Investigações
Primeiras investigações a serem solicitadas
Hemograma completo
Exame
Um exame de rotina. Contagem leucocitária elevada ocorre na maioria das causas infecciosas da encefalite. Contagem leucocitária reduzida e pancitopenia podem ser observadas na presença do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e no uso de medicamentos imunomoduladores/imunossupressores.
Uma linfocitose relativa pode ocorrer na encefalite viral. Febre por rickettsias e viral estão associadas a leucopenia e a trombocitopenia.
A eosinofilia é observada em algumas infecções parasitárias (Baylisascaris procyonis).
Resultado
leucócitos frequentemente elevados
esfregaço de sangue periférico
Exame
É preferível coletar sangue para o esfregaço no momento de um pico de febre em casos de suspeita de malária, para aumentar a probabilidade de encontrar trofozoítos. É essencial em áreas endêmicas de malária. Inclusões citoplasmáticas nos monócitos são observadas na erliquiose.
Resultado
detecção de Plasmodium falciparum e Ehrlichia
eletrólitos séricos
Exame
Um exame de rotina. A hiponatremia é observada em infecções por rickettsias e síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (particularmente na TB), e encefalite associada a anticorpos contra os canais de potássio voltagem-dependentes (encefalite associada com anticorpos para glioma inativado rico em leucina 1/anticorpos para proteína 2 associada à contactina).
Resultado
hiponatremia
testes da função hepática
Exame
Coxiella burnetii, Rickettsia, doença transmitida por carrapato, citomegalovírus e vírus Epstein-Barr.
Resultado
elevado
hemoculturas
Exame
Dois conjuntos de hemoculturas devem ser obtidos como parte da investigação de rotina de uma doença febril. Culturas arbovirais raramente são realizadas e só estão disponíveis em laboratórios de referência especializados.
Resultado
detecção e confirmação de infecções bacterianas e fúngicas sistêmicas
swab da garganta
Exame
Testes de detecção de antígeno e reação em cadeia da polimerase são realizados em swabs de garganta para detectar enterovírus, poliovírus, citomegalovírus, adenovírus, caxumba, sarampo, gripe (influenza) e parainfluenza.
Resultado
detecção de vírus
aspirado nasofaríngeo
Exame
Obtido de crianças (menos comumente usado em adultos) com sintomas respiratórios.
Resultado
detecção de vírus respiratórios; confirmação da reação em cadeia da polimerase para adenovírus ou vírus influenza
radiografia torácica
Exame
Realizada rotineiramente como parte de uma investigação para febre. Pode detectar Mycoplasma, Legionella, gripe (influenza), parainfluenza, tuberculose, Coccidioides, Histoplasma, blastomicose, Coxiella burnetii ou sarcoidose.
Resultado
pode detectar uma causa não infecciosa ou infecciosa (por exemplo, tuberculose, sarcoidose, neoplasia maligna)
TC cranioencefálica
Exame
Usada mais como uma ferramenta de rastreamento devido à sua ampla disponibilidade e facilidade de aquisição em um paciente não cooperativo. A TC do cérebro é indicada em pacientes com Escala de coma de Glasgow <12, deficits neurológicos focais, convulsões contínuas ou descontroladas e papiledema.[61]
TC pós-contraste (se obtida) pode demonstrar o realce meníngeo difuso, que é uma co-ocorrência frequente na encefalite. Imagens dos vasos até o vértice devem ser obtidas em casos com infecção sistêmica para avaliar aneurismas micóticos.
Encefalite por vírus do herpes simples: uma TC inicial logo após a internação mostrará uma anormalidade sugestiva em cerca de 25% a 80% dos pacientes com encefalite por HSV, embora não seja, por si só, um diagnóstico.[62] Podem ser observadas lesões hipodensas e efeito de massa leve nos lobos temporais, ínsula, hemorragia e realce.
HIV-1: atrofia normal/leve com lesões hipodensas na substância branca. Infecções oportunistas e complicações de infecção por HIV têm seus próprios achados característicos.
Encefalomielite disseminada aguda (EMDA): normal em 40%; podem ser observadas lesões de baixa densidade, floculares, multifocais pontuadas assimétricas ou com realce em anel.
Vírus do Nilo Ocidental: hiperintensidades nas estruturas cerebrais profundas, incluindo gânglios da base e tálamo.
Amebas: edema difuso.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: TC de crânio sem contraste de um paciente com encefalite por HSV: mostra hipodensidades sutis envolvendo a região insular esquerda. Algum turvamento das margens cinzas-brancas e apagamento dos sulcos na região temporal esquerda são detectáveisDo acervo pessoal de Catalina C. Ionita, MD; usado com permissão [Citation ends].
Resultado
frequentemente normal no início da evolução clínica da encefalite, mas pode haver alterações mais proeminentes
ressonância nuclear magnética (RNM) cranioencefálica
Exame
Altamente recomendada (preferivelmente inicialmente) em suspeita de encefalite e de grande valor para o diagnóstico.[48][63][64] No entanto, a RNM está disponível menos amplamente quando comparada com a TC e pode exigir sedação para uma qualidade de imagem ideal. A RNM deve incluir sequências FLAIR, difusão, T2* e T1 com e sem gadolínio, se possível.[48]
Lesões iniciais na forma de anormalidades de sinal são observadas na maioria dos casos.
Encefalite por vírus do herpes simples: edema giral em T1, sinal alto em T2, FLAIR e IPD (com difusão aumentada nos mapas do Coeficiente de Difusão Aparente [CDA]) no lobo temporal e giro do cíngulo.
HIV: atrofia, sinal alto e inespecífico na substância branca em T2 e FLAIR. Infecções oportunistas e complicações de infecção por HIV têm seus próprios achados característicos.
Poliomielite e Coxsackie: hiperintensidades em T2 no mesencéfalo e no corno anterior da medula espinhal.
Vírus Epstein-Barr: hiperintensidades em T2 nos gânglios da base, nos tálamos e no cerebelo.
Vírus da varicela-zóster: hiperintensidades na substância branca e cinzenta.
Vírus do Nilo Ocidental: aumento da captação de contraste na leptomeninge periventricular.
hiperintensidades em T2 bilateralmente no tálamo, no tronco encefálico e no cerebelo.
Encefalomielite disseminada aguda (EMDA): lesões multifocais, bilaterais, assimétricas e hiperintensas (variando em tamanho de <1 cm a anormalidades confluentes da substância branca de vários centímetros) da substância branca e cinzenta em T2 e FLAIR.[18] Normalmente, as lesões ocorrem na substância branca profunda e subcortical, poupando a substância branca periventricular, diferentemente da esclerose múltipla.[18] Lesões na substância cinzenta podem ocorrer na EMDA, particularmente nos tálamos e nos gânglios da base.[18] Lesões com realce em anel podem ser observadas em imagens T1 pós-contraste.
Encefalite de Rasmussen: hiperintensidades em T2 no córtex e na substância branca, atrofia cortical da região frontoinsular, aumento do ventrículo lateral e atrofia moderada do núcleo caudado, todos limitados a um hemisfério cerebral.
Doença de Creutzfeldt-Jakob: hiperintensidades T2/FLAIR e/ou alterações de imagem ponderada por difusão (IPD) no globo pálido, no tálamo e no córtex (fitas corticais [hiperintensidade nos giros corticais]).
Encefalite límbica paraneoplásica: envolvimento bilateral dos lobos temporais mediais e lesões multifocais em FLAIR e IPD.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: As primeiras 5 imagens são imagens FLAIR (recuperação da inversão atenuada por fluidos) de paciente com meningoencefalite por vírus da varicela-zóster exibindo hiperintensidades de substância cinzenta e branca. A última imagem é a imagem T1 com contraste exibindo captação difusa no parênquima e na leptomeningeDo acervo pessoal de Eric E. Kraus; usado com permissão [Citation ends].[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Séries de imagens de ressonância nuclear magnética (RNM) do cérebro de um paciente com encefalomielite disseminada aguda: lesões hiperintensas de recuperação da inversão atenuada por fluidos (FLAIR) envolvendo o pedúnculo cerebelar esquerdoDo acervo pessoal de Catalina C. Ionita, MD; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Séries de imagens de ressonância nuclear magnética (RNM) do cérebro de um paciente com encefalomielite disseminada aguda: lesões assimétricas "felpudas" sobre os cornos ventriculares bilaterais e tálamosDo acervo pessoal de Catalina C. Ionita, MD; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Séries de imagens de ressonância nuclear magnética (RNM) do cérebro de um paciente com encefalomielite disseminada aguda: regiões periventricularesDo acervo pessoal de Catalina C. Ionita, MD; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Séries de imagens de ressonância nuclear magnética (RNM) do cérebro de um paciente com encefalomielite disseminada aguda: centro semiovalDo acervo pessoal de Catalina C. Ionita, MD; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Séries de imagens de ressonância nuclear magnética (RNM) do cérebro de um paciente com encefalomielite disseminada aguda: imagem de pós-contraste com gadolínio em T1 mostra o realce em anel ao redor de uma lesão na região do centro semioval e realce fraco difuso logo acima dessa áreaDo acervo pessoal de Catalina C. Ionita, MD; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Séries de imagens de RNM do cérebro de um paciente com encefalomielite disseminada aguda: imagens ponderadas por difusão do mesmo paciente mostram sinal de alta intensidade na mesma área, o que está correlacionado à difusão aumentada (intensa nos mapas de coeficiente de difusão aparente [CDA])Do acervo pessoal de Catalina C. Ionita, MD; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: RNM cranioencefálica: o sinal pulvinar (um termo que se refere à hiperintensidade pulvinar bilateral) em um paciente com doença de Creutzfeldt-Jakob em imagens ponderadas por difusãoDo acervo pessoal de Leo H. Wang; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: RNM cranioencefálica: fitas corticais (hiperintensidade nos giros corticais) em um paciente com doença de Creutzfeldt-Jakob em imagens ponderadas por difusãoDo acervo pessoal de Leo H. Wang; usado com permissão [Citation ends].
Resultado
depende da etiologia; geralmente lesões hiperintensas (sequências T2 e de recuperação da inversão atenuada por fluidos [FLAIR]), difusão aumentada na imagem ponderada por difusão (IPD) indicando edema, captação de contraste nas sequências T1 pós-contraste, indicando ruptura da barreira hematoencefálica; a RNM está normal em até um terço dos pacientes com encefalite autoimune.
eletroencefalograma (EEG)
Exame
O EEG pode ser indicado para investigar convulsões, estado de mal epiléptico e alteração do nível de consciência.[13][48] A desaceleração dos ritmos de fundo é um indicador inicial e sensível do comprometimento cerebral, mas muito inespecífico, especialmente se o paciente precisar de sedação.
Anormalidades do lobo temporal são frequentemente observadas em certas encefalites virais, incluindo HSV e VZV.
Complexos de onda aguda repetitivos ao longo dos lobos temporais ou descargas epileptiformes periódicas lateralizadas podem ser observados em encefalite por vírus do herpes simples.[65][66]
Na panencefalite esclerosante subaguda, pode ser observado um padrão típico de EEG periódico generalizado repetido em intervalos entre 4 e 15 segundos, em sincronia com mioclonia do paciente.[66][67]
Na encefalite autoimune, o EEG pode fornecer evidências de focalidade quando a RNM é normal.[68] Os achados comuns incluem lentidão e alterações epileptiformes, mas não são específicos.[68]
Achados da doença de Creutzfeldt-Jakob: complexos periódicos de alta amplitude (1 Hz). Podem ser observada atividade delta extrema na encefalite associada a anticorpos contra o receptor N-metil-D-aspartato. Isso caracteriza-se pela atividade delta rítmica em 1 Hz a 3 Hz, com picos sobrepostos de atividade delta rítmica com frequência de 20 Hz a 30 Hz em cada onda delta.[69]
Resultado
geralmente apresenta desaceleração dos ritmos de fundo
Análise do líquido cefalorraquidiano (LCR)
Exame
A punção lombar (PL) é recomendada para pacientes com suspeita de encefalite, desde que não haja contraindicação.[13] As contraindicações à PL incluem efeito de massa que pode causar hérnia, coagulopatia, preocupação com abscesso na coluna lombar ou lesão cutânea aberta no local de entrada. Geralmente, três ou quatro tubos de líquido cefalorraquidiano (LCR) são coletados por punção lombar para estudos diagnósticos. O primeiro tubo tem o maior potencial de contaminação com a flora da pele e não deve ser enviado ao laboratório de microbiologia para esfregaços diretos, cultura ou estudos moleculares.[26] Um mínimo de 0.5 a 1.0 mL de LCR deve ser enviado imediatamente após a coleta ao laboratório de microbiologia em um recipiente estéril para teste bacteriano.[26] Volumes maiores (5-10 mL) aumentam a sensibilidade da cultura e são necessários para a identificação ideal de micobactérias, fungos ou neoplasia maligna.[26] O LCR não deve ser refrigerado.[26]
Pressão de abertura: geralmente elevada na meningoencefalite bacteriana, fúngica e tuberculosa, pode ser variável para outras etiologias.
Cor e aspecto: variável, geralmente límpido, pode ser levemente xantocrômico ou sanguinolento em certas encefalites necrosantes e hemorrágicas (vírus do herpes simples [HSV], leucoencefalite hemorrágica aguda, meningoencefalites por Listeria e amebiana primária).
Proteína: normal ou discretamente elevada na maioria dos casos de encefalite viral. Moderadamente elevada nas infecções bacterianas, nas doenças autoimunes, na encefalite límbica e na encefalomielite disseminada aguda. Acentuadamente elevada na tuberculose (TB) e sarcoidose.
Glicose: normal a normal baixa na encefalite viral, exceto na caxumba, vírus da coriomeningite linfocítica, estágios tardios do HSV-1. Níveis baixos de glicose também são observados nas etiologias bacterianas, fúngicas, parasitárias e neoplásicas.
Celularidade: na ausência de uma punção traumática, a contagem de eritrócitos é geralmente normal. Nos casos de HSV (40%), leucoencefalite hemorrágica aguda, meningoencefalite primária por listeria e ameba, podem ser observados eritrócitos >500/mm^3. A contagem de leucócitos está geralmente elevada na maioria dos casos, sugerindo um processo inflamatório do parênquima cerebral, das meninges ou de ambos (meningoencefalite). Pode ser normal no início da evolução da doença e em pacientes imunocomprometidos que não conseguem desenvolver uma resposta inflamatória.[70][71][72][73][74] Na encefalite viral, uma predominância polimorfonuclear (PMN) inicial seguida por um desvio mononuclear em 24 a 48 horas (exceto em vírus do Nilo Ocidental) é observada. Linfocitose (vírus, TB); linfócitos atípicos (vírus Epstein-Barr, citomegalovírus, raramente em HSV); leucocitose com predomínio de polimorfonucleares (infecções bacterianas, encefalomielite disseminada aguda, leucoencefalite hemorrágica aguda, infecções amebianas, ocasionalmente em alguns vírus, como o vírus do Nilo Ocidental). Eosinofilia (TB, infecção fúngica, espécies de Baylisascaris procyonis, Angiostrongylus cantonensis, Gnathostoma).
Nível de proteína do LCR >1.0 g/L, ou glicose no LCR <2/3 da glicose periférica, ou pleocitose linfocítica com início subagudo dos sintomas sugere TB ou infecção fúngica.
Nível de proteína do LCR >1.0 g/L, ou glicose no LCR <2/3 da glicose periférica e predominância neutrofílica com início agudo dos sintomas e uso recente de antibiótico sugerem Streptococcus pneumoniae ou Neisseria meningitidis.
Resultado
os achados dependem da etiologia; pode haver leucócitos elevados, proteína normal/elevada, glicose normal/baixa, eritrócitos normais/elevados; até um terço dos pacientes com encefalite autoimune apresentam LCR normal
cultura do LCR
Exame
Cultura: muito útil na identificação de etiologias, principalmente bacterianas. Útil somente para alguns vírus (caxumba, enterovírus, vírus da coriomeningite linfocítica). Culturas virais são raramente positivas, e as negativas não descartam infecção.[26]
Testes de antígeno: úteis em identificar rapidamente etiologias de encefalites bacterianas e fúngicas.
Coloração de Gram: detecção dos organismos nas causas bacterianas.
Coloração álcool-ácido resistente: tuberculose.
Tinta nanquim: Cryptococcus.
Resultado
os achados dependem da etiologia
sorologia do LCR
Exame
A indexação sorológica é necessária para o diagnóstico definitivo e compara os níveis de anticorpos específicos no soro e no LCR, tendo como referência o LCR total, a albumina sérica ou a imunoglobulina total. Para vírus, um aumento de 4 vezes na IgG entre as amostras de fase aguda e da convalescência, ou uma única IgM positiva, também são considerados diagnósticos.[75][76]
Resultado
os achados dependem da etiologia; mais sensíveis para a detecção de arbovírus, incluindo o vírus do Nilo Ocidental
Reação em cadeia da polimerase do LCR
Exame
A análise do LCR deve incluir reação em cadeia da polimerase para causas virais comuns de encefalite, como rastreamento de primeira linha, e reações em cadeia da polimerase subsequentes direcionadas para outros vírus, com base nos fatores de risco, exposição e quadro clínico.
Resultado
os achados dependem da etiologia; vírus (enterovírus, poliovírus, arbovírus, vírus do herpes simples (HSV) tipo 1, HSV-2, vírus varicela-zóster, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, vírus da coriomeningite linfocítica, adenovírus, sarampo, HIV, raiva); bactérias (Mycoplasma pneumoniae, tuberculose); fungo (criptococos, aspergilose)
Investigações a serem consideradas
coprocultura para enterovírus
Exame
Obtida com mais frequência em crianças, quando os sintomas gastrointestinais precedem o desenvolvimento da encefalite. A coprocultura também pode ser usada para detectar poliovírus.
Resultado
detecção de enterovírus
cultura de escarro
Exame
Realizada em pacientes com doença febril e sintomas ou sinais pulmonares.
Resultado
detecção de Mycoplasma, tuberculose (coloração álcool-ácido resistente) e infecções fúngicas
anticorpos IgM e IgG (sangue e LCR)
Exame
Obtidos quando há suspeita de causa viral para encefalite. Anticorpos IgG e IgM direcionados contra patógenos virais específicos podem ser detectados por estudos no soro ou no LCR.
Resultado
detecção de anticorpos IgG/IgM para enterovírus, poliovírus, arbovírus, vírus da varicela-zóster, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, vírus da coriomeningite linfocítica, caxumba, sarampo, HIV, raiva e vírus do Nilo Ocidental
reação em cadeia da polimerase (sangue)
Exame
Obtidos quando há suspeita de causa viral para encefalite.
Resultado
detecção de enterovírus, poliovírus, arbovírus, vírus da varicela-zóster, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr e HIV
sorologia do vírus da imunodeficiência humana (HIV)/teste do ácido ribonucleico (RNA)
Exame
É razoável fazer o teste em todos os pacientes internados, mas definitivamente deve ser feito em pessoas com fatores de risco para infecção por HIV. O HIV pode resultar em encefalopatia aguda com soroconversão. O RNA viral plasmático quantitativo é usado para confirmar a síndrome retroviral aguda (ou seja, pacientes sintomáticos antes do teste de anticorpo anti-HIV ser positivo). Encefalite associada ao HIV também pode ser decorrente de uma infecção oportunista.
Resultado
positivo em casos de infecção por HIV
ensaio de biomarcadores do líquido cefalorraquidiano (LCR)/proteína príon
Exame
O LCR deve ser avaliado nos pacientes com suspeita de doença de príons. O ensaio de conversão induzida por estremecimento em tempo real (TR-CIE) usa tecnologia de amplificação para detectar proteína príon (PrPSC) e apresenta uma sensibilidade de detecção maior que os biomarcadores.[77]
Resultado
proteína 14-3-3 elevada, proteína tau elevada, detecção de proteína príon
anticorpos paraneoplásicos (sangue e LCR)
Exame
Obtidos quando um câncer subjacente é encontrado e/ou suspeito.
Resultado
anticorpos paraneoplásicos, como anticorpos contra o receptor de N-metil-D-aspartato, contra LGI1, contra CASPR2, anti-Hu, anti-Yo, anti-Ri, anti-Tr, anti-CV2, anti-Ma e antianfifisina podem ser encontrados
ultrassonografia abdominal/pélvica
Exame
Obtida quando há suspeita de encefalite associada a anticorpos contra o receptor N-metil-D-aspartato. Se o rastreamento de neoplasia maligna for negativo, pode-se considerar repetir o exame após 3 a 6 meses caso o autoanticorpo encontrado esteja fortemente associado com malignidade.[1][52]
Resultado
detecção de teratoma ovariano subjacente
TC do corpo inteiro
Exame
Realizada posteriormente na evolução clínica como parte da investigação clínica para suspeita de câncer subjacente (por exemplo, pulmão, mama ou ovário) que esteja associado à encefalite límbica ou do tronco encefálico. Se o rastreamento de neoplasia maligna for negativo, pode-se considerar repetir o exame após 3 a 6 meses caso o autoanticorpo encontrado esteja fortemente associado com malignidade.[1][52]
Resultado
detecção de câncer subjacente
tomografia por emissão de pósitrons (PET) do corpo inteiro
Exame
Realizada posteriormente na evolução clínica como parte da investigação clínica para suspeita de câncer subjacente (por exemplo, pulmão, mama ou ovário) que esteja associado à encefalite límbica ou do tronco encefálico. Se o rastreamento de neoplasia maligna for negativo, pode-se considerar repetir o exame após 3 a 6 meses caso o autoanticorpo encontrado esteja fortemente associado com malignidade.[1][52]
Resultado
detecção de câncer subjacente
espectroscopia por ressonância magnética
Exame
Apenas centros especializados. Obtida em pacientes com um diagnóstico clínico de encefalite, mas nos quais a etiologia é desconhecida, ou nos quais há suspeita de diagnóstico de encefalite, mas que não pode ser diferenciada de tumores cerebrais.
Resultado
dados metabólicos que ajudam na identificação da etiologia
sequenciamento de próxima geração de LCR
Exame
Apenas centros especializados. O uso de genômica personalizada para diagnosticar agentes infecciosos etiológicos.[78] Ao contrário da amplificação por reação em cadeia da polimerase direcionada de um número selecionado de alvos, uma tecnologia agora está disponível para detectar organismos de uma maneira não sujeita a vieses. O material genético é isolado dos organismos e sequências selecionadas de DNA e RNA podem ser amplificadas com iniciadores universais. Em seguida, a sequência é comparada com sequências disponíveis publicamente para identificar o organismo.
Resultado
detecção e identificação de organismo
biópsia do cérebro
Exame
Atualmente, o critério padrão para o diagnóstico. Não é realizada rotineiramente, pois é invasiva, requer anestesia geral e está associada à morbidade. Com a disponibilidade aumentada da RNM e de métodos diagnósticos baseados em reação em cadeia da polimerase, a necessidade de biópsia do cérebro está diminuindo. Ela ainda é muito útil em casos desafiadores de diagnóstico; a biópsia estereotáxica deve ser considerada em pacientes com suspeita de encefalite nos quais nenhum diagnóstico foi realizado após a primeira semana, especialmente se houver anormalidades focais na imagem e nenhuma melhora clínica.[13] Se a imagem não mostrar nada focal, uma biópsia aberta, geralmente do lobo frontal não dominante, pode ser preferível.[13] Imunocitoquímica, hibridização in situ e reação em cadeia da polimerase podem ser realizadas em espécimes de biópsia/autópsia e têm um impacto profundo sobre a capacidade de diagnosticar as várias etiologias de encefalite.
Os nódulos encefalíticos clássicos são compostos de uma mistura de micróglia, astrócitos e linfócitos ao redor dos neurônios afetados, características citológicas como corpos de inclusão (intranuclear em vírus do herpes simples, vírus da varicela-zóster, panencefalite esclerosante subaguda e corpos citoplasmáticos de Negri na raiva) e alterações celulares citomegálicas (citomegalovírus). Em encefalomielite disseminada aguda, múltiplos focos desmielinizados pequenos são organizados ao redor de pequenas veias da substância branca, com infiltração por linfócitos, macrófagos e micróglia. Na meningoencefalite criptocócica, pode-se observar o Cryptococcus. Na encefalite pelo HIV, células gigantes multinucleadas distintas podem ser vistas; entretanto, na encefalite por CD8, infiltrações de células T CD8+ intraparenquimatosas e perivasculares são vistas (enquanto células gigantes multinucleadas estão ausentes). Na toxoplasmose, pode-se identificar o organismo. A doença de Creutzfeldt-Jakob apresenta mudanças espongiformes.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do cérebro do lobo temporal direito: a coloração H&E clássica mostra evidência de infiltrado inflamatório irregular, mas extenso, de pequenas células mononucleares (linfócitos) no parênquima do cérebro, predominantemente ao redor das paredes vasculares. Estudos de reação em cadeia da polimerase da amostra da biópsia foram positivos para infecção por vírus Epstein-Barr (EBV)Do acervo pessoal de Catalina C. Ionita, MD; usado com permissão [Citation ends].[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do cérebro do lobo temporal direito: uma exibição aumentada de um vaso sanguíneo circundado por um infiltrado inflamatório acentuado também é observada. Estudos de reação em cadeia da polimerase da amostra da biópsia foram positivos para infecção por vírus Epstein-Barr (EBV)Do acervo pessoal de Catalina C. Ionita, MD; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do hipocampo de paciente com raiva exibindo 2 neurônios com corpos de Negri eosinofílicos (setas vermelhas). Eles são encontrados em áreas, geralmente com uma pequena reação inflamatória. As setas azuis destacam células microgliaisDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do hipocampo de paciente com raiva exibindo neurônios com corpos de Negri eosinofílicos (seta vermelha). A seta azul destaca uma coleção de oligodendrócitos por satéliteDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do hipocampo de paciente com raiva exibindo um neurônio com um corpo de Negri citoplasmático eosinofílico (seta vermelha). A seta azul destaca uma coleção de células microgliais próximas a um vaso sanguíneoDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do tronco encefálico de um paciente com vírus da imunodeficiência humana (HIV) com encefalite por citomegalovírus (CMV). O revestimento ependimal exibe células aumentadas (setas) com inclusões intranuclearesDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do córtex de um neonato com encefalite por citomegalovírus (CMV) exibindo células aumentadas (setas) com inclusões intranucleares. A seta de cima aponta para um neurônio com dois núcleos, cada um com uma inclusão nuclearDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do cérebro de paciente imunocomprometido com meningite criptocócica sob baixa magnificação. As meninges estão expandidas (seta), mas o córtex está relativamente não envolvido histologicamenteDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do cérebro de paciente imunocomprometido com meningite criptocócica exibindo as meninges com organismo criptocócico translúcido arredondado (seta vermelha) assim como uma levedura de brotamento (seta azul)Do acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do cérebro de paciente imunocompetente com meningite criptocócica sob baixa magnificação exibindo meninges com inflamação (seta vermelha)Do acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do cérebro de um paciente imunocompetente com meningite criptocócica exibindo meninges com células inflamatórias e CryptococcusDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia das meninges de pacientes com meningite criptocócica coradas com mucicarmina, exibindo organismos fúngicos, especialmente em células gigantesDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corte coronal do cérebro de paciente com meningoencefalite criptocócica exibindo aparência clássica de estruturas de "bolha de sabão" nos gânglios da base (setas) resultando de expansão criptocócica de espaços de Virchow-Robbin em volta dos vasos lenticuloestriadosDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia de gânglios da base de paciente com meningoencefalite criptocócica exibindo expansão criptocócica (seta azul) de espaços de Virchow-Robbin em volta de um vaso lenticuloestriado (seta vermelha)Do acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Autópsia macroscópica do cérebro de paciente com meningite criptocócica exibindo a superfície com um aspecto "vidrado". Também há um shunt (derivação) presenteDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do cérebro de paciente com leucoencefalite por vírus da imunodeficiência humana (HIV) subaguda exibindo a célula multinucleada característica (seta vermelha) na substância branca próximo a células inflamatórias no espaço de Virchow-RobinDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do cérebro de paciente com leucoencefalite por vírus da imunodeficiência humana (HIV) subaguda exibindo a célula multinucleada característica (seta vermelha) na substância brancaDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do cérebro de paciente com encefalite por vírus da imunodeficiência humana (HIV) subaguda exibindo a célula gigante multinucleada característica (seta vermelha), que contém o vírus HIV. As células gigantes multinucleadas são da linhagem de histiócito/macrófago. Também há astrocitose associadaDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corte coronal do cérebro de paciente com vírus da imunodeficiência humana (HIV) aos 30 anos. Ele tinha encefalite por HIV subaguda envolvendo tanto a substância branca quanto a substância cinzenta de forma difusa. Os ventrículos estavam aumentados refletindo substância branca e perda corticalDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corte coronal do cérebro de um paciente com vírus da imunodeficiência humana (HIV) com toxoplasmose, exibindo infecção da parte superior periventricular do tálamo esquerdoDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do cérebro de paciente com vírus da imunodeficiência humana (HIV) com toxoplasmose, exibindo bradizoítos encistados (seta vermelha) e taquizoítos (seta azul)Do acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia de paciente com vírus da imunodeficiência humana (HIV) com toxoplasmose, exibindo pedaços de debris celulares e taquizoítos. Os taquizoítos são arredondados, uniformes e difíceis de serem identificados sem coloração para anticorpo (veja a próxima imagem)Do acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia de paciente com vírus da imunodeficiência humana (HIV) com toxoplasmose, com os taquizoítos identificados usando imuno-histoquímicaDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Biópsia do tálamo posterior do paciente com doença de Creutzfeldt-Jakob exibindo as mudanças espongiformesDo acervo pessoal de Robert E. Schmidt; usado com permissão [Citation ends].
Resultado
danos ao parênquima cerebral (geralmente danos ou perda de neurônios e, mais tarde, desmielinização), gliose reativa e infiltração de células inflamatórias
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