A encefalite é uma emergência médica, portanto, o manejo consiste em medidas básicas de reanimação para assegurar a adequação das vias aéreas, a respiração e a circulação, e em terapia antiviral empírica em casos de suspeita de encefalite viral concomitante às etapas do diagnóstico.[48]Stahl JP, Azouvi P, Bruneel F, et al. Guidelines on the management of infectious encephalitis in adults. Med Mal Infect. 2017 May;47(3):179-94.
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Todos os casos suspeitos de encefalite devem ser hospitalizados e totalmente avaliados. Alguns pacientes com sinais e sintomas mais brandos podem ser manejados em uma unidade de cuidados regulares, com acesso a um leito de unidade de terapia intensiva (UTI), caso necessário. Todos os outros pacientes, em especial aqueles com complicações (por exemplo, anormalidades eletrolíticas significativas, acidente vascular cerebral [AVC], hipertensão intracraniana [PIC], edema cerebral, coma, convulsões ou estado de mal epiléptico), devem ser manejados em uma UTI, de preferência em uma unidade de cuidados neurointensivos.[33]Venkatesan A, Geocadin RG. Diagnosis and management of acute encephalitis: a practical approach. Neurol Clin Pract. 2014 Jun;4(3):206-15.
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[84]Greenberg BM. Central nervous system infections in the intensive care unit. Semin Neurol. 2008 Nov;28(5):682-9.
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O isolamento imediato é necessário para todas as formas de encefalite até que a etiologia seja determinada; encefalites com transmissão por via aérea ou contato para hospedeiros imunocompetentes (vírus do herpes simples [HSV], varicela, caxumba, rubéola, enterovírus, infecções virais das vias respiratórias superiores) requerem isolamento de acordo com os regulamentos locais. O laboratório de microbiologia deve ser alertado se houver suspeita de organismos incomuns (por exemplo, Treponema pallidum, espécies de Listeria, espécies de Mycoplasma, Rickettsia rickettsii), para os quais procedimentos microbiológicos especiais são necessários.[26]Miller JM, Binnicker MJ, Campbell S, et al. Guide to utilization of the microbiology laboratory for diagnosis of infectious diseases: 2024 update by the Infectious Diseases Society of America (IDSA) and the American Society for Microbiology (ASM). Clin Infect Dis. 2024 Mar 5:ciae104.
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A maioria dos casos de encefalite infecciosa envolve colaboração estreita entre os médicos responsáveis pelo tratamento e a equipe de infectologia.
A etiologia é frequentemente desconhecida e, portanto, não existem opções de tratamento específicas para a maioria dos casos. No entanto, para os casos em que o diagnóstico seja razoavelmente seguro, o tratamento é direcionado para o agente desencadeante subjacente, se disponível (por exemplo, antivirais para encefalite viral; medidas anti-infecciosas apropriadas em infecções bacterianas, fúngicas ou parasitárias).
Medidas de suporte
Os cuidados de suporte são a base do tratamento na maioria dos casos. Isso pode incluir intubação endotraqueal e ventilação mecânica, suporte circulatório e de eletrólitos, prevenção e manejo das infecções bacterianas secundárias, profilaxia de trombose venosa profunda e profilaxia gastrointestinal (úlcera). A terapia antirretroviral é um tratamento importante em todos os casos de encefalite associada ao HIV (seja devido ao próprio HIV ou a uma infecção oportunista); na encefalite por CD8, os pacientes respondem bem aos corticosteroides.[85]Portegies P, Solod L, Cinque P, et al. Guidelines for the diagnosis and management of neurological complications of HIV infection. Eur J Neurol. 2004 May;11(5):297-304.
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[86]Shenoy A, Marwaha PK, Worku DA. CD8 encephalitis in HIV: a review of this emerging entity. J Clin Med. 2023 Jan 18;12(3):770.
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Para certas infecções oportunistas, como criptococo, a terapia antirretroviral deve ser protelada com base nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde.[87]World Health Organization. Consolidated guidelines on the use of antiretroviral drugs for treating and preventing HIV infection: recommendations for a public health approach, 2nd ed. Jun 2016 [internet publication].
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[88]Makadzange AT, Mothobi N. Delaying initiation of ART for 5 weeks improves survival in patients with HIV infection with cyrptococcal meningitis. Evid Based Med. 2015 Feb;20(1):15.
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[89]National Institutes of Health, Centers for Disease Control and Prevention, HIV Medicine Association, and Infectious Diseases Society of America. Panel on Guidelines for the Prevention and Treatment of Opportunistic Infections in Adults and Adolescents with HIV. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV: Cryptococcosis. 2024 [internet publication].
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Em pacientes com PIC elevada, as medidas iniciais são elevação da cabeceira da cama em 30° a 45°, evitando compressão das veias jugulares e breves episódios de hiperventilação.[90]Cook AM, Morgan Jones G, Hawryluk GWJ, et al. Guidelines for the acute treatment of cerebral edema in neurocritical care patients. Neurocrit Care. 2020 Jun;32(3):647-66.
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Subsequentemente, a terapia hiperosmolar com manitol em bolus ou solução salina hipertônica pode ser usada para reduzir a PIC.[91]Schizodimos T, Soulountsi V, Iasonidou C, et al. An overview of management of intracranial hypertension in the intensive care unit. J Anesth. 2020 Oct;34(5):741-57.
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Em crianças com PIC elevada, manter a pressão de perfusão cerebral ≥60 mmHg, usando soro fisiológico em bolus e dopamina em terapia vasoativa, pode ser melhor que manter a pressão intracraniana <20 mmHg, usando-se a osmoterapia enquanto se garante uma pressão arterial normal, na redução da mortalidade e morbidade.[92]Kumar R, Singhi S, Singhi P, et al. Randomized controlled trial comparing cerebral perfusion pressure-targeted therapy versus intracranial pressure-targeted therapy for raised intracranial pressure due to acute CNS infections in children. Crit Care Med. 2014 Aug;42(8):1775-87.
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Terapias antivirais
Todos os casos de suspeita de encefalite viral adquirida na comunidade são tratados inicialmente com aciclovir empiricamente até que a causa seja determinada.[13]Solomon T, Michael BD, Smith PE, et al. Management of suspected viral encephalitis in adults--Association of British Neurologists and British Infection Association National Guidelines. J Infect. 2012 Apr;64(4):347-73.
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Como a maioria dos casos esporádicos de encefalite viral são secundários ao HSV, essa é uma boa prática clínica sustentada por ensaios clínicos randomizados e controlados que utilizaram biópsias comprovativas, tendo demonstrado redução da mortalidade.[48]Stahl JP, Azouvi P, Bruneel F, et al. Guidelines on the management of infectious encephalitis in adults. Med Mal Infect. 2017 May;47(3):179-94.
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[93]Whitley RJ, Alford CA, Hirsch MS, et al. Vidarabine versus acyclovir therapy in herpes simplex encephalitis. N Engl J Med. 1986 Jan 16;314(3):144-9.
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Atrasos no início do tratamento de mais de 48 horas após a internação hospitalar estão associados a um desfecho pior em crianças e adultos.[13]Solomon T, Michael BD, Smith PE, et al. Management of suspected viral encephalitis in adults--Association of British Neurologists and British Infection Association National Guidelines. J Infect. 2012 Apr;64(4):347-73.
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[94]Kneen R, Michael BD, Menson E, et al. Management of suspected viral encephalitis in children - Association of British Neurologists and British Paediatric Allergy, Immunology and Infection Group national guidelines. J Infect. 2012 May;64(5):449-77.
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Em um paciente imunodeprimido, a encefalite por citomegalovírus (CMV) pode ser considerada. Em caso de suspeita, administrar ganciclovir e foscarnete com aciclovir até que a reação em cadeia da polimerase do HSV esteja disponível. Se a encefalite por HSV for descartada, o aciclovir poderá ser descontinuado. Em alguns casos, os achados da ressonância nuclear magnética e as características clínicas sugerem fortemente um diagnóstico de encefalite por CMV. Assim, o aciclovir pode não ser necessário.
Vírus específicos e medicamentos usados contra eles são:[95]Beckham JD, Tyler KL. Encephalitis. In: Mandell GL, Bennett JE, Dolin R, eds. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases. 7th ed. Philadelphia, PA: Churchill Livingstone; 2010.
HSV-1 e HSV-2: aciclovir.
Vírus da varicela-zóster (VZV): aciclovir.
CMV: ganciclovir associado a foscarnete.
Vírus Epstein-Barr (EBV): aciclovir é a terapia de primeira linha em suspeita de encefalite viral. Porém, quando o diagnóstico de encefalite por EBV é confirmado, o cidofovir é uma alternativa possível.
Vírus do herpes B: ganciclovir ou aciclovir (terapia intravenosa pode ser preferível em vez da terapia oral). Para a profilaxia pós-exposição, o valaciclovir é o agente de escolha.
Herpes humano 6: o ganciclovir ou o foscarnete devem ser usados em pacientes imunocomprometidos. No entanto, o uso desses agentes em pacientes imunocompetentes também pode ser considerado, mas não há dados de qualidade quanto à sua efetividade.
Corticosteroides
O papel dos corticosteroides na encefalite viral para reduzir a inflamação associada à infecção é uma área de estudo em andamento.[96]Alam AM, Easton A, Nicholson TR, et al. Encephalitis: diagnosis, management and recent advances in the field of encephalitides. Postgrad Med J. 2023 Jul 21;99(1174):815-25.
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Até o momento, há dados limitados sobre o benefício dos corticosteroides adjuvantes para o tratamento da encefalite viral e as diretrizes não dão suporte ao seu uso rotineiro.[13]Solomon T, Michael BD, Smith PE, et al. Management of suspected viral encephalitis in adults--Association of British Neurologists and British Infection Association National Guidelines. J Infect. 2012 Apr;64(4):347-73.
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[48]Stahl JP, Azouvi P, Bruneel F, et al. Guidelines on the management of infectious encephalitis in adults. Med Mal Infect. 2017 May;47(3):179-94.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28412044?tool=bestpractice.com
[97]Allana A, Samannodi M, Hansen MA, et al. Adjunctive steroids in adults with encephalitis: a propensity score analysis. J Neurol. 2021 Jun;268(6):2151-60.
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Uma metanálise (n=281 pacientes com encefalite viral; 120 receberam corticosteroides) não encontrou benefício do tratamento com corticosteroides na sobrevida.[98]Hodzic E, Hasbun R, Granillo A, et al. Steroids for the treatment of viral encephalitis: a systematic literature review and meta-analysis. J Neurol. 2023 Jul;270(7):3603-15.
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Os resultados de um ensaio clínico randomizado e controlado multicêntrico sobre encefalite por HSV são atualmente aguardados.[99]Whitfield T, Fernandez C, Davies K, et al. Protocol for DexEnceph: a randomised controlled trial of dexamethasone therapy in adults with herpes simplex virus encephalitis. BMJ Open. 2021 Jul 22;11(7):e041808.
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Corticosteroides intravenosos em altas doses são considerados terapia de primeira linha para encefalomielite disseminada aguda (EMDA).[18]Wang CX. Assessment and management of acute disseminated encephalomyelitis (ADEM) in the pediatric patient. Paediatr Drugs. 2021 May;23(3):213-21.
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Corticosteroides em altas doses também são recomendados para encefalite autoimune, uma vez que a infecção seja descartada com base nos resultados básicos do LCR (por exemplo, número de células) e se a biópsia para linfoma primário do SNC ou neurossarcoidose não for uma consideração. Nesses pacientes, recomenda-se imunoterapia com corticosteroide em altas doses.[39]Abboud H, Probasco JC, Irani S, et al. Autoimmune encephalitis: proposed best practice recommendations for diagnosis and acute management. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2021 Jul;92(7):757-68.
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A duração da corticoterapia deve ser curta (3 a 7 dias) para minimizar os efeitos adversos (por exemplo, sangramentos gastrointestinais, predisposição a infecções bacterianas secundárias, distúrbios neuropsiquiátricos).[39]Abboud H, Probasco JC, Irani S, et al. Autoimmune encephalitis: proposed best practice recommendations for diagnosis and acute management. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2021 Jul;92(7):757-68.
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OS corticosteroides não devem ser prescritos antes da consulta com especialistas.
Intervenção cirúrgica
Dispositivos de monitoração, como cateter ou pinos, podem ser usados para medir a pressão intracraniana (PIC). O uso de shunt (derivação) ou descompressão cirúrgica (por craniectomia) é indicado em alguns casos nos quais o tratamento clínico (corticosteroides, manitol) tenha falhado no controle da hipertensão intracraniana e em hérnia uncal iminente.[100]Steiner I, Budka H, Chaudhuri A, et al. Viral meningoencephalitis: a review of diagnostic methods and guidelines for management. Eur J Neurol. 2010 Aug;17(8):999-e57.
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Isso pode ser considerado independentemente da etiologia da encefalite; entretanto, a maioria dos dados de desfecho foram publicados para encefalite viral. Em alguns casos de encefalite por HSV, foi demonstrado que a descompressão cirúrgica melhora o desfecho.[101]Yan HJ. Herpes simplex encephalitis: the role of surgical decompression. Surg Neurol. 2002 Jan;57(1):20-4.
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Terapia para etiologias não virais
Se o quadro clínico e testes iniciais sugerirem uma encefalite infecciosa não viral (bacteriana, fúngica, parasitária), a terapêutica antimicrobiana apropriada é iniciada.
Quando a avaliação inicial não dá suporte a uma causa infecciosa e há suspeita de uma causa autoimune, deve-se considerar imunoterapia agressiva com corticosteroides intravenosos, imunoglobulina ou plasmaférese.[1]Venkatesan A, Michael BD, Probasco JC, et al. Acute encephalitis in immunocompetent adults. Lancet. 2019 Feb 16;393(10172):702-16.
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[102]Uy CE, Binks S, Irani SR. Autoimmune encephalitis: clinical spectrum and management. Pract Neurol. 2021 Oct;21(5):412-23.
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A decisão de combater a infecção ou suprimir o sistema imunológico precisa ser balanceada em cada caso.
Infecções hemogênicas podem raramente ser transmitidas por imunoglobulina. Pacientes deficientes em imunoglobulina (Ig)A correm risco de reações alérgicas (atualmente isso é um problema menor, já que as tecnologias usadas para preparar imunoglobulina garantem a remoção da maior parte de IgA). A plasmaférese é realizada colocando-se um cateter de duplo lúmen em uma veia central, filtrando e substituindo mecanicamente o plasma do paciente por um pool de plasma de doadores. Isso é feito em uma consulta a um hematologista.
Casos com estado mental persistentemente alterado sem resposta clínica à terapia de primeira linha devem ser tratados com rituximabe e/ou ciclofosfamida.[31]Titulaer MJ, McCracken L, Gabilondo I, et al. Treatment and prognostic factors for long-term outcome in patients with anti-NMDA receptor encephalitis: an observational cohort study. Lancet Neurol. 2013 Feb;12(2):157-65.
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[51]Graus F, Titulaer MJ, Balu R, et al. A clinical approach to diagnosis of autoimmune encephalitis. Lancet Neurol. 2016 Apr;15(4):391-404.
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Na maioria dos casos recém-diagnosticados, é difícil determinar clinicamente se a encefalite autoimune é mediada por anticorpos ou por células antes que os resultados dos anticorpos estejam disponíveis.[105]Stingl C, Cardinale K, Van Mater H. An update on the treatment of pediatric autoimmune encephalitis. Curr Treatm Opt Rheumatol. 2018 Mar;4(1):14-28.
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Algumas pistas clínicas podem ajudar o médico a chegar a uma hipótese preliminar sobre a etiologia (por exemplo, anticorpos anti-proteína 1 rica em leucina inativada por glioma estão associados a convulsões distônicas faciobraquiais, como movimentos rápidos da face e/ou braço e ombro ipsilaterais, enquanto pacientes com risco de câncer conhecido ou aumentado têm maior probabilidade de ter encefalite autoimune mediada por células).[39]Abboud H, Probasco JC, Irani S, et al. Autoimmune encephalitis: proposed best practice recommendations for diagnosis and acute management. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2021 Jul;92(7):757-68.
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Com base nessas pistas, os médicos podem decidir usar rituximabe ou ciclofosfamida como agente de segunda linha se os resultados de anticorpos estiverem atrasados ou se não houver acesso ao teste de anticorpos.[39]Abboud H, Probasco JC, Irani S, et al. Autoimmune encephalitis: proposed best practice recommendations for diagnosis and acute management. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2021 Jul;92(7):757-68.
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O rituximabe agora é geralmente a escolha em relação à ciclofosfamida se a monoterapia for usada em casos de autoimunidade mediada por anticorpos altamente suspeitos (por exemplo, encefalite antirreceptor N-metil-D-aspartato).[106]Nosadini M, Thomas T, Eyre M, et al. International consensus recommendations for the treatment of pediatric NMDAR antibody encephalitis. Neurol Neuroimmunol Neuroinflamm. 2021 Jul 22;8(5):e1052.
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O rituximabe é menos tóxico que a ciclofosfamida.[39]Abboud H, Probasco JC, Irani S, et al. Autoimmune encephalitis: proposed best practice recommendations for diagnosis and acute management. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2021 Jul;92(7):757-68.
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[107]Bartolini L, Muscal E. Differences in treatment of anti-NMDA receptor encephalitis: results of a worldwide survey. J Neurol. 2017 Apr;264(4):647-53.
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A ciclofosfamida pode ser considerada se o rituximabe for contraindicado ou não estiver disponível nesses casos.[106]Nosadini M, Thomas T, Eyre M, et al. International consensus recommendations for the treatment of pediatric NMDAR antibody encephalitis. Neurol Neuroimmunol Neuroinflamm. 2021 Jul 22;8(5):e1052.
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Alguns pacientes podem ser tratados com uma combinação de rituximabe e ciclofosfamida.[105]Stingl C, Cardinale K, Van Mater H. An update on the treatment of pediatric autoimmune encephalitis. Curr Treatm Opt Rheumatol. 2018 Mar;4(1):14-28.
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A ciclofosfamida pode ser considerada na autoimunidade mediada por células conhecida ou altamente suspeita (por exemplo, síndrome paraneoplásica clássica), uma vez que o rituximabe pode não ser tão eficaz para a inflamação mediada por células.[39]Abboud H, Probasco JC, Irani S, et al. Autoimmune encephalitis: proposed best practice recommendations for diagnosis and acute management. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2021 Jul;92(7):757-68.
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Alguns pacientes podem ser tratados com uma combinação de ciclofosfamida e rituximabe.[105]Stingl C, Cardinale K, Van Mater H. An update on the treatment of pediatric autoimmune encephalitis. Curr Treatm Opt Rheumatol. 2018 Mar;4(1):14-28.
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O manejo da encefalite autoimune associada à neoplasia maligna (ou seja, encefalite paraneoplásica) envolve testes de diagnóstico e tratamento do tumor subjacente. No entanto, para evitar o risco de sequelas permanentes, o tratamento direcionado à síndrome paraneoplásica não deve ser protelado pela falha em identificar o tumor subjacente. A ooforectomia é indicada como tratamento agudo se teratomas ovarianos estiverem presentes. A ressecção do tumor está associada a uma taxa mais rápida de recuperação e à redução da taxa de recidiva.[31]Titulaer MJ, McCracken L, Gabilondo I, et al. Treatment and prognostic factors for long-term outcome in patients with anti-NMDA receptor encephalitis: an observational cohort study. Lancet Neurol. 2013 Feb;12(2):157-65.
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Os corticosteroides em altas doses são indicados por especialistas para pacientes com encefalomielite disseminada aguda.[109]Connelly-Smith L, Alquist CR, Aqui NA, et al. Guidelines on the use of therapeutic apheresis in clinical practice - evidence-based approach from the Writing Committee of the American Society for Apheresis: the ninth special issue. J Clin Apher. 2023 Apr;38(2):77-278.
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https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7131623
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28314470?tool=bestpractice.com
Em casos nos quais os corticosteroides não demonstram qualquer benefício, a plasmaférese ou a imunoglobulina podem ser consideradas.[109]Connelly-Smith L, Alquist CR, Aqui NA, et al. Guidelines on the use of therapeutic apheresis in clinical practice - evidence-based approach from the Writing Committee of the American Society for Apheresis: the ninth special issue. J Clin Apher. 2023 Apr;38(2):77-278.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37017433?tool=bestpractice.com
Reabilitação
Os resultados de uma revisão sistemática sugeriram que intervenções de reabilitação, incluindo terapia cognitiva, terapia comportamental e fisioterapia, podem ajudar a melhorar a funcionalidade em crianças e adultos após encefalite infecciosa. No entanto, a maioria dos estudos incluídos foi de natureza observacional.[111]Christie S, Chan V, Mollayeva T, et al. Systematic review of rehabilitation intervention outcomes of adult and paediatric patients with infectious encephalitis. BMJ Open. 2018 May 14;8(5):e015928.
https://bmjopen.bmj.com/content/8/5/e015928.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29764868?tool=bestpractice.com
Um estudo retrospectivo baseado em 8 pacientes observou que, ainda que os pacientes com encefalite possam obter alguns ganhos funcionais com terapia de reabilitação aguda, a taxa de recuperação varia e é geralmente menor que a de AVC e de lesão cerebral traumática.[112]Moorthi S, Schneider WN, Dombovy ML. Rehabilitation outcomes in encephalitis - a retrospective study 1990-1997. Brain Inj. 1999 Feb;13(2):139-46.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10079959?tool=bestpractice.com
Os tratamentos não farmacológicos mais frequentemente usados para tratar demência e apatia após a encefalite são musicoterapia e reabilitação cognitiva.[113]Lane-Brown AT, Tate RL. Apathy after acquired brain impairment: a systematic review of non-pharmacological interventions. Neuropsychol Rehabil. 2009 Aug;19(4):481-516.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19533496?tool=bestpractice.com