Os principais objetivos do tratamento para pacientes com policitemia vera (PV) são aliviar os sintomas, prevenir eventos hemorrágicos e prolongar a sobrevida pela redução de eventos trombóticos importantes.
A flebotomia, a aspirina em baixas doses e a terapia citorredutora são a base do tratamento. A citorredução é geralmente reservada para pacientes com alto risco de trombose.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
O valor desejado de hematócrito para flebotomia ou citorredução é <45%. Não há evidências de que qualquer um dos tratamentos para PV reduza efetivamente o risco de progressão para mielofibrose pós-PV ou para leucemia aguda.[13]Vannucchi AM. How I treat polycythemia vera. Blood. 2014 Nov 20;124(22):3212-20.
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Fatores de risco cardiovascular (por exemplo, hipertensão, diabetes, hiperlipidemia, tabagismo) devem ser identificados e controlados agressivamente em todos os pacientes com PV. Dê conselhos sobre modificação do estilo de vida (por exemplo, abandono do hábito de fumar, controle de peso) para reduzir o risco de desenvolver sintomas ou para moderar a gravidade dos sintomas que já podem existir. Ofereça cuidados de suporte para garantir o manejo ideal dos sintomas.
Pacientes grávidas e crianças requerem tratamento especializado, assim como a presença de leucocitose e/ou trombocitose.
Estratificação de risco
Os pacientes com PV são tratados com base no risco de trombose. A seguinte estratificação de risco convencional é comumente usada:[55]Marchioli R, Finazzi G, Landolfi R, et al. Vascular and neoplastic risk in a large cohort of patients with polycythemia vera. J Clin Oncol. 2005 Apr 1;23(10):2224-32.
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[67]McMullin MF, Harrison CN, Ali S, et al. A guideline for the diagnosis and management of polycythaemia vera: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):176-91.
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[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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Alguns pacientes de baixo risco podem ser considerados de alto risco na presença de fatores de risco cardiovascular (por exemplo, hipertensão, diabetes, hiperlipidemia, tabagismo), contagem leucocitária elevada ou trombocitose acentuada, ou hematócrito não controlado com flebotomia.[67]McMullin MF, Harrison CN, Ali S, et al. A guideline for the diagnosis and management of polycythaemia vera: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):176-91.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30478826?tool=bestpractice.com
Pacientes de baixo risco
A flebotomia e a aspirina em baixas doses são a base do tratamento para pacientes com PV de baixo risco. A terapia citorredutora não é recomendada rotineiramente em pacientes de baixo risco.
Aspirina em baixas doses
Todos os pacientes com PV devem receber aspirina em baixas doses diariamente, a menos que haja contraindicação. Foi demonstrado que a aspirina em baixas doses diminui modestamente o risco trombótico sem aumentar significativamente o risco de sangramento.[105]Landolfi R, Marchioli R, Kutti J, et al. Efficacy and safety of low-dose aspirin in polycythemia vera. N Engl J Med. 2004 Jan 8;350(2):114-24.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa035572
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14711910?tool=bestpractice.com
A aspirina em baixas doses duas vezes ao dia pode ser considerada para pacientes com sintomas refratários ou pacientes com maior risco de trombose arterial (incluindo aqueles com fatores de risco cardiovascular ou leucocitose).[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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[106]Rocca B, Tosetto A, Betti S, et al. A randomized double-blind trial of 3 aspirin regimens to optimize antiplatelet therapy in essential thrombocythemia. Blood. 2020 Jul 9;136(2):171-82.
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Para pacientes com trombocitose acentuada (contagem plaquetária ≥1000 × 10⁹/L [≥1000 × 10³/microlitro]), realize testes de coagulação para avaliar a síndrome de von Willebrand adquirida. A aspirina deve ser usada com cautela ou suspensa em pacientes com doença de von Willebrand adquirida por causa do aumento do risco de sangramento.[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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[105]Landolfi R, Marchioli R, Kutti J, et al. Efficacy and safety of low-dose aspirin in polycythemia vera. N Engl J Med. 2004 Jan 8;350(2):114-24.
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Não existem dados para dar suporte ao uso de outros agentes antiplaquetários quando a aspirina é contraindicada, exceto em situações clínicas como ataques isquêmicos transitórios, para as quais existem diretrizes. O clopidogrel foi sugerido como um potencial agente antiplaquetário alternativo.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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Flebotomia
Recomendada em todos os pacientes de baixo risco. Realize a flebotomia duas vezes por semana (ou em dias alternados se hematócrito ≥60%); 250-500 mL de sangue são substituídos por soro fisiológico até que o hematócrito seja <45%.[54]Marchioli R, Finazzi G, Specchia G, et al. Cardiovascular events and intensity of treatment in polycythemia vera. N Engl J Med. 2013 Jan 3;368(1):22-33.
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[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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[107]Barbui T, Passamonti F, Accorsi P, et al. Evidence- and consensus-based recommendations for phlebotomy in polycythemia vera. Leukemia. 2018 Sep;32(9):2077-81.
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Em um estudo, o risco de morte cardiovascular ou tromboses importantes foi significativamente reduzido em pacientes com mediana de hematócrito de 44.4% em comparação com aqueles com hematócrito mais alto (mediana de 47.5%).[54]Marchioli R, Finazzi G, Specchia G, et al. Cardiovascular events and intensity of treatment in polycythemia vera. N Engl J Med. 2013 Jan 3;368(1):22-33.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1208500
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23216616?tool=bestpractice.com
A meta de hematócrito pode ser individualizada se um nível mais baixo (por exemplo, 42%) for preferencial (por exemplo, para mulheres, pacientes com um valor basal baixo, para melhorar o controle dos sintomas ou na gestação).[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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[107]Barbui T, Passamonti F, Accorsi P, et al. Evidence- and consensus-based recommendations for phlebotomy in polycythemia vera. Leukemia. 2018 Sep;32(9):2077-81.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29955128?tool=bestpractice.com
Avalie cuidadosamente a tolerância do paciente à flebotomia. Ajuste o volume e a frequência ao tamanho e tolerabilidade do paciente; tome cuidado extra e proceda lentamente ao remover sangue de pacientes idosos ou enfermos. As recomendações variam de acordo com as diretrizes; consulte as diretrizes locais.[67]McMullin MF, Harrison CN, Ali S, et al. A guideline for the diagnosis and management of polycythaemia vera: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):176-91.
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[108]Barbui T, Tefferi A, Vannucchi AM, et al. Philadelphia chromosome-negative classical myeloproliferative neoplasms: revised management recommendations from European LeukemiaNet. Leukemia. 2018 May;32(5):1057-69.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29515238?tool=bestpractice.com
A flebotomia induz hematopoiese com limitação de ferro. A deficiência de ferro raramente pode induzir sintomas de fadiga ou retardamento cognitivo. A suplementação de ferro geralmente é contraindicada. No entanto, caso os sintomas sistêmicos de deficiência de ferro exijam isso, uma tentativa curta de reposição de ferro pode ser indicada. Isso só deve ser tentado por um profissional experiente. É necessário um monitoramento cuidadoso, uma vez que a policitemia recorrente pode surgir rapidamente.[67]McMullin MF, Harrison CN, Ali S, et al. A guideline for the diagnosis and management of polycythaemia vera: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):176-91.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30478826?tool=bestpractice.com
Alguns pacientes talvez precisem de tratamento intermitente em longo prazo.
Terapia citorredutora
Embora não seja indicada rotineiramente nos pacientes de baixo risco, a terapia citorredutora pode ser considerada para a PV de baixo risco sintomática em certas situações, incluindo:[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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Nova trombose ou sangramento importante relacionado com a doença
Trombocitose progressiva
Leucocitose progressiva
Esplenomegalia
Sintomas relacionados à doença (por exemplo, prurido, sudorese noturna, fadiga)
Necessidade frequente de flebotomia ou baixa tolerância à flebotomia
A meta de hematócrito para citorredução é <45%.
As diretrizes recomendam a alfaropeginterferona 2b ou um ensaio clínico como opções de escolha, se a citorredução for indicada para PV de baixo risco.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Um estudo de fase 2 sugeriu que a alfaropeginterferona 2b em combinação com o tratamento padrão (flebotomia e aspirina) é mais eficaz na manutenção das metas de hematócrito do que o tratamento padrão isolado em pacientes de baixo risco.[109]Barbui T, Vannucchi AM, De Stefano V, et al. Ropeginterferon alfa-2b versus phlebotomy in low-risk patients with polycythaemia vera (Low-PV study): a multicentre, randomised phase 2 trial. Lancet Haematol. 2021 Mar;8(3):e175-e184.
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Após 2 anos de tratamento com alfaropeginterferona 2b, 83% dos pacientes obtiveram uma resposta (hematócrito <45%) em comparação com 59% dos pacientes que receberam o tratamento padrão. Os pacientes que responderam à alfaropeginterferona 2b tiveram uma diminuição de 23% na frequência do alelo da variante JAK2 V617F. Os efeitos adversos relacionados com o tratamento ocorreram em 55% dos pacientes no grupo da alfaropeginterferona 2b, em comparação com 6% no grupo de tratamento padrão.[110]Barbui T, Vannucchi AM, De Stefano V, et al. Ropeginterferon versus standard therapy for low-risk patients with polycythemia vera. NEJM Evid. 2023 Jun;2(6):EVIDoa2200335.
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[111]Vachhani P, Mascarenhas J, Bose P, et al. Interferons in the treatment of myeloproliferative neoplasms. Ther Adv Hematol. 2024;15:20406207241229588.
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[112]Barbui T, Vannucchi AM, De Stefano V, et al. Ropeginterferon alfa-2b versus standard therapy for low-risk patients with polycythemia vera. final results of low-PV randomized phase II trial. Blood 2022; 140 (Supplement 1): 1797–9.
Hidroxiureia e alfapeginterferona 2a são alternativas à alfaropeginterferona 2b para pacientes com PV de baixo risco.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Há evidências limitadas sobre o uso de agentes citorredutores em pacientes de baixo risco. As decisões sobre quando iniciar o tratamento e qual agente utilizar devem ser tomadas por um hematologista experiente, levando em consideração as preferências do paciente, os perfis de toxicidade e os objetivos individuais do tratamento.
Pacientes de alto risco: terapia citorredutora
A terapia citorredutora é a base do tratamento de pacientes de alto risco, com o objetivo de substituir a flebotomia em longo prazo. Pacientes de alto risco devem receber terapia citorredutora juntamente com aspirina em baixas doses, com flebotomia realizada conforme necessário (por exemplo, para obter controle rápido do hematócrito, concomitantemente à terapia citorredutora, no cenário agudo).[67]McMullin MF, Harrison CN, Ali S, et al. A guideline for the diagnosis and management of polycythaemia vera: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):176-91.
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[108]Barbui T, Tefferi A, Vannucchi AM, et al. Philadelphia chromosome-negative classical myeloproliferative neoplasms: revised management recommendations from European LeukemiaNet. Leukemia. 2018 May;32(5):1057-69.
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Um hematologista experiente deve tratar todos os pacientes de alto risco.
Hidroxiureia e alfaropeginterferona 2b são recomendadas como terapia citorredutora de primeira linha; a alfapeginterferona 2a é uma opção para pacientes mais jovens e gestantes.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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O ruxolitinibe pode ser uma opção de segunda linha ou de resgate. A escolha do agente deve levar em consideração os perfis de toxicidade e os objetivos individuais do tratamento.[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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A anticoagulação sistêmica é recomendada (além da terapia citorredutora) para os pacientes com trombose ativa.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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O uso de aspirina associada a anticoagulação está associado a um aumento do risco de sangramento; é necessário um monitoramento estrito. A evidência é limitada e as decisões sobre a terapêutica anticoagulante devem ser individualizadas, levando=se em conta os riscos e benefícios.
hidroxiureia
Um agente citorredutor de primeira linha de escolha.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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A hidroxiureia diminui a taxa de trombose em pacientes de alto risco.[113]Najean Y, Rain JD for the French Polycythemia Vera Study Group. Treatment of polycthemia vera: the use of hydroxyurea and pipobroman in 292 patients under the age of 65 years. Blood. 1997 Nov 1;90(9):3370-7.
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[114]Cortelazzo S, Finazzi G, Ruggeri M, et al. Hydroxyurea for patients with essential thrombocythemia and a high risk of thrombosis. N Engl J Med. 1995 Apr 27;332(17):1132-6.
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[115]Harrison CN, Campbell PJ, Buck G, et al. Hydroxyurea compared with anagrelide in high-risk essential thrombocythemia. N Engl J Med. 2005 Jul 7;353(1):33-45.
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[116]Barbui T, Vannucchi AM, Finazzi G, et al. A reappraisal of the benefit-risk profile of hydroxyurea in polycythemia vera: a propensity-matched study. Am J Hematol. 2017 Nov;92(11):1131-36.
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[117]De Stefano V, Rossi E, Carobbio A, et al. Hydroxyurea prevents arterial and late venous thrombotic recurrences in patients with myeloproliferative neoplasms but fails in the splanchnic venous district. Pooled analysis of 1500 cases. Blood Cancer J. 2018 Nov 12;8(11):112.
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[118]Kiladjian JJ, Chevret S, Dosquet C, et al. Treatment of polycythemia vera with hydroxyurea and pipobroman: final results of a randomized trial initiated in 1980. J Clin Oncol. 2011 Oct 10;29(29):3907-13.
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Geralmente é mais seguro ajustar a dose de hidroxiureia ao longo de várias semanas até um hematócrito alvo de <45% (com flebotomias conforme necessárias).[54]Marchioli R, Finazzi G, Specchia G, et al. Cardiovascular events and intensity of treatment in polycythemia vera. N Engl J Med. 2013 Jan 3;368(1):22-33.
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Alguns médicos ajustam a dose para normalizar a contagem leucocitária e a contagem plaquetária.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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As contagens sanguíneas devem ser monitoradas a cada 1-2 semanas até a estabilidade e, depois, conforme clinicamente indicado.
A hidroxiureia pode ser associada de uma forma incomum a problemas gastrointestinais leves. A reação grave mais comum é a pancitopenia. Úlceras cutâneas raras, febre medicamentosa e toxicidade hepática exigem a descontinuação permanente.
A hidroxiureia é teratogênica e, portanto, deve ser evitada em pacientes grávidas (particularmente no primeiro trimestre) e naquelas que planejam engravidar.[119]McMullin MFF, Mead AJ, Ali S, et al. A guideline for the management of specific situations in polycythaemia vera and secondary erythrocytosis: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):161-75.
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Também é potencialmente leucemogênica; portanto, um agente citorredutor alternativo (por exemplo, uma interferona peguilada) pode ser considerado em pacientes mais jovens.[14]Tefferi A, Rumi E, Finazzi G, et al. Survival and prognosis among 1545 patients with contemporary polycythemia vera: an international study. Leukemia. 2013 Sep;27(9):1874-81.
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[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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[120]Vannucchi AM, Barbui T, Cervantes F, et al; ESMO Guidelines Committee. Philadelphia chromosome-negative chronic myeloproliferative neoplasms: ESMO Clinical Practice Guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Ann Oncol. 2015 Sep;26 Suppl 5:v85-99.
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[121]Finazzi G, Caruso V, Marchioli R, et al. Acute leukemia in polycythemia vera: an analysis of 1638 patients enrolled in a prospective observational study. Blood. 2005 Apr 1;105(7):2664-70.
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[122]Spivak JL, Hasselbalch H. Hydroxycarbamide: a user's guide for chronic myeloproliferative disorders. Expert Rev Anticancer Ther. 2011 Mar;11(3):403-14.
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A potencial leucemogenicidade da hidroxiureia é debatida.[123]Björkholm M, Hultcrantz M, Derolf ÅR. Leukemic transformation in myeloproliferative neoplasms: therapy-related or unrelated? Best Pract Res Clin Haematol. 2014 Jun;27(2):141-53.
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Alfaropeginterferona 2b
Uma alfainterferona 2b monopeguilada com meia-vida de eliminação longa, a alfaropeginterferona 2b é um agente citorredutor de primeira linha de escolha.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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Pode ser uma opção para pacientes mais jovens com PV.[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37357958?tool=bestpractice.com
A dose de alfaropeginterferona 2b deve ser ajustada durante várias semanas até uma meta de hematócrito <45%. Os hemogramas são monitorados inicialmente a cada 2 semanas e, a seguir, a cada 3-4 meses após a identificação da dose ideal.[111]Vachhani P, Mascarenhas J, Bose P, et al. Interferons in the treatment of myeloproliferative neoplasms. Ther Adv Hematol. 2024;15:20406207241229588.
https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/20406207241229588
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38380373?tool=bestpractice.com
Nos estudos de fase 3, a alfaropeginterferona 2b não foi inferior à hidroxiureia em termos de resposta hematológica completa aos 12 meses e foi superior à hidroxiureia aos 2 e 3 anos de acompanhamento.[124]Gisslinger H, Klade C, Georgiev P, et al. Ropeginterferon alfa-2b versus standard therapy for polycythaemia vera (PROUD-PV and CONTINUATION-PV): a randomised, non-inferiority, phase 3 trial and its extension study. Lancet Haematol. 2020 Mar;7(3):e196-e208.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32014125?tool=bestpractice.com
Foi relatada redução nas frequências de alelos mutantes não associados a Janus quinase 2 (JAK2). A análise dos objetivos de tratamento específicos do paciente aos 6 anos revelou que 81% dos pacientes que receberam a alfaropeginterferona 2b tiveram um hematócrito <45% sem necessidade de flebotomia, em comparação com 60% que receberam o controle (principalmente hidroxiureia). Foi registada uma carga do alelo JAK2 <1% em aproximadamente 21% dos pacientes no grupo de alfaropeginterferona 2b, em comparação com 1% dos pacientes no grupo-controle.[125]Gisslinger, H, Klade C, Georgiev P, et al. S196: ropeginterferon alfa-2Bachieves patient-specific treatment goals in polycythemia vera: final results from the proud-PV/continuation-PV studies. HemaSphere. 2022 Jun;6:97-8.
Os efeitos adversos comuns da alfaropeginterferona 2b incluem fadiga, anormalidades nos testes da função hepática (aumento da gama-glutamiltransferase e aumento da alanina aminotransferase), trombocitopenia e leucopenia. O monitoramento da toxicidade (incluindo testes de função tireoidiana regulares) é necessário durante o tratamento. A alfaropeginterferona 2b é contraindicada em pacientes com doenças autoimunes, insuficiência hepática e transtornos psiquiátricos graves, e em receptores de transplantes imunossuprimidos.[111]Vachhani P, Mascarenhas J, Bose P, et al. Interferons in the treatment of myeloproliferative neoplasms. Ther Adv Hematol. 2024;15:20406207241229588.
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Alfapeginterferona 2a
Uma opção de escolha para pacientes mais jovens, em particular mulheres em idade reprodutiva e gestantes.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
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[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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A alfapeginterferona 2a é eficaz (76% a 95% de respostas hematológicas completas [RHCs]) e parece ser mais bem tolerada que a interferona não peguilada.[67]McMullin MF, Harrison CN, Ali S, et al. A guideline for the diagnosis and management of polycythaemia vera: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):176-91.
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[126]Kiladjian JJ, Cassinat B, Turlure P, et al. High molecular response rate of polycythemia vera patients treated with pegylated interferon alpha-2a. Blood. 2006 Sep 15;108(6):2037-40.
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[127]Quintás-Cardama A, Kantarjian H, Manshouri T, et al. Pegylated interferon alfa-2a yields high rates of hematologic and molecular response in patients with advanced essential thrombocythemia and polycythemia vera. J Clin Oncol. 2009 Nov 10;27(32):5418-24.
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[128]Masarova L, Patel KP, Newberry KJ, et al. Pegylated interferon alfa-2a in patients with essential thrombocythaemia or polycythaemia vera: a post-hoc, median 83 month follow-up of an open-label, phase 2 trial. Lancet Haematol. 2017 Apr;4(4):e165-75.
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Os resultados de um estudo de fase 3 do tratamento de primeira linha em pacientes de alto risco não encontraram diferenças significativas em qualquer endpoint entre a alfapeginterferona 2a e hidroxiureia após um acompanhamento de 2 anos.[129]Mascarenhas J, Kosiorek HE, Prchal JT, et al. Results of the Myeloproliferative Neoplasms - Research Consortium (MPN-RC) 112 randomized trial of pegylated interferon alfa-2a (PEG) versus hydroxyurea (HU) therapy for the treatment of high risk polycythemia vera (PV) and high risk essential thrombocythemia (ET). Blood. 2018 Nov 29;132(supp 1):577.
https://ashpublications.org/blood/article/132/Supplement%201/577/263247/Results-of-the-Myeloproliferative-Neoplasms
A alfapeginterferona 2a demonstrou eficácia em pacientes com PV resistentes ou intolerantes à hidroxiureia.[130]Yacoub A, Mascarenhas J, Kosiorek H, et al. Pegylated interferon alfa-2a for polycythemia vera or essential thrombocythemia resistant or intolerant to hydroxyurea. Blood. 2019 Oct 31;134(18):1498-509.
https://www.doi.org/10.1182/blood.2019000428
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31515250?tool=bestpractice.com
Foram relatadas remissões clonais (moleculares) com alfapeginterferona 2a, incluindo algumas (18% a 19%) completas.[126]Kiladjian JJ, Cassinat B, Turlure P, et al. High molecular response rate of polycythemia vera patients treated with pegylated interferon alpha-2a. Blood. 2006 Sep 15;108(6):2037-40.
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[127]Quintás-Cardama A, Kantarjian H, Manshouri T, et al. Pegylated interferon alfa-2a yields high rates of hematologic and molecular response in patients with advanced essential thrombocythemia and polycythemia vera. J Clin Oncol. 2009 Nov 10;27(32):5418-24.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19826111?tool=bestpractice.com
No entanto, é menos eficaz na redução da carga alélica mutante em pacientes com clones não mutantes de JAK2, como mutações em TET2 ou outros reguladores epigenéticos (por exemplo, ASXL1, EZH2, DNMT3A ou IDH1/2).[131]Kiladjian JJ, Massé A, Cassinat B, et al; French Intergroup of Myeloproliferative Neoplasms (FIM). Clonal analysis of erythroid progenitors suggests that pegylated interferon alpha-2a treatment targets JAK2V617F clones without affecting TET2 mutant cells. Leukemia. 2010 Aug;24(8):1519-23.
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[132]Quintás-Cardama A, Abdel-Wahab O, Manshouri T, et al. Molecular analysis of patients with polycythemia vera or essential thrombocythemia receiving pegylated interferon α-2a. Blood. 2013 Aug 8;122(6):893-901.
http://www.bloodjournal.org/content/122/6/893.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23782935?tool=bestpractice.com
A toxicidade com alfapeginterferona 2a é comum e pode ser grave. Os eventos adversos e as taxas de descontinuação nos estudos foram elevados; 22% dos pacientes descontinuaram a terapia devido à toxicidade em um estudo aberto de fase 2.[128]Masarova L, Patel KP, Newberry KJ, et al. Pegylated interferon alfa-2a in patients with essential thrombocythaemia or polycythaemia vera: a post-hoc, median 83 month follow-up of an open-label, phase 2 trial. Lancet Haematol. 2017 Apr;4(4):e165-75.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5421384
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28291640?tool=bestpractice.com
[130]Yacoub A, Mascarenhas J, Kosiorek H, et al. Pegylated interferon alfa-2a for polycythemia vera or essential thrombocythemia resistant or intolerant to hydroxyurea. Blood. 2019 Oct 31;134(18):1498-509.
https://www.doi.org/10.1182/blood.2019000428
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31515250?tool=bestpractice.com
Os efeitos adversos comuns da peginterferona incluem problemas gastrointestinais, febre ou sintomas tipo gripe. Os pacientes também podem desenvolver fraqueza, perda de peso, depressão grave, sintomas cardiovasculares e doença autoimune. Os pacientes devem ser rastreados para depressão e outras doenças psiquiátricas antes de iniciar a peginterferona. O monitoramento da toxicidade (incluindo testes de função tireoidiana regulares) é necessário durante o tratamento.
Pacientes de alto risco: resistência ou intolerância à terapia citorredutora inicial
Um agente citorredutor alternativo pode ser necessário em pacientes resistentes ou intolerantes ao tratamento inicial. As possíveis indicações para uma alteração na terapia citorredutora incluem:[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Nova trombose ou sangramento importante relacionado com a doença
Trombocitose progressiva
Leucocitose progressiva
Esplenomegalia
Sintomas relacionados à doença (por exemplo, prurido, sudorese noturna, fadiga)
Necessidade frequente de flebotomia ou baixa tolerância à flebotomia
Foram desenvolvidos critérios formais de consenso para resistência ou intolerância à hidroxiureia, que são utilizados em ensaios clínicos.[99]Barosi G, Mesa R, Finazzi G, et al. Revised response criteria for polycythemia vera and essential thrombocythemia: an ELN and IWG-MRT consensus project. Blood. 2013 Jun 6;121(23):4778-81.
http://www.bloodjournal.org/content/121/23/4778.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23591792?tool=bestpractice.com
[104]Barosi G, Birgegard G, Finazzi G, et al. A unified definition of clinical resistance and intolerance to hydroxycarbamide in polycythaemia vera and primary myelofibrosis: results of a European LeukemiaNet (ELN) consensus process. Br J Haematol. 2010 Mar;148(6):961-3.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19930182?tool=bestpractice.com
Consulte Critérios. No entanto, esses limiares podem não ser adequados na prática, devendo-se usar o critério clínico para a avaliação da resposta com foco na melhora dos sintomas e na qualidade de vida.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
[133]Kuykendall AT. Treatment of hydroxyurea-resistant/intolerant polycythemia vera: a discussion of best practices. Ann Hematol. 2023 May;102(5):985-93.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00277-023-05172-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36944847?tool=bestpractice.com
[134]Mazza GL, Mead-Harvey C, Mascarenhas J, et al. Symptom burden and quality of life in patients with high-risk essential thrombocythaemia and polycythaemia vera receiving hydroxyurea or pegylated interferon alfa-2a: a post-hoc analysis of the MPN-RC 111 and 112 trials. Lancet Haematol. 2022 Jan;9(1):e38-48.
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As opções de tratamento de segunda linha incluem ruxolitinibe ou, se ainda não for utilizado, uma interferona peguilada ou hidroxiureia.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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[108]Barbui T, Tefferi A, Vannucchi AM, et al. Philadelphia chromosome-negative classical myeloproliferative neoplasms: revised management recommendations from European LeukemiaNet. Leukemia. 2018 May;32(5):1057-69.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29515238?tool=bestpractice.com
[135]Harrison CN, Nangalia J, Boucher R, et al. Ruxolitinib versus best available therapy for polycythemia vera intolerant or resistant to hydroxycarbamide in a randomized trial. J Clin Oncol. 2023 Jul 1;41(19):3534-44.
https://ascopubs.org/doi/10.1200/JCO.22.01935
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37126762?tool=bestpractice.com
Ruxolitinibe
Um inibidor da JAK1/2 aprovado para uso de segunda linha após a falha da hidroxiureia.
Estudos abertos de fase 3 descobriram que o ruxolitinibe é superior à terapia padrão no que diz respeito ao controle do hematócrito, redução do baço e alívio dos sintomas associados à PV.[92]Vannucchi AM, Kiladjian JJ, Griesshammer M, et al. Ruxolitinib versus standard therapy for the treatment of polycythemia vera. N Engl J Med. 2015 Jan 29;372(5):426-35.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25629741?tool=bestpractice.com
[136]Passamonti F, Griesshammer M, Palandri F, et al. Ruxolitinib for the treatment of inadequately controlled polycythaemia vera without splenomegaly (RESPONSE-2): a randomised, open-label, phase 3b study. Lancet Oncol. 2017 Jan;18(1):88-99.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27916398?tool=bestpractice.com
Os benefícios do ruxolitinibe foram mantidos aos 5 anos.[137]Passamonti F, Palandri F, Saydam G, et al. Ruxolitinib versus best available therapy in inadequately controlled polycythaemia vera without splenomegaly (RESPONSE-2): 5-year follow up of a randomised, phase 3b study. Lancet Haematol. 2022 Jul;9(7):e480-92.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35597252?tool=bestpractice.com
[138]Kiladjian JJ, Zachee P, Hino M, et al. Long-term efficacy and safety of ruxolitinib versus best available therapy in polycythaemia vera (RESPONSE): 5-year follow up of a phase 3 study. Lancet Haematol. 2020 Mar;7(3):e226-37.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31982039?tool=bestpractice.com
Mudar o tratamento de hidroxiureia para ruxolitinibe nos pacientes com PV bem controlada, mas com sintomas persistentes, não melhorou os sintomas relacionados à PV em um estudo de fase 3 randomizado, duplo-cego e duplo simulado.[139]Mesa R, Vannucchi AM, Yacoub A, et al. The efficacy and safety of continued hydroxycarbamide therapy versus switching to ruxolitinib in patients with polycythaemia vera: a randomized, double-blind, double-dummy, symptom study (RELIEF). Br J Haematol. 2017 Jan;176(1):76-85.
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Uma metanálise relatou taxas de eventos trombóticos numericamente mais baixas, mas não estatisticamente significativas, com ruxolitinibe do que com o comparador (melhor terapia disponível).[140]Masciulli A, Ferrari A, Carobbio A, et al. Ruxolitinib for the prevention of thrombosis in polycythemia vera: a systematic review and meta-analysis. Blood Adv. 2020 Jan 28;4(2):380-6.
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Há relatos de remissão molecular completa com ruxolitinibe em uma minoria de pacientes com PV.[141]Pieri L, Pancrazzi A, Pacilli A, et al. JAK2V617F complete molecular remission in polycythemia vera/essential thrombocythemia patients treated with ruxolitinib. Blood. 2015 May 21;125(21):3352-3.
http://www.bloodjournal.org/content/125/21/3352.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25999444?tool=bestpractice.com
Em um estudo de fase 2 aberto e randomizado com pacientes intolerantes ou resistentes à hidroxiureia, a resposta molecular (redução >50% na frequência do alelo da variante JA2V617F) foi maior e mais frequente em pacientes tratados com ruxolitinibe do que em pacientes designados para a melhor terapia disponível (56%; acompanhamento mediano de 48 meses vs. 25%; 36 meses, respectivamente).[135]Harrison CN, Nangalia J, Boucher R, et al. Ruxolitinib versus best available therapy for polycythemia vera intolerant or resistant to hydroxycarbamide in a randomized trial. J Clin Oncol. 2023 Jul 1;41(19):3534-44.
https://ascopubs.org/doi/10.1200/JCO.22.01935
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A resposta molecular foi associada à melhora da sobrevida global, livre de eventos e livre de progressão em toda a coorte do estudo e em pacientes tratados com ruxolitinibe, mas não no melhor grupo de terapia disponível.
Infecções por herpes-zóster e câncer de pele não melanoma ocorreram com mais frequência no grupo de ruxolitinibe dos estudos de fase 3.[92]Vannucchi AM, Kiladjian JJ, Griesshammer M, et al. Ruxolitinib versus standard therapy for the treatment of polycythemia vera. N Engl J Med. 2015 Jan 29;372(5):426-35.
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[137]Passamonti F, Palandri F, Saydam G, et al. Ruxolitinib versus best available therapy in inadequately controlled polycythaemia vera without splenomegaly (RESPONSE-2): 5-year follow up of a randomised, phase 3b study. Lancet Haematol. 2022 Jul;9(7):e480-92.
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[138]Kiladjian JJ, Zachee P, Hino M, et al. Long-term efficacy and safety of ruxolitinib versus best available therapy in polycythaemia vera (RESPONSE): 5-year follow up of a phase 3 study. Lancet Haematol. 2020 Mar;7(3):e226-37.
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Terapia de resgate para pacientes de alto risco
As opções para pacientes incapazes de tolerar medicamentos citorredutores de primeira e segunda linha são limitadas. A inclusão em um ensaio clínico é preferencial. Ruxolitinibe (se não tiver sido utilizado anteriormente) pode ser uma opção.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Às vezes, o bussulfano é considerado para pacientes que são intolerantes a medicamentos de primeira e segunda linha, ou de idade muito avançada, ou com uma expectativa de vida curta.[108]Barbui T, Tefferi A, Vannucchi AM, et al. Philadelphia chromosome-negative classical myeloproliferative neoplasms: revised management recommendations from European LeukemiaNet. Leukemia. 2018 May;32(5):1057-69.
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A leucemogenicidade do bussulfano não é clara, uma vez que estudos relataram resultados conflitantes.[14]Tefferi A, Rumi E, Finazzi G, et al. Survival and prognosis among 1545 patients with contemporary polycythemia vera: an international study. Leukemia. 2013 Sep;27(9):1874-81.
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[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
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[121]Finazzi G, Caruso V, Marchioli R, et al. Acute leukemia in polycythemia vera: an analysis of 1638 patients enrolled in a prospective observational study. Blood. 2005 Apr 1;105(7):2664-70.
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[142]Tefferi A, Vannucchi AM, Barbui T. Essential thrombocythemia treatment algorithm 2018. Blood Cancer J. 2018 Jan 10;8(1):2.
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[143]Björkholm M, Derolf AR, Hultcrantz M, et al. Treatment-related risk factors for transformation to acute myeloid leukemia and myelodysplastic syndromes in myeloproliferative neoplasms. J Clin Oncol. 2011 Jun 10;29(17):2410-5.
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[144]Finazzi G, Ruggeri M, Rodeghiero F, et al. Second malignancies in patients with essential thrombocythaemia treated with busulphan and hydroxyurea: long-term follow-up of a randomized clinical trial. Br J Haematol. 2000 Sep;110(3):577-83.
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O acompanhamento em longo prazo de um ensaio clínico randomizado e controlado sugere que o uso sequencial de bussulfano e hidroxiureia pode aumentar significativamente o risco de neoplasias malignas secundárias.[144]Finazzi G, Ruggeri M, Rodeghiero F, et al. Second malignancies in patients with essential thrombocythaemia treated with busulphan and hydroxyurea: long-term follow-up of a randomized clinical trial. Br J Haematol. 2000 Sep;110(3):577-83.
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As diretrizes da National Comprehensive Cancer Network (NCCN) não recomendam o uso de bussulfano para a PV.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Fósforo radioativo, clorambucila e pipobroman não devem ser usados; esses tratamentos estão associados a um alto risco de transformação leucêmica.[118]Kiladjian JJ, Chevret S, Dosquet C, et al. Treatment of polycythemia vera with hydroxyurea and pipobroman: final results of a randomized trial initiated in 1980. J Clin Oncol. 2011 Oct 10;29(29):3907-13.
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[121]Finazzi G, Caruso V, Marchioli R, et al. Acute leukemia in polycythemia vera: an analysis of 1638 patients enrolled in a prospective observational study. Blood. 2005 Apr 1;105(7):2664-70.
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[143]Björkholm M, Derolf AR, Hultcrantz M, et al. Treatment-related risk factors for transformation to acute myeloid leukemia and myelodysplastic syndromes in myeloproliferative neoplasms. J Clin Oncol. 2011 Jun 10;29(17):2410-5.
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Pacientes com leucocitose
Uma correlação entre risco de trombose e leucocitose em pacientes com PV foi relatada em algumas análises; no entanto, a incerteza permanece.[56]Landolfi R, Di Gennaro L, Barbui T, et al; European Collaboration on Low-Dose Aspirin in Polycythemia Vera (ECLAP). Leukocytosis as a major thrombotic risk factor in patients with polycythemia vera. Blood. 2007 Mar 15;109(6):2446-52.
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[60]Ronner L, Podoltsev N, Gotlib J, et al. Persistent leukocytosis in polycythemia vera is associated with disease evolution but not thrombosis. Blood. 2020 May 7;135(19):1696-703.
https://www.doi.org/10.1182/blood.2019003347
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32107559?tool=bestpractice.com
[145]Barbui T, Masciulli A, Marfisi MR, et al. White blood cell counts and thrombosis in polycythemia vera: a subanalysis of the CYTO-PV study. Blood. 2015 Jul 23;126(4):560-1.
https://www.doi.org/10.1182/blood-2015-04-638593
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26206947?tool=bestpractice.com
Alguns médicos tentam usar a hidroxiureia para normalizar a contagem leucocitária nos pacientes de alto risco, embora esta abordagem não tenha sido avaliada em ensaios clínicos prospectivos. Não há evidências para dar suporte ao uso de citorredução para normalizar a contagem leucocitária em pacientes de baixo risco.[13]Vannucchi AM. How I treat polycythemia vera. Blood. 2014 Nov 20;124(22):3212-20.
http://www.bloodjournal.org/content/124/22/3212.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25278584?tool=bestpractice.com
Pacientes com trombocitose
A terapia citorredutora deve ser considerada para pacientes com trombocitose acentuada (≥1000 × 10⁹/L [≥1000 × 10³/microlitro]), pois isso pode estar associado a um aumento do risco de sangramento devido à doença de von Willebrand adquirida.
Não demonstrou-se que qualquer nível de trombocitose estivesse correlacionado com precisão ao risco de trombose.[61]Di Nisio M, Barbui T, Di Gennaro L, et al; European Collaboration on Low-dose Aspirin in Polycythemia Vera (ECLAP) Investigators. The haematocrit and platelet target in polycythemia vera. Br J Haematol. 2007 Jan;136(2):249-59.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2141.2006.06430.x/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17156406?tool=bestpractice.com
[62]Carobbio A, Thiele J, Passamonti F, et al. Risk factors for arterial and venous thrombosis in WHO-defined essential thrombocythemia: an international study of 891 patients. Blood. 2011 Jun 2;117(22):5857-9.
http://www.bloodjournal.org/content/117/22/5857.long?sso-checked=true
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21490340?tool=bestpractice.com
[63]Carobbio A, Finazzi G, Antonioli E, et al. Thrombocytosis and leukocytosis interaction in vascular complications of essential thrombocythemia. Blood. 2008 Oct 15;112(8):3135-7.
http://www.bloodjournal.org/content/112/8/3135.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18587010?tool=bestpractice.com
Portanto, não é possível defender o controle rigoroso de plaquetas a um nível específico para essa finalidade.[13]Vannucchi AM. How I treat polycythemia vera. Blood. 2014 Nov 20;124(22):3212-20.
http://www.bloodjournal.org/content/124/22/3212.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25278584?tool=bestpractice.com
[48]Finazzi G, Barbui T. How I treat patients with polycythemia vera. Blood. 2007 Jun 15;109(12):5104-11.
http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/109/12/5104
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17264301?tool=bestpractice.com
A hidroxiureia é o agente citorredutor de primeira linha de escolha em pacientes com trombocitose acentuada. A alfapeginterferona 2a pode ser uma opção alternativa razoável, mas atua lentamente.
A anagrelida pode ser considerada como adjuvante da hidroxiureia em pacientes com trombocitose acentuada se a hidroxiureia isolada não normalizar adequadamente a contagem plaquetária ou não for tolerada na dose necessária.[67]McMullin MF, Harrison CN, Ali S, et al. A guideline for the diagnosis and management of polycythaemia vera: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):176-91.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30478826?tool=bestpractice.com
Os dados sobre o uso de anagrelida na PV são limitados; uma série de casos retrospectivos dá suporte a sua eficácia em combinação com hidroxicarbamida.[146]Ahn IE, Natelson E, Rice L. Successful long-term treatment of Philadelphia chromosome-negative myeloproliferative neoplasms with combination of hydroxyurea and anagrelide. Clin Lymphoma Myeloma Leuk. 2013 Sep;13(suppl 2):S300-4.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24290215?tool=bestpractice.com
Alfapeginterferona 2a ou ruxolitinibe podem ser considerados para pacientes intolerantes ou com doença resistente à hidroxiureia.
Aspirina em baixas doses e flebotomia
Pacientes com trombocitose acentuada (contagem plaquetária ≥1000 × 10⁹/L [≥1000 × 10³/microlitro]) devem evitar aspirina; a aspirina aumenta o risco de sangramento devido à doença de von Willebrand adquirida.[105]Landolfi R, Marchioli R, Kutti J, et al. Efficacy and safety of low-dose aspirin in polycythemia vera. N Engl J Med. 2004 Jan 8;350(2):114-24.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa035572
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14711910?tool=bestpractice.com
Uma vez que a contagem plaquetária esteja reduzida e não haja evidências de doença de von Willebrand adquirida (ou seja, atividade do cofator de ristocetina >30%), os pacientes devem receber aspirina em baixas doses diariamente.[105]Landolfi R, Marchioli R, Kutti J, et al. Efficacy and safety of low-dose aspirin in polycythemia vera. N Engl J Med. 2004 Jan 8;350(2):114-24.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa035572
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14711910?tool=bestpractice.com
No cenário agudo, a flebotomia pode ser combinada com terapia citorredutora para obter controle rápido do hematócrito.[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajh.27002
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37357958?tool=bestpractice.com
Pacientes gestantes
A PV afeta mais comumente pessoas de meia-idade ou mais velhas; portanto, a gravidez em pacientes com PV é incomum.[11]Verstovsek S, Yu J, Scherber RM, et al. Changes in the incidence and overall survival of patients with myeloproliferative neoplasms between 2002 and 2016 in the United States. Leuk Lymphoma. 2022 Mar;63(3):694-702.
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/10428194.2021.1992756
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34689695?tool=bestpractice.com
[147]Alimam S, Bewley S, Chappell LC, et al. Pregnancy outcomes in myeloproliferative neoplasms: UK prospective cohort study. Br J Haematol. 2016 Oct;175(1):31-6.
https://www.doi.org/10.1111/bjh.14289
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27612319?tool=bestpractice.com
Pacientes com PV que engravidam devem estar sob os cuidados conjuntos de um hematologista e de um obstetra com experiência em cuidados de alto risco. As pacientes grávidas devem ser estratificadas por risco e receber tratamento individualizado de acordo.
Todas as pacientes devem ter a PV bem controlada (hematócrito <45%) antes da gestação. Um hematócrito alvo mais baixo é recomendado durante a gravidez, consistente com intervalos gestacionais mais baixos (por exemplo, primeiro trimestre <41%, segundo trimestre <38%, terceiro trimestre <39%).[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
Se o controle agudo do hematócrito for necessário durante a gestação (o que é menos provável devido ao aumento do volume plasmático), a flebotomia criteriosa talvez seja apropriada.[119]McMullin MFF, Mead AJ, Ali S, et al. A guideline for the management of specific situations in polycythaemia vera and secondary erythrocytosis: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):161-75.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6519221
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30426472?tool=bestpractice.com
Avalie cuidadosamente se a mãe e o feto podem tolerar com segurança a flebotomia durante a gravidez e ajuste o volume e a frequência à tolerabilidade.
A menos que contraindicado, o tratamento de todos os pacientes com aspirina em baixas doses diariamente durante a gravidez e com 6 semanas de profilaxia com heparina de baixo peso molecular (HBPM; por exemplo, enoxaparina, dalteparina) pós-parto é apropriado. A aspirina em baixas doses pode ser retomada após a conclusão do ciclo de HBPM.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
[119]McMullin MFF, Mead AJ, Ali S, et al. A guideline for the management of specific situations in polycythaemia vera and secondary erythrocytosis: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):161-75.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6519221
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30426472?tool=bestpractice.com
[148]Robinson SE, Harrison CN. How we manage Philadelphia-negative myeloproliferative neoplasms in pregnancy. Br J Haematol. 2020 May;189(4):625-34.
https://www.doi.org/10.1111/bjh.16453
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32150650?tool=bestpractice.com
Pacientes grávidas de alto risco
A gravidez é considerada de alto risco em mulheres com PV e qualquer um dos seguintes:[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
História de trombose venosa e/ou arterial
Hemorragia prévia devido à PV
Complicações anteriores na gravidez
Morte inexplicável de um feto com >10 semanas de gestação
Parto prematuro em <34 semanas devido a pré-eclâmpsia grave ou eclâmpsia ou características reconhecidas de insuficiência placentária
≥3 abortos consecutivos inexplicáveis com <10 semanas de gestação sem anomalias (anatômicas, hormonais, cromossômicas)
Restrição do crescimento intrauterino inexplicável
Hemorragia significativa antes do parto ou pós-parto
Em pacientes grávidas com história de complicações graves da gestação ou trombose, a HBPM deve ser usada durante toda a gestação e a interferona peguilada deve ser usada conforme necessário para controlar o hematócrito ou a trombocitose acentuada.[119]McMullin MFF, Mead AJ, Ali S, et al. A guideline for the management of specific situations in polycythaemia vera and secondary erythrocytosis: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):161-75.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6519221
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30426472?tool=bestpractice.com
[148]Robinson SE, Harrison CN. How we manage Philadelphia-negative myeloproliferative neoplasms in pregnancy. Br J Haematol. 2020 May;189(4):625-34.
https://www.doi.org/10.1111/bjh.16453
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32150650?tool=bestpractice.com
A alfapeginterferona 2a é a terapia citorredutora de escolha para pacientes grávidas de alto risco.[72]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: myeloproliferative neoplasms [internet publication].
https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/default.aspx
[98]Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023 Sep;98(9):1465-87.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajh.27002
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37357958?tool=bestpractice.com
[119]McMullin MFF, Mead AJ, Ali S, et al. A guideline for the management of specific situations in polycythaemia vera and secondary erythrocytosis: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):161-75.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6519221
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30426472?tool=bestpractice.com
[148]Robinson SE, Harrison CN. How we manage Philadelphia-negative myeloproliferative neoplasms in pregnancy. Br J Haematol. 2020 May;189(4):625-34.
https://www.doi.org/10.1111/bjh.16453
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32150650?tool=bestpractice.com
A alfapeginterferona 2a deve ser usada conforme necessário durante a gravidez para controlar o hematócrito ou trombocitose acentuada.[119]McMullin MFF, Mead AJ, Ali S, et al. A guideline for the management of specific situations in polycythaemia vera and secondary erythrocytosis: a British Society for Haematology guideline. Br J Haematol. 2019 Jan;184(2):161-75.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6519221
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30426472?tool=bestpractice.com
[148]Robinson SE, Harrison CN. How we manage Philadelphia-negative myeloproliferative neoplasms in pregnancy. Br J Haematol. 2020 May;189(4):625-34.
https://www.doi.org/10.1111/bjh.16453
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32150650?tool=bestpractice.com
A hidroxiureia não deve ser usada em pacientes grávidas (particularmente no primeiro trimestre), pois é teratogênica. Se possível, deve ser interrompida pelo menos 3 meses antes da concepção planejada.[148]Robinson SE, Harrison CN. How we manage Philadelphia-negative myeloproliferative neoplasms in pregnancy. Br J Haematol. 2020 May;189(4):625-34.
https://www.doi.org/10.1111/bjh.16453
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32150650?tool=bestpractice.com
Pacientes que estão recebendo hidroxiureia antes da gravidez devem mudar para interferona peguilada. A hidroxiureia é excretada no leite materno e deve ser evitada em mulheres que amamentam.
Crianças
Como a PV é muito rara em crianças, existem poucas evidências para orientar o tratamento.
O parecer de especialistas sugere que o principal desafio do manejo da PV em crianças e adultos jovens é evitar a recorrência de tromboses importantes ao se selecionar os pacientes que se beneficiarão da terapia citorredutora e antitrombótica sem aumentar a incidência dos efeitos adversos induzidos por medicamento.
Em pacientes assintomáticos de baixo risco, nenhuma terapia é prescrita, enquanto, nos pacientes de alto risco, aspirina em baixas doses pode ser usada.[149]Barbui T. How to manage children and young adults with myeloproliferative neoplasms. Leukemia. 2012 Jul;26(7):1452-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22252311?tool=bestpractice.com
A flebotomia pode ser realizada até que o hematócrito diminua para <45% e, depois, repetida em intervalos regulares, conforme necessário. A hidroxiureia ou a interferona peguilada podem ser usadas como último recurso em pacientes pediátricos de alto risco, mas a terapia citorredutora é raramente indicada.
Os efeitos adversos da interferona peguilada (por exemplo, síndrome semelhante à gripe, sintomas neuropsiquiátricos e fenômenos autoimunes) podem ser particularmente perigosos para crianças. Deve-se ter extremo cuidado ao prescrever aspirina a crianças menores de 12 anos devido ao risco de síndrome de Reye.[149]Barbui T. How to manage children and young adults with myeloproliferative neoplasms. Leukemia. 2012 Jul;26(7):1452-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22252311?tool=bestpractice.com