Epidemiologia

Os transtornos depressivos são muito comuns e estão entre as principais causas de incapacidade e de excessos de mortalidade em todo o mundo.[17][18][19][20]​​​​​​ Nas pessoas de 15-29 anos de idade, a depressão é a principal causa de incapacidade e morte prematura em todo o mundo. WHO: Global Health Estimates Opens in new window​ Nos EUA, a depressão maior é a segunda principal causa de incapacidade, no geral.[21] Além do impacto direto da própria depressão na função ocupacional e na qualidade de vida, a depressão está associada a desfechos de saúde desfavoráveis em várias condições.[22][23][24]

Estima-se que cerca de 4.7% da população mundial apresentará um episódio de depressão em qualquer dado período de 12 meses.[25] Um estudo internacional, realizado em 2019, constatou que a prevalência pontual foi maior na América do Norte (4.4% para mulheres e 2.5% para homens), menor no Pacífico Ocidental (2.3% para mulheres e 1.3% para homens) e intermediária em outras regiões do mundo (2.8% a 3.6% para mulheres e 1.9% a 2.0% para homens). IHME: Global Burden of Disease (GBD) Opens in new window​ Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) constatou uma prevalência relativamente maior em 12 meses do que essa para pessoas que viviam na África, em comparação com outros locais do mundo (5.8% para mulheres e 4.8% para homens).[17] Outros estudos sugerem uma variação mais substancial na prevalência relatada entre os países, de 2% a 21%, dependendo do país específico.[26]​ Na Europa, as taxas de prevalência variam substancialmente entre os países; taxas mais altas de prevalência foram identificadas na Alemanha, Luxemburgo e Islândia, com taxas mais baixas na Eslováquia e na República Tcheca.​[27] Acredita-se que diferenças metodológicas sejam responsáveis por, pelo menos, parte dessa variabilidade relatada entre as populações.

A idade média de início é de 26 anos nos países de alta renda, e 24 nos países de baixa e média rendas, de acordo com dados de pesquisas da World Federation for Mental Health.[28]​ A prevalência atinge a intensidade máxima novamente nas idades mais avançadas.[29]​ A prevalência global em idosos foi estimada em 13.3%.[30]​ A prevalência pode ser maior entre os idosos hospitalizados ou que vivem em instituições de cuidados assistidos.[31]​ Cerca de um em cada cinco residentes em instituições asilares sem demência são diagnosticados com depressão.[32]​ Uma revisão sistemática que analisou as taxas de depressão em idosos em todo o mundo estimou em 31.74% a prevalência combinada de depressão em idosos, sendo observadas taxas mais altas de depressão nessa faixa etária nos países em desenvolvimento (40.78%), em comparação com países desenvolvidos (17.05%).[31]

A incidência em mulheres é o dobro da incidência em homens.[27][33]

As pessoas com depressão têm um risco quase 20 vezes maior de morrer por suicídio do que a população em geral.[34]​ Uma metanálise constatou que 31% das pessoas em tratamento para transtorno depressivo maior tentaram suicídio durante a vida.[35]

A comorbidade com outras doenças mentais é comum em todos os cenários de tratamento tanto na atenção primária quanto na secundária, particularmente com transtornos de ansiedade, transtorno do estresse pós-traumático e transtornos por uso de substâncias.[36][37].​​ Os homens com depressão têm duas vezes mais probabilidade que as mulheres de terem um transtorno por uso de substâncias comórbido.[38]

Em pacientes com um parente de primeiro grau afetado, o risco de depressão ao longo da vida aumenta de duas a três vezes. O primeiro episódio ocorre com mais frequência nos pacientes de 12 a 24 anos de idade e naqueles acima de 65 anos.[39]

A depressão frequentemente coexiste com um grande número de distúrbios de saúde física crônicos, tais como dor crônica, doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, doenças respiratórias crônicas, tuberculose e obesidade, possivelmente em consequência de fatores de risco compartilhados e, também, por efeito causal do distúrbio físico no desenvolvimento da depressão.[40]​ A demência, em algumas medições, pode quase dobrar o risco.[41]​ Tem-se postulado que a própria depressão pode atuar como fator de risco causal para o desenvolvimento e agravamento de alguns distúrbios físicos crônicos.[42][43][44][45]

A prevalência do transtorno depressivo maior aumentou rapidamente durante a pandemia de COVID-19, particularmente nos adultos jovens.[46][47][48] A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a pandemia de COVID-19 desencadeou um aumento de 25% na prevalência da depressão em todo o mundo; as implicações de longo prazo não estão claras.[49]

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