Epidemiologia

O uso de metanfetamina representa um crescente problema de saúde pública no mundo todo, e há preocupação de que possa se tornar a próxima crise relacionada ao uso de substâncias nos EUA.[6] No período de 2010-2020, foi observada uma tendência crescente no mundo todo; a quantidade de metanfetamina apreendida aumentou cinco vezes, e a quantidade de anfetamina aumentou quatro vezes.[7] Em 2020, as apreensões globais foram estimadas de 375 toneladas, um aumento de 16%, para a metanfetamina; e 75 toneladas, uma queda de 5%, para a anfetamina.[7] Dados de apreensões sugerem que a produção e o tráfico de metanfetamina está se espalhando por novas áreas do planeta, e que há um crescimento pequeno, porém constante, do mercado de metanfetamina na União Europeia.[8][9]

Um relatório de 2022 estima que, entre adultos jovens na Europa, entre 15 e 34 anos de idade, 1.4 milhão usaram anfetamina ou metanfetamina no último ano (1.4% dessa faixa etária).[7] Cheirar é a via de administração mais comum em toda a Europa, tanto para a anfetamina quanto para a metanfetamina (67% e 41%, respectivamente). A injeção é menos comum para o uso de anfetamina em geral (7%), mas é relatada como uma via de administração comum em alguns países europeus, como Finlândia, Noruega, Polônia e Suécia. A injeção é uma via mais comum para o uso da metanfetamina (31%).[10]

Nos EUA, uma redução na exposição à metanfetamina foi inicialmente observada após a aprovação do Combat Methamphetamine Epidemic Act de 2005, mas desde 2007 a taxa e a gravidade da exposição à metanfetamina aumentaram, devido ao uso por pessoas de 20 anos e acima. A National Survey of Drug Use and Health relatou que, em 2021, 0.9% da população dos EUA acima de 12 anos usou metanfetamina no último ano, embora seja preciso cautela na interpretação desses dados devido a diferenças metodológicas na coleta de dados em decorrência da pandemia de COVID-19. De acordo com a mesma pesquisa, 0.07% da população dos EUA acima de 12 anos de idade teve transtorno relacionado ao uso de metanfetamina no último ano; esse risco foi maior entre adultos com 26 anos ou mais.[11][12]​​ Em 2022 nos EUA, estimou-se que 0.2% de alunos do 8o ano, 0.3% de alunos do 10o ano e 0.5% de alunos do 12o ano relataram ter usado metanfetamina nos últimos 12 meses.[13]

A morbidade e a mortalidade relacionadas ao uso de anfetamina e metanfetamina estão aumentando. Nos EUA, entre 2012 e 2021, as mortes envolvendo metanfetaminas, anfetaminas e estimulantes prescritos aumentaram mais de 12 vezes, de 0.8 por 100,000 em 2012 para 10.0 em 2021.[14] Em 2020 nos EUA, aproximadamente 23,837 pessoas morreram por overdose de psicoestimulantes com potencial para abuso diferentes da cocaína (principalmente metanfetamina).[15] Nos EUA, as mortes que envolvem a metanfetamina mais que triplicaram entre 2011 e 2016.[16] Entre 2008 e 2015, as hospitalizações relacionadas ao uso de anfetamina mais que triplicaram nos EUA.[17] Em alguns estados, as mortes atribuídas à toxicidade por (met)anfetamina já são maiores que as mortes atribuídas a overdoses por opioides.[18] Um aumento nas mortes por overdose pode ser parcialmente explicado pelo aumento da potência e pelo aumento do consumo de múltiplas drogas; mais de 50% de todas as mortes relacionadas com estimulantes nos EUA também envolvem opioides.[14][19]​​ O surgimento e o uso crescente de novas drogas em alguns locais, por exemplo, catinonas e novas anfetaminas, complicam ainda mais a epidemiologia, bem como o perfil de risco, para as pessoas que usam estas substâncias.[20]

Vários estudos locais dos EUA relataram padrões de maior risco no uso de metanfetamina, como injeção com fentanila (um analgésico opioide sintético) ou com heroína.[21][22][23]​​​​​​​​​​ O uso concomitante de estimulantes com fentanila pode não ser intencional pois em algumas regiões, como nos EUA, grande parte da metanfetamina vendida nas ruas contém níveis imprevisíveis de fentanila; normalmente, os usuários dessas drogas não têm conhecimento desse fato.[24] Índios norte-americanos e nativos do Alaska apresentam risco particularmente alto de morte por overdose de metanfetamina.[25]

De acordo com um grande conjunto de dados dos EUA (de 2010 a 2019), fumar metanfetamina é a via de exposição mais comum (68%), seguida pelo uso intravenoso (24%) e cheirar/aspirar (10%).[26] Comparando os anos de 2000 a 2019, as chances de injetar metanfetamina foram maiores entre indivíduos negros em áreas urbanas (razão de chances [RC] = 2.30, intervalo de confiança [IC] de 95% = 1.76 a 3.00, P <0.0001).[26]

Um relatório de 2022 estima que, entre adultos jovens na Europa, entre 15 e 34 anos de idade, 1.4 milhão usaram anfetamina ou metanfetamina no último ano (1.4% dessa faixa etária).[7]​ Cheirar é a via de administração mais comum em toda a Europa, tanto para a anfetamina quanto para a metanfetamina (67% e 41%, respectivamente). A injeção é menos comum para o uso de anfetaminas em geral (7%), mas é relatada como uma via de administração comum em alguns países europeus, como Finlândia, Noruega, Polônia e Suécia. A injeção é uma via mais comum para o uso da metanfetamina (31%).[10]

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