Diagnósticos diferenciais
Doença renal não diabética
SINAIS / SINTOMAS
Uma vez que o diabetes mellitus e a doença renal crônica são distúrbios comuns, os pacientes com ambas as doenças podem ou não apresentar doença renal diabética.[59]
Um diagnóstico diferente de doença renal diabética deve ser considerado quando houver evolução rápida da insuficiência renal, evidência de outra doença sistêmica ou diabetes de curta duração (embora o início do tipo 2 seja insidioso, e às vezes a doença renal diabética possa ser a manifestação clínica). Afecções clínicas crônicas concomitantes e necrose tubular aguda não resolvida são fatores contribuintes comuns.
Investigações
A proteinúria mínima pode indicar doença renal não diabética.
Outros testes diagnósticos específicos para outros distúrbios sistêmicos associados à doença renal não diabética podem ser positivos (por exemplo, eletroforese de proteínas séricas ou cadeias leves livres no soro no mieloma, fator antinuclear no lúpus eritematoso sistêmico [LES], anticorpo anticitoplasma de neutrófilos na vasculite, hipocomplementemia no LES e na crioglobulinemia).
Mieloma múltiplo
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes com mieloma múltiplo (MM) podem apresentar insuficiência renal e proteinúria.[60]
Dor óssea e anemia são características comuns.[60]
Investigações
Os resultados de exames característicos que diferem da doença renal diabética são: presença de paraproteinemia/paraproteinúria; hipercalcemia; produção de imunoglobulina normal comprometida; e lesões ósseas líticas.[60]
A urinálise com ácido sulfossalicílico (ASS) foi classicamente utilizada para avaliar a discrepância entre a albumina e a proteína total, uma vez que a urinálise com tira reagente detecta apenas a albumina. O ASS causa precipitação de todas as proteínas urinárias, incluindo as paraproteínas (proteínas de Bence Jones).
Eletroforese de proteína sérica (PPE), eletroforese de proteínas urinárias (EFPU): pico de paraproteínas.
Ensaio de cadeias leves livres no soro e urinárias: concentrações elevadas de cadeias leves livres no soro e na urina.
Radiografias do crânio, tomografia computadorizada (TC) ou ressonância nuclear magnética (RNM) óssea: lesões líticas.
Biópsia da medula óssea: proliferação de plasmócitos.
Obstrução do trato urinário
SINAIS / SINTOMAS
Pode ser causada por cálculos, câncer, fibrose, hipertrofia/câncer de próstata, bexiga neurogênica ou obstrução da junção ureteropélvica.
A obstrução do fluxo de urina pode resultar em insuficiência pós-renal. Os sintomas incluem problema na passagem de urina, anuria, oligúria, hematúria, dor (com nefrolitíase) e perda/incontinência urinária.
Achados do exame físico incluem próstata aumentada no exame de toque retal, sensibilidade do ângulo costovertebral, sensibilidade suprapúbica e preenchimento vesical.
Investigações
A passagem do cateter de Foley pode resultar em fluxo da urina e alívio da obstrução.
Ultrassonografia renal: hidronefrose, cálculos.
Ultrassonografia da próstata: hipertrofia, câncer.
TC abdominal: hidronefrose, cálculos, massa, anormalidades congênitas e fibrose.
Antígeno prostático específico: elevado na hiperplasia prostática benigna e no câncer de próstata.
Ressonância nuclear magnética (RNM): não é rotineira, mas pode revelar hidronefrose, cálculos, massa, anormalidades congênitas e fibrose.
Glomerulonefrite
SINAIS / SINTOMAS
A glomerulonefrite, como a nefrite lúpica e a crioglobulinemia, é um diagnóstico diferencial da doença renal diabética.
A apresentação do paciente e o exame físico podem ser similares aos da doença renal diabética. Contudo, pode haver sintomas e sinais de outra doença sistêmica, como erupções cutâneas ou envolvimento articular.
Investigações
Urinálise: hematúria, proteinúria, cilindros eritrocitários e eritrócitos dismórficos.
Albuminúria.
Sorologia positiva (por exemplo, fator antinuclear, anticorpo anticitoplasma de neutrófilo, sorologia para hepatite).
Complemento: reduzido na glomerulonefrite autoimune (por exemplo, lúpus).
Biópsia renal: glomerulonefrite.
Estenose da artéria renal
SINAIS / SINTOMAS
A estenose da artéria renal se apresenta como uma hipertensão refratária a múltiplos anti-hipertensivos maximizados ou como insuficiência renal logo após o início de um inibidor da enzima conversora da angiotensina (ECA) ou de um antagonista do receptor de angiotensina II.
Presença de sopro abdominal ao exame físico.[61]
Investigações
Ultrassonografia, TC e RNM: rins hipotrofiados, fluxo diminuído através da artéria renal.
Angiografia por ressonância magnética: estenose de artéria renal.
Angiografia renal: estenose da artéria renal.
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