S, Møldrup C. Optimal duration of combined psychotherapy and pharmacotherapy for patients with moderate and severe depression: a meta-analysis. J Affect Disord. 2011 Jun;131(1-3):24-36.
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[174]Cuijpers P, Noma H, Karyotaki E, et al. A network meta-analysis of the effects of psychotherapies, pharmacotherapies and their combination in the treatment of adult depression. World Psychiatry. 2020 Feb;19(1):92-107.
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda as intervenções psicológicas, sempre que possível, para todos os adultos com depressão moderada a grave, com ou sem farmacoterapia.[198]Brohan E, Chowdhary N, Dua T, et al. The WHO Mental Health Gap Action Programme for mental, neurological, and substance use conditions: the new and updated guideline recommendations. Lancet Psychiatry. 2024 Feb;11(2):155-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37980915?tool=bestpractice.com
Embora a monoterapia com uma terapia psicológica seja uma opção possível, endossada por algumas diretrizes de tratamento, o autor observa que as evidências em prol dessa abordagem são limitadas.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[197]American College of Physicians. Nonpharmacologic and pharmacologic treatments of adults in the acute phase of major depressive disorder: a living clinical guideline from the American College of Physicians. Feb 2023 [internet publication]..
https://www.acponline.org/sites/default/files/acp-policy-library/guidelines/nonpharmacologic_and_pharmacologic_treatments_of_adults_in_the_acute_phase_of_major_depressive_disorder_2023.pdf
[198]Brohan E, Chowdhary N, Dua T, et al. The WHO Mental Health Gap Action Programme for mental, neurological, and substance use conditions: the new and updated guideline recommendations. Lancet Psychiatry. 2024 Feb;11(2):155-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37980915?tool=bestpractice.com
[199]Gartlehner G, Dobrescu A, Chapman A, et al. Nonpharmacologic and pharmacologic treatments of adult patients with major depressive disorder: a systematic review and network meta-analysis for a clinical guideline by the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2023 Feb;176(2):196-211.
https://www.acpjournals.org/doi/full/10.7326/M22-1845
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36689750?tool=bestpractice.com
Na ausência de evidências definitivas que respaldem essa abordagem, os médicos devem considerar as preferências do paciente ou outros fatores individuais ao decidir se devem oferecer terapia psicológica isolada para as pessoas com depressão mais grave. Pode-se considerar um modelo de cuidados escalonados, no qual quem não responder adequadamente ao tratamento psicológico somente receba tratamento farmacológico complementar em tempo hábil.[198]Brohan E, Chowdhary N, Dua T, et al. The WHO Mental Health Gap Action Programme for mental, neurological, and substance use conditions: the new and updated guideline recommendations. Lancet Psychiatry. 2024 Feb;11(2):155-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37980915?tool=bestpractice.com
Independentemente do tipo de tratamento, um acompanhamento rigoroso e intervenções mínimas de suporte ou educacionais durante o início do tratamento podem melhorar a adesão terapêutica ao tratamento e também reduzir o risco de autolesão ou suicídio que pode surgir nas fases iniciais da recuperação, quando a energia e a excitação aumentam, mas o humor continua deprimido.
Antidepressivos para a depressão mais grave
Os antidepressivos são mais eficazes que o placebo nos pacientes com depressão moderada ou grave.[200]Vöhringer PA, Ghaemi SN. Solving the antidepressant efficacy question: effect sizes in major depressive disorder. Clin Ther. 2011 Dec;33(12):B49-61.
http://www.clinicaltherapeutics.com/article/S0149-2918%2811%2900770-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22136980?tool=bestpractice.com
[201]Cipriani A, Furukawa TA, Salanti G, et al. Comparative efficacy and acceptability of 21 antidepressant drugs for the acute treatment of adults with major depressive disorder: a systematic review and network meta-analysis. Lancet. 2018 Apr 7;391(10128):1357-66.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29477251?tool=bestpractice.com
Escolha do antidepressivo
As principais opções de antidepressivos são:
Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) (como citalopram, escitalopram, fluoxetina, paroxetina, sertralina)
Inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (IRSNs) (como desvenlafaxina, duloxetina, levomilnaciprana, venlafaxina)
Bupropiona (um inibidor de recaptação da dopamina)
Mirtazapina (um antagonista dos receptores 5-HT2)
Vilazodona (um ISRS e agonista parcial dos receptores 5-HT1A)
Vortioxetina (um inibidor de recaptação da serotonina com propriedades de modulação dos receptores de serotonina)
Agomelatina (um agonista do receptor de melatonina e antagonista do receptor 5-HT2c
Reboxetina (um inibidor de recaptação da noradrenalina)
Nenhuma diferença consistente na segurança ou eficácia tem sido demonstrada entre os antidepressivos.[202]Gartlehner G, Hansen RA, Morgan LC, et al. Comparative benefits and harms of second-generation antidepressants for treating major depressive disorder: an updated meta-analysis. Ann Intern Med. 2011 Dec 6;155(11):772-85.
https://www.acpjournals.org/doi/full/10.7326/0003-4819-155-11-201112060-00009
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22147715?tool=bestpractice.com
[203]Maslej MM, Furukawa TA, Cipriani A, et al. Individual differences in response to antidepressants: a meta-analysis of placebo-controlled randomized clinical trials. JAMA Psychiatry. 2021 May 1;78(5):490-7.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7890446
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33595620?tool=bestpractice.com
Embora algumas metanálises sobre a eficácia comparativa dos tratamentos tenham favorecido alguns medicamentos em detrimento de outros, em geral eles são comparáveis em termos de eficácia.[204]Ghaffari Darab M, Hedayati A, Khorasani E, et al. Selective serotonin reuptake inhibitors in major depression disorder treatment: an umbrella review on systematic reviews. Int J Psychiatry Clin Pract. 2020 Nov;24(4):357-70.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32667275?tool=bestpractice.com
[205]Thase ME, Nierenberg AA, Vrijland P, et al. Remission with mirtazapine and selective serotonin reuptake inhibitors: a meta-analysis of individual patient data from 15 controlled trials of acute phase treatment of major depression. Int Clin Psychopharmacol. 2010 Jul;25(4):189-98.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20531012?tool=bestpractice.com
[
]
Is there randomized controlled trial evidence to support the use of mirtazapine in people with depression?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.810/fullMostre-me a resposta
A orientação dos EUA recomenda que o tratamento farmacológico inicial seja feito com um antidepressivo de segunda geração (por exemplo, ISRS, IRSN, bupropiona, mirtazapina, vilazodona, vortioxetina).[197]American College of Physicians. Nonpharmacologic and pharmacologic treatments of adults in the acute phase of major depressive disorder: a living clinical guideline from the American College of Physicians. Feb 2023 [internet publication]..
https://www.acponline.org/sites/default/files/acp-policy-library/guidelines/nonpharmacologic_and_pharmacologic_treatments_of_adults_in_the_acute_phase_of_major_depressive_disorder_2023.pdf
A orientação do Reino Unido recomenda oferecer um ISRS como tratamento de primeira linha para a maioria das pessoas com depressão para as quais o tratamento farmacológico seja adequado.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
As opções de linhas posteriores recomendadas pelo NICE incluem um IRSN ou (somente na atenção secundária) um antidepressivo tricíclico ou um inibidor da monoaminoxidase (IMAO).[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
De acordo com a orientação do Reino Unido, os médicos só devem considerar a prescrição da vortioxetina quando não houver resposta ou houver resposta limitada a, pelo menos, 2 antidepressivos anteriores.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
A escolha do medicamento deve ser baseada na preferência do paciente, tolerabilidade, segurança na superdosagem, presença de outra doença psiquiátrica e evidências anteriores de eficácia no paciente.[181]Cleare A, Pariante CM, Young AH, et al. Evidence-based guidelines for treating depressive disorders with antidepressants: A revision of the 2008 British Association for Psychopharmacology guidelines. J Psychopharmacol. 2015 May;29(5):459-525.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25969470?tool=bestpractice.com
Determine a dose do antidepressivo com base na meta de faixa de dose conhecida. Dentro das variedades recomendadas de antidepressivos de segunda geração comumente usados (ISRSs, venlafaxina e mirtazapina), ficou comprovado que, em uma população, a correlação entre a dose e a eficácia continua igual ou diminui perto do ponto médio, em parte devido à menor tolerabilidade a doses mais altas.[206]Furukawa TA, Cipriani A, Cowen PJ, et al. Optimal dose of selective serotonin reuptake inhibitors, venlafaxine, and mirtazapine in major depression: a systematic review and dose-response meta-analysis. Lancet Psychiatry. 2019 Jul;6(7):601-9.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6586944
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31178367?tool=bestpractice.com
O tratamento com altas doses de ISRS para depressão em pacientes refratários ao tratamento com doses médias não é suportado por evidências e não é recomendado.[207]Adli M, Baethge C, Heinz A, et al. Is dose escalation of antidepressants a rational strategy after a medium-dose treatment has failed? A systematic review. Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci. 2005 Dec;255(6):387-400.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15868067?tool=bestpractice.com
[208]Dold M, Bartova L, Rupprecht R, et al. Dose escalation of antidepressants in unipolar depression: a meta-analysis of double-blind, randomized controlled trials. Psychother Psychosom. 2017 Sep 14;86(5):283-91.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28903107?tool=bestpractice.com
[209]Braun C, Adams A, Rink L, et al. In search of a dose-response relationship in SSRIs-a systematic review, meta-analysis, and network meta-analysis. Acta Psychiatr Scand. 2020 Dec;142(6):430-42.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/acps.13235
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32970827?tool=bestpractice.com
Os pacientes deprimidos com transtorno afetivo bipolar não diagnosticado podem passar para mania franca se receberem antidepressivos. Os pacientes devem ser submetidos a um rastreamento da história prévia de episódios maníacos (por exemplo, períodos de dias a semanas marcados por energia incomumente alta, euforia, insônia, hiperatividade ou cognição comprometida) antes que o tratamento com antidepressivos seja iniciado.
Antidepressivos e risco de suicídio
Embora o resultado final da resposta aos antidepressivos seja uma redução significativa na ideação suicida, há algumas evidências de aumento do comportamento e dos pensamentos suicidas nas primeiras semanas de tratamento, particularmente nos adolescentes e adultos jovens, e naqueles que fazem uso de doses iniciais relativamente altas.[210]Miller M, Swanson SA, Azrael D, et al. Antidepressant dose, age, and the risk of deliberate self-harm. JAMA Intern Med. 2014 Jun;174(6):899-909.
https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/1863925
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24782035?tool=bestpractice.com
[211]Gunnell D, Saperia J, Ashby D. Selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs) and suicide in adults: meta-analysis of drug company data from placebo controlled, randomized controlled trials submitted to the MHRA's safety review. BMJ. 2005 Feb 19;330(7488):385.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15718537?tool=bestpractice.com
[212]Saperia J, Ashby D, Gunnell D. Suicidal behaviour and SSRIs: updated meta-analysis. BMJ. 2006 Jun 17;332(7555):1453.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16777898?tool=bestpractice.com
[213]Li K, Zhou G, Xiao Y, et al. Risk of suicidal behaviors and antidepressant exposure among children and adolescents: a meta-analysis of observational studies. Front Psychiatry. 2022;13:880496.
https://www.frontiersin.org/journals/psychiatry/articles/10.3389/fpsyt.2022.880496/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35693956?tool=bestpractice.com
Essa relação não é necessariamente causal e pode ser atribuível a fatores de confundimento.[214]Dragioti E, Solmi M, Favaro A, et al. Association of antidepressant use with adverse health outcomes: a systematic umbrella review. JAMA Psychiatry. 2019 Dec 1;76(12):1241-55.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6777224
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31577342?tool=bestpractice.com
Os resultados de uma grande metanálise sugerem que, em adultos com idade inferior a 25 anos, o risco de surgimento e agravamento da probabilidade de suicídio pode aumentar nas semanas 3-6 do tratamento (mas não nas semanas 1-2).[215]Näslund J, Hieronymus F, Lisinski A,et al. Effects of selective serotonin reuptake inhibitors on rating-scale-assessed suicidality in adults with depression. Br J Psychiatry. 2018 Mar;212(3):148-54.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29436321?tool=bestpractice.com
O monitoramento rigoroso e a mitigação do risco de suicídio são recomendados ao se prescrever um antidepressivo para uma pessoa com menos de 25 anos de idade, ou para qualquer pessoa que se acredite estar em um maior risco de suicídio.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Avaliação da resposta aos antidepressivos
Acompanhe os pacientes 1-2 semanas depois de iniciar o tratamento e, depois disso, mensalmente pelas próximas 12 semanas. O Questionário sobre a saúde do(a) paciente-9 (PHQ-9) pode ser usado para avaliar as alterações na gravidade dos sintomas. Ajuste a dose do antidepressivo para o máximo tolerado em pacientes que apresentarem resposta parcial após 2-4 semanas. Os pacientes poderão exibir uma resposta nas primeiras 1-2 semanas de tratamento; no entanto, um quinto dos que não tiverem respondido anteriormente poderá começar a responder após a semana 5.[216]Henssler J, Kurschus M, Franklin J, et al. Trajectories of acute antidepressant efficacy: how long to wait for response? A systematic review and meta-analysis of long-term, placebo-controlled acute treatment trials. J Clin Psychiatry. 2018 May/Jun;79(3).
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29659207?tool=bestpractice.com
O sucesso da terapia com antidepressivos até o ponto de remissão de todos os sintomas deve levar 6-8 semanas. Uma redução de 50% no escore de sintomas constitui uma resposta adequada, e uma alteração de 25% a 50% no escore pode indicar a necessidade de modificar o tratamento.
Tratamentos psicológicos para a depressão mais grave
Os tratamentos psicológicos podem ser realizados por meio de diferentes métodos e cenários e incluir sessões individuais, em grupo ou virtuais. Não foram encontradas diferenças claras na eficácia entre os diferentes tipos de terapias psicológicas usadas para a depressão.[217]Barth J, Munder T, Gerger H, et al. Comparative efficacy of seven psychotherapeutic interventions for patients with depression: a network meta-analysis. PLoS Med. 2013;10(5):e1001454.
https://journals.plos.org/plosmedicine/article?id=10.1371/journal.pmed.1001454
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23723742?tool=bestpractice.com
As diretrizes de tratamento publicadas recomendam uma variedade de terapias psicológicas como opções de primeira linha para a depressão mais grave, tais como terapia cognitivo-comportamental (TCC), ativação comportamental, terapia psicodinâmica de curto prazo, psicoterapia interpessoal e terapia de resolução de problemas.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[218]Department of Veterans Affairs; Department of Defense. VA/DoD clinical practice guideline for the management of major depressive disorder. Feb 2022 [internet publication].
https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/mdd/VADoDMDDCPGFinal508.pdf
No entanto, a orientação do American College of Physicians recomenda apenas a TCC, citando evidências insuficientes para respaldar outros tipos de terapias psicológicas.[197]American College of Physicians. Nonpharmacologic and pharmacologic treatments of adults in the acute phase of major depressive disorder: a living clinical guideline from the American College of Physicians. Feb 2023 [internet publication]..
https://www.acponline.org/sites/default/files/acp-policy-library/guidelines/nonpharmacologic_and_pharmacologic_treatments_of_adults_in_the_acute_phase_of_major_depressive_disorder_2023.pdf
A TCC mostrou maior eficácia do que o placebo farmacológico em todos os níveis de gravidade.[219]Furukawa TA, Weitz ES, Tanaka S, et al. Initial severity of depression and efficacy of cognitive-behavioural therapy: individual-participant data meta-analysis of pill-placebo-controlled trials. Br J Psychiatry. 2017 Mar;210(3):190-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28104735?tool=bestpractice.com
A resposta do tratamento à TCC é comparável à resposta antidepressiva em alguns estudos.[170]Gartlehner G, Wagner G, Matyas N, et al. Pharmacological and non-pharmacological treatments for major depressive disorder: review of systematic reviews. BMJ Open. 2017 Jun 14;7(6):e014912.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5623437
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28615268?tool=bestpractice.com
[Evidência B]efd80ee8-9653-43c8-8dee-a1f707f3616asrBQuais são os efeitos da terapia cognitivo-comportamental (TCC) versus antidepressivos de segunda geração (por exemplo, inibidores seletivos da recaptação da serotonina ou inibidores da recaptação da serotonina-noradrenalina) em adultos com transtorno depressivo maior?[170]Gartlehner G, Wagner G, Matyas N, et al. Pharmacological and non-pharmacological treatments for major depressive disorder: review of systematic reviews. BMJ Open. 2017 Jun 14;7(6):e014912.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5623437
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28615268?tool=bestpractice.com
A TCC tem um efeito duradouro que reduz o risco subsequente após o término do tratamento.[175]Furukawa TA, Shinohara K, Sahker E, et al. Initial treatment choices to achieve sustained response in major depression: a systematic review and network meta-analysis. World Psychiatry. 2021 Oct;20(3):387-96.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/wps.20906
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34505365?tool=bestpractice.com
A TCC adjuvante demonstrou também melhorar os desfechos do tratamento da depressão no cenário da atenção primária.[220]Wiles N, Thomas L, Abel A, et al. Clinical effectiveness and cost-effectiveness of cognitive behavioural therapy as an adjunct to pharmacotherapy for treatment-resistant depression in primary care: the CoBalT randomised controlled trial. Health Technol Assess. 2014 May;18(31):1-167.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK261983
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24824481?tool=bestpractice.com
As outras modalidades psicológicas para a depressão mais grave incluem as seguintes:[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[218]Department of Veterans Affairs; Department of Defense. VA/DoD clinical practice guideline for the management of major depressive disorder. Feb 2022 [internet publication].
https://www.healthquality.va.gov/guidelines/MH/mdd/VADoDMDDCPGFinal508.pdf
Psicoterapia interpessoal (PTI): requer que o paciente tenha compreensão psicológica.[221]De Mello MF, De Jesus Mari J, Bacaltchuk J, et al. A systematic review of research findings on the efficacy of interpersonal therapy for depressive disorders. Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci. 2005 Apr;255(2):75-82.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15812600?tool=bestpractice.com
A frequência da PTI é determinada pelo profissional da saúde. O tempo até a resposta é de aproximadamente 12 semanas. A PTI pode melhorar o funcionamento interpessoal, e também parece ser efetiva na prevenção de recidivas.[222]Cuijpers P, Donker T, Weissman MM, et al. Interpersonal psychotherapy for mental health problems: a comprehensive meta-analysis. Am J Psychiatry. 2016 Jul 1;173(7):680-7.
https://ajp.psychiatryonline.org/doi/10.1176/appi.ajp.2015.15091141
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27032627?tool=bestpractice.com
Terapia de solução de problemas (TSP): concentra-se no treinamento de atitudes e capacidades adaptativas para a solução de problemas.[223]Bell AC, D'Zurilla TJ. Problem-solving therapy for depression: a meta-analysis. Clin Psychol Rev. 2009 Jun;29(4):348-53.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19299058?tool=bestpractice.com
[224]Cuijpers P, van Straten A, Warmerdam L. Problem solving therapies for depression: a meta-analysis. Eur Psychiatry. 2007 Jan;22(1):9-15.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17194572?tool=bestpractice.com
[225]Shang P, Cao X, You S, et al. Problem-solving therapy for major depressive disorders in older adults: an updated systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Aging Clin Exp Res. 2021 Jun;33(6):1465-75.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32767273?tool=bestpractice.com
Os resultados da TSP são comparáveis aos da TCC nos cenários de atenção primária.[226]Zhang A, Franklin C, Jing S, et al. The effectiveness of four empirically supported psychotherapies for primary care depression and anxiety: a systematic review and meta-analysis. J Affect Disord. 2019 Feb 15;245:1168-86.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30699860?tool=bestpractice.com
Ativação comportamental: é uma alternativa menos cerebral e mais comportamental à TCC. Promove ativamente o retorno ao funcionamento e tem a vantagem de não necessitar de terapeutas de nível médico para administrá-la. Uma revisão Cochrane constatou que é tão eficaz quanto a TCC para adultos com depressão, embora com nível baixo de certeza devido às evidências disponíveis.[227]Uphoff E, Ekers D, Robertson L, et al. Behavioural activation therapy for depression in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Jul 6;(7):CD013305.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD013305.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32628293?tool=bestpractice.com
[
]
How does behavioral activation therapy compare with cognitive‐behavioral therapy for adults with depression?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.3250/fullMostre-me a resposta
Psicoterapia psicodinâmica de curto prazo: pode ser útil para as pessoas com dificuldades emocionais e de desenvolvimento em relacionamentos que contribuem para a depressão.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[228]Caselli I, Ielmini M, Bellini A, et al. Efficacy of short-term psychodynamic psychotherapy (STPP) in depressive disorders: a systematic review and meta-analysis. J Affect Disord. 2023 Mar 15;325:169-76.
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Depressão menos grave
A “depressão menos grave” foi definida pelo NICE no Reino Unido como uma pontuação inferior a 16 no Patient Health Questionnaire (PHQ).[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Essa categoria inclui tanto os sintomas subliminares quanto os leves. Os pacientes com depressão menos grave têm sintomas com intensidade baixa a moderada, comprometimento parcial, ausência de sintomas psicóticos, ausência de ideação suicida, ausência de agitação ou retardo psicomotores.
Para as pessoas com sintomas subliminares e leves, o prognóstico é geralmente bom, sem necessidade de farmacoterapia ou terapia psicológica formal.[176]Arroll B, Roskvist R, Moir F, et al. Antidepressants in primary care: limited value at the first visit. World Psychiatry. 2023 Jun;22(2):340.
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[229]Gunn J, Elliott P, Densley K, et al. A trajectory-based approach to understand the factors associated with persistent depressive symptoms in primary care. J Affect Disord. 2013 Jun;148(2-3):338-46.
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Para as pessoas com depressão menos grave que não desejam tratamento ou que sentem que os sintomas depressivos estão melhorando, um período inicial de monitoramento ativo pode ser adequado, com reavaliação após 2-4 semanas, com orientação para procurar assistência médica se os sintomas se agravarem, e a opção de considerar o tratamento a qualquer momento se necessário.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Essa abordagem pode facilitar uma melhor avaliação, o monitoramento e a tomada de decisão compartilhada. Psicoeducação e aconselhamento sobre estilo de vida são recomendados para todas as pessoas com depressão de qualquer gravidade. A psicoeducação isolada pode alcançar a remissão em algumas pessoas com depressão menos grave.[230]Casañas R, Catalán R, del Val JL, et al. Effectiveness of a psycho-educational group program for major depression in primary care: a randomized controlled trial. BMC Psychiatry. 2012 Dec 18;12:230.
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Para as pessoas com depressão menos grave que desejam considerar o tratamento, as diretrizes geralmente recomendam as terapias não farmacológicas como primeira linha, com base na avaliação de que a relação risco-benefício não justifica o uso de farmacoterapia para a depressão leve.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[197]American College of Physicians. Nonpharmacologic and pharmacologic treatments of adults in the acute phase of major depressive disorder: a living clinical guideline from the American College of Physicians. Feb 2023 [internet publication]..
https://www.acponline.org/sites/default/files/acp-policy-library/guidelines/nonpharmacologic_and_pharmacologic_treatments_of_adults_in_the_acute_phase_of_major_depressive_disorder_2023.pdf
As opções menos intensivas, como autoajuda guiada e TCC em grupo ou ativação comportamental, podem ser uma opção inicial razoável nesse grupo.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
No entanto é importante observar que, como para todos os pacientes com depressão, o tratamento é individualizado, podendo haver razões para considerar o tratamento farmacológico desde o início nesse grupo em determinadas circunstâncias (por exemplo, quando houver história de depressão grave, onde não houver acesso a tratamento psicológico, quando o paciente tiver preferência pela farmacoterapia ou quando houver história de uma resposta prévia positiva à farmacoterapia).
A combinação de terapia psicológica e farmacoterapia não oferece nenhuma vantagem de curto prazo comprovada nesse grupo. No entanto, a terapia psicológica continuada com o manejo com antidepressivos é uma opção efetivo quando continuada nas fases aguda e de manutenção do tratamento.[173]Oestergaard S, Møldrup C. Optimal duration of combined psychotherapy and pharmacotherapy for patients with moderate and severe depression: a meta-analysis. J Affect Disord. 2011 Jun;131(1-3):24-36.
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A escolha inicial do tratamento deve ser orientada pela preferência do paciente. As opções incluem:
Intervenções de suporte: livros de autoajuda, ioga, treinamento de relaxamento, fototerapia, exercícios físicos, tai-chi-chuan, musicoterapia e acupuntura[231]Gualano MR, Bert F, Martorana M, et al. The long-term effects of bibliotherapy in depression treatment: systematic review of randomized clinical trials. Clin Psychol Rev. 2017 Dec;58:49-58.
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What are the effects of exercise for improving symptoms in adults with depression?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.355/fullMostre-me a resposta
Tratamento computadorizado: TCC, TSP e manejo do estresse.[243]Charova E, Dorstyn D, Tully P, et al. Web-based interventions for comorbid depression and chronic illness: a systematic review. J Telemed Telecare. 2015 Jun;21(4):189-201.[244]Karyotaki E, Riper H, Twisk J, et al. Efficacy of self-guided internet-based cognitive behavioral therapy in the treatment of depressive symptoms: a meta-analysis of individual participant data. JAMA Psychiatry. 2017 Apr 1;74(4):351-9.
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Tratamento com antidepressivos
Terapia psicológica: TCC, PTI, TSP, ou uma intervenção baseada em atenção plena[251]Cuijpers P, van Straten A, van Schaik A, et al. Psychological treatment of depression in primary care: a meta-analysis. Br J Gen Pract. 2009 Feb;59(559):e51-60.
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Intervenções de suporte
Para algumas pessoas que têm sintomas mais leves, o grau de comprometimento ou sofrimento provocado por esses sintomas pode não superar o estigma que os pacientes atribuem à aceitação de qualquer forma de tratamento psiquiátrico; para essas pessoas, o foco direto no tratamento dos sintomas pode ser a estratégia ideal.[254]Nair P, Bhanu C, Frost R, et al. A systematic review of older adults' attitudes towards depression and its treatment. Gerontologist. 2020 Jan 24;60(1):e93-104.
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Os livros de autoajuda são populares e podem trazer benefícios de longo prazo para alguns pacientes.[231]Gualano MR, Bert F, Martorana M, et al. The long-term effects of bibliotherapy in depression treatment: systematic review of randomized clinical trials. Clin Psychol Rev. 2017 Dec;58:49-58.
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As intervenções de ioga podem ter um efeito benéfico nos transtornos depressivos, mas existem variações significativas nas intervenções, relatórios e viabilidade.[255]Brinsley J, Schuch F, Lederman O, et al. Effects of yoga on depressive symptoms in people with mental disorders: a systematic review and meta-analysis. Br J Sports Med. 2021 Sep;55(17):992-1000.
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As outras intervenções de suporte incluem o treinamento de relaxamento, a fototerapia, exercícios, tai-chi-chuan, musicoterapia e acupuntura.[232]Aalbers S, Fusar-Poli L, Freeman RE, et al. Music therapy for depression. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Nov 16;(11):CD004517.
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What are the effects of exercise for improving symptoms in adults with depression?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.355/fullMostre-me a resposta Em pessoas com depressão, taxas mais altas de remissão foram observadas no grupo de exercícios em dose mais alta associados à continuação do tratamento com ISRS, em comparação com o de exercícios em dose baixa associados a ISRSs.[238]Trivedi MH, Greer TL, Church TS, et al. Exercise as an augmentation treatment for nonremitted major depressive disorder: a randomized, parallel dose comparison. J Clin Psychiatry. 2011 May;72(5):677-84.
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Por outro lado, a cessação do exercício pode agravar sintomas depressivos.[260]Morgan JA, Olagunju AT, Corrigan F, et al. Does ceasing exercise induce depressive symptoms? A systematic review of experimental trials including immunological and neurogenic markers. J Affect Disord. 2018 Jul;234:180-92.
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Tratamento computadorizado
Intervenções baseadas na Internet e em dispositivos móveis são uma novidade promissora e de rápida ascensão, e demonstram eficácia. As intervenções digitais têm o potencial de ampliar o acesso a uma assistência baseada em evidências para a depressão, por atingirem populações carentes de serviços, e podem também aumentar a qualidade da assistência por reforçarem o tratamento presencial. Elas podem facilitar a assistência colaborativa e a tomada de decisões compartilhada.[243]Charova E, Dorstyn D, Tully P, et al. Web-based interventions for comorbid depression and chronic illness: a systematic review. J Telemed Telecare. 2015 Jun;21(4):189-201.[244]Karyotaki E, Riper H, Twisk J, et al. Efficacy of self-guided internet-based cognitive behavioral therapy in the treatment of depressive symptoms: a meta-analysis of individual participant data. JAMA Psychiatry. 2017 Apr 1;74(4):351-9.
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Elas podem ser úteis para as pessoas que não puderem acessar, pagar ou agendar uma TCC presencial individual ou em grupo.
As evidências são maiores para a TCC via Internet (TCCi) e sugerem que a TCCi guiada (TCCi respaldada por orientação humana) é tão efetiva quanto a TCC presencial.[262]Guaiana G, Mastrangelo J, Hendrikx S, et al. A systematic review of the use of telepsychiatry in depression. Community Ment Health J. 2021 Jan;57(1):93-100.
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A TCC não guiada também demonstra eficácia, mas com menores efeitos do tratamento.[244]Karyotaki E, Riper H, Twisk J, et al. Efficacy of self-guided internet-based cognitive behavioral therapy in the treatment of depressive symptoms: a meta-analysis of individual participant data. JAMA Psychiatry. 2017 Apr 1;74(4):351-9.
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Outros tipos de autoajuda e intervenções autoguiadas, como estratégias de ativação comportamental, podem ter um papel cada vez maior, particularmente para as pessoas com sintomas menos graves de depressão.[250]Furukawa TA, Suganuma A, Ostinelli EG, et al. Dismantling, optimising, and personalising internet cognitive behavioural therapy for depression: a systematic review and component network meta-analysis using individual participant data. Lancet Psychiatry. 2021 Jun;8(6):500-11.
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A TCCi via smartphones e novas abordagens via aplicativos são cada vez mais populares entre os pacientes; as evidências de eficácia ainda não foram estabelecidas, embora as evidências preliminares sobre viabilidade e eficácia pareçam promissoras.[267]Bae H, Shin H, Ji HG, et al. App-based interventions for moderate to severe depression: a systematic review and meta-analysis. JAMA Netw Open. 2023 Nov 1;6(11):e2344120.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37983028?tool=bestpractice.com
Várias barreiras importantes às intervenções digitais têm sido observadas, inclusive preocupações com a redução do acesso à assistência para as pessoas com níveis mais baixos de destreza digital, o que pode incluir idosos. Há evidências que sugerem que os pacientes com um nível de instrução mais baixo podem correr um maior risco de deterioração dos sintomas com a autoajuda guiada através da Internet do que os pacientes mais instruídos.[268]Ebert DD, Donkin L, Andersson G, et al. Does internet-based guided-self-help for depression cause harm? An individual participant data meta-analysis on deterioration rates and its moderators in randomized controlled trials. Psychol Med. 2016 Oct;46(13):2679-93.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27649340?tool=bestpractice.com
Terapia psicológica
A terapia psicológica (TCC, PTI ou TSP) é também considerada uma opção de primeira linha na depressão menos grave. A terapia psicológica parece ter um impacto positivo sobre a qualidade de vida das pessoas com depressão, além de reduções mensuráveis na gravidade dos sintomas depressivos.[269]Kolovos S, Kleiboer A, Cuijpers P. Effect of psychotherapy for depression on quality of life: meta-analysis. Br J Psychiatry. 2016 Dec;209(6):460-8.
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Via de regra, as intervenções psicológicas listadas acima na seção sobre “depressão mais grave” são também adequadas para as pessoas com “depressão menos grave”.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
A orientação do NICE, no Reino Unido, lista também a terapia baseada na atenção plena como mais uma possível opção nesse grupo.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[270]Strauss C, Bibby-Jones AM, Jones F, et al. Clinical effectiveness and cost-effectiveness of supported mindfulness-based cognitive therapy self-help compared with supported cognitive behavioral therapy self-help for adults experiencing depression: the low-intensity guided help through mindfulness (LIGHTMind) randomized clinical trial. JAMA Psychiatry. 2023 May 1;80(5):415-24.
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A depressão menos grave tratada com terapia psicológica pode ter menos probabilidade de evoluir para uma depressão mais grave.[271]Cuijpers P, Koole SL, van Dijke A, et al. Psychotherapy for subclinical depression: meta-analysis. Br J Psychiatry. 2014 Oct;205(4):268-74.
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Tratamento com antidepressivos
O uso rotineiro de antidepressivos pelos pacientes com depressão leve tem sido questionado com base em evidências mais fracas de eficácia nas pessoas com sintomatologia mais leve.[272]Royal College of Psychiatrists. Position statement on antidepressants and depression. May 2019 [internet publication].
https://www.rcpsych.ac.uk/docs/default-source/improving-care/better-mh-policy/position-statements/ps04_19---antidepressants-and-depression.pdf?sfvrsn=ddea9473_5
Algumas análises não conseguiram determinar, de forma consistente, que a depressão leve responde menos favoravelmente aos antidepressivos que a depressão grave, embora as evidências a respeito sejam, em geral, mistas; outros estudos sugerem uma crescente magnitude dos benefícios dos antidepressivos com níveis mais altos de sintomatologia depressiva.[166]Fournier JC, DeRubeis RJ, Hollon SD, et al. Antidepressant drug effects and depression severity: a patient-level meta-analysis. JAMA. 2010 Jan 6;303(1):47-53.
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[273]Tröger A, Miguel C, Ciharova M, et al. Baseline depression severity as moderator on depression outcomes in psychotherapy and pharmacotherapy. J Affect Disord. 2024 Jan 1;344:86-99.
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[274]Furukawa TA, Maruo K, Noma H, et al. Initial severity of major depression and efficacy of new generation antidepressants: individual participant data meta-analysis. Acta Psychiatr Scand. 2018 Jun;137(6):450-8.
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[275]Hieronymus F, Lisinski A, Nilsson S, et al. Influence of baseline severity on the effects of SSRIs in depression: an item-based, patient-level post-hoc analysis. Lancet Psychiatry. 2019 Sep;6(9):745-52.
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[276]Stone MB, Yaseen ZS, Miller BJ, et al. Response to acute monotherapy for major depressive disorder in randomized, placebo controlled trials submitted to the US Food and Drug Administration: individual participant data analysis. BMJ. 2022 Aug 2;378:e067606.
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Na ausência de evidências definitivas, os médicos devem se basear na preferência do paciente ou em outros fatores específicos do paciente ao decidir se devem oferecer farmacoterapia nos casos de depressão menos grave.
Se forem usados antidepressivos, siga os mesmos princípios da depressão menos grave (acima).
Depressão sem resposta clínica à terapia inicial
Independentemente da gravidade da depressão, se a resposta à terapia de primeira linha for inadequada, as etapas iniciais incluem reavaliar o diagnóstico, avaliar as comorbidades e explorar a adesão ao tratamento.[277]Gabriel FC, Stein AT, de Melo DO, et al. Quality of clinical practice guidelines for inadequate response to first-line treatment for depression according to AGREE II checklist and comparison of recommendations: a systematic review. BMJ Open. 2022 Apr 1;12(4):e051918.
https://bmjopen.bmj.com/content/12/4/e051918
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35365512?tool=bestpractice.com
Para quem recebe antidepressivos, continue o tratamento se houver alguma melhora por, pelo menos, 6-8 semanas completas. Se a resposta ainda for incompleta e se o medicamento for bem tolerado e ainda não estiver acima do limiar da dose segura, considere aumentar a dose. Mas não continue prescrevendo indefinidamente um medicamento que ofereça benefícios inadequados. É importante notar que, nos pacientes sem uma melhora inicial ao tratamento com fluoxetina, um estudo mostrou que a probabilidade de mudança para uma resposta positiva diminuiu proporcionalmente ao tempo em que os pacientes continuavam não apresentando melhora.[278]Posternak MA, Baer L, Nierenberg AA, et al. Response rates to fluoxetine in subjects who initially show no improvement. J Clin Psychiatry. 2011 Jul;72(7):949-54.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21672502?tool=bestpractice.com
A complementação com terapia psicológica é uma boa opção a ser considerada se houver uma melhora parcial com a farmacoterapia de primeira linha, uma vez que as evidências sugerem que a terapia combinada funciona melhor do que qualquer tratamento isolado, obtendo-se um efeito sinérgico com o uso de ambas.[173]Oestergaard S, Møldrup C. Optimal duration of combined psychotherapy and pharmacotherapy for patients with moderate and severe depression: a meta-analysis. J Affect Disord. 2011 Jun;131(1-3):24-36.
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[174]Cuijpers P, Noma H, Karyotaki E, et al. A network meta-analysis of the effects of psychotherapies, pharmacotherapies and their combination in the treatment of adult depression. World Psychiatry. 2020 Feb;19(1):92-107.
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[197]American College of Physicians. Nonpharmacologic and pharmacologic treatments of adults in the acute phase of major depressive disorder: a living clinical guideline from the American College of Physicians. Feb 2023 [internet publication]..
https://www.acponline.org/sites/default/files/acp-policy-library/guidelines/nonpharmacologic_and_pharmacologic_treatments_of_adults_in_the_acute_phase_of_major_depressive_disorder_2023.pdf
A troca da farmacoterapia por uma terapia psicológica pode ser outra opção razoável a ser considerada, sobretudo para aqueles com uma depressão menos grave (por exemplo, se o paciente expressar isso como preferência e tiver acesso à TCC).[197]American College of Physicians. Nonpharmacologic and pharmacologic treatments of adults in the acute phase of major depressive disorder: a living clinical guideline from the American College of Physicians. Feb 2023 [internet publication]..
https://www.acponline.org/sites/default/files/acp-policy-library/guidelines/nonpharmacologic_and_pharmacologic_treatments_of_adults_in_the_acute_phase_of_major_depressive_disorder_2023.pdf
Outra opção a se considerar se um antidepressivo tiver sido prescrito é mudar para um antidepressivo alternativo.[279]McGrath PJ, Stewart JW, Fava M, et al. Tranylcypromine versus venlafaxine plus mirtazapine following three failed antidepressant medication trials for depression: a STAR*D report. Am J Psychiatry. 2006 Sep;163(9):1531-41.
https://ajp.psychiatryonline.org/doi/10.1176/ajp.2006.163.9.1531
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16946177?tool=bestpractice.com
[280]Schlaepfer TE, Agren H, Monteleone P, et al. The hidden third: improving outcome in treatment-resistant depression. J Psychopharmacol. 2012 May;26(5):587-602.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22236505?tool=bestpractice.com
A troca pode ser apropriada se não houver melhora dos sintomas nas primeiras 2 semanas de tratamento; entretanto, esteja ciente de que a resposta inicial pode ser, mas não necessariamente, um indicador confiável de continuidade da resposta.[281]Lam RW. Onset, time course and trajectories of improvement with antidepressants. Eur Neuropsychopharmacol. 2012;22(suppl 3):S492-8.
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[282]Kemp DE, Ganocy SJ, Brecher M, et al. Clinical value of early partial symptomatic improvement in the prediction of response and remission during short-term treatment trials in 3369 subjects with bipolar I or II depression. J Affect Disord. 2011 Apr;130(1-2):171-9.
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[283]Wagner S, Engel A, Engelmann J, et al. Early improvement as a resilience signal predicting later remission to antidepressant treatment in patients with major depressive disorder: systematic review and meta-analysis. J Psychiatr Res. 2017 Nov;94:96-106.
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[284]Olgiati P, Serretti A, Souery D, et al. Early improvement and response to antidepressant medications in adults with major depressive disorder. Meta-analysis and study of a sample with treatment-resistant depression. J Affect Disord. 2018 Feb;227:777-86.
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A troca de antidepressivos dentro de uma classe pode ser considerada inicialmente (por exemplo, de um ISRS para outro ISRS).[181]Cleare A, Pariante CM, Young AH, et al. Evidence-based guidelines for treating depressive disorders with antidepressants: A revision of the 2008 British Association for Psychopharmacology guidelines. J Psychopharmacol. 2015 May;29(5):459-525.
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Em seguida, considere uma troca na classe de medicamentos; por exemplo, se um paciente estava recebendo um ISRS, considere um IRSN.[181]Cleare A, Pariante CM, Young AH, et al. Evidence-based guidelines for treating depressive disorders with antidepressants: A revision of the 2008 British Association for Psychopharmacology guidelines. J Psychopharmacol. 2015 May;29(5):459-525.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25969470?tool=bestpractice.com
Se o tratamento não tiver sido tolerado por causa de efeitos adversos, procure usar um agente com menos efeitos adversos ou com efeitos adversos diferentes. Quando houver troca de um agente, retome o acompanhamento semanal até que uma resposta seja aparente.
É preciso cuidado ao se trocar de um antidepressivo para outro devido ao risco de interações medicamentosas, síndrome serotoninérgica, sintomas de abstinência ou recidiva.
O período de tempo para se trocar com segurança depende de vários fatores, incluindo as propriedades farmacocinéticas dos medicamentos e as possíveis interações entre eles, bem como as características do paciente, como idade, sensibilidade a efeitos adversos e capacidade para esperar antes de se iniciar um novo curso de tratamento. Em algumas situações, é possível fornecer os dois medicamentos por um curto período de tempo enquanto estiver ocorrendo a troca; no entanto, isto só deve ser feito sob orientação de um especialista. Em outros casos, é mais seguro adotar uma abordagem mais conservadora. Isto envolve a redução lenta da dose do primeiro medicamento antes de interrompê-lo e depois esperar um período de tempo antes de se iniciar o segundo medicamento (conhecido como um período de washout, que geralmente equivale a cinco meias-vidas do primeiro medicamento). Os medicamentos com meias-vidas mais longas (por exemplo, fluoxetina) requerem períodos maiores de washout (por exemplo, até 5 ou 6 semanas) quando combinados com um medicamento em que é contraindicada uma combinação (por exemplo, inibidor da monoaminoxidase com fluoxetina). Recomendações específicas para passar de um antidepressivo para outro, junto com períodos de washout adequados, estão disponíveis e a orientação local deve ser consultada. Quando estiver em dúvida, na ausência dessas diretrizes, adote como um princípio geral a verificação da interação medicamentosa para ter certeza de que não há contraindicações absolutas e depois 'comece com uma dose baixa e vá devagar' até que se possa ter certeza da segurança.
Se houver uma resposta inadequada a dois (ou mais) antidepressivos em dose e duração máximas, a depressão do paciente pode ser considerada resistente ao tratamento ou refratária a tratamento, e justifica uma abordagem mais complexa, conforme descrito na seção "Depressão resistente/refratária a tratamento".
Depressão resistente ao tratamento/refratária
São muito limitadas as evidências para orientar as decisões de tratamento quando as pessoas com depressão não respondem aos tratamentos iniciais.[285]Bschor T, Kern H, Henssler J, et al. Switching the Antidepressant After Nonresponse in Adults With Major Depression: A Systematic Literature Search and Meta-Analysis. J Clin Psychiatry. 2018 Jan/Feb;79(1):.
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[286]Gabriel FC, Stein AT, Melo DO, et al. Guidelines' recommendations for the treatment-resistant depression: a systematic review of their quality. PLoS One. 2023;18(2):e0281501.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36745622?tool=bestpractice.com
A maioria dos pacientes com depressão não atinge a remissão completa após o primeiro teste com antidepressivo, mas uma proporção substancial deles responderá a um segundo ou terceiro antidepressivos.[280]Schlaepfer TE, Agren H, Monteleone P, et al. The hidden third: improving outcome in treatment-resistant depression. J Psychopharmacol. 2012 May;26(5):587-602.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22236505?tool=bestpractice.com
Os termos depressão "refratária ao tratamento" ou "resistente ao tratamento" têm sido usados de forma variada e um tanto inconsistente para denotar a doença depressiva que não regrediu após dois testes com antidepressivos de dose e duração adequadas.[287]Berlim MT, Turecki G. What is the meaning of treatment resistant/refractory major depression (TRD)? A systematic review of current randomized trials. Eur Neuropsychopharmacol. 2007 Nov;17(11):696-707.
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[288]Brown S, Rittenbach K, Cheung S, et al. Current and common definitions of treatment-resistant depression: findings from a systematic review and qualitative interviews. Can J Psychiatry. 2019 Jun;64(6):380-7.
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Um termo alternativo foi proposto para enfatizar menos a resposta binária de remissão ou não remissão e mais o cenário comum de resposta parcial ou inconsistente ao tratamento: "depressão de difícil tratamento".[289]McAllister-Williams RH, Arango C, Blier P, et al. The identification, assessment and management of difficult-to-treat depression: an international consensus statement. J Affect Disord. 2020 Apr 15;267:264-82.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0165032719321925
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Independentemente da terminologia, as diretrizes geralmente sugerem que os médicos que trabalham na atenção primária devem solicitar o parecer de um psiquiatra após duas intervenções terapêuticas malsucedidas; no entanto, na prática, talvez seja necessário ponderar em relação a eventuais barreiras ao encaminhamento, como a falta de acesso a especialistas.[182]Ramanuj P, Ferenchick EK, Pincus HA. Depression in primary care: part 2 - management. BMJ. 2019 Apr 8;365:l835.
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[290]Huynh NN, McIntyre RS. What are the implications of the STAR*D trial for primary care? A review and synthesis. Prim Care Companion J Clin Psychiatry. 2008;10(2):91-6.
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Comorbidades clinicas e fatores psicossociais, como vulnerabilidades temperamentais, padrões de comportamento e circunstâncias da vida, podem tornar a depressão mais difícil de tratar.
Novos sintomas, atribuídos aos efeitos colaterais dos medicamentos, comumente interrompem as tentativas de farmacoterapia; entretanto, os sintomas somáticos são um correlato comum do transtorno depressivo. Muitos efeitos colaterais percebidos dos medicamentos, como comprometimento cognitivo, ganho de peso e cefaleia, ocorrem com a mesma frequência em pacientes em estudos que tomam placebo.[291]Sinyor M, Cheung CP, Abraha HY, et al. Antidepressant-placebo differences for specific adverse events in major depressive disorder: a systematic review. J Affect Disord. 2020 Apr 15;267:185-90.
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Reavaliação
A reavaliação pode ser útil após um ciclo de tratamento aparentemente malsucedido, pois alguns dos sintomas residuais da depressão (por exemplo, evitação social, inversão do sono/vigília, sentimentos de desesperança) podem refletir adaptações comportamentais à depressão, e não a própria depressão. Nesses casos, a melhor forma de melhorar os sintomas é a intervenção comportamental ou terapia psicológica, em vez de uma nova tentativa medicamentosa. Deficits cognitivos após a remissão dos sintomas são comuns.[292]Semkovska M, Quinlivan L, O'Grady T, et al. Cognitive function following a major depressive episode: a systematic review and meta-analysis. Lancet Psychiatry. 2019 Oct;6(10):851-61.
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Isso pode justificar o monitoramento e, se adequado, o paciente pode se beneficiar com a tranquilização de que pode haver uma melhora contínua com o tempo.
Com consultas de acompanhamento breves e intermitentes também é fácil perder oscilações de humor que podem ocorrer entre as sessões, indicativas de um transtorno de espectro bipolar em vez de depressão maior pura.
Tratamento com antidepressivos
Troca de antidepressivos: a suposição de um transtorno depressivo maior continua a ser o problema clínico mais saliente, as opções alternativas para a depressão resistente/refratária ao tratamento dentro da classe dos antidepressivos inclui monoterapia com um terceiro (ou quarto, ou quinto) ISRS, IRSN ou um agente atípico (por exemplo, bupropiona, mirtazapina, vilazodona, vortioxetina). Uma ressalva sobre essa abordagem, no entanto, é o fato de que há poucos dados de alta qualidade de ensaios clínicos para dar suporte à troca de antidepressivos, em vez de continuar com o mesmo (e ao aumento da dose ou à tentativa de estratégias de aumento).[285]Bschor T, Kern H, Henssler J, et al. Switching the Antidepressant After Nonresponse in Adults With Major Depression: A Systematic Literature Search and Meta-Analysis. J Clin Psychiatry. 2018 Jan/Feb;79(1):.
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Combinação de antidepressivos: o processo de troca de antidepressivos, se realizado, oferece uma janela de oportunidade para a terapia combinada de antidepressivos (ou seja, um ISRS ou IRSN associado a bupropiona ou mirtazapina), enquanto é feita a troca de um para outro. No entanto, há poucos dados que dão suporte à eficácia das combinações de antidepressivos.[293]Rush AJ, Trivedi MH, Stewart JW, et al. Combining medications to enhance depression outcomes (CO-MED): acute and long-term outcomes of a single-blind randomized study. Am J Psychiatry. 2011 Jul;168(7):689-701.
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[294]Dold M, Kasper S. Evidence-based pharmacotherapy of treatment-resistant unipolar depression. Int J Psychiatry Clin Pract. 2017 Mar;21(1):13-23.
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[295]Henssler J, Bschor T, Baethge C. Combining antidepressants in acute treatment of depression: a meta-analysis of 38 studies including 4511 patients. Can J Psychiatry. 2016 Jan;61(1):29-43.
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[296]Kessler D, Burns A, Tallon D, et al. Combining mirtazapine with SSRIs or SNRIs for treatment-resistant depression: the MIR RCT. Health Technol Assess. 2018 Nov;22(63):1-136.
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Uma notável exceção a essas observações é um efeito aparentemente sinérgico quando o segundo antidepressivo adiciona antagonismo pré-sináptico do receptor alfa-2 (por exemplo, mirtazapina, trazodona); no entanto, como em outras estratégias de combinação, a retenção do paciente no tratamento diminui quando outros medicamentos são adicionados.[297]Henssler J, Alexander D, Schwarzer G, et al. Combining antidepressants vs antidepressant monotherapy for treatment of patients with acute depression: a systematic review and meta-analysis. JAMA Psychiatry. 2022 Apr 1;79(4):300-12.
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Um especialista pode prescrever dois (ou mais, em casos raros) antidepressivos como forma de otimizar os efeitos adversos (por exemplo, acrescentar mirtazapina ao IRSN para facilitar o sono, ou acrescentar bupropiona ao ISRS para tentar melhorar a função sexual). Há algumas evidências de que o fracasso com um ou vários antidepressivos não impede sucesso mais tarde.[279]McGrath PJ, Stewart JW, Fava M, et al. Tranylcypromine versus venlafaxine plus mirtazapine following three failed antidepressant medication trials for depression: a STAR*D report. Am J Psychiatry. 2006 Sep;163(9):1531-41.
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[280]Schlaepfer TE, Agren H, Monteleone P, et al. The hidden third: improving outcome in treatment-resistant depression. J Psychopharmacol. 2012 May;26(5):587-602.
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Embora a regra geral seja fornecer antidepressivos por, ao menos, 6-8 semanas, se não houver nenhuma melhora nas 2 primeiras semanas pode ser apropriado mudar.[282]Kemp DE, Ganocy SJ, Brecher M, et al. Clinical value of early partial symptomatic improvement in the prediction of response and remission during short-term treatment trials in 3369 subjects with bipolar I or II depression. J Affect Disord. 2011 Apr;130(1-2):171-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21071096?tool=bestpractice.com
Escolha de antidepressivos alternativos: quando selecionar um terceiro (ou quarto, ou quinto) medicamento, considere não só outro ISRS, IRSN ou agente atípico (por exemplo, bupropiona, mirtazapina), mas também um antidepressivo tricíclico (ADT) (por exemplo, amitriptilina, desipramina, doxepina, imipramina ou nortriptilina). Historicamente a farmacoterapia de primeira linha para depressão, os ADTs caíram um pouco em desuso por causa dos efeitos adversos, da necessidade de aumentos graduais na dose, e de sua possível letalidade em caso de superdosagem. No entanto, eles continuam sendo efetivos e úteis para muitos pacientes. Dose os ADTs de acordo com o monitoramento terapêutico sanguíneo. Para a maioria dos ADTs, há um intervalo terapêutico mínimo; para a nortriptilina, exclusivamente, há uma janela terapêutica que delineia uma variedade de níveis efetivos. A orientação do Reino Unido afirma que os ADTs só devem ser prescritos para a depressão por um médico especialista (por exemplo, psiquiatra) que trabalhe na atenção secundária.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs): nos casos em que nada mais funcionou e o paciente consegue tolerar um período de washout do seu antidepressivo atual, um IMAO (por exemplo, isocarboxazida, fenelzina, selegilina, tranilcipromina) pode ser unicamente eficaz, embora esteja associado com um perfil de efeitos adversos mais graves e recomendado apenas quando as outras opções se provaram ineficazes.[298]Shulman KI, Herrmann N, Walker SE. Current place of monoamine oxidase inhibitors in the treatment of depression. CNS Drugs. 2013 Oct;27(10):789-97.
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[299]Suchting R, Tirumalajaru V, Gareeb R, et al. Revisiting monoamine oxidase inhibitors for the treatment of depressive disorders: a systematic review and network meta-analysis. J Affect Disord. 2021 Mar 1;282:1153-60.
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O período de washout depende da meia-vida do antidepressivo que o paciente está tomando e pode variar de 1-5 semanas. Não use nenhum IMAO sem consultar primeiro um psiquiatra.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Aumento de lítio: alguns estudos mostram que combinações de antidepressivos com outras classes de medicamentos são melhores do que apenas uma combinação de diferentes antidepressivos isolados.[300]Strawbridge R, Carter B, Marwood L, et al. Augmentation therapies for treatment-resistant depression: systematic review and meta-analysis. Br J Psychiatry. 2019 Jan;214(1):42-51.
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Em pacientes que não responderam aos antidepressivos convencionais, o aumento de lítio é uma abordagem baseada em evidências.[301]Undurraga J, Sim K, Tondo L, et al. Lithium treatment for unipolar major depressive disorder: systematic review. J Psychopharmacol. 2019 Feb;33(2):167-76.
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[302]Nuñez NA, Joseph B, Pahwa M, et al. Augmentation strategies for treatment resistant major depression: a systematic review and network meta-analysis. J Affect Disord. 2022 Apr 1;302:385-400.
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O reforço com lítio é iniciado por um psiquiatra devido ao seu índice terapêutico estreito e aos riscos de toxicidade inadvertida proveniente de dosagem excessiva e interações medicamentosas.
Reforço com antipsicóticos: o reforço com alguns agentes está se tornando uma prática mais comum e pode melhorar os desfechos, inclusive em idosos.[302]Nuñez NA, Joseph B, Pahwa M, et al. Augmentation strategies for treatment resistant major depression: a systematic review and network meta-analysis. J Affect Disord. 2022 Apr 1;302:385-400.
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[303]Tohen M, Case M, Trivedi MH, et al. Olanzapine/fluoxetine combination in patients with treatment-resistant depression: rapid onset of therapeutic response and its predictive value for subsequent overall response in a pooled analysis of 5 studies. J Clin Psychiatry. 2010 Apr;71(4):451-62.
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[304]Mohamed S, Johnson GR, Chen P, et al. Effect of antidepressant switching vs augmentation on remission among patients with major depressive disorder unresponsive to antidepressant treatment: the VAST-D randomized clinical trial. JAMA. 2017 Jul 11;318(2):132-45.
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[305]Lenze EJ, Mulsant BH, Roose SP, et al. Antidepressant augmentation versus switch in treatment-resistant geriatric depression. N Engl J Med. 2023 Mar 23;388(12):1067-79.
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[
]
How do second-generation antipsychotics compare with antidepressants for improving outcomes in people with unipolar major depressive disorder?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1194/fullMostre-me a resposta No entanto, a intolerância e a interrupção do tratamento são mais comuns com a maioria dos antipsicóticos adjuvantes em comparação com o placebo.[306]Kishimoto T, Hagi K, Kurokawa S, et al. Efficacy and safety/tolerability of antipsychotics in the treatment of adult patients with major depressive disorder: a systematic review and meta-analysis. Psychol Med. 2023 Jul;53(9):4064-82.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35510505?tool=bestpractice.com
Um estudo de coorte relatou aumento do risco de mortalidade em pacientes que receberam reforço com um antipsicótico para depressão em comparação com pacientes que receberam reforço com um segundo antidepressivo.[307]Gerhard T, Stroup TS, Correll CU, et al. Mortality risk of antipsychotic augmentation for adult depression. PLoS One. 2020 Sep 30;15(9):e0239206.
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Não está claro se isso é um efeito farmacológico dos antipsicóticos ou um reflexo da probabilidade de que os antipsicóticos tendem a ser prescritos a pacientes com maior risco de mortalidade por outros motivos. Devido a esse risco potencial, o aumento com um antipsicótico para depressão resistente ao tratamento deve ser supervisionado por um psiquiatra que pode determinar a necessidade clínica de escolhê-lo em relação a outras estratégias. As evidências respaldam melhor o uso em curto prazo versus em longo prazo de antipsicóticos adjuvantes.[308]Mulder R, Hamilton A, Irwin L, et al. Treating depression with adjunctive antipsychotics. Bipolar Disord. 2018 Nov;20 Suppl 2:17-24.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/bdi.12701
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O uso em longo prazo expõe os pacientes aos efeitos colaterais comuns dos antipsicóticos, como ganho de peso, acatisia e, raramente, discinesia tardia. Essa preocupação também se aplica a novos agentes, como brexpiprazol, que se assemelham estruturalmente aos antipsicóticos, mas devem ser comercializados especificamente para uso em casos de depressão resistente ao tratamento. Embora sejam considerados eficazes (em um pequeno número de estudos), os efeitos colaterais são similares aos de outros antipsicóticos; assim, é importante considerar se os benefícios superam os riscos em indivíduos com psicose.[309]Spielmans GI, Berman MI, Linardatos E, et al. Adjunctive atypical antipsychotic treatment for major depressive disorder: a meta-analysis of depression, quality of life, and safety outcomes. PLoS Med. 2013;10(3):e1001403.
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[310]Thase ME, Hobart M, Augustine C, et al. EPA-0808 - efficacy and safety of adjunctive brexpiprazole (opc-34712) in major depressive disorder (MDD): a phase iii, randomized, placebo-controlled study. Eur Psychiatry. 2014;29(suppl 1):1.[311]Yoon S, Jeon SW, Ko YH, et al. Adjunctive brexpiprazole as a novel effective strategy for treating major depressive disorder: a systematic review and meta-analysis. J Clin Psychopharmacol. 2017 Feb;37(1):46-53.
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[312]Hobart M, Zhang P, Weiss C, et al. Adjunctive brexpiprazole and functioning in major depressive disorder: a pooled analysis of six randomized studies using the Sheehan disability scale. Int J Neuropsychopharmacol. 2019 Mar 1;22(3):173-9.
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[313]Kishi T, Sakuma K, Nomura I, et al. Brexpiprazole as adjunctive treatment for major depressive disorder following treatment failure with at least one antidepressant in the current episode: a systematic review and meta-analysis. Int J Neuropsychopharmacol. 2019 Nov 1;22(11):698-709.
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[314]Ralovska S, Koychev I, Marinov P, et al. Brexpiprazole versus placebo or other antidepressive agents for treating depression. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Jul 28;(7):CD013866.
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Outras estratégias de reforço podem ser usadas por especialistas (por exemplo, hormônio tireoidiano, pindolol e modafinila, bem como novos tratamentos, como cetamina, escetamina e estimulação magnética transcraniana).[315]Hollinghurst S, Carroll FE, Abel A, et al. Cost-effectiveness of cognitive-behavioural therapy as an adjunct to pharmacotherapy for treatment-resistant depression in primary care: economic evaluation of the CoBalT Trial. Br J Psychiatry. 2014 Jan;204(1):69-76.
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[316]Ijaz S, Davies P, Williams CJ, et al. Psychological therapies for treatment-resistant depression in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2018 May 14;(5):CD010558.
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[317]Kleeblatt J, Betzler F, Kilarski LL, et al. Efficacy of off-label augmentation in unipolar depression: a systematic review of the evidence. Eur Neuropsychopharmacol. 2017 May;27(5):423-41.
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Abordagens não farmacológicas e alternativas
Terapia psicológica: verifique se o paciente já iniciou a terapia psicológica, caso vários agentes farmacológicos tenham sido malsucedidos; em particular, a TCC parece ser efetiva na redução dos sintomas da depressão resistente a tratamento, com resultados duradouros (até 1 ano, pelo menos).[318]Li JM, Zhang Y, Su WJ, et al. Cognitive behavioral therapy for treatment-resistant depression: a systematic review and meta-analysis. Psychiatry Res. 2018 Oct;268:243-50.
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ECT: quando a depressão é suficientemente grave para causar perigo, sofrimento significativo ou comprometimento funcional, a eficácia superior da ECT faz dela um tratamento de resgate confiável e razoável. O impacto transiente na memória e cognição, que pode reduzir o funcionamento durante o tratamento ativo, fazem da ECT menos desejável para pacientes com depressão mais leve. É importante lembrar que os efeitos da ECT geralmente duram apenas algumas semanas, então a farmacoterapia é necessária para sustentar seus efeitos ou agir como uma terapia de manutenção. Combinado com antidepressivos, o lítio demonstrou reduzir o risco de recidiva após a ECT.[319]Lambrichts S, Detraux J, Vansteelandt K, et al. Does lithium prevent relapse following successful electroconvulsive therapy for major depression? A systematic review and meta-analysis. Acta Psychiatr Scand. 2021 Apr;143(4):294-306.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33506961?tool=bestpractice.com
Duração do tratamento farmacológico
A duração do tratamento com antidepressivos após a remissão dos sintomas depende do evolução prévia da doença. Os dados sobre os desfechos do tratamento além das semanas iniciais são limitados, embora uma revisão sistemática sugira que a eficácia dos antidepressivos, comparada com a do placebo, é estável, ao menos, pelos 6 primeiros meses de tratamento.[320]Henssler J, Kurschus M, Franklin J, et al. Long-term acute-phase treatment with antidepressants, 8 weeks and beyond: a systematic review and meta-analysis of randomized, placebo-controlled trials. J Clin Psychiatry. 2018 Jan/Feb;79(1).
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De maneira geral, parece haver uma redução do risco de recidiva quando os antidepressivos são mantidos por 6 meses ou mais.[321]Baldessarini RJ, Lau WK, Sim J, et al. Duration of initial antidepressant treatment and subsequent relapse of major depression. J Clin Psychopharmacol. 2015 Feb;35(1):75-6.
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[322]Kato M, Hori H, Inoue T, et al. Discontinuation of antidepressants after remission with antidepressant medication in major depressive disorder: a systematic review and meta-analysis. Mol Psychiatry. 2021 Jan;26(1):118-33.
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[323]Zhou D, Lv Z, Shi L, et al. Effects of antidepressant medicines on preventing relapse of unipolar depression: a pooled analysis of parametric survival curves. Psychol Med. 2022 Jan;52(1):48-56.
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Com base nisso, é aconselhável continuar o tratamento bem-sucedido com antidepressivos por, pelo menos, 6-12 meses após a remissão.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
[322]Kato M, Hori H, Inoue T, et al. Discontinuation of antidepressants after remission with antidepressant medication in major depressive disorder: a systematic review and meta-analysis. Mol Psychiatry. 2021 Jan;26(1):118-33.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7815511
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Para as pessoas com prescrição de um antipsicótico para depressão com sintomas psicóticos, a orientação do Reino Unido recomenda continuar o tratamento com antipsicóticos por vários meses após a remissão, se tolerado. O NICE recomenda que a decisão sobre se e quando interromper um antipsicótico seja tomada por serviços psiquiátricos especializados.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
A descontinuação do tratamento antidepressivo tem sido consistentemente associada a um risco maior de recidiva do que a continuação do tratamento e, portanto, é uma decisão clínica complexa.[324]Van Leeuwen E, van Driel ML, Horowitz MA, et al. Approaches for discontinuation versus continuation of long-term antidepressant use for depressive and anxiety disorders in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Apr 15;4(4):CD013495.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD013495.pub2/full
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[325]Lewis G, Marston L, Duffy L, et al. Maintenance or discontinuation of antidepressants in primary care. N Engl J Med. 2021 Sep 30;385(14):1257-67.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2106356
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[326]Donald M, Partanen R, Sharman L, et al. Long-term antidepressant use in general practice: a qualitative study of GPs' views on discontinuation. Br J Gen Pract. 2021 Jul;71(708):e508-16.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33875415?tool=bestpractice.com
Embora o risco de recidiva em uma população de pacientes aumente após o tratamento, uma proporção substancial de pacientes pode interromper os antidepressivos sem consequências.[327]Duffy L, Clarke CS, Lewis G, et al. Antidepressant medication to prevent depression relapse in primary care: the ANTLER RCT. Health Technol Assess. 2021 Nov;25(69):1-62.
https://www.journalslibrary.nihr.ac.uk/hta/hta25690#/abstract
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34842135?tool=bestpractice.com
Para algumas pessoas com maior risco de recidiva, pode-se considerar a continuação do tratamento para além desse período. Recomenda-se uma tomada de decisão compartilhada. Consulte Tratamento de manutenção e prevenção de recidivas.
Descontinuação do medicamento para depressão
A preocupação mais imediata ao se remover um paciente do tratamento antidepressivo é a possibilidade de recidiva rápida se, de fato, o antidepressivo ainda estiver cumprindo seu propósito. Além disso, alguns antidepressivos, particularmente aqueles das classes ISRS ou IRSN, estão associados a uma “síndrome de descontinuação”. Os sintomas típicos são sintomas semelhantes aos da gripe, hiperexcitação, insônia, vertigem e distúrbios sensitivos (por exemplo, “zaps cerebrais”). Os pacientes geralmente sabem o quão vulneráveis são a esses sintomas, caso já tenham deixado de tomar uma dose ou ficado sem medicamento. Os médicos devem diminuir lentamente a dose para reduzir o risco de sintomas desagradáveis de descontinuação; isso geralmente pode ser feito ao longo de várias semanas mas, em alguns casos, pode levar vários meses ou mais nos pacientes particularmente suscetíveis.[324]Van Leeuwen E, van Driel ML, Horowitz MA, et al. Approaches for discontinuation versus continuation of long-term antidepressant use for depressive and anxiety disorders in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Apr 15;4(4):CD013495.
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[328]Horowitz MA, Taylor D. Tapering of SSRI treatment to mitigate withdrawal symptoms. Lancet Psychiatry. 2019 Jun;6(6):538-46.
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Os medicamentos com meia-vida mais curta (por exemplo, paroxetina, venlafaxina) podem exigir períodos mais longos do esquema de suspensão gradual.[329]Palmer EG, Sornalingam S, Page L, et al. Withdrawing from SSRI antidepressants: advice for primary care. Br J Gen Pract. 2023 Mar;73(728):138-40.
https://bjgp.org/content/73/728/138
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36823051?tool=bestpractice.com
Um método proporcional de suspensão gradual é recomendado por algumas diretrizes de tratamento; isso envolve reduções na forma de uma proporção da dose anterior (por exemplo, 25%) em vez de reduzir a dose em um incremento fixo a cada vez.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Se a dose necessária não estiver disponível na forma de comprimidos, talvez seja necessária uma preparação líquida (se disponível). Esteja ciente de que as experiências das pessoas com os sintomas de descontinuação podem variar substancialmente de leves e transitórias a mais duradouras e mais graves. A conversa antecipatória com o paciente é importante, inclusive sobre quando e como buscar apoio de um profissional de saúde no caso de tais sintomas.[329]Palmer EG, Sornalingam S, Page L, et al. Withdrawing from SSRI antidepressants: advice for primary care. Br J Gen Pract. 2023 Mar;73(728):138-40.
https://bjgp.org/content/73/728/138
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Monitore atentamente o paciente para garantir que quaisquer novos sintomas de descontinuação aparentes não representem de fato uma recidiva da depressão.[272]Royal College of Psychiatrists. Position statement on antidepressants and depression. May 2019 [internet publication].
https://www.rcpsych.ac.uk/docs/default-source/improving-care/better-mh-policy/position-statements/ps04_19---antidepressants-and-depression.pdf?sfvrsn=ddea9473_5
[330]National Institute for Health and Care Excellence. Medicines associated with dependence or withdrawal symptoms: safe prescribing and withdrawal management for adults. Apr 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng215
A orientação do Reino Unido recomenda que os antipsicóticos para depressão psicótica só sejam interrompidos em serviços especializados em saúde mental, ou após orientação de um especialista em saúde mental. Ao interromper um antipsicótico, reduza a dose gradualmente ao longo de, pelo menos, 4 semanas e proporcionalmente à duração do tratamento.[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Tratamento de manutenção e prevenção de recidivas
Para os pacientes estabilizados que fizerem uso de antidepressivos, reavalie regularmente o uso do antidepressivo para avaliar a eficácia e a presença de efeitos adversos, e para se assegurar de que o uso em longo prazo continue clinicamente indicado.[272]Royal College of Psychiatrists. Position statement on antidepressants and depression. May 2019 [internet publication].
https://www.rcpsych.ac.uk/docs/default-source/improving-care/better-mh-policy/position-statements/ps04_19---antidepressants-and-depression.pdf?sfvrsn=ddea9473_5
Recomenda-se a tomada de decisão compartilhada; as opções para quem já toma algum antidepressivo e alcançou a remissão total ou parcial são:[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng222
Continuar o tratamento com antidepressivo
Mudar para um tratamento psicológico para prevenção de recidivas
Continuar com o mesmo antidepressivo e adicionar um tratamento psicológico para a prevenção de recidivas.
A manutenção dos antidepressivos após a remissão não garante proteção contra recidivas, mas há evidências de um benefício modesto, pelo menos.[331]Gueorguieva R, Chekroud AM, Krystal JH. Trajectories of relapse in randomised, placebo-controlled trials of treatment discontinuation in major depressive disorder: an individual patient-level data meta-analysis. Lancet Psychiatry. 2017 Mar;4(3):230-7.
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A World Federation of Societies of Biological Psychiatry (WFSBP) apoia o uso de tratamento de manutenção para depressão recorrente em algumas circunstâncias; a WFSBP recomenda tratamento de manutenção por 5-10 anos, ou indefinidamente, para aquelas pessoas com maior risco de depressão recorrente, particularmente quando duas ou três tentativas de suspender a farmacoterapia tiverem sido seguidas por outro episódio no período de um ano.[332]Bauer M, Severus E, Köhler S, et al.; World Federation of Societies of Biological Psychiatry (WFSBF) Task Force on Treatment Guidelines for Unipolar Depressive Disorders. World Federation of Societies of Biological Psychiatry (WFSBP) guidelines for biological treatment of unipolar depressive disorders, part 2: maintenance treatment of major depressive disorder - update 2015. World J Biol Psychiatry. 2015 Feb;16(2):76-95.
https://wfsbp.org/wp-content/uploads/2023/02/Bauer_et_al_2015.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25677972?tool=bestpractice.com
A escolha e o sucesso do tratamento para a prevenção de recidivas dependem do tipo e da gravidade dos sintomas depressivos, mas muitas vezes dependem de tentativas e erros.
Há um crescente corpo de evidências que apoiam o uso de terapia psicológica para a prevenção de recidivas e recorrências, tanto quando usada isoladamente quanto em combinação com a farmacoterapia.[175]Furukawa TA, Shinohara K, Sahker E, et al. Initial treatment choices to achieve sustained response in major depression: a systematic review and network meta-analysis. World Psychiatry. 2021 Oct;20(3):387-96.
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[333]Guidi J, Fava GA. Sequential combination of pharmacotherapy and psychotherapy in major depressive disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA Psychiatry. 2021 Mar 1;78(3):261-9.
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As modalidades específicas com eficácia demonstrada para a prevenção de recidivas incluem a TCC preventiva, a TCC baseada na atenção plena e a terapia interpessoal (PTI).[165]National Institute for Health and Care Excellence. Depression in adults: treatment and management. Jun 2022 [internet publication].
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[334]Clarke K, Mayo-Wilson E, Kenny J, et al. Can non-pharmacological interventions prevent relapse in adults who have recovered from depression? a systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. Clin Psychol Rev. 2015 Jul;39:58-70.
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Ensaios do tratamento em etapas sugerem que a TCC pode ser particularmente benéfica quando usada durante a fase de continuação do tratamento; a TCC reduz o risco de recidiva/recorrência pelo menos tão bem quanto, e talvez melhor que, a continuação com antidepressivos.[335]Kuyken W, Hayes R, Barrett B, et al. Effectiveness and cost-effectiveness of mindfulness-based cognitive therapy compared with maintenance antidepressant treatment in the prevention of depressive relapse or recurrence (PREVENT): a randomised controlled trial. Lancet. 2015 Jul 4;386(9988):63-73.
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[336]Guidi J, Tomba E, Fava GA. The sequential integration of pharmacotherapy and psychotherapy in the treatment of major depressive disorder: a meta-analysis of the sequential model and a critical review of the literature. Am J Psychiatry. 2016 Feb 1;173(2):128-37.
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Em ensaios clínicos agrupados, a TCC baseada em atenção plena foi considerada particularmente útil na prevenção de recidivas.[338]Kuyken W, Warren FC, Taylor RS, et al. Efficacy of mindfulness-based cognitive therapy in prevention of depressive relapse: an individual patient data meta-analysis from randomized trials. JAMA Psychiatry. 2016 Jun 1;73(6):565-74.
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Há evidências de que a troca na fase de manutenção da farmacoterapia para a psicoterapia pode ser pelo menos tão efetiva na prevenção de recidivas quanto permanecer com a farmacoterapia.[333]Guidi J, Fava GA. Sequential combination of pharmacotherapy and psychotherapy in major depressive disorder: a systematic review and meta-analysis. JAMA Psychiatry. 2021 Mar 1;78(3):261-9.
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[339]Breedvelt JJF, Warren FC, Segal Z, et al. Continuation of antidepressants vs sequential psychological interventions to prevent relapse in depression: an individual participant data meta-analysis. JAMA Psychiatry. 2021 Aug 1;78(8):868-75.
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A terapia psicológica em pacientes que sofrem episódios recorrentes pode ser bem direcionada se tratar o desespero que os pacientes costumam sentir quando percebem a recuperação como uma pausa apenas temporária do sofrimento, e se ela educar os pacientes sobre as maneiras de lidar com as recorrências e, possivelmente, preveni-las.
Episódios recorrentes
Os episódios recorrentes de depressão maior devem ser tratados com o mesmo antidepressivo que tiver induzido a remissão previamente, desde que as recorrências não aconteçam enquanto os pacientes estiverem sob um tratamento de manutenção adequado com esse medicamento.
Gestação
A depressão coincidindo com a gravidez cria um dilema clínico significativo. Por um lado, o feto é exposto a um dano potencial devido à alta probabilidade de uso indevido de substâncias ou negligência à saúde ou suicídio por parte da mãe. Por outro lado, medicamentos antidepressivos ultrapassam a barreira placentária, com o potencial de causar dano iatrogênico ao feto. Os estudos sobre a segurança do uso de antidepressivos durante a gestação, em sua maior parte, adicionam um risco mínimo para o feto.[340]Chaudron LH. Complex challenges in treating depression during pregnancy. Am J Psychiatry. 2013 Jan;170(1):12-20.
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[341]Lassen D, Ennis ZN, Damkier P, et al. First-trimester pregnancy exposure to venlafaxine or duloxetine and risk of major congenital malformations: a systematic review. Basic Clin Pharmacol Toxicol. 2016 Jan;118(1):32-6.
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Há poucas evidências de ensaios controlados. Faltam dados consistentes que respaldem uma tomada de decisão devidamente embasada.
Riscos obstétricos do uso de antidepressivos durante a gravidez
Estudos de coorte relataram um pequeno aumento do risco de pré-eclâmpsia, hemorragia pós-parto e diabetes gestacional em mulheres que continuam a tomar antidepressivos durante a gravidez.[342]Dandjinou M, Sheehy O, Bérard A. Antidepressant use during pregnancy and the risk of gestational diabetes mellitus: a nested case-control study. BMJ Open. 2019 Oct 1;9(9):e025908.
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[343]Cabaillot A, Bourset A, Mulliez A, et al. Trajectories of antidepressant drugs during pregnancy: a cohort study from a community-based sample. Br J Clin Pharmacol. 2021 Mar;87(3):965-87.
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Com base em evidências mistas de aumento do risco de hemorragia pós-parto associada a antidepressivos, o governo do Reino Unido tem aconselhado cautela.[344]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. SSRI/SNRI antidepressant medicines: small increased risk of postpartum haemorrhage when used in the month before delivery. Jan 2021 [internet publication].
https://www.gov.uk/drug-safety-update/ssri-slash-snri-antidepressant-medicines-small-increased-risk-of-postpartum-haemorrhage-when-used-in-the-month-before-delivery
Riscos psiquiátricos da descontinuação de antidepressivos
Mulheres que interrompem o medicamento antidepressivo têm maior probabilidade de uma recidiva da depressão durante a gestação.[345]Cohen LS, Altshuler LL, Harlow BL, et al. Relapse of major depression during pregnancy in women who maintain or discontinue antidepressant treatment. JAMA. 2006 Feb 1;295(5):499-507.
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[346]Trinh NTH, Munk-Olsen T, Wray NR, et al. Timing of antidepressant discontinuation during pregnancy and postpartum psychiatric outcomes in Denmark and Norway. JAMA Psychiatry. 2023 May 1;80(5):441-50.
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Dados de pesquisas nacionais do Reino Unido mostram que, em mulheres em contato com serviços psiquiátricos do Reino Unido, os suicídios pré-natais têm maior probabilidade de ocorrer naquelas com diagnóstico de depressão e sem tratamento ativo no momento da morte.[347]Khalifeh H, Hunt IM, Appleby L, et al. Suicide in perinatal and non-perinatal women in contact with psychiatric services: 15 year findings from a UK national inquiry. Lancet Psychiatry. 2016 Mar;3(3):233-42.
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Efeitos sobre o feto e a criança
A própria depressão pode afetar negativamente o desenvolvimento fetal (por exemplo, causando hiperatividade e frequência cardíaca fetal irregular), aumentar os níveis de cortisol dos bebês, causar impacto no temperamento do bebê e influenciar o comportamento na infância e adolescência posteriores.[348]Gentile S. Untreated depression during pregnancy: short- and long-term effects in offspring. A systematic review. Neuroscience. 2017 Feb 7;342:154-66.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26343292?tool=bestpractice.com
Para bebês expostos a antidepressivos durante a gestação, as evidências sobre a existência de um maior risco de nascimento pré-termo e baixo peso ao nascer, em comparação com bebês de mães com depressão não tratada, são variadas.[343]Cabaillot A, Bourset A, Mulliez A, et al. Trajectories of antidepressant drugs during pregnancy: a cohort study from a community-based sample. Br J Clin Pharmacol. 2021 Mar;87(3):965-87.
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[349]Eke AC, Saccone G, Berghella V. Selective serotonin reuptake inhibitor (SSRI) use during pregnancy and risk of preterm birth: a systematic review and meta-analysis. BJOG. 2016 Nov;123(12):1900-7.
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[350]Zhao X, Liu Q, Cao S, et al. A meta-analysis of selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs) use during prenatal depression and risk of low birth weight and small for gestational age. J Affect Disord. 2018 Dec 1;241:563-570.
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[351]Jarde A, Morais M, Kingston D, et al. Neonatal outcomes in women with untreated antenatal depression compared with women without depression: a systematic review and meta-analysis. JAMA Psychiatry. 2016 Aug 1;73(8):826-37.
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[352]Vlenterie R, van Gelder MMHJ, Anderson HR, et al. Associations between maternal depression, antidepressant use during pregnancy, and adverse pregnancy outcomes: an individual participant data meta-analysis. Obstet Gynecol. 2021 Oct 1;138(4):633-46.
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[353]Mitchell J, Goodman J. Comparative effects of antidepressant medications and untreated major depression on pregnancy outcomes: a systematic review. Arch Womens Ment Health. 2018 Oct;21(5):505-516.
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[354]Fitton CA, Steiner MFC, Aucott L, et al. In utero exposure to antidepressant medication and neonatal and child outcomes: a systematic review. Acta Psychiatr Scand. 2020 Jan;141(1):21-33.
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Irritabilidade transitória e outros sintomas reminiscentes de síndromes de descontinuação de antidepressivo afetam uma proporção substancial de neonatos expostos a antidepressivos no útero até o momento do parto.[355]Sanz EJ, De-las-Cuevas C, Kiuru A, et al. Selective serotonin reuptake inhibitors in pregnant women and neonatal withdrawal syndrome: a database analysis. Lancet. 2005 Feb 5-11;365(9458):482-7.
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Há um pequeno aumento do risco de hipertensão pulmonar persistente do neonato com uso materno de ISRS e IRSN em qualquer trimestre (número necessário para causar dano = 100).[356]Masarwa R, Bar-Oz B, Gorelik E, et al. Prenatal exposure to selective serotonin reuptake inhibitors and serotonin norepinephrine reuptake inhibitors and risk for persistent pulmonary hypertension of the newborn: a systematic review, meta-analysis, and network meta-analysis. Am J Obstet Gynecol. 2019 Jan;220(1):57.
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[357]Biffi A, Cantarutti A, Rea F, et al. Use of antidepressants during pregnancy and neonatal outcomes: an umbrella review of meta-analyses of observational studies. J Psychiatr Res. 2020 May;124:99-108.
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Recomendações para manejo
Os médicos e as pacientes devem discutir cuidadosamente os riscos de continuar com o tratamento antidepressivo durante a gestação, em comparação com os riscos de interromper ou evitar os antidepressivos e expor o feto aos efeitos nocivos da depressão. Nos EUA, essas discussões são frequentemente realizadas pelo obstetra da paciente; os obstetras nos EUA podem buscar aconselhamento de tratamento especializado adicional nos Programas de Acesso à Psiquiatria Perinatal, quando disponíveis.[358]Treatment and management of mental health conditions during pregnancy and postpartum: ACOG clinical practice guideline no. 5. Obstet Gynecol. 2023 Jun 1;141(6):1262-88.
https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2023/06000/treatment_and_management_of_mental_health.36.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37486661?tool=bestpractice.com
Em outras localidades (por exemplo, no Reino Unido), os médicos devem consultar um especialista com experiência em saúde mental perinatal como parte deste processo. O American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) recomenda que, se o tratamento farmacológico for necessário para a depressão perinatal, os inibidores seletivos de recaptação de serotonina sejam usados como farmacoterapia de primeira linha, e que os inibidores de recaptação da serotonina-noradrenalina são alternativas razoáveis.[358]Treatment and management of mental health conditions during pregnancy and postpartum: ACOG clinical practice guideline no. 5. Obstet Gynecol. 2023 Jun 1;141(6):1262-88.
https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2023/06000/treatment_and_management_of_mental_health.36.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37486661?tool=bestpractice.com
Apesar da falta de evidências consistentes de efeitos nocivos dos antidepressivos à saúde e ao desenvolvimento fetal e infantil, é necessário ter cautela. Informações atualizadas sobre possíveis danos causados por antidepressivos e outros produtos farmacêuticos podem ser encontradas em várias fontes.
UK Teratology Information Service
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A gravidade dos sintomas depressivos pode influenciar a escolha do tratamento. Para as mulheres com depressão maior muito grave na gestação, a ECT pode ser o tratamento de primeira escolha, já que não expõe o feto a nenhum risco conhecido.[359]Pompili M, Dominici G, Giordano G, et al. Electroconvulsive treatment during pregnancy: a systematic review. Expert Rev of Neurother. 2014 Dec;14(12):1377-90.
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[360]Anderson EL, Reti IM. ECT in pregnancy: a review of the literature from 1941 to 2007. Psychosom Med. 2009 Feb;71(2):235-42.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19073751?tool=bestpractice.com
Para a depressão mais grave, o risco para o feto dos efeitos potencialmente nocivos da depressão não tratada da mãe pode superar qualquer risco detectável para o feto proveniente dos antidepressivos.[340]Chaudron LH. Complex challenges in treating depression during pregnancy. Am J Psychiatry. 2013 Jan;170(1):12-20.
http://ajp.psychiatryonline.org/doi/full/10.1176/appi.ajp.2012.12040440
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[361]McAllister-Williams RH, Baldwin DS, Cantwell R, et al. British Association for Psychopharmacology consensus guidance on the use of psychotropic medication preconception, in pregnancy and postpartum 2017. J Psychopharmacol. 2017 May;31(5):519-52.
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Como o risco materno e fetal da depressão não tratada é baixo, como na depressão leve a moderada, o equilíbrio entre os riscos e benefícios pode pender a favor dos tratamentos não farmacológicos, conforme observado em várias diretrizes de tratamento do mundo todo.[358]Treatment and management of mental health conditions during pregnancy and postpartum: ACOG clinical practice guideline no. 5. Obstet Gynecol. 2023 Jun 1;141(6):1262-88.
https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2023/06000/treatment_and_management_of_mental_health.36.aspx
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[362]Molenaar NM, Kamperman AM, Boyce P, et al. Guidelines on treatment of perinatal depression with antidepressants: an international review. Aust N Z J Psychiatry. 2018 Apr;52(4):320-7.
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Os tratamentos psicológicos não têm essencialmente nenhum risco de efeitos colaterais e podem ser oferecidos como opção de primeira linha para a depressão que ocorre durante a gestação, especialmente para as mulheres com depressão menos grave.[358]Treatment and management of mental health conditions during pregnancy and postpartum: ACOG clinical practice guideline no. 5. Obstet Gynecol. 2023 Jun 1;141(6):1262-88.
https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2023/06000/treatment_and_management_of_mental_health.36.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37486661?tool=bestpractice.com
A TCC está associada a um efeito de tratamento moderado para o transtorno depressivo maior durante a gestação. A psicoterapia interpessoal (PTI) também parece ter um efeito de tratamento, mas em menor grau que a TCC.[363]Nillni YI, Mehralizade A, Mayer L, et al. Treatment of depression, anxiety, and trauma-related disorders during the perinatal period: A systematic review. Clin Psychol Rev. 2018 Dec;66:136-148.
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[364]van Ravesteyn LM, Lambregtse-van den Berg MP, Hoogendijk WJ, et al. Interventions to treat mental disorders during pregnancy: a systematic review and multiple treatment meta-analysis. PLoS One. 2017 Mar 30;12(3):e0173397.
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É importante considerar e abordar quaisquer problemas psicossociais coexistentes, como violência praticada por parceiro íntimo.
Idosos com depressão (idade >65 anos)
O tratamento da depressão em idosos é muito similar ao tratamento de pacientes jovens adultos, e os antidepressivos são um tratamento eficaz para a depressão nesse grupo.[11]Kok RM, Reynolds CF 3rd. Management of depression in older adults: a review. JAMA. 2017 May 23;317(20):2114-22.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28535241?tool=bestpractice.com
Os modelos de cuidado colaborativo podem ser particularmente úteis para esse grupo de pacientes.[365]Unutzer J, Katon W, Callahan CM, et al. Collaborative care management of late-life depression in the primary care setting: a randomized controlled trial. JAMA. 2002 Dec 11;288(22):2836-45.
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[366]Bruce ML, Ten Have TR, Reynolds CF 3rd, et al. Reducing suicidal ideation and depressive symptoms in depressed older primary care patients: a randomized controlled trial. JAMA. 2004 Mar 3;291(9):1081-91.
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Há evidências de eficácia de tratamentos psicológicos para os idosos com depressão, inclusive idosos que residem em cenários de cuidados de longo prazo, embora as evidências sejam incertas.[367]Davison TE, Bhar S, Wells Y, et al. Psychological therapies for depression in older adults residing in long-term care settings. Cochrane Database Syst Rev. 2024 Mar 19;3(3):CD013059.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38501686?tool=bestpractice.com
A mitigação do risco de suicídio é uma consideração importante, dadas as taxas relativamente mais altas de ideação suicida nessa faixa etária.[368]De Leo D. Late-life suicide in an aging world. Nat Aging. 2022 Jan;2(1):7-12.
https://www.nature.com/articles/s43587-021-00160-1
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37118360?tool=bestpractice.com
É preciso ter cautela ao se prescreverem medicamentos para os idosos com depressão (assim como qualquer outro tratamento farmacológico para idosos) devido ao aumento do risco de efeitos colaterais e ao maior uso de medicamentos concomitantes nessa população. Normalmente os médicos devem iniciar com a dose mais baixa e ajustá-la lentamente ao prescreverem qualquer tratamento medicamentoso para idosos, além de estar cientes das possíveis interações medicamentosas. No entanto, caso os idosos não apresentem resposta clínica a antidepressivos em doses baixas, pode ser necessária uma dose mais alta; muitos pacientes idosos requerem as mesmas doses de antidepressivos usadas para adultos mais jovens.
Os critérios da Screening Tool of Older Persons Prescriptions and Screening Tool to Alert doctors to Right Treatment (STOPP/START) são uma ferramenta de rastreamento confiável que permite que o médico evite tratamentos potencialmente inadequados (e abaixo do necessário) em adultos com mais de 65 anos.[11]Kok RM, Reynolds CF 3rd. Management of depression in older adults: a review. JAMA. 2017 May 23;317(20):2114-22.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28535241?tool=bestpractice.com
STOPP-START
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A ECT pode ser um tratamento adequado para idosos com depressão grave e evita complicações de efeitos adversos relacionados a medicamentos.[178]Geduldig ET, Kellner CH. Electroconvulsive therapy in the elderly: new findings in geriatric depression. Curr Psychiatry Rep. 2016 Apr;18(4):40.
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Comorbidades
Os antidepressivos podem ser eficazes na redução da depressão e do consumo de álcool em pacientes com depressão comórbida e dependência alcoólica.[369]Agabio R, Trogu E, Pani PP. Antidepressants for the treatment of people with co-occurring depression and alcohol dependence. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Apr 24;(4):CD008581.
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O uso de antidepressivos em pacientes deprimidos submetidos a tratamento com agonistas de opioides não é bem suportado.[370]Hassan AN, Howe AS, Samokhvalov AV, et al. Management of mood and anxiety disorders in patients receiving opioid agonist therapy: review and meta-analysis. Am J Addict. 2017 Sep;26(6):551-63.
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São poucas as evidências sobre o uso de antidepressivos com depressão comórbida e demência, sugerindo que seu valor potencial pode ser superado em muitos casos por possíveis efeitos adversos.[371]Dudas R, Malouf R, McCleery J, et al. Antidepressants for treating depression in dementia. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Aug 31;(8):CD003944.
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Há algumas evidências da adição dos tratamentos à base de TCC aos cuidados habituais nesse grupo de pacientes.[372]Orgeta V, Leung P, Del-Pino-Casado R, et al. Psychological treatments for depression and anxiety in dementia and mild cognitive impairment. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Apr 25;4(4):CD009125.
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Evidências de uma revisão Cochrane concluíram que tratamentos à base de TCC adicionados aos cuidados habituais provavelmente têm um pequeno efeito positivo sobre os sintomas de depressão e a qualidade de vida quando adicionados aos cuidados habituais para pessoas com demência e comprometimento cognitivo leve.[372]Orgeta V, Leung P, Del-Pino-Casado R, et al. Psychological treatments for depression and anxiety in dementia and mild cognitive impairment. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Apr 25;4(4):CD009125.
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Uma metanálise em larga escala concluiu que as intervenções psicológicas podem ser superiores ao tratamento farmacológico nos pacientes com demência.[373]Watt JA, Goodarzi Z, Veroniki AA, et al. Comparative efficacy of interventions for reducing symptoms of depression in people with dementia: systematic review and network meta-analysis. BMJ. 2021 Mar 24;372:n532.
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A evidência também é de baixa qualidade, mas muito mais favorável, para os antidepressivos em pacientes com depressão e infecção por HIV.[374]Eshun-Wilson I, Siegfried N, Akena DH, et al. Antidepressants for depression in adults with HIV infection. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Jan 22;(1):CD008525.
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O suporte ao uso dos antidepressivos na depressão comórbida com câncer é misto.[155]Grassi L, Caruso R, Riba MB, et al. Anxiety and depression in adult cancer patients: ESMO Clinical Practice Guideline. ESMO Open. 2023 Apr;8(2):101155.
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[375]Vita G, Compri B, Matcham F, et al. Antidepressants for the treatment of depression in people with cancer. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Mar 31;3(3):CD011006.
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Abordagens não farmacológicas para o manejo de sintomas depressivos durante e após o tratamento oncológico (por exemplo, intervenções à base de atenção plena, ioga, musicoterapia, relaxamento, reflexologia e tai-chi e/ou qigong) têm sido recomendadas de acordo com as diretrizes de tratamento oncológico integrativo.[376]Carlson LE, Ismaila N, Addington EL, et al. Integrative oncology care of symptoms of anxiety and depression in adults with cancer: Society for Integrative Oncology-ASCO guideline. J Clin Oncol. 2023 Oct 1;41(28):4562-91.
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