História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
presença de fatores de risco
Os principais fatores de risco incluem doença hepática subjacente (particularmente cirrose), infecção crônica por hepatite B, cirrose crônica por hepatite C, uso elevado e crônico de bebidas alcoólicas, diabetes mellitus, obesidade e história familiar de câncer hepático.
Incomuns
hepatomegalia
O fígado pode estar aumentado devido à hipervascularidade do tumor ou inflamação contínua decorrente da doença hepática crônica.
Outros fatores diagnósticos
comuns
distensão abdominal
Os pacientes normalmente apresentam plenitude abdominal ou ascite associada a cirrose.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Esta paciente cambojana apresentou abdome distendido devido ao CHC, resultante da infecção crônica por hepatite BCentros de Controle e Prevenção de Doenças/Patricia Walker, MD, Regions Hospital, MN; usado com permissão [Citation ends].
hemorragia por varizes esofágica ou gástrica
Mais comum nos pacientes com cirrose descompensada.
dor abdominal no quadrante superior direito
Devido a hepatomegalia, inflamação do fígado e estiramento da cápsula hepática.
saciedade precoce
Decorre da compressão do estômago pela ascite.
perda de peso
Característica clínica inespecífica, porém típica.
edema nos membros inferiores
Característica inespecífica.
encefalopatia hepática
Mais comum nos pacientes com cirrose descompensada.
caquexia
Pode estar associada com cirrose e/ou CHC.
icterícia
Indicativa de cirrose descompensada progressiva.
esplenomegalia
Indicativa de hipertensão portal secundária à cirrose.
asterixis (flapping)
Muito mais comum na cirrose descompensada e sugestiva de encefalopatia hepática.
nevos arâneos
Indicativos de doença hepática crônica ou cirrose.
eritema palmar
Indicativos de doença hepática crônica ou cirrose.
veias colaterais periumbilicais
Principalmente presentes nos pacientes com cirrose descompensada.
fetor hepaticus
Nos pacientes com encefalopatia hepática.
Incomuns
diarreia
Talvez uma característica que indique síndrome paraneoplásica nos pacientes com CHC.
síndrome paraneoplásica
A hipoglicemia pode ser uma parte da síndrome paraneoplásica. Várias outras síndromes paraneoplásicas foram associadas ao CHC, incluindo hipercalcemia, eritrocitose, diarreia aquosa (devido à gastrina ou peptídeos intestinais vasoativos), dermatomiosite, pênfigo foliáceo e acantose nigricans.
dor óssea
Indicativa de metástases.
dor abdominal intensa
Em associação com a ruptura espontânea do tumor para a cavidade peritoneal.
icterícia obstrutiva
Pode ser decorrente de um tumor que obstrui os ductos biliares.
veias hemorroidais aumentadas
Estão presentes no reto dos pacientes com cirrose avançada ou descompensada.
sopro vascular
Ocorre secundariamente à hipervascularidade do tumor.
Fatores de risco
Fortes
cirrose
Considerada o fator de risco predisponente mais significativo, uma vez que o CHC é um câncer primário que surge dos hepatócitos no fígado predominantemente cirrótico. Mais de 80% dos pacientes com CHC têm cirrose.[3]
infecção crônica por vírus da hepatite B (HBV)
Um dos fatores de risco etiológicos mais prevalentes em todo o mundo, exceto em áreas com programas dedicados à eliminação do vírus.[3][29]
A infecção por HBV em uma idade precoce e o estádio do portador de HBV aumentam o risco de CHC.[30]
O risco aumenta nos pacientes que têm antígeno da hepatite Be (HBeAg), alto nível de DNA do HBV, mutação pré-core/core-promoter basal, idade avançada, cirrose, níveis elevados de aminotransferase, consumo elevado de bebidas alcoólicas e coinfecção com vírus da hepatite C.[18][30][31][32][33][34][35]
Um estudo dos EUA realizado em adultos ≥30 anos de idade revelou que 6.6% dos casos de CHC podem ser atribuídos a infecções por HBV.[36]
infecção por hepatite C (HCV) crônica
Um dos fatores de risco etiológicos mais prevalentes em todo o mundo, exceto em áreas com programas dedicados à eliminação do vírus.[3][29]
Diferente do HBV, os pacientes com infecção por HCV quase sempre desenvolvem cirrose antes de desenvolver o CHC.[37] De 2% a 20% das pessoas com infecção crônica por HCV desenvolvem cirrose, geralmente durante um período de aproximadamente 20-25 anos.[38] A co-infecção viral (por exemplo, HBV ou HIV), a duração da infecção e o consumo de álcool elevado aumentam o risco de desenvolvimento de cirrose e CHC nos pacientes com HCV.[35][39]
A duração do período em que os pacientes têm o vírus está relacionada com o risco de desenvolvimento de CHC.
Um estudo dos EUA realizado em adultos ≥30 anos de idade revelou que 24% dos casos de CHC podem ser atribuídos a infecções por HCV.[36]
uso elevado e crônico de bebidas alcoólicas
Um fator de risco independente para o CHC.
O uso de álcool >80 g/dia por mais de 10 anos pode aumentar o risco de desenvolvimento de CHC em cinco vezes.[40]
Um estudo dos EUA realizado em adultos ≥30 anos de idade revelou que 22% dos casos de CHC podem ser atribuídos ao consumo intenso de bebidas alcoólicas.[36]
diabetes
obesidade
história familiar de câncer hepático
Existe uma correlação estreita entre uma história familiar de CHC em um parente de primeiro grau e o desenvolvimento de CHC. No entanto, a natureza exata dessa relação ainda não está totalmente compreendida.[19]
Fracos
exposição à aflatoxina
A toxina geralmente contamina milho, soja e amendoim e causa mutação no gene supressor de tumor p53, que leva ao desenvolvimento do CHC.[43]
exposição ao contraste radioativo com dióxido de tório
O dióxido de tório foi um contraste radioativo usado no início das décadas de 1920 a 1950. Ele tem meia-vida prolongada e é absorvido pelo fígado, baço e medula óssea, e causa CHC com um período latente de 15-25 anos.[44]
O dióxido de tório não é mais usado para exames de imagem, e é improvável que ocorram mais casos de CHC devido a esse agente de contraste.
hemocromatose
A sobrecarga de ferro em pacientes com vírus da hepatite C aumenta o risco de CHC. Os pacientes com hemocromatose genética apresentam um aumento do risco de CHC.[45] Além disso, parentes de primeiro grau de pacientes com hemocromatose hereditária (HH) têm uma alta chance de herdar HH e, portanto, apresentam aumento do risco de CHC.[45]
tabagismo
O tabagismo danifica os hepatócitos por efeito direto ou indireto, e por efeito oncogênico ou imunológico. Ele produz substâncias químicas que causam necroinflamação e fibrose e também pode causar sobrecarga de ferro no fígado pela policitemia secundária.[46][47]
Um estudo dos EUA realizado em adultos ≥30 anos de idade revelou que 23% dos casos de CHC podem ser atribuídos ao tabagismo.[36]
deficiência de alfa 1-antitripsina
Um distúrbio hereditário causado pela mutação no gene SERPINA1, que resulta na destruição das células do pulmão e do fígado pela elastase neutrofílica devido à deficiência ou formação anormal de alfa 1-antitripsina.[48] Esses pacientes apresentam risco de desenvolvimento de cirrose hepática e também de enfisema pulmonar.
porfiria cutânea tardia
Afecção de pele com bolhas causada por uma deficiência de uroporfirinogênio descarboxilase hepática. Está associada a um aumento do risco de CHC. É provável que ela seja influenciada por fatores de risco associados, como infecção por hepatite C, abuso de álcool crônico e sobrecarga de ferro.[49][50]
colangite biliar primária (CBP)
O CHC é uma complicação da CBP de longa duração. Idade avançada, sexo masculino e hipertensão portal são os preditores clínicos do CHC nos pacientes com CBP.[51]
colangite esclerosante primária
Pacientes com cirrose de estádio tardio devido a colangite esclerosante primária podem apresentar aumento do risco de CHC. A incidência de CHC na colangite esclerosante primária não foi bem estudada, mas dados limitados sugerem uma incidência ao longo da vida de 0.3% a 2.8%.[52]
uso de esteroides androgênicos
O uso em longo prazo de esteroides androgênicos anabólicos aumenta o risco de tumores hepáticos benignos e malignos. Os hepatócitos expressam receptores de androgênios e estrogênios. Experimentalmente, andrógenos e estrogênios têm sido implicados na estimulação da proliferação de hepatócitos e podem atuar como indutores ou promotores de tumores hepáticos.[53][54]
uso de contraceptivos orais
O uso em longo prazo de contraceptivos orais aumenta o risco de tumores hepáticos benignos e malignos. Os hepatócitos expressam receptores de androgênios e estrogênios. Experimentalmente, andrógenos e estrogênios têm sido implicados na estimulação da proliferação de hepatócitos e podem atuar como indutores ou promotores de tumores hepáticos.[53][54]
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal