O principal objetivo do tratamento é reduzir a lesão hepática decorrente do consumo excessivo de álcool e prevenir a evolução da doença hepática.
Os outros objetivos do tratamento são: reduzir os sintomas e prevenir as complicações relacionadas à DHRA. É importante que os clínicos considerem o manejo contínuo em longo prazo da DHRA, em associação com o tratamento dos episódios sintomáticos agudos de hepatite alcoólica.
O tratamento por uma equipe multidisciplinar é a abordagem ideal.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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Um especialista médico (clínico, gastroenterologista ou hepatologista), um especialista em saúde mental (psiquiatra, especialista em abuso de substâncias) e um especialista em nutrição (nutricionista, gastroenterologista) devem trabalhar em conjunto para melhorar o prognóstico em longo prazo do paciente.[80]Berry PA, Thomson SJ, Rahman TM, et al. Review article: towards a considered and ethical approach to organ support in critically-ill patients with cirrhosis. Aliment Pharmacol Ther. 2013 Jan;37(2):174-82.
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Abstinência alcoólica
A importância da abstinência do álcool deve ser enfatizada continuamente no manejo da DHRA. A abstinência, ou até mesmo a redução da quantidade de álcool consumida, melhora a sobrevida estimada na DHRA, mesmo na presença de cirrose com descompensação.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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A abstinência do álcool reduz a esteatose, a fibrose e, possivelmente, o risco de carcinoma hepatocelular.[81]Powell WJ Jr, Klatskin G. Duration of survival in patients with Laennec's cirrhosis: influence of alcohol withdrawal, and possible effects of recent changes in general management of the disease. Am J Med. 1968 Mar;44(3):406-20.
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A abstinência alcoólica total está associada a uma melhor sobrevida em longo prazo nos pacientes com hepatite alcoólica.[84]Altamirano J, López-Pelayo H, Michelena J, et al. Alcohol abstinence in patients surviving an episode of alcoholic hepatitis: prediction and impact on long-term survival. Hepatology. 2017 Dec;66(6):1842-53.
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A abstinência alcoólica pode levar ao desenvolvimento da síndrome de abstinência alcoólica (SAA). Uma SAA leve ou moderada pode se desenvolver dentro de 6-24 horas após a última ingestão de bebida alcoólica do paciente, e pode progredir para formas mais graves.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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Os sintomas de abstinência alcoólica incluem:
SAA leve
Hipertensão e taquicardia
Anorexia, ansiedade, instabilidade emocional, insônia, irritabilidade, diaforese, cefaleia e tremor leve
SAA moderada (agravamento da SAA leve, associado a):
SAA grave/delirium tremens (agravamento da SAA moderada, associado a):
Confusão/delirium
Crises tônico-clônicas generalizadas (esta pode ser a primeira manifestação da SAA em alguns pacientes)
Alucinações auditivas, visuais ou táteis
Hipertermia subsequente a agitação psicomotora.
A SAA deve ser avaliada e manejada de acordo com o protocolo revisado do Clinical Institute Withdrawal Assessment Alcohol (CIWA-Ar). Os médicos devem ser capazes de diferenciar a SAA da encefalopatia hepática e reconhecer que as duas condições podem coexistir.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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Farmacoterapia para SAA
Os benzodiazepínicos são os medicamentos mais utilizados para tratar a SAA.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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Os benzodiazepínicos de ação prolongada (por exemplo, diazepam) proporcionam maior proteção contra convulsões e delirium; os benzodiazepínicos de ação mais curta (por exemplo, oxazepam, lorazepam) são mais seguros nos idosos e nas pessoas com disfunção hepática.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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Doses elevadas de benzodiazepínicos podem desencadear ou agravar a encefalopatia hepática.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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Uma vez que a abstinência tenha sido atingida, uma combinação de aconselhamento e farmacoterapia pode ser considerada para melhorar a probabilidade de abstinência em longo prazo. Consulte Abstinência alcoólica.
Farmacoterapia para transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas
O American College of Gastroenterology recomenda o baclofeno (um agonista do receptor de GABA-B) para o tratamento dos transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas nos pacientes com DHRA compensada. O baclofeno foi estudado principalmente nesses pacientes.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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As outras opções de medicamentos sugeridas para esse grupo de pacientes incluem acamprosato, naltrexona, gabapentina ou topiramato.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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A naltrexona não é recomendada para os pacientes que fizerem uso presente de opioides. Ela pode ser usada na DHRA inicial e em pacientes com cirrose compensada, mas deve ser evitada nos pacientes com cirrose descompensada ou insuficiência hepática.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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A gabapentina pode ser usada de maneira indevida por alguns pacientes com transtornos relacionados ao uso de substâncias, e deve ser usada com precaução. As diretrizes não recomendam o uso do dissulfiram para o tratamento dos transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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Consulte Transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas.
Redução de peso
A redução de peso é importante nos pacientes com obesidade para retardar a progressão da DHRA.[18]Raynard B, Balian A, Fallik D, et al. Risk factors of fibrosis in alcohol-induced liver disease. Hepatology. 2002 Mar;35(3):635-8.
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É necessário cautela ao usar orlistate para reduzir o peso na DHRA devido a relatos de insuficiência hepática aguda e outras complicações significativas, como colelitíase e hepatite colestática.[86]Umemura T, Ichijo T, Matsumoto A, et al. Severe hepatic injury caused by orlistat. Am J Med. 2006 Aug;119(8):e7.
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Abandono do hábito de fumar
O abandono do hábito de fumar é benéfico na redução da evolução da DHRA.[41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81.
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O abandono desse hábito também é útil para iniciar e manter a abstinência de álcool.
Ele pode ser facilitado por esforços simples como a mera recomendação de um clínico durante consultas de rotina com o paciente.
Imunizações
Vacinas contra a gripe (influenza) e contra pneumococos são recomendadas nos pacientes com DHRA crônica. Se os anticorpos antiantígeno de superfície do vírus da hepatite B e imunoglobulina G (IgG) da hepatite A forem negativos, a imunização contra as hepatites A e B deve ser considerada em todos os estágios da DHRA.[88]Wakim-Fleming J, Mullen KD. Long-term management of alcoholic liver disease. Clin Liver Dis. 2005 Feb;9(1):135-49.
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Nutrição
A prevalência de desnutrição é extremamente alta na DHRA. A DHRA está associada com um alto risco de complicações, incluindo infecção, ascite, encefalopatia, síndrome hepatorrenal e mortalidade global.[89]McCullough AJ, Tavill AS. Disordered energy and protein metabolism in liver disease. Semin Liver Dis. 1991 Nov;11(4):265-77.
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As diretrizes recomendam a avaliação do estado nutricional, considerando a suplementação nutricional para garantir ingestão calórica suficiente e corrigir deficits específicos.[37]Crabb DW, Im GY, Szabo G, et al. Diagnosis and treatment of alcohol-associated liver diseases: 2019 practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2020 Jan;71(1):306-33.
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A terapia nutricional deve ser instituída durante as hospitalizações para descompensação aguda da DHRA, incluindo calorias, vitaminas e micronutrientes (inclusive zinco).[41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81.
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Esses pacientes precisam de alimentos em intervalos frequentes; o equilíbrio de nitrogênio pode ser melhorado com um lanche noturno e alimentação matinal.[92]Swart GR, Zillikens MC, van Vuure JK, et al. Effect of a late evening meal on nitrogen balance in patients with cirrhosis of the liver. BMJ. 1989 Nov 11;299(6709):1202-3.
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Suplementação nutricional
Pode reduzir a mortalidade global em alguns pacientes desnutridos com DHRA, especialmente aqueles com hepatite alcoólica ou cirrose, mas não foi demonstrada nenhuma melhoria consistente na sobrevida.[94]Stickel F, Hoehn B, Schuppan D, et al. Review article: nutritional therapy in alcoholic liver disease. Aliment Pharmacol Ther. 2003 Aug 15;18(4):357-73.
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Revisões sistemáticas indicam que o suporte nutricional adjuvante (nutrição parenteral ou enteral ou suplementos nutricionais) não confere benefício de sobrevida em pacientes com DHRA, mas pode haver melhora da encefalopatia.[98]Antar R, Wong P, Ghali P. A meta-analysis of nutritional supplementation for management of hospitalized alcoholic hepatitis. Can J Gastroenterol. 2012 Jul;26(7):463-7.
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São necessários ensaios clínicos randomizados e controlados.
Se o paciente não conseguir atingir por via oral uma ingestão calórica adequada, deve-se considerar o suporte nutricional enteral.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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Uso rotineiro de formulações especiais
Não indicado, a menos que as formulações padrão não possam ser toleradas em quantidades necessárias para satisfazer as necessidades nutricionais.[102]McCullough AJ, O'Connor JF. Alcoholic liver disease: proposed recommendations for the American College of Gastroenterology. Am J Gastroenterol. 1998 Nov;93(11):2022-36.
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Formulações de aminoácidos em cadeia ramificada (BCAA) são usadas para pacientes que não toleram a quantidade-padrão necessária de aminoácidos sem precipitar encefalopatia.
Alimentação proteica
É geralmente bem-tolerada e não há motivos para a restrição de proteínas de rotina para pacientes com hepatite alcoólica. Pacientes com hepatite alcoólica grave precisam de uma ingestão diária de proteínas de 1.2 a 1.5 g/kg e ingestão calórica de 35 kcal/kg.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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A ingestão de calorias e de proteínas é essencial para melhorar os desfechos nos pacientes com DHRA.[104]Shah ND, Barritt AS 4th. Nutrition as therapy in liver disease. Clin Ther. 2022 May;44(5):682-96.
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Síndrome de reintrodução da alimentação
Os pacientes que fazem uso indevido de bebidas alcoólicas apresentam alto risco de desenvolvimento da "síndrome de realimentação" e devem ser estritamente monitorados quanto ao desenvolvimento de hipocalemia, hipofosfatemia e hipomagnesemia graves.
Suplementação de micronutrientes
A suplementação oral com zinco em longo prazo para os pacientes com cirrose por DHRA demonstrou ter efeitos benéficos sobre parâmetros nutricionais e a função metabólica hepática, inclusive na fibrose hepática (cirrose).
A tiamina e outros suplementos vitamínicos deverão ser considerados, se necessário.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
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Farmacoterapia
Os ensaios clínicos tiveram como foco pacientes com hepatite alcoólica.
Corticosteroides
Uma metanálise dos dados de pacientes individuais de quatro estudos controlados da hepatite alcoólica grave revelou que os corticosteroides reduziram o risco de morte a 28 dias em comparação com o placebo (razão de riscos [RR] de 0.64; intervalo de confiança [IC] de 95%: 0.48 a 0.86) ou pentoxifilina (RR de 0.64; IC de 95%: 0.43 a 0.95).[105]Louvet A, Thursz MR, Kim DJ, et al. Corticosteroids reduce risk of death within 28 days for patients with severe alcoholic hepatitis, compared with pentoxifylline or placebo: a meta-analysis of individual data from controlled trials. Gastroenterology. 2018 Aug;155(2):458-68.
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Eficácia do corticosteroide reduzida com o tempo; a mortalidade em 6 meses não diferiu entre corticosteroide e placebo ou corticosteroide e pentoxifilina.[105]Louvet A, Thursz MR, Kim DJ, et al. Corticosteroids reduce risk of death within 28 days for patients with severe alcoholic hepatitis, compared with pentoxifylline or placebo: a meta-analysis of individual data from controlled trials. Gastroenterology. 2018 Aug;155(2):458-68.
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Uma metanálise subsequente constatou que os corticosteroides não reduziram estatisticamente a mortalidade em pacientes com hepatite alcoólica em comparação com um placebo ou a ausência de intervenção (risco relativo de 0.90, IC de 95%: 0.70 a 1.15) até 3 meses após a randomização.[106]Pavlov CS, Varganova DL, Casazza G, et al. Glucocorticosteroids for people with alcoholic hepatitis. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Apr 9;(4):CD001511.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD001511.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30964545?tool=bestpractice.com
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What are the benefits and harms of glucocorticosteroids in adults with alcoholic hepatitis?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2524/fullMostre-me a resposta No entanto, em um subgrupo de pacientes com prognóstico desfavorável (pontuação 32 da função discriminante de Maddrey ou encefalopatia hepática), o uso de corticosteroides melhorou a sobrevida em curto prazo, mas não houve benefício para a saúde em longo prazo.[107]Carithers RL Jr, Herlong HF, Diehl AM, et al. Methylprednisolone therapy in patients with severe alcoholic hepatitis: a randomized multicenter trial. Ann Intern Med. 1989 May 1;110(9):685-90.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2648927?tool=bestpractice.com
[108]Mathurin P, O'Grady J, Carithers RL, et al. Corticosteroids improve short-term survival in patients with severe alcoholic hepatitis: meta-analysis of individual patient data. Gut. 2011 Feb;60(2):255-60.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20940288?tool=bestpractice.com
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Função discriminante de Maddrey modificada
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Um declínio precoce na bilirrubina sérica, no 7º dia de tratamento, é um forte fator prognóstico de resposta a corticosteroides e uma taxa de sobrevida mais alta aos 6 meses após o tratamento.[109]Mathurin P, Abdelnour M, Ramond MJ, et al. Early change in bilirubin levels is an important prognostic factor in severe alcoholic hepatitis treated with prednisolone. Hepatology. 2003 Dec;38(6):1363-9.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1016/j.hep.2003.09.038/pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14647046?tool=bestpractice.com
Junto com o tempo de protrombina e outros parâmetros, ela está incluída no cálculo do escore de Lille, usado para identificar pacientes que não respondem a corticosteroides.[110]Louvet A, Naveau S, Abdelnour M, et al. The Lille model: a new tool for therapeutic strategy in patients with severe alcoholic hepatitis treated with steroids. Hepatology. 2007 Jun;45(6):1348-54.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/hep.21607/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17518367?tool=bestpractice.com
Numa metanálise, os únicos pacientes que se beneficiaram da terapia com corticosteroides (sobrevida aos 28 dias) foram aqueles com escores de Lille ≤0.16 (respondentes completos) ou entre 0.16 e 0.56 (respondentes parciais).[108]Mathurin P, O'Grady J, Carithers RL, et al. Corticosteroids improve short-term survival in patients with severe alcoholic hepatitis: meta-analysis of individual patient data. Gut. 2011 Feb;60(2):255-60.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20940288?tool=bestpractice.com
Os pacientes com escores de Lille mais altos devem descontinuar a terapia com corticosteroides.[37]Crabb DW, Im GY, Szabo G, et al. Diagnosis and treatment of alcohol-associated liver diseases: 2019 practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2020 Jan;71(1):306-33.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2020/01000/diagnosis_and_treatment_of_alcohol_associated.25.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31314133?tool=bestpractice.com
O American College of Gastroenterology recomenda descontinuar o uso de corticosteroides em pacientes com escore de Lille >0.45, enquanto a European Association for the Study of the Liver recomenda a descontinuação em pacientes com escore de Lille ≥0.56.[41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81.
https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)30214-9/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29628280?tool=bestpractice.com
[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com
A prednisolona é preferível à prednisona na hepatite alcoólica aguda. A metilprednisolona intravenosa é uma alternativa para os pacientes que não podem tomar medicamentos por via oral.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx
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[37]Crabb DW, Im GY, Szabo G, et al. Diagnosis and treatment of alcohol-associated liver diseases: 2019 practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2020 Jan;71(1):306-33.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2020/01000/diagnosis_and_treatment_of_alcohol_associated.25.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31314133?tool=bestpractice.com
Os corticosteroides devem ser evitados nos pacientes com hemorragia digestiva que necessitam de transfusão, com infecção ativa, e na síndrome hepatorrenal.[111]Imperiale TF, McCullough AJ. Do corticosteroids reduce mortality from alcoholic hepatitis? A meta-analysis of the randomized trials. Ann Intern Med. 1990 Aug 15;113(4):299-307.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2142869?tool=bestpractice.com
[112]Mathurin P. Is alcoholic hepatitis an indication for transplantation? Current management and outcomes. Liver Transpl. 2005 Nov;(11 suppl 2):S21-4.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/lt.20601/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16237730?tool=bestpractice.com
Os corticosteroides não parecem aumentar a ocorrência ou a mortalidade por infecções bacterianas em pacientes com hepatite alcoólica grave.[113]Hmoud BS, Patel K, Bataller R, et al. Corticosteroids and occurrence of and mortality from infections in severe alcoholic hepatitis: a meta-analysis of randomized trials. Liver Int. 2016 May;36(5):721-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26279269?tool=bestpractice.com
O American College of Gastroenterology recomenda o tratamento com acetilcisteína intravenosa por 5 dias como adjuvante aos corticosteroides, pois oferece melhor benefício de sobrevida a 28 dias, com 85% de redução do risco de morte por hepatite alcoólica, com base nos resultados de uma revisão sistemática e metanálise em rede, e em seu excelente perfil de segurança.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com
[114]Singh S, Murad MH, Chandar AK, et al. Comparative effectiveness of pharmacological interventions for severe alcoholic hepatitis: a systematic review and network meta-analysis. Gastroenterology. 2015 Oct;149(4):958-70.e12.
https://www.doi.org/10.1053/j.gastro.2015.06.006
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26091937?tool=bestpractice.com
No entanto, outras diretrizes não incluíram essa recomendação, e há ensaios adicionais em andamento.
Pentoxifilina
As diretrizes não recomendam a pentoxifilina para o tratamento da hepatite alcoólica grave.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx
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[37]Crabb DW, Im GY, Szabo G, et al. Diagnosis and treatment of alcohol-associated liver diseases: 2019 practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2020 Jan;71(1):306-33.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2020/01000/diagnosis_and_treatment_of_alcohol_associated.25.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31314133?tool=bestpractice.com
[41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81.
https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)30214-9/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29628280?tool=bestpractice.com
Estudos prospectivos são necessários para determinar se os subgrupos de pacientes com hepatite alcoólica podem se beneficiar potencialmente da pentoxifilina. Não há dados suficientes para avaliar se outras terapias anti-fator de necrose tumoral (TNF) são benéficas na DHRA.[115]Tilg H, Jalan R, Kaser A, et al. Anti-tumor necrosis factor-alpha monoclonal antibody therapy in severe alcoholic hepatitis. J Hepatol. 2003 Apr;38(4):419-25.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12663232?tool=bestpractice.com
[116]Naveau S, Chollet-Martin S, Dharancy S, et al. A double-blind randomized controlled trial of infliximab associated with prednisolone in acute alcoholic hepatitis. Hepatology. 2004 May;39(5):1390-7.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/hep.20206/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15122768?tool=bestpractice.com
Tratamento da ascite
Os pacientes com ascite devem ser submetidos a paracentese diagnóstica para descartar peritonite bacteriana espontânea.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com
Os rins retêm sódio avidamente em pacientes com hepatite alcoólica e cirrose. O objetivo do tratamento é atingir o equilíbrio negativo de sódio. Pacientes com doença menos grave podem responder à restrição alimentar isolada de sódio moderada (2 gramas de sódio por dia). Restrições mais intensas geralmente causam problemas de adesão terapêutica, pois a dieta se tornará desagradável e o paciente poderá reduzir a ingestão de alimentos.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com
[118]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines on the management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis, and hepatorenal syndrome in cirrhosis. J Hepatol. 2010 Sep;53(3):397-417.
http://www.jhep-elsevier.com/article/PIIS0168827810004782/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20633946?tool=bestpractice.com
[119]Aithal GP, Palaniyappan N, China L, et al. Guidelines on the management of ascites in cirrhosis. Gut. 2021 Jan;70(1):9-29.
https://www.doi.org/10.1136/gutjnl-2020-321790
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33067334?tool=bestpractice.com
Apenas 10% a 15% dos pacientes respondem ao manejo alimentar somente.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com
Conforme a função hepática se deteriora, os pacientes precisam de diuréticos em conjunto com uma dieta restrita de sódio a fim de induzir a excreção adequada de sódio na urina. O esquema terapêutico diurético mais comumente usado é uma combinação de furosemida e espironolactona.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com
Usando essa combinação, é possível atingir uma terapia bem-sucedida em até 90% dos pacientes.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com
Pacientes que forem refratários à restrição de sal e diuréticos (geralmente <10% dos pacientes com cirrose) poderão precisar de terapias com paracentese de grande volume ou anastomose portossistêmica intra-hepática transjugular (TIPS).[42]Senousy BE, Draganov PV. Evaluation and management of patients with refractory ascites. World J Gastroenterol. 2009 Jan 7;15(1):67-80.
http://www.wjgnet.com/1007-9327/full/v15/i1/67.htm
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19115470?tool=bestpractice.com
[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx
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[118]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines on the management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis, and hepatorenal syndrome in cirrhosis. J Hepatol. 2010 Sep;53(3):397-417.
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[119]Aithal GP, Palaniyappan N, China L, et al. Guidelines on the management of ascites in cirrhosis. Gut. 2021 Jan;70(1):9-29.
https://www.doi.org/10.1136/gutjnl-2020-321790
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33067334?tool=bestpractice.com
A profilaxia primária com antibióticos deve ser considerada nos pacientes com cirrose alcoólica de alto risco adequados (proteína no líquido ascítico <15 g/L [<1.5 g/dL]) para reduzir o risco de desenvolverem um primeiro episódio de peritonite bacteriana espontânea. Os antibióticos para profilaxia primária devem ser usados de maneira criteriosa, levando-se em consideração os efeitos adversos e o risco de se promover resistência.[125]Arab JP, Roblero JP, Altamirano J, et al. Alcohol-related liver disease: Clinical practice guidelines by the Latin American Association for the Study of the Liver (ALEH). Ann Hepatol. 2019 May-Jun;18(3):518-35.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1665268119300419?via%3Dihub
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31053546?tool=bestpractice.com
Devido às preocupações relativas à resistência a antibióticos, é melhor restringir a profilaxia antibiótica primária aos pacientes hospitalizados com risco mais elevado; isso inclui os pacientes com concentração de proteína ascítica <1 g/L e pacientes com cirrose e proteína ascítica baixa (<1.5 g/L) com disfunção renal (nível de creatinina sérica >106.08 micromoles/L [>1.2 mg/dL], nível de nitrogênio ureico no sangue >8.92 mmol/L [>25 mg/dL], ou nível de sódio sérico <130 mmol/L [<130 mEq/L]) ou insuficiência hepática (escore Child-Pugh-Turcotte >9 e bilirrubina >51.31 micromoles/L [>3 mg/dL]).[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com
Em uma metanálise observou-se que o uso oral de uma fluoroquinolona em determinados pacientes com cirrose de alto risco, com baixa proteína no líquido ascítico (<1.5 g/dL), reduziu o risco de desenvolvimento de um primeiro episódio de peritonite bacteriana espontânea e o risco de mortalidade.[126]Loomba R, Wesley R, Bain A, et al. Role of fluoroquinolones in the primary prophylaxis of spontaneous bacterial peritonitis: meta-analysis. Clin Gastroenterol Hepatol. 2009 Apr;7(4):487-93.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19250986?tool=bestpractice.com
Atualmente, as diretrizes da AASLD recomendam ciprofloxacino para a profilaxia primária.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com
Os antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos podem causar eventos adversos graves, incapacitantes e potencialmente duradouros ou irreversíveis. Isso inclui, mas não está limitado a: tendinopatia/ruptura de tendão; neuropatia periférica; artropatia/artralgia; aneurisma e dissecção da aorta; regurgitação de valva cardíaca; disglicemia; e efeitos sobre o sistema nervoso central, incluindo convulsões, depressão, psicose e pensamentos e comportamento suicidas.[127]Rusu A, Munteanu AC, Arbănași EM, et al. Overview of side-effects of antibacterial fluoroquinolones: new drugs versus old drugs, a step forward in the safety profile? Pharmaceutics. 2023 Mar 1;15(3):804.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10056716
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36986665?tool=bestpractice.com
Restrições de prescrição aplicam-se ao uso das fluoroquinolonas, e essas restrições podem variar entre os países. Em geral, o uso das fluoroquinolonas deve ser restrito apenas nas infecções bacterianas graves e com risco à vida. Algumas agências regulatórias também podem recomendar que eles sejam usados apenas em situações em que outros antibióticos comumente recomendados para a infecção sejam inadequados (por exemplo, resistência, contraindicações, falha do tratamento, indisponibilidade).
Consulte as diretrizes e a fonte de informações de medicamentos locais para obter mais informações sobre adequação, contraindicações e precauções.
Devido às questões de segurança associadas às fluoroquinolonas, há novas evidências para outras opções de profilaxia antibiótica. Sulfametoxazol/trimetoprima ou rifaximina podem ser usados como alternativas em alguns pacientes, e em alguns centros podem ser usados de maneira preferencial a ciprofloxacino.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx
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[128]Goel A, Rahim U, Nguyen LH, et al. Systematic review with meta-analysis: rifaximin for the prophylaxis of spontaneous bacterial peritonitis. Aliment Pharmacol Ther. 2017 Dec;46(11-12):1029-36.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/apt.14361
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28994123?tool=bestpractice.com
[129]Wang W, Yang J, Liu C, et al. Norfloxacin, ciprofloxacin, trimethoprim-sulfamethoxazole, and rifaximin for the prevention of spontaneous bacterial peritonitis: a network meta-analysis. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2019 Aug;31(8):905-10.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/apt.14361
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31107737?tool=bestpractice.com
A ceftriaxona intravenosa pode ser usada nos pacientes com cirrose e hemorragia gastrointestinal, pois reduz as taxas de infecções e de ressangramentos, a necessidade de transfusão, e melhora a sobrevida.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48.
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[130]Fernández J, Ruiz del Arbol L, Gómez C, et al. Norfloxacin vs ceftriaxone in the prophylaxis of infections in patients with advanced cirrhosis and hemorrhage. Gastroenterology. 2006 Oct;131(4):1049-56.
https://www.gastrojournal.org/article/S0016-5085(06)01535-6/fulltext?referrer=https%3A%2F%2Fpubmed.ncbi.nlm.nih.gov%2F
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17030175?tool=bestpractice.com
Em termos de qual esquema de antibioticoterapia é mais eficaz, a AASLD não recomenda nenhum antibiótico, mas duas metanálises mais recentes (uma foi publicada desde essas diretrizes) sugeriram que rifaximina é potencialmente mais eficaz.[131]Song S, Yang Y, Geng C, et al. Norfloxacin versus alternative antibiotics for prophylaxis of spontaneous bacteria peritonitis in cirrhosis: a systematic review and meta-analysis. BMC Infect Dis. 2023 Aug 28;23(1):557.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10463656
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[129]Wang W, Yang J, Liu C, et al. Norfloxacin, ciprofloxacin, trimethoprim-sulfamethoxazole, and rifaximin for the prevention of spontaneous bacterial peritonitis: a network meta-analysis. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2019 Aug;31(8):905-10.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/apt.14361
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31107737?tool=bestpractice.com
Tratamento de hepatite C coexistente
A decisão de empregar terapia antiviral nos pacientes com DHRA e infecção por hepatite C deve ser determinada caso a caso. Geralmente não se pode recomendar o uso de outros agentes antivirais nos pacientes com uso de álcool ativo, uma vez que a eficácia pode diminuir.[132]Oshita M, Hayashi N, Kasahara A, et al. Increased serum hepatitis C virus RNA levels among alcoholic patients with chronic hepatitis C. Hepatology. 1994 Nov;20(5):1115-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7523270?tool=bestpractice.com
A abstinência de álcool seguida por terapia antiviral pode melhorar potencialmente a eficácia dessa terapia.[133]Ohnishi K, Matsuo S, Matsutani K, et al. Interferon therapy for chronic hepatitis C in habitual drinkers: comparison with chronic hepatitis C in infrequent drinkers. Am J Gastroenterol. 1996 Jul;91(7):1374-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8677998?tool=bestpractice.com
O tratamento atual para hepatite C crônica em pacientes abstinentes é feito quase exclusivamente com combinações de agentes antivirais diretos. Os esquemas terapêuticos recomendados para o tratamento de hepatite C são frequentemente atualizados pela American Association for the Study of Liver Diseases.
AASLD: HCV guidance
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Doença em estágio terminal
Pacientes com DHRA em estágio terminal devem ser considerados para transplante de fígado. Devem-se rastrear pacientes com DHRA em busca de comorbidades relacionas ao álcool, sendo que a maioria dos centros de transplantes exigem, ao menos, um período confirmado de 6 meses de abstinência.[134]Keeffe EB. Comorbidities of alcoholic liver disease that affect outcome of orthotopic liver transplantation. Liver Transpl Surg. 1997 May;3(3):251-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9346748?tool=bestpractice.com
[135]Gong A, Minuk GY. Predictors of alcohol relapse following liver transplantation for alcohol-induced liver failure. consideration of "A-D" selection criteria. Ann Transplant. 2018 Feb 20;23:129-35.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6248322
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29459581?tool=bestpractice.com
Outros critérios devem ser levados em consideração.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54.
https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com
[11]Thursz M, Lingford-Hughes A. Advances in the understanding and management of alcohol-related liver disease. BMJ. 2023 Nov 20;383:e077090.
https://www.bmj.com/content/383/bmj-2023-077090.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37984967?tool=bestpractice.com
[41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81.
https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)30214-9/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29628280?tool=bestpractice.com
[136]Obed A, Bashir A, Stern S, et al. Severe acute alcoholic hepatitis and liver transplant: a never-ending mournful story. Clin Mol Hepatol. 2018 Dec;24(4):358-66.
https://www.doi.org/10.3350/cmh.2018.0044
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30360030?tool=bestpractice.com
[137]Ramirez-Cadiz C, Blaney H, Kubanek N, et al. Review article: Current indications and selection criteria for early liver transplantation in severe alcohol-associated hepatitis. Aliment Pharmacol Ther. 2024 May;59(9):1049-61.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38475893?tool=bestpractice.com
A prioridade para o recebimento do transplante de fígado depende da pontuação MELD (Model End-Stage Liver Disease - modelo para doença hepática terminal).
[
Escore MELDNa (para fins de listagem de transplantes de fígado, não é adequado para pacientes com menos de 12 anos de idade ) (unidades SI)
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]
Os outros fatores incluem a intensidade da doença hepática, as complicações associadas, outras comorbidades clínicas e psiquiátricas, apoio familiar, dependência alcoólica e risco de recidiva. O modelo se baseia em uma pontuação composta por creatinina sérica, bilirrubina sérica e razão normalizada internacional. Uma pontuação mais elevada indica um prognóstico pior. Ela foi validada como um preditor independente de sobrevida em pacientes candidatos ao transplante de fígado. Uma pontuação MELD de 21 apresentou sensibilidade de 75% e especificidade de 75% na predição de mortalidade a 90 dias na hepatite alcoólica aguda.[138]Dunn W, Jamil LH, Brown LS, et al. MELD accurately predicts mortality in patients with alcoholic hepatitis. Hepatology. 2005 Feb;41(2):353-8.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/hep.20503/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15660383?tool=bestpractice.com
Pacientes com hepatite alcoólica aguda geralmente não serão considerados para transplante até que tenham se recuperado da doença aguda e possam demonstrar reabilitação e abstinência sustentada. No entanto, há evidências crescentes de que, com base em critérios rigorosos, o transplante hepático pode ser eficaz em um grupo seleto de pacientes com hepatite alcoólica.[139]Marot A, Dubois M, Trépo E, et al. Liver transplantation for alcoholic hepatitis: a systematic review with meta-analysis. PLoS One. 2018 Jan 11;13(1):e0190823.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5764315
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29324766?tool=bestpractice.com
[140]Al-Saeedi M, Barout MH, Probst P, et al. Meta-analysis of patient survival and rate of alcohol relapse in liver-transplanted patients for acute alcoholic hepatitis. Langenbecks Arch Surg. 2018 Nov;403(7):825-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30349998?tool=bestpractice.com
O risco de recaída alcoólica não difere significativamente entre pacientes com hepatite alcoólica e pacientes com cirrose alcoólica submetidos a transplante de fígado eletivo.[139]Marot A, Dubois M, Trépo E, et al. Liver transplantation for alcoholic hepatitis: a systematic review with meta-analysis. PLoS One. 2018 Jan 11;13(1):e0190823.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5764315
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29324766?tool=bestpractice.com
Os pacientes com hepatite alcoólica grave que não apresentam resposta à terapia medicamentosa têm uma taxa de mortalidade de até 70% em 6 meses.[110]Louvet A, Naveau S, Abdelnour M, et al. The Lille model: a new tool for therapeutic strategy in patients with severe alcoholic hepatitis treated with steroids. Hepatology. 2007 Jun;45(6):1348-54.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/hep.21607/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17518367?tool=bestpractice.com
Um estudo multicêntrico retrospectivo realizado nos EUA com 147 pacientes com hepatite alcoólica grave como primeiro evento de descompensação, escore MELD mediano de 39, submetidos a transplante de fígado antes de 6 meses de abstinência (abstinência média de 55 dias) entre 2006 e 2017 em 12 centros dos EUA constatou que a sobrevida cumulativa dos pacientes após o transplante de fígado foi de 94% em 1 ano e 84% em 3 anos, com uma incidência cumulativa de uso sustentado de bebidas alcoólicas de 10% em 1 ano (IC de 95%, 6% a 18%) e 17% em 3 anos (IC de 95%, 10% a 27%) após o transplante de fígado.[141]Lee BP, Mehta N, Platt L, et al. Outcomes of early liver transplantation for patients with severe alcoholic hepatitis. Gastroenterology. 2018 Aug;155(2):422-30.e1.
https://www.gastrojournal.org/article/S0016-5085(18)30442-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29655837?tool=bestpractice.com
As diretrizes da American Association for the Study of Liver Diseases sugerem considerar o transplante de fígado em pacientes cuidadosamente selecionados com perfis psicossociais favoráveis na hepatite alcoólica grave que não responderem à terapia medicamentosa.[37]Crabb DW, Im GY, Szabo G, et al. Diagnosis and treatment of alcohol-associated liver diseases: 2019 practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2020 Jan;71(1):306-33.
https://journals.lww.com/hep/fulltext/2020/01000/diagnosis_and_treatment_of_alcohol_associated.25.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31314133?tool=bestpractice.com