A doença renal diabética geralmente é um diagnóstico clínico em um paciente com diabetes de longa duração (>10 anos) com albuminúria e/ou taxa de filtração glomerular (TFGe) estimada reduzida na ausência de sinais ou sintomas de outras causas primárias de dano renal.[1]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care. 2024 Jan;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
É raro que as pessoas com diabetes do tipo 1 desenvolvam doença renal diabética sem retinopatia, enquanto os sinais de doença renal diabética podem estar presentes ao diagnóstico ou sem retinopatia no diabetes do tipo 2.[1]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care. 2024 Jan;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A redução na TFGe sem albuminúria tornou-se mais comum com o passar do tempo.[1]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care. 2024 Jan;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[2]Afkarian M, Zelnick LR, Hall YN, et al. Clinical manifestations of kidney disease among US adults with diabetes, 1988-2014. JAMA. 2016 Aug 9;316(6):602-10.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2542635
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27532915?tool=bestpractice.com
Esses pacientes geralmente têm um prognóstico renal melhor do que os com albuminúria evidente.
História
Os pacientes inclinados a desenvolver doença renal diabética geralmente têm diabetes mal controlado e uma história familiar de hipertensão e/ou doença renal.[34]Thomas MC, Brownlee M, Susztak K, et al. Diabetic kidney disease. Nat Rev Dis Primers. 2015 Jul 30;1:15018.
https://www.nature.com/articles/nrdp201518
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27188921?tool=bestpractice.com
Eles também podem apresentar hipertensão, particularmente hipertensão noturna (non-dippers).[34]Thomas MC, Brownlee M, Susztak K, et al. Diabetic kidney disease. Nat Rev Dis Primers. 2015 Jul 30;1:15018.
https://www.nature.com/articles/nrdp201518
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[35]Oh SW, Han SY, Han KH, et al; APrODiTe investigators. Morning hypertension and night non-dipping in patients with diabetes and chronic kidney disease. Hypertens Res. 2015 Dec;38(12):889-94.
https://www.nature.com/articles/hr201589
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26311166?tool=bestpractice.com
Os pacientes podem não desenvolver sintomas até estágios avançados de doença renal diabética.[36]Selby NM, Taal MW. An updated overview of diabetic nephropathy: diagnosis, prognosis, treatment goals and latest guidelines. Diabetes Obes Metab. 2020 Apr;22 Suppl 1:3-15.
https://dom-pubs.pericles-prod.literatumonline.com/doi/10.1111/dom.14007
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Nos estágios avançados, os sintomas constitucionais iniciais podem incluir fadiga e anorexia. À medida que os pacientes se tornam clinicamente urêmicos, podem ocorrer encefalopatia, náuseas e vômitos, disgeusia (alteração do paladar), sangramento, mioclonia e pericardite.[37]Webster AC, Nagler EV, Morton RL, et al. Chronic kidney disease. Lancet. 2017 Mar 25;389(10075):1238-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27887750?tool=bestpractice.com
Dormência nas pernas (sugestiva de neuropatia periférica), visão prejudicada (sugestiva de retinopatia ou catarata) e dor nas pernas (sugestiva de neuropatia ou doença vascular periférica) são típicos de um diabetes mellitus avançado e devem conduzir a avaliações adicionais para doença renal diabética.
Exame físico
Nos estágios iniciais da doença, o exame físico pode estar normal. Ele deve avaliar as características da doença renal diabética, incluindo hipertensão e edema periférico, bem como outras complicações microvasculares do diabetes mellitus, como:
Retinopatia: visão diminuída, achados na retina incluindo pontos e manchas hemorrágicos, microaneurismas (retinopatia de base) e/ou neovascularização (retinopatia proliferativa)[38]Forrester JV, Kuffova L, Delibegovic M. The role of inflammation in diabetic retinopathy. Front Immunol. 2020 Nov 6;11:583687.
https://www.frontiersin.org/journals/immunology/articles/10.3389/fimmu.2020.583687/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33240272?tool=bestpractice.com
Neuropatia: sensibilidade diminuída nos membros inferiores em padrão "de meias", úlceras nos pés, articulações de Charcot (neuropatia periférica) e/ou hipotensão ortostática sem aumento na frequência cardíaca (neuropatia autonômica).[39]Feldman EL, Callaghan BC, Pop-Busui R, et al. Diabetic neuropathy. Nat Rev Dis Primers. 2019 Jun 13;5(1):41.
https://www.nature.com/articles/s41572-019-0092-1
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31197153?tool=bestpractice.com
O exame físico também deve avaliar complicações macrovasculares, incluindo hipertensão, sopros vasculares, pulsos diminuídos nos membros e úlceras isquêmicas.
Outros achados de diabetes mal controlado e/ou de longa duração também podem estar evidentes, incluindo:
Alterações de pele como xerose (ressecamento anormal da pele), hiperpigmentação, necrobiose lipoide e acantose nigricans[40]Duff M, Demidova O, Blackburn S, et al. Cutaneous manifestations of diabetes mellitus. Clin Diabetes. 2015 Jan;33(1):40-8.
https://diabetesjournals.org/clinical/article/33/1/40/31293/Cutaneous-Manifestations-of-Diabetes-Mellitus
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25653473?tool=bestpractice.com
Sensibilidade costovertebral devido à glicosúria e possível tendência para infecções do trato urinário[41]Nitzan O, Elias M, Chazan B, et al. Urinary tract infections in patients with type 2 diabetes mellitus: review of prevalence, diagnosis, and management. Diabetes Metab Syndr Obes. 2015 Feb 26:8:129-36.
https://www.dovepress.com/urinary-tract-infections-in-patients-with-type-2-diabetes-mellitus-rev-peer-reviewed-fulltext-article-DMSO
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25759592?tool=bestpractice.com
Atrofia muscular[42]Shen Y, Li M, Wang K, et al. Diabetic muscular atrophy: molecular mechanisms and promising therapies. Front Endocrinol (Lausanne). 2022 Jun 30;13:917113.
https://www.frontiersin.org/journals/endocrinology/articles/10.3389/fendo.2022.917113/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35846289?tool=bestpractice.com
Palidez, que pode significar anemia.[43]Loutradis C, Skodra A, Georgianos P, et al. Diabetes mellitus increases the prevalence of anemia in patients with chronic kidney disease: a nested case-control study. World J Nephrol. 2016 Jul 6;5(4):358-66.
https://www.wjgnet.com/2220-6124/full/v5/i4/358.htm
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27458564?tool=bestpractice.com
Nos pacientes claramente urêmicos, atritos pericárdicos ou pleurais, asterixis (flapping) e/ou mioclonia podem estar evidentes. Pode haver um distúrbio plaquetário, que se manifesta como tendência a sangramentos.[37]Webster AC, Nagler EV, Morton RL, et al. Chronic kidney disease. Lancet. 2017 Mar 25;389(10075):1238-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27887750?tool=bestpractice.com
A acidose metabólica, decorrente de comprometimento da amoniagênese e do acúmulo de fosfatos, sulfatos e hipuratos, pode estar acompanhada de respirações de Kussmaul.[37]Webster AC, Nagler EV, Morton RL, et al. Chronic kidney disease. Lancet. 2017 Mar 25;389(10075):1238-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27887750?tool=bestpractice.com
[44]Sanghavi SF, Swenson ER. Arterial blood gases and acid-base regulation. Semin Respir Crit Care Med. 2023 Oct;44(5):612-26.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37369215?tool=bestpractice.com
Exames diagnósticos
Albuminúria e TFGe reduzida são os preditores mais importantes de declínio progressivo na função renal.[45]Norris KC, Smoyer KE, Rolland C, et al. Albuminuria, serum creatinine, and estimated glomerular filtration rate as predictors of cardio-renal outcomes in patients with type 2 diabetes mellitus and kidney disease: a systematic literature review. BMC Nephrol. 2018 Feb 9;19(1):36.
https://bmcnephrol.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12882-018-0821-9
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[46]Fox CS, Matsushita K, Woodward M, et al; Chronic Kidney Disease Prognosis Consortium. Associations of kidney disease measures with mortality and end-stage renal disease in individuals with and without diabetes: a meta-analysis. Lancet. 2012 Nov 10;380(9854):1662-73.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3771350
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Os exames realizados na avaliação da doença renal diabética incluem:
1. Urinálise
Pode demonstrar proteinúria. A gravidade específica aumentada pode apontar para causas pré-renais de redução na TFGe.
Leucócitos urinários, bactérias e nitritos indicam infecção do trato urinário.
Após o rastreamento inicial, a urinálise não é necessária, a não ser que haja uma indicação específica (por exemplo, declínio rápido inesperado da função renal e sintomas de infecção do trato urinário).
2. Quantificação de albuminúria
A albuminúria é uma definição independente da doença renal crônica (DRC), mesmo se a TFGe for ≥60 mL/minute/1.73 m². A detecção da albuminúria é importante, pois uma intervenção precoce pode impedir a progressão da DRC.[47]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Diabetes Work Group. KDIGO 2022 clinical practice guideline for diabetes management in chronic kidney disease. Kidney Int. 2022 Nov;102(5s):S1-127.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(22)00507-5/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36272764?tool=bestpractice.com
A albuminúria pode ser quantificada pela relação albumina/creatinina (RAC) urinária em uma amostra pontual de urina, ou em uma coleta de urina programada (por exemplo, de 24 horas), a taxa de excreção de albumina; no entanto, as coletas programadas são mais penosas e não melhoram significativamente a acurácia.[1]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care. 2024 Jan;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[47]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Diabetes Work Group. KDIGO 2022 clinical practice guideline for diabetes management in chronic kidney disease. Kidney Int. 2022 Nov;102(5s):S1-127.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(22)00507-5/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36272764?tool=bestpractice.com
O uso do termo "albuminúria" com quantificação subsequente do nível ou da quantidade é agora incentivado, de modo que uma RAC de 3-29 mg/mmol (30-299 mg/g) ou uma taxa de excreção de albumina de 30-299 mg/24 horas é uma albuminúria moderadamente elevada (anteriormente conhecida como microalbuminúria) e uma RAC de ≥30 mg/mmol (≥300 mg/g) ou uma taxa de excreção de albumina ≥300 mg/24 horas é uma albuminúria gravemente elevada (anteriormente conhecida como macroalbuminúria).[1]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care. 2024 Jan;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
[48]de Boer IH, Khunti K, Sadusky T, et al. Diabetes management in chronic kidney disease: a consensus report by the American Diabetes Association (ADA) and Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO). Diabetes Care. 2022 Dec 1;45(12):3075-90.
https://diabetesjournals.org/care/article/45/12/3075/147614/Diabetes-Management-in-Chronic-Kidney-Disease-A
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36189689?tool=bestpractice.com
Para confirmar aumento moderado ou grave da albuminúria, pelo menos 2 de 3 amostras coletadas dentro de um período de 3 a 6 meses devem estar anormais.[1]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care. 2024 Jan;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
A ACR em uma amostra da primeira urina do dia é o exame preferível; uma amostra aleatória também é uma alternativa aceitável.[49]Johnson DW, Jones GR, Mathew TH, et al; Australasian Proteinuria Consensus Working Group. Chronic kidney disease and measurement of albuminuria or proteinuria: a position statement. Med J Aust. 2012 Aug 20;197(4):224-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22900872?tool=bestpractice.com
A prática de exercícios até 24 horas após a coleta da amostra, infecção, febre, insuficiência cardíaca congestiva, hiperglicemia ou hipertensão significativa e menstruação podem elevar a RAC, independente dos danos renais.[1]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care. 2024 Jan;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
3. Bioquímica sérica
Deve-se mensurar a creatinina sérica e calcular a TFGe.[47]Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO) Diabetes Work Group. KDIGO 2022 clinical practice guideline for diabetes management in chronic kidney disease. Kidney Int. 2022 Nov;102(5s):S1-127.
https://www.kidney-international.org/article/S0085-2538(22)00507-5/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36272764?tool=bestpractice.com
Uma Força-Tarefa de 2021 convocada pela National Kidney Foundation e pela American Society of Nephrology recomendou a adoção da nova equação para a creatinina da Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration (CKD-EPI) (2021), a qual estima a função renal usando creatinina, idade e sexo, mas sem a variável de raça (TFGecr).[50]Delgado C, Baweja M, Crews DC, et al. A unifying approach for GFR estimation: recommendations of the NKF-ASN Task Force on reassessing the inclusion of race in diagnosing kidney disease. Am J Kidney Dis. 2022 Feb;79(2):268-88.e1.
https://www.ajkd.org/article/S0272-6386(21)00828-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34563581?tool=bestpractice.com
EBMCalc: glomerular filtration rate estimation (eGFR) by CKD-EPI equation with creatinine, without race (2021)
Opens in new window Isso substitui a equação CKD-EPI original, que era amplamente usada anteriormente para estimar a função renal e continha um ajuste para raça negra.[50]Delgado C, Baweja M, Crews DC, et al. A unifying approach for GFR estimation: recommendations of the NKF-ASN Task Force on reassessing the inclusion of race in diagnosing kidney disease. Am J Kidney Dis. 2022 Feb;79(2):268-88.e1.
https://www.ajkd.org/article/S0272-6386(21)00828-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34563581?tool=bestpractice.com
A cistatina C é um biomarcador alternativo da filtração endógena que está sendo cada vez mais usado para estimar a função renal na prática clínica; ele exibe menos variação devido à massa muscular do que a creatinina e oferece maior precisão na estimativa da TFG, o que melhora a relação entre a TFGe e o risco subsequente de desfechos relacionados à DRC, como morte cardiovascular e insuficiência renal em estágio terminal.[51]Lasserson DS, Shine B, O'Callaghan CA, et al. Requirement for cystatin C testing in chronic kidney disease: a retrospective population-based study. Br J Gen Pract. 2017 Oct;67(663):e732-5.
https://bjgp.org/content/67/663/e732
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28893765?tool=bestpractice.com
Ela é recomendada para testes confirmatórios da TFGe, quando estimativas mais precisas são necessárias para a tomada de decisão clínica; por exemplo, para confirmar o diagnóstico de DRC quando a TFGe baseada na creatinina é de 45-60 mL/minuto/1.73 m² e não há outras características de DRC (como albuminúria ou anormalidades radiológicas) ou quando os indivíduos têm determinantes proeminentes da creatinina sérica não associados à TFG que tornam a estimativa da TFG baseada na creatinina menos precisa, como alta massa muscular, baixa massa muscular, suplementos de creatina, dieta rica em proteína animal, dieta vegetariana, doença hepática ou fragilidade extrema.[50]Delgado C, Baweja M, Crews DC, et al. A unifying approach for GFR estimation: recommendations of the NKF-ASN Task Force on reassessing the inclusion of race in diagnosing kidney disease. Am J Kidney Dis. 2022 Feb;79(2):268-88.e1.
https://www.ajkd.org/article/S0272-6386(21)00828-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34563581?tool=bestpractice.com
Esforços nacionais estão em andamento nos EUA para facilitar o uso crescente, rotineiro e oportuno da cistatina C.[50]Delgado C, Baweja M, Crews DC, et al. A unifying approach for GFR estimation: recommendations of the NKF-ASN Task Force on reassessing the inclusion of race in diagnosing kidney disease. Am J Kidney Dis. 2022 Feb;79(2):268-88.e1.
https://www.ajkd.org/article/S0272-6386(21)00828-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34563581?tool=bestpractice.com
Assim como a equação de creatinina CKD-EPI de 2021, a equação de creatinina-cistatina C CKD-EPI de 2021 foi desenvolvida sem um termo para raça. Ela usa tanto a creatinina quanto a cistatina C e é mais precisa, aproxima-se mais da TFG medida e oferece melhor suporte para as decisões clínicas do que qualquer um dos marcadores isoladamente.[50]Delgado C, Baweja M, Crews DC, et al. A unifying approach for GFR estimation: recommendations of the NKF-ASN Task Force on reassessing the inclusion of race in diagnosing kidney disease. Am J Kidney Dis. 2022 Feb;79(2):268-88.e1.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34563581?tool=bestpractice.com
Uma TFGe persistentemente <60 mL/minuto/1.73 m² é considerada anormal, embora o limiar para o diagnóstico de doença renal diabética possa variar nos pacientes idosos.[1]American Diabetes Association. Standards of care in diabetes - 2024. Diabetes Care. 2024 Jan;47(suppl 1):S1-321.
https://diabetesjournals.org/care/issue/47/Supplement_1
4. Exames por imagem
Os exames por imagem iniciais devem incluir a ultrassonografia, que é útil para revelar o tamanho do rim e descartar diagnósticos diferenciais como hidronefrose, pielonefrite e nefrolitíase.[37]Webster AC, Nagler EV, Morton RL, et al. Chronic kidney disease. Lancet. 2017 Mar 25;389(10075):1238-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27887750?tool=bestpractice.com
O tamanho do rim pode estar aumentado inicialmente quando o diabetes não está controlado, mas está geralmente normal uma vez que sobrevenha a doença renal diabética.[52]DeFronzo RA, Reeves WB, Awad AS. Pathophysiology of diabetic kidney disease: impact of SGLT2 inhibitors. Nat Rev Nephrol. 2021 May;17(5):319-34.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33547417?tool=bestpractice.com
A ultrassonografia com Doppler pode revelar estenose da artéria renal.[37]Webster AC, Nagler EV, Morton RL, et al. Chronic kidney disease. Lancet. 2017 Mar 25;389(10075):1238-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27887750?tool=bestpractice.com
A tomografia computadorizada é útil para revelar nefrolitíase, hidronefrose e o tamanho do rim, e pode ajudar a esclarecer um possível diagnóstico diferencial. Ela não é usada rotineiramente no diagnóstico da doença renal diabética, mas pode ser útil se a ultrassonografia for de baixa qualidade em pacientes com obesidade ou se forem necessárias imagens de acompanhamento para esclarecer a patologia observada na ultrassonografia.[37]Webster AC, Nagler EV, Morton RL, et al. Chronic kidney disease. Lancet. 2017 Mar 25;389(10075):1238-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27887750?tool=bestpractice.com
A angiografia por ressonância magnética não é usada rotineiramente no diagnóstico de doença renal diabética, mas pode ser útil no diagnóstico de estenose da artéria renal ou de vasculopatias.[37]Webster AC, Nagler EV, Morton RL, et al. Chronic kidney disease. Lancet. 2017 Mar 25;389(10075):1238-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27887750?tool=bestpractice.com
Antes o gadolínio não era administrado se a TFGe fosse <30 mL/minuto/1.73 m²; no entanto, os novos agentes de contraste baseados em gadolínio (agentes do grupo II) são seguros para uso com uma TFGe baixa ou nos pacientes que recebem diálise de manutenção.[53]ACR Committee on Drugs and Contrast Media. ACR manual on contrast media. 2022 [internet publication].
https://www.acr.org/Clinical-Resources/Contrast-Manual
[54]The Royal College of Radiologists. Guidance on gadolinium-based contrast agent administration to adult patients. Apr 2019 [internet publication].
https://www.rcr.ac.uk/our-services/all-our-publications/clinical-radiology-publications/guidance-on-gadolinium-based-contrast-agent-administration-to-adult-patients
5. Biópsia renal
O exame mais sensível e específico para diagnosticar a doença renal diabética é a biópsia renal, que demonstra expansão mesangial ou glomeruloesclerose nodular. Apesar de raramente necessária, ela pode ser indicada em determinadas circunstâncias. Essas circunstâncias incluem: pessoas com diabetes do tipo 1 que tiveram diabetes mellitus por pouco tempo ou que não apresentam retinopatia; um declínio rápido na função renal associado a um sedimento urinário ativo; ou evidência de outra doença sistêmica.[36]Selby NM, Taal MW. An updated overview of diabetic nephropathy: diagnosis, prognosis, treatment goals and latest guidelines. Diabetes Obes Metab. 2020 Apr;22 Suppl 1:3-15.
https://dom-pubs.pericles-prod.literatumonline.com/doi/10.1111/dom.14007
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