Prevenção primária

Pelo menos 70% dos casos de CHC nos EUA poderiam potencialmente ser evitados por meio da eliminação de fatores de risco, como excesso de peso corporal, infecções por HBV e HCV e consumo excessivo de bebidas alcoólicas.[2]

A imunização para o HBV é recomendada para todas as crianças e adultos em risco de infecção por HBV, a qual ajuda a prevenir o desenvolvimento do CHC associado à hepatite.[3][55][56]​ A American Association for the Study of Liver Diseases (AASLD) também recomenda a imunização contra o HBV para todos os neonatos.[3]

A prevenção da infecção por HCV pode ser alcançada pelo rastreamento dos doadores de sangue, precauções universais contra a contaminação do sangue nos serviços de saúde, a cura dos pacientes com HCV e a redução da transmissão do HCV decorrente do uso de drogas injetáveis.[57]​ O rastreamento familiar, o diagnóstico precoce e a correção da sobrecarga de ferro para impedir a fibrose hepática nos pacientes com hemocromatose são medidas importantes para prevenir o CHC neste grupo de pacientes.

Um estudo retrospectivo constatou que o uso de aspirina em baixas doses estava associado a um risco consideravelmente mais baixo de CHC e mortalidade por causas hepáticas em pacientes com hepatite viral crônica, em comparação com pacientes sem história de uso de aspirina. O risco de hemorragia digestiva não apresentou diferença significativa entre pacientes que tomaram aspirina e aqueles que não a tomaram.[58]​ A AASLD desaconselha o uso da aspirina para reduzir o risco de CHC, a menos que seja prescrita para o tratamento de outra indicação.[3]

Os pacientes com doença hepática crônica devem receber tratamento adequado e oportuno e ser encorajados a se absterem de álcool e tabaco, e a evitarem a exposição a aflatoxinas (por exemplo, amendoim contaminado) e ácido aristolóquico (por exemplo, em alguns medicamentos fitoterápicos) para minimizar o risco de cirrose e um consequente desenvolvimento de CHC. Eles devem ser aconselhados sobre a manutenção de um peso saudável e o manejo das comorbidades, de modo a reduzir o risco de desenvolvimento de CHC.[3]

Alguns relatórios também sugeriram que o consumo de café pode diminuir o risco de desenvolvimento de CHC; no entanto, a preparação e a quantidade mais benéficas não estão claras.[3]

Prevenção secundária

Há fortes evidências de que uma terapia antiviral efetiva para controlar a infecção pelo HBV ou HCV reduz substancialmente (mas não elimina) o risco de CHC.[3][144][145][146]

Pacientes com doença hepática crônica relacionada ao HBV ou HCV devem ser considerados para o tratamento específico da doença subjacente após a ressecção ou transplante de fígado, para evitar a recorrência do CHC. Os pacientes que recebem transplante de fígado para o CHC relacionado ao HBV devem continuar recebendo imunoglobulina contra hepatite B e análogos de nucleosídeo/nucleotídeo para reduzir o risco de infecção do enxerto e prevenir a recorrência do CHC. No entanto, agora existem evidências de alta qualidade para mostrar que análogos de nucleosídeo/nucleotídeo mais recentes com risco muito baixo de resistência são efetivos na prevenção da hepatite no enxerto sem o uso de imunoglobulina contra hepatite B, o que resulta em desfechos de longa duração excelentes.[147]

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