Não existe tratamento curativo para cardiomiopatia hipertrófica (CMH). As terapias são defendidas em populações selecionadas de pacientes para reduzir os sintomas (que podem ocorrer secundários à obstrução subaórtica, disfunção diastólica ou isquemia) e para reduzir o risco de morte súbita cardíaca (MSC). O cuidado do paciente requer a colaboração de diferentes especialidades e coordenação entre diferentes níveis de atenção; é fortemente recomendada uma abordagem de cuidados compartilhados entre especialistas em cardiomiopatia e centros gerais de cardiologia para adultos.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Avaliação inicial e abordagem para o tratamento em todos os pacientes
Na avaliação inicial, os pacientes devem ser classificados como assintomáticos ou sintomáticos. Eles também devem ser submetidos à estratificação de risco para que se defina o risco de MSC.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Apenas pacientes com sintomas relacionados à obstrução da via de saída, disfunção diastólica ou disfunção sistólica necessitam de terapia medicamentosa. Apenas determinados pacientes com alto risco de MSC necessitam da colocação de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI).
As calculadoras de risco arrítmico podem ser úteis na previsão do risco de MSC e foram validadas em grandes populações.[63]Fernández A, Quiroga A, Ochoa JP, et al. Validation of the 2014 European Society of Cardiology sudden cardiac death risk prediction model in hypertrophic cardiomyopathy in a reference center in South America. Am J Cardiol. 2016 Jul 1;118(1):121-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27189816?tool=bestpractice.com
[64]Nakagawa S, Okada A, Nishimura K, et al. Validation of the 2014 European Society of Cardiology sudden cardiac death risk prediction model among various phenotypes in Japanese patients with hypertrophic cardiomyopathy. Am J Cardiol. 2018 Dec 1;122(11):1939-46.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30293654?tool=bestpractice.com
Um estudo, no entanto, avaliou o modelo de risco de MSC da European Society of Cardiology de 2014 para CMH. O escore prognóstico foi aplicado retrospectivamente a uma grande coorte independente de pacientes com CMH e foi considerado geralmente não confiável para a predizer MSC futura; a maioria dos pacientes que sofreram MSC ou foram submetidos a intervenções apropriadas com CDI foram classificados erroneamente como de baixo risco.[39]Maron BJ, Casey SA, Chan RH, et al. Independent assessment of the European Society of Cardiology sudden death risk model for hypertrophic cardiomyopathy. Am J Cardiol. 2015 Sep 1;116(5):757-64.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26183790?tool=bestpractice.com
As recomendações de consenso restringiram anteriormente todos os atletas com CMH de todos os esportes competitivos; entretanto, as diretrizes dos EUA e da Europa agora aconselham que a participação em exercícios/esportes competitivos de alta intensidade pode ser considerada para alguns indivíduos após uma avaliação abrangente e discussão compartilhada.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
[65]Pelliccia A, Sharma S, Gati S, et al. 2020 ESC guidelines on sports cardiology and exercise in patients with cardiovascular disease. Eur Heart J. 2021 Jan 1;42(1):17-96.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/1/17/5898937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32860412?tool=bestpractice.com
Um grande estudo de coorte prospectivo revelou que entre indivíduos com CMH, ou aqueles com genótipo positivo/fenótipo negativo, que são tratados em centros especializados, aqueles que se exercitam vigorosamente não apresentam uma taxa mais alta de morte ou arritmias com risco de vida do que aqueles que se exercitam moderadamente ou aqueles que são sedentários.[66]Lampert R, Ackerman MJ, Marino BS, et al. Vigorous exercise in patients with hypertrophic cardiomyopathy. JAMA Cardiol. 2023 Jun 1;8(6):595-605.
https://jamanetwork.com/journals/jamacardiology/article-abstract/2805064
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37195701?tool=bestpractice.com
Pacientes com alto risco de morte súbita
A MSC é a forma mais comum de morte em pessoas jovens com CMH, ocorrendo com uma incidência de 1% ao ano.[67]Klein GJ, Krahn AD, Skanes AC, et al. Primary prophylaxis of sudden death in hypertrophic cardiomyopathy, arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy, and dilated cardiomyopathy. J Cardiovasc Electrophysiol. 2005 Sep;16(suppl 1):S28-34.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16138882?tool=bestpractice.com
O mecanismo proposto para a MSC é a taquicardia ventricular (TV) ou fibrilação ventricular (FV) secundária à isquemia.[4]Wigle ED, Rakowski H, Kimball BP, et al. Hypertrophic cardiomyopathy: clinical spectrum and treatment. Circulation. 1995 Oct 1;92(7):1680-92.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/01.CIR.92.7.1680
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7671349?tool=bestpractice.com
A MSC ocorre tipicamente no contexto de um esforço físico extremo. Nenhum tratamento medicamentoso ou cirúrgico demonstrou ser capaz de diminuir o risco de morte súbita em populações maiores, portanto, o CDI é a terapia de primeira linha para pacientes cujo risco de MSC seja considerado significativo.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Para obter detalhes sobre a estratificação de risco, consulte Abordagem diagnóstica.
As diretrizes recomendam a colocação de CDI para pacientes com CMH e parada cardíaca previamente documentada ou arritmia ventricular sustentada causando síncope ou comprometimento hemodinâmico na ausência de causas reversíveis.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
São recomendados testes diagnósticos de rotina para avaliar o risco de MSC, independentemente do estado dos sintomas.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
As diretrizes europeias recomendam uma estratificação abrangente do risco de MSC em todos os pacientes na apresentação inicial, depois em intervalos de 1 a 2 anos ou sempre que houver uma alteração no estado clínico.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Não foram realizados ensaios clínicos randomizados e controlados (ECRCs) sobre o efeito do CDI em pacientes com CMH, embora existam evidências a partir de estudos observacionais.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
[68]Epstein AE, DiMarco JP, Ellenbogen KA, et al. 2012 ACCF/AHA/HRS focused update incorporated into the ACCF/AHA/HRS 2008 guidelines for device-based therapy of cardiac rhythm abnormalities. Circulation. 2013 Jan 22;127(3):e283-352.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0b013e318276ce9b
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23255456?tool=bestpractice.com
Um único marcador de alto risco de parada cardíaca súbita pode ser suficiente para que se considere a colocação profilática do CDI em pacientes selecionados.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
[68]Epstein AE, DiMarco JP, Ellenbogen KA, et al. 2012 ACCF/AHA/HRS focused update incorporated into the ACCF/AHA/HRS 2008 guidelines for device-based therapy of cardiac rhythm abnormalities. Circulation. 2013 Jan 22;127(3):e283-352.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0b013e318276ce9b
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23255456?tool=bestpractice.com
Os pacientes aos quais isso se aplicaria incluem aqueles com um ou mais parentes de primeiro grau ou próximos com 50 anos de idade ou menos com morte súbita presumivelmente causada por CMH, pacientes com espessura máxima da parede do VE maior ou igual a 30 mm, pacientes com um ou mais episódios recentes de síncope com suspeita de arritmia, aneurisma apical do VE, disfunção sistólica do VE com fração de ejeção <50% e realce tardio com gadolínio >15% na ressonância nuclear magnética cardíaca.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Foi relatado que complicações após a colocação do CDI ocorrem a uma taxa de 3.4% ao ano.[69]Schinkel AF, Vriesendorp PA, Sijbrands EJ, et al. Outcome and complications after implantable cardioverter defibrillator therapy in hypertrophic cardiomyopathy. Circ Heart Fail. 2012 Sep 1;5(5):552-9.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCHEARTFAILURE.112.969626
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22821634?tool=bestpractice.com
Esportes de contato devem ser evitados após o implante de CDI.[70]Glikson M, Nielsen JC, Kronborg MB, et al; ESC Scientific Document Group; ESC National Cardiac Societies. 2021 ESC Guidelines on cardiac pacing and cardiac resynchronization therapy. Eur Heart J. 2021 Sep 14;42(35):3427-520.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/35/3427/6358547
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34455430?tool=bestpractice.com
Os pacientes e cuidadores devem ser totalmente informados e participar da tomada de decisões sobre a colocação do CDI.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Eles devem ser aconselhados sobre o risco de choques inadequados, complicações do implante e as implicações sociais, ocupacionais e de condução de veículos do dispositivo. A implantação de um cardioversor desfibrilador só é recomendada em pacientes com expectativa de sobrevida de boa qualidade >1 ano.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Pacientes assintomáticos: sem risco alto de morte súbita
Se o paciente não for considerado como apresentando alto risco de MSC, a colocação do CDI não é necessária. Os pacientes desta categoria que são assintomáticos devem ser cuidadosamente observados quanto ao desenvolvimento de CMH. As diretrizes dos EUA e da Europa agora aconselham que, para aqueles com genótipo positivo e fenótipo negativo (assintomáticos sem evidência de hipertrofia ventricular esquerda [HVE] em imagens cardíacas), a participação em esportes competitivos de qualquer intensidade é razoável.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
[65]Pelliccia A, Sharma S, Gati S, et al. 2020 ESC guidelines on sports cardiology and exercise in patients with cardiovascular disease. Eur Heart J. 2021 Jan 1;42(1):17-96.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/1/17/5898937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32860412?tool=bestpractice.com
Esses pacientes devem ser avaliados regularmente quanto a alterações no estado clínico.
Pacientes sintomáticos: obstrução predominantemente da via de saída do ventrículo esquerdo com função sistólica preservada
Em pacientes sintomáticos com obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo, o objetivo é melhorar os sintomas com uso de medicamentos, cirurgia ou ablação septal por álcool. Um paciente sintomático com obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo em repouso ou provocada é inicialmente tratado com terapia inotrópica ou cronotrópica negativa. A taquifilaxia ao medicamento é comum, e a posologia da medicação deve ser ajustada com o tempo. Na ausência de muitos ECRCs, a terapia farmacológica é administrada principalmente em uma base empírica para melhorar a capacidade funcional e reduzir os sintomas.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Betabloqueadores
Os betabloqueadores são benéficos devido a suas propriedades inotrópicas e cronotrópicas negativas. Os betabloqueadores não vasodilatadores são considerados terapia de primeira linha para CMH sintomática devido a obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo. Em doses padrão, eles são geralmente bem tolerados. Os efeitos colaterais relatados incluem fadiga, impotência, perturbações do sono e bradicardia.
Uma experiência substancial sugere que os betabloqueadores podem mitigar os sintomas e reduzir a obstrução da via de saída nos pacientes em que a obstrução da via de saída do VE ocorre durante os exercícios. Há poucas evidências que sugiram um efeito benéfico nos gradientes da via de saída em repouso; entretanto, um pequeno ECRC revelou que o metoprolol reduziu a obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo em repouso e durante o exercício, proporcionou alívio dos sintomas e melhorou a qualidade de vida em pacientes com CMH obstrutiva. A capacidade máxima de exercício permaneceu inalterada. Este é o primeiro ECRC em mais de 50 anos a abordar o uso de betabloqueadores na CMH.[71]Dybro AM, Rasmussen TB, Nielsen RR, et al. Randomized trial of metoprolol in patients with obstructive hypertrophic cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 2021 Dec 21;78(25):2505-17.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109721078888?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34915981?tool=bestpractice.com
[72]Masri A. A new dawn in HCM: rse of the RCTs. J Am Coll Cardiol. 2021 Dec 21;78(25):2533-6.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109721078980?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34915983?tool=bestpractice.com
O betabloqueador pode oferecer benefícios a pacientes com CMH e sintomas sugestivos de isquemia.
Bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridínicos
Usados para aliviar os sintomas, incluindo os com um componente de dor torácica.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
O verapamil e o diltiazem têm propriedades vasodilatadoras, bem como efeitos inotrópicos e cronotrópicos negativos.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
A administração oral de curto prazo pode aumentar a capacidade de exercício, melhorar os sintomas e normalizar ou melhorar o enchimento diastólico do VE sem alterar a função sistólica.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
O verapamil pode ser usado quando os betabloqueadores são contraindicados ou ineficazes, mas é potencialmente prejudicial em pacientes com CMH obstrutiva e dispneia grave em repouso, hipotensão e gradientes de repouso muito elevados (por exemplo, >100 mmHg) e bebês com <6 semanas de idade.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Foi relatado que o verapamil causa a morte em alguns pacientes com CMH com obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo grave ou pressão arterial pulmonar elevada, pois pode provocar edema pulmonar.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Portanto, deve ser usado com cautela nesses pacientes.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Como resultado, alguns preferem a disopiramida como terapia de segunda linha em vez dos bloqueadores dos canais de cálcio.[4]Wigle ED, Rakowski H, Kimball BP, et al. Hypertrophic cardiomyopathy: clinical spectrum and treatment. Circulation. 1995 Oct 1;92(7):1680-92.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/01.CIR.92.7.1680
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7671349?tool=bestpractice.com
O diltiazem deve ser considerado em pacientes intolerantes ou com contraindicações a betabloqueadores e verapamil.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Disopiramida
Inotrópico negativo e agente antiarrítmico do tipo IA. Para pacientes com obstrução da via de saída do VE e sintomas graves persistentes, apesar da terapia com betabloqueadores ou bloqueadores dos canais de cálcio que não são di-hidropiridina, a adição de disopiramida é recomendada.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Frequentemente, a disopiramida é usada em combinação com um agente que possui propriedades de bloqueio nodal atrioventricular, pois pode aumentar a frequência ventricular em pacientes com fibrilação atrial.
Pode ser considerada monoterapia em pacientes intolerantes ou com contraindicações aos betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
A disopiramida diminui a obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo em repouso. Em um estudo multicêntrico, mostrou-se que 75% dos pacientes com CMH obstrutiva que foram manejados com disopiramida tiveram uma melhora dos sintomas, juntamente com uma redução de 50% no gradiente de saída do VE. Esse efeito benéfico foi sustentado pelo período do estudo, de 3 anos.[73]Sherrid MV, Barac I, McKenna WJ, et al. Multicenter study of the efficacy and safety of disopyramide in obstructive hypertrophic cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 2005 Apr 19;45(8):1251-8.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2005.01.012
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15837258?tool=bestpractice.com
Os efeitos colaterais anticolinérgicos limitantes da dose incluem olhos e boca secos, hesitação ou retenção urinária e constipação. O intervalo QT no ECG deve ser monitorado para prolongamento.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Mavacamten
Inibidor de miosina aprovado para o tratamento de adultos com CMH obstrutiva classe II-III da New York Heart Association (NYHA) sintomática para melhorar a capacidade funcional e os sintomas.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
[74]Day SM, Udelson JE, Bonow RO. Long-term efficacy and safety of mavacamten in symptomatic patients with obstructive hypertrophic cardiomyopathy. JAMA Cardiol. 2023 Oct 1;8(10):978.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37639276?tool=bestpractice.com
[75]National Institute for Health and Care Excellence. Mavacamten for treating symptomatic obstructive hypertrophic cardiomyopathy. 6 Sep 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/TA913
Atua inibindo a miosina adenosina trifosfatase (ATPase) cardíaca, reduzindo assim a formação de pontes cruzadas actina-miosina; isso reduz a contratilidade e melhora a dinâmica miocárdica.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Embora o mavacanteno esteja aprovado para esta indicação nos EUA, as diretrizes mais recentes da American Heart Association e do American College of Cardiology não incluem um inibidor da miosina cardíaca na cascata de tratamento.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
O mavacanteno está atualmente disponível nos EUA através de um programa de Estratégia de Avaliação e Mitigação de Risco (REMS), concebido para monitorar periodicamente os pacientes por meio de ecocardiografias para detecção precoce de disfunção sistólica e para rastrear interações medicamentosas antes de cada prescrição.[76]Braunwald E, Saberi S, Abraham TP, et al. Mavacamten: a first-in-class myosin inhibitor for obstructive hypertrophic cardiomyopathy. Eur Heart J. 2023 Nov 21;44(44):4622-33.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10659958
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37804245?tool=bestpractice.com
As diretrizes da Europa e do Reino Unido recomendam agora o mavacanteno como tratamento de segunda linha para pacientes com CMH e obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
[75]National Institute for Health and Care Excellence. Mavacamten for treating symptomatic obstructive hypertrophic cardiomyopathy. 6 Sep 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/TA913
Deve ser considerado quando a terapia medicamentosa ideal com betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio e/ou disopiramida for ineficaz ou mal tolerada. As diretrizes europeias estipulam que, na ausência de evidência em contrário, o mavacanteno não deve ser utilizado com disopiramida, mas pode ser coadministrado com betabloqueadores ou bloqueadores dos canais de cálcio.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
As diretrizes do Reino Unido diferem, afirmando que pode ser adicionado ao padrão de cuidados otimizado individualmente que inclui betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio ou disopiramida, a menos que sejam contraindicados.[75]National Institute for Health and Care Excellence. Mavacamten for treating symptomatic obstructive hypertrophic cardiomyopathy. 6 Sep 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/TA913
Em pacientes com contraindicações ou sensibilidade conhecida a betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio e disopiramida, o mavacanteno pode ser considerado como monoterapia.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
O ajuste para cima do medicamento até uma dose máxima tolerada deve ser monitorado de acordo com as recomendações licenciadas, utilizando vigilância ecocardiográfica da fração de ejeção do VE.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
No estudo de fase 3 EXPLORER-HCM, o tratamento com mavacanteno melhorou a capacidade de exercício, a obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo, a classe funcional da NYHA e o estado de saúde (sintomas, função física e social e qualidade de vida) em comparação com o placebo em pacientes com CMH obstrutiva sintomática.[77]Olivotto I, Oreziak A, Barriales-Villa R, et al; EXPLORER-HCM study investigators. Mavacamten for treatment of symptomatic obstructive hypertrophic cardiomyopathy (EXPLORER-HCM): a randomised, double-blind, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet. 2020 Sep 12;396(10253):759-69.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32871100?tool=bestpractice.com
[78]Spertus JA, Fine JT, Elliott P, et al. Mavacamten for treatment of symptomatic obstructive hypertrophic cardiomyopathy (EXPLORER-HCM): health status analysis of a randomised, double-blind, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet. 2021 Jun 26;397(10293):2467-75.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34004177?tool=bestpractice.com
[79]Wheeler MT, Olivotto I, Elliott PM, et al. Effects of mamcamten on measures of cardiopulmonary exercise testing beyond peak oxygen consumption: a secondary analysis of the EXPLORER-HCM randomized trial. JAMA Cardiol. 2023 Mar 1;8(3):240-7.
https://jamanetwork.com/journals/jamacardiology/fullarticle/2800305
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36652223?tool=bestpractice.com
O medicamento foi bem tolerado e apresenta bom perfil de segurança; apenas um pequeno subconjunto de pacientes desenvolveu disfunção sistólica do VE transitória, que foi resolvida após a descontinuação temporária do medicamento.
Uma análise secundária encontrou mudanças favoráveis na estrutura e função cardíaca ao longo de 30 semanas de terapia, incluindo melhora nos marcadores ecocardiográficos das pressões de enchimento do VE, gradientes da VSVE e movimento anterior sistólico. Também foram observadas reduções no NT-proPNB, apoiando ainda mais o benefício do mavacanteno na melhora funcional e na remodelação favorável.[80]Hegde SM, Lester SJ, Solomon SD, et al. Effect of mavacamten on echocardiographic features in symptomatic patients with obstructive hypertrophic cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 2021 Dec 21;78(25):2518-32.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109721079006?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34915982?tool=bestpractice.com
Dados interinos de um estudo de extensão de longo prazo, analisados em um acompanhamento mediano de 62.3 semanas, mostraram que o mavacanteno foi associado a melhoras clinicamente importantes e sustentadas dos gradientes da VSVE, da classe NYHA e dos níveis de NT-proPNB que foram consistentes com os observados no estudo principal. O tratamento foi geralmente bem tolerado ao longo de 315 pacientes-ano de exposição.[76]Braunwald E, Saberi S, Abraham TP, et al. Mavacamten: a first-in-class myosin inhibitor for obstructive hypertrophic cardiomyopathy. Eur Heart J. 2023 Nov 21;44(44):4622-33.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10659958
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37804245?tool=bestpractice.com
No ensaio clínico de fase 3 VALOR-HCM, os pacientes que foram atribuídos para receber mavacanteno, bem como aqueles que inicialmente receberam placebo durante 16 semanas e depois passaram para mavacanteno, tiveram uma necessidade significativamente reduzida de terapia de redução septal após 56 semanas em comparação com o placebo.[81]Desai MY, Owens A, Wolski K, et al. Mavacamten in patients with hypertrophic cardiomyopathy referred for septal reduction: week 56 results from the VALOR-HCM randomized clinical trial. JAMA Cardiol. 2023 Oct 1;8(10):968-77.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37639243?tool=bestpractice.com
Em outro ensaio clínico randomizado (EXPLORER-CN), pacientes chineses com CMH obstrutiva sintomática que receberam tratamento com mavacanteno tiveram uma redução significativa no gradiente de pico da via de saída do VE de Valsalva, em comparação com aqueles tratados com placebo[82]Tian Z, Li L, Li X, et al. Effect of mavacamten on Chinese patients with symptomatic obstructive hypertrophic cardiomyopathy: the EXPLORER-CN randomized clinical trial. JAMA Cardiol. 2023 Oct 1;8(10):957-65.
https://jamanetwork.com/journals/jamacardiology/fullarticle/2809051
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37639259?tool=bestpractice.com
Estudos abertos de acompanhamento que avaliam a eficácia e segurança em longo prazo do mavacanteno nesses ensaios, bem como a experiência do mundo real, fornecerão mais informações sobre a durabilidade das melhoras e o perfil de segurança do medicamento.
Miectomia cirúrgica (terapia de redução septal)
Se sintomas graves persistem diante de um gradiente da via de saída ≥50 mmHg provocado ou em repouso, deve-se dar atenção à miectomia cirúrgica, que reduz a massa septal, aliviando a obstrução.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
As diretrizes europeias especificam que os pacientes devem estar na classe funcional III-IV da New York Heart Association/Ross, ou apresentar síncope de esforço recorrente devido à obstrução da via de saída do VE, apesar da terapia medicamentosa máxima tolerada.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
A miectomia elimina ou reduz substancialmente os gradientes da via de saída do VE em mais de 90% dos casos, reduz a regurgitação mitral relacionada ao movimento anterior sistólico e melhora a capacidade de exercício e os sintomas.
O benefício sintomático em longo prazo é alcançado em >80% dos pacientes, com uma sobrevida em longo prazo comparável à da população em geral.
Os determinantes pré-operatórios de um bom desfecho em longo prazo são: idade <50 anos; tamanho do átrio esquerdo <46 mm; ausência de FA; e sexo masculino.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Idade avançada e gravidade aumentada das comorbidades são preditivos de desfechos cirúrgicos desfavoráveis.[83]Panaich SS, Badheka AO, Chothani A, et al. Results of ventricular septal myectomy and hypertrophic cardiomyopathy (from Nationwide Inpatient Sample [1998-2010]). Am J Cardiol. 2014 Nov 1;114(9):1390-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25205630?tool=bestpractice.com
Dados de centros especializados sugerem que as instituições devem ter como meta índices de mortalidade de <1%.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Não se demonstrou, conclusivamente, que a miectomia cirúrgica afeta a incidência de morte súbita.
A taxa de complicações pós-operatórias é estimada em 5.9% na maioria dos centros especializados. As complicações pós-operatórias mais comum são o bloqueio atrioventricular total em pacientes sem anormalidade de condução prévia (3% a 10%), bloqueio de ramo esquerdo (40% a 56%) e defeito do septo ventricular (1%).[83]Panaich SS, Badheka AO, Chothani A, et al. Results of ventricular septal myectomy and hypertrophic cardiomyopathy (from Nationwide Inpatient Sample [1998-2010]). Am J Cardiol. 2014 Nov 1;114(9):1390-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25205630?tool=bestpractice.com
[84]Robbins RC, Stinson EB. Long-term results of left ventricular myotomy and myectomy for obstructive hypertrophic cardiomyopathy. J Thorac Cardiovasc Surg. 1996 Mar;111(3):586-94.
https://www.jtcvs.org/article/S0022-5223(96)70310-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8601973?tool=bestpractice.com
Ablação septal por álcool (ASA)
Pode ser realizado como uma alternativa à miectomia cirúrgica.
Envolve a aplicação de álcool em um ramo perfurante septal alvo da artéria descendente anterior com o objetivo de produzir um infarto do miocárdio e reduzir a espessura do septo.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
O remodelamento septal e o alívio da obstrução após a ASA ocorrem ao longo de vários meses, resultando em uma menor redução no gradiente em repouso se comparada à miectomia cirúrgica, mas uma redução similar nos sintomas do paciente.[85]Ramaraj R. Hypertrophic cardiomyopathy: etiology, diagnosis, and treatment. Cardiol Rev. 2008 Jul-Aug;16(4):172-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18562807?tool=bestpractice.com
[86]Zeng Z, Wang F, Dou X, et al. Comparison of percutaneous transluminal septal myocardial ablation versus septal myectomy for the treatment of patients with hypertrophic obstructive cardiomyopathy - a meta analysis. Int J Cardiol. 2006 Sep 10;112(1):80-4.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16507323?tool=bestpractice.com
As complicações incluem arritmias ventriculares (2.2%), dissecação coronária (1.8%) e bloqueio atrioventricular total (>10%), tornando necessária a colocação de um marca-passo permanente.[87]Alam M, Dokainish H, Lakkis N. Alcohol septal ablation for hypertrophic obstructive cardiomyopathy: a systematic review of published studies. J Interv Cardiol. 2006 Aug;19(4):319-27.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16881978?tool=bestpractice.com
Há uma necessidade maior de implantação de um marca-passo permanente após o procedimento se comparado à miectomia cirúrgica.[88]Agarwal S, Tuzcu EM, Desai MY, et al. Updated meta-analysis of septal alcohol ablation versus myectomy for hypertrophic cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 2010 Feb 23;55(8):823-34.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/j.jacc.2009.09.047
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20170823?tool=bestpractice.com
A mortalidade por todas as causas ou morte súbita cardíaca é baixa após ASA.[89]Leonardi RA, Kransdorf EP, Simel DL, et al. Meta-analyses of septal reduction therapies for obstructive hypertrophic cardiomyopathy: comparative rates of overall mortality and sudden cardiac death after treatment. Circ Cardiovasc Interv. 2010 Apr;3(2):97-104.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCINTERVENTIONS.109.916676
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20197511?tool=bestpractice.com
Não se demonstrou, conclusivamente, que a ASA afeta a incidência de morte súbita.
Embora faltem dados comparando os desfechos posteriores da ASA e da miectomia cirúrgica, um estudo retrospectivo e observacional comparou a mortalidade em longo prazo de pacientes com CMH obstrutiva após ambos os procedimentos. Concluiu que a ASA estava associada ao aumento da mortalidade por todas as causas em longo prazo em comparação com a miectomia septal. Esse achado permaneceu após ajuste para fatores de confundimento (pacientes submetidos à ASA tendem a ser mais velhos, com mais comorbidades e espessura septal reduzida, em comparação com pacientes submetidos à miectomia septal), mas ainda pode ser influenciado por fatores de confundimento não mensurados.[90]Cui H, Schaff HV, Wang S, et al. Survival following alcohol septal ablation or septal myectomy for patients with obstructive hypertrophic cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 2022 May 3;79(17):1647-55.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109722005046?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35483751?tool=bestpractice.com
Marcapasso de câmara dupla
Pode ser uma opção em determinados pacientes com obstrução sintomática refratária ao tratamento clínico que não são candidatos ou não desejam a cirurgia ou a ASA. Entretanto, a estimulação de câmara dupla não é uma linha terapêutica primária; pois a eficácia não foi comprovada em estudos randomizados, cruzados e cegos.[91]Nishimura RA, Trusty JM, Hayes DL, et al. Dual-chamber pacing for hypertrophic cardiomyopathy: a randomized, double-blind, crossover trial. J Am Coll Cardiol. 1997 Feb;29(2):435-41.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/S0735-1097%2896%2900473-1
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9015001?tool=bestpractice.com
[92]Maron BJ, Nishimura RA, McKenna WJ, et al. Assessment of permanent dual-chamber pacing as a treatment for drug-refractory symptomatic patients with obstructive hypertrophic cardiomyopathy: a randomized, double-blind, crossover study (M-PATHY). Circulation. 1999 Jun 8;99(22):2927-33.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/01.CIR.99.22.2927
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10359738?tool=bestpractice.com
O tratamento é associado a uma melhora subjetiva dos sintomas sem a melhora objetiva na capacidade de exercício.
A redução do gradiente é menor que a redução obtida com cirurgia.[93]Ommen SR, Nishimura RA, Squires RW, et al. Comparison of dual-chamber pacing versus septal myectomy for the treatment of patients with hypertrophic obstructive cardiomyopathy: a comparison of objective hemodynamic and exercise end points. J Am Coll Cardiol. 1999 Jul;34(1):191-6.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/S0735-1097%2899%2900173-4
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10400010?tool=bestpractice.com
Manejo de complicações
Isquemia miocárdica
Os pacientes podem desenvolver sintomas ou sinais de isquemia. Isquemia em CMH é multifatorial, não sendo facilmente tratada. Diminuir a demanda de oxigênio miocárdico com inotrópico negativo e agentes cronotrópicos pode se mostrar benéfico. Relatou-se que a cirurgia de remoção do teto da ponte miocárdica (tunelização das artérias coronárias no músculo cardíaco) produz melhora sintomática em pacientes selecionados. Porém, os dados são limitados.[30]Yetman AT, McCrindle BW, MacDonald C, et al. Myocardial bridging in children with hypertrophic cardiomyopathy - a risk factor for sudden death. N Engl J Med. 1998 Oct 22;339(17):1201-9.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM199810223391704
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9780340?tool=bestpractice.com
[94]Fiorani B, Capuano F, Bilotta F, et al. Myocardial bridging in hypertrophic cardiomyopathy: a plea for surgical correction. Ital Heart J. 2005 Nov;6(11):922-4.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16320929?tool=bestpractice.com
Além disso, a ponte miocárdica é frequentemente identificada na CMH e não foi conclusivamente relacionada à MSC.[95]Sorajja P, Ommen SR, Nishimura RA, et al. Myocardial bridging in adult patients with hypertrophic cardiomyopathy. J Am Coll Cardiol. 2003 Sep 3;42(5):889-94.
https://www.jacc.org/doi/10.1016/S0735-1097%2803%2900854-4
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12957438?tool=bestpractice.com
[96]Basso C, Thiene G, Mackey-Bojack S, et al. Myocardial bridging, a frequent component of the hypertrophic cardiomyopathy phenotype, lacks systematic association with sudden cardiac death. Eur Heart J. 2009 Jul;30(13):1627-34.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/30/13/1627/518084
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19406869?tool=bestpractice.com
Portanto, os riscos do procedimento precisam ser considerados quando a intervenção cirúrgica for aconselhada.
Arritmias ventriculares
A implantação de um CDI é recomendada para prevenção secundária em pacientes com CMH que sobreviveram a uma parada cardíaca devido a TV ou FV, ou que apresentam arritmia ventricular espontânea sustentada causando síncope ou comprometimento hemodinâmico na ausência de causas reversíveis. Deve também ser considerada em pacientes que apresentem TV hemodinamicamente tolerada, na ausência de causas reversíveis.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Em pacientes com CMH e CDI compatíveis com estimulação, recomenda-se a programação de estimulação antitaquicardia para minimizar o risco de choques.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Embora faltem dados, medicamentos antiarrítmicos, como betabloqueadores (por exemplo, sotalol) e amiodarona, devem ser considerados para pacientes com arritmia ventricular sintomática recorrente ou choques recorrentes do CDI.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
A ablação por cateter em centros especializados pode ser considerada em pacientes selecionados com TV monomórfica sustentada sintomática (TVMS) recorrente e sintomática, ou choques recorrentes do CDI para TVMS, nos quais os medicamentos antiarrítmicos são ineficazes, contraindicados ou não tolerados.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
[97]Zeppenfeld K, Tfelt-Hansen J, de Riva M, et al. 2022 ESC Guidelines for the management of patients with ventricular arrhythmias and the prevention of sudden cardiac death. Eur Heart J. 2022 Oct 21;43(40):3997-4126.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/43/40/3997/6675633?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36017572?tool=bestpractice.com
arritmias atriais
Arritmias atriais, incluindo fibrilação atrial (FA), são comuns, principalmente em pacientes idosos com CMH. A prevalência de FA entre pacientes com CMH é estimada em 17% a 39%, com incidência anual de 2.8% a 4.8%.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
A FA é frequentemente mal tolerada nos pacientes com CMH.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Como resultado, é necessária uma estratégia agressiva para a manutenção do ritmo sinusal. A FA paroxística ou crônica está associada ao aumento do átrio esquerdo.[4]Wigle ED, Rakowski H, Kimball BP, et al. Hypertrophic cardiomyopathy: clinical spectrum and treatment. Circulation. 1995 Oct 1;92(7):1680-92.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/01.CIR.92.7.1680
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7671349?tool=bestpractice.com
A FA está independentemente associada à morte decorrente de insuficiência cardíaca, à ocorrência de AVC fatal ou não fatal e à progressão de longa duração com sintomas de insuficiência cardíaca.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
O manejo da FA é igual ao dos pacientes sem CMH. No entanto, a digoxina normalmente não é usada para controle de frequência cardíaca atrial se o paciente apresentar hipertrofia significativa, pois existe uma preocupação teórica de que possa exacerbar a obstrução na via de saída do VE devido a um efeito inotrópico positivo.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Além disso, os escores tradicionais do risco de AVC usados na população em geral, como CHA2DS2-VASc (insuficiência cardíaca congestiva ou disfunção ventricular esquerda, hipertensão, idade ≥75 [duplicada], diabetes, doença vascular relacionada a AVC [duplicado], idade de 65 a 74 anos, categoria de sexo [feminino]) não são preditivos em pacientes com CMH, com evidências sugerindo que seu desempenho pode ser inferior ao ideal.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
[98]Writing Committee Members, Joglar JA, Chung MK, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS Guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2024 Jan 2;83(1):109-279.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109723064653?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38043043?tool=bestpractice.com
Por esse motivo, embora não existam ECRCs avaliando o papel da anticoagulação em pacientes com CMH, dada a alta incidência de AVC, a anticoagulação profilática é recomendada em todos os pacientes com CMH e FA (se não houver contraindicação).[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Um anticoagulante oral direto é recomendado como opção de primeira linha e um antagonista da vitamina K (por exemplo, varfarina) como opção de segunda linha.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
[98]Writing Committee Members, Joglar JA, Chung MK, et al. 2023 ACC/AHA/ACCP/HRS Guideline for the diagnosis and management of atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2024 Jan 2;83(1):109-279.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38043043?tool=bestpractice.com
Consulte Novo episódio de fibrilação atrial (Manejo) eFibrilação atrial crônica (Manejo)
Disfunção sintomática do nó sinusal
O implante de marca-passo permanente é indicado como em outras formas de cardiopatias. A implantação de um marca-passo permanente também é indicada para pacientes com bloqueio atrioventricular (AV) de alto grau que apresentam sintomas ou arritmias, como FA ou arritmias ventriculares, exacerbadas por bradicardia ou pausas prolongadas.
Disfunção sistólica e/ou diastólica
Embora alguns pacientes possam ter obstrução na via de saída do VE e função cardíaca reduzida, esses sintomas são incomuns. Para pacientes com disfunção sistólica e/ou diastólica com um componente obstrutivo significativo, deve-se ajustar a terapia de modo a prevenir o agravamento da obstrução da via de saída do VE. Esses pacientes necessitam de terapia individualizada, com manejo por especialistas.
Pacientes sintomáticos: predominantemente não obstrutiva, com função sistólica preservada
Os sintomas relacionam-se à disfunção diastólica, com preenchimento comprometido que resulta em redução do débito cardíaco e congestão pulmonar. Os pacientes são mais sintomáticos quando a frequência cardíaca é mais elevada, pois o enchimento diastólico fica ainda mais comprometido; um agente cronotrópico negativo pode, portanto, ser benéfico nesse cenário.[4]Wigle ED, Rakowski H, Kimball BP, et al. Hypertrophic cardiomyopathy: clinical spectrum and treatment. Circulation. 1995 Oct 1;92(7):1680-92.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/01.CIR.92.7.1680
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7671349?tool=bestpractice.com
Acredita-se que os bloqueadores dos canais de cálcio que não são di-hidropiridina melhorem os sintomas, secundários ao efeito benéfico no relaxamento miocárdico e no enchimento ventricular. Eles também são inotrópicos negativos que podem ajudar no alívio dos sintomas. Podem-se utilizar betabloqueadores, pois eles podem melhorar o preenchimento diastólico em razão de seu efeito cronotrópico negativo. A disopiramida não é recomendada por, possivelmente, reduzir o débito cardíaco mais que outras terapias nesse caso.
Nitratos orais podem ser usados com cautela para alívio da angina.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Pode-se considerar que a ranolazina melhora os sintomas em pacientes com dor torácica semelhante à angina e sem evidência de obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo, mesmo na ausência de doença arterial coronariana obstrutiva.[1]Arbelo E, Protonotarios A, Gimeno JR, et al. 2023 ESC Guidelines for the management of cardiomyopathies. Eur Heart J. 2023 Oct 1;44(37):3503-626.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/44/37/3503/7246608?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37622657?tool=bestpractice.com
Consulte Cardiopatia isquêmica estável (Manejo) para obter detalhes adicionais sobre o manejo da angina.
O manejo da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida concentra-se em: (1) estratificação de risco e manejo de comorbidades, incluindo hipertensão, diabetes mellitus, obesidade, fibrilação atrial, doença arterial coronariana, doença renal crônica e apneia obstrutiva do sono; (2) manejo não farmacológico, incluindo exercícios e perda de peso; e (3) tratamento farmacológico, nomeadamente medicamentos modificadores de doença e medicamentos para controle dos sintomas (por exemplo, alívio da congestão com diuréticos de alça).[99]Kittleson MM, Panjrath GS, Amancherla K, et al. 2023 ACC expert consensus decision pathway on management of heart failure with preserved ejection fraction: a report of the American College of Cardiology Solution Set Oversight Committee. J Am Coll Cardiol. 2023 May 9;81(18):1835-78.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0735109723050982?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37137593?tool=bestpractice.com
Para obter detalhes adicionais sobre o manejo da insuficiência cardíaca, consulteInsuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (Manejo)
Manejo de complicações
Se o paciente desenvolver sinais ou sintomas de isquemia, pode ser benéfico reduzir a demanda miocárdica de oxigênio com agentes inotrópicos ou cronotrópicos negativos. Deve-se identificar a etiologia da isquemia (isto é, aumento da obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo, doença arterial coronariana ou ponte miocárdica).
Além disso, todos os pacientes com arritmia ventricular sintomática ou arritmias ventriculares assintomáticas importantes devem receber um CDI.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
Arritmias atriais (por exemplo, FA) devem ser tratadas (conforme descrito para pacientes com obstrução de saída do VE predominante) para manter o ritmo sinusal. Acredita-se que o risco de tromboembolismo sistêmico nesses pacientes seja significativo, e, portanto, o limiar para início da terapia anticoagulante deve ser baixo.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
A anticoagulação é recomendada para todos os pacientes com CMH e FA, com um anticoagulante oral direto de primeira linha e um antagonista da vitamina K (por exemplo, varfarina) de segunda linha.[2]Ommen SR, Mital S, Burke MA, et al. 2020 AHA/ACC guideline for the diagnosis and treatment of patients with hypertrophic cardiomyopathy: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2020 Dec 22;142(25):e558-631.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000937
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33215931?tool=bestpractice.com
A implantação de um marca-passo permanente também é indicada para pacientes com disfunção do nó sinusal e CMH sintomáticos, pacientes com bloqueio AV sintomático de alto grau e pacientes com arritmias, como FA ou arritmias ventriculares, exacerbadas por bradicardia ou pausas prolongadas.
Pacientes sintomáticos: insuficiência cardíaca em estágio terminal com disfunção sistólica
A duração média da doença, do início dos sintomas ao estágio terminal, é de 14 anos.[100]Harris KM, Spirito P, Maron MS, et al. Prevalence, clinical profile, and significance of left ventricular remodeling in the end-stage phase of hypertrophic cardiomyopathy. Circulation. 2006 Jul 18;114(3):216-25.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.105.583500
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16831987?tool=bestpractice.com
A função sistólica deteriora-se, e o ventrículo esquerdo remodela-se e fica dilatado. O mecanismo da CMH em estágio terminal é, provavelmente, uma lesão isquêmica difusa. Os fatores de risco para a doença terminal incluem idade menos avançada ao diagnóstico, sintomas mais graves, maior tamanho da cavidade VE e história familiar de doença em estágio terminal. Uma vez surgida essa complicação, a mortalidade é alta, com tempo médio até o óbito ou transplante cardíaco de 2.7 ± 2.1 anos.[100]Harris KM, Spirito P, Maron MS, et al. Prevalence, clinical profile, and significance of left ventricular remodeling in the end-stage phase of hypertrophic cardiomyopathy. Circulation. 2006 Jul 18;114(3):216-25.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCULATIONAHA.105.583500
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16831987?tool=bestpractice.com
Terapia medicamentosa
Esses pacientes são tratados com a terapia padrão para insuficiência cardíaca, incluindo inicialmente um betabloqueador e um inibidor da enzima conversora da angiotensina (IECA) ou um antagonista do receptor de angiotensina II.[101]Heidenreich PA, Bozkurt B, Aguilar D, et al. 2022 AHA/ACC/HFSA Guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2022 May 3;145(18):e895-1032.
https://www.doi.org/10.1161/CIR.0000000000001063
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35363499?tool=bestpractice.com
Terapias de segunda linha incluem digoxina, diuréticos ou antagonistas da aldosterona. Em função de um possível comprometimento da pré-carga, os diuréticos devem ser utilizados com mais cautela nesses pacientes que em pacientes com outras causas de insuficiência cardíaca. A digoxina pode ser utilizada em pacientes com VE dilatado e com função reduzida. Normalmente não é usada no contexto de hipertrofia grave. A digoxina também não deve ser utilizada se o paciente tiver pré-excitação ventricular através de uma via acessória, pois seu efeito de bloqueio do nó AV pode promover uma rápida condução da arritmia atrial através da via acessória, precipitando uma arritmia ventricular ou um comprometimento hemodinâmico.
transplante de coração
Se os pacientes permanecerem refratários à terapia medicamentosa, deve-se considerar um transplante cardíaco.[101]Heidenreich PA, Bozkurt B, Aguilar D, et al. 2022 AHA/ACC/HFSA Guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2022 May 3;145(18):e895-1032.
https://www.doi.org/10.1161/CIR.0000000000001063
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35363499?tool=bestpractice.com
Foi comprovado que o transplante de coração melhora a sobrevida e a qualidade de vida para os pacientes com insuficiência cardíaca em estágio terminal secundária a CMH.[101]Heidenreich PA, Bozkurt B, Aguilar D, et al. 2022 AHA/ACC/HFSA Guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2022 May 3;145(18):e895-1032.
https://www.doi.org/10.1161/CIR.0000000000001063
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35363499?tool=bestpractice.com
A presença de comorbidades, o estado do cuidador e os objetivos de cuidados devem ser levados em consideração ao se analisar se o paciente é elegível para transplante.[101]Heidenreich PA, Bozkurt B, Aguilar D, et al. 2022 AHA/ACC/HFSA Guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2022 May 3;145(18):e895-1032.
https://www.doi.org/10.1161/CIR.0000000000001063
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35363499?tool=bestpractice.com