Doença hepática relacionada ao álcool
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
todos os pacientes
abstinência de álcool ± manejo da abstinência alcoólica
Medidas incluem o aconselhamento para abstinência de álcool, intervenção psicoterapêutica breve, Alcoólicos Anônimos, programas de reabilitação e modificação comportamental para a cessação do consumo de álcool, do tabagismo e do uso de drogas ilícitas. Também incluem monitoramento rigoroso e tratamento de sintomas de abstinência alcoólica.
Os benzodiazepínicos são os medicamentos mais utilizados para tratar a síndrome da abstinência alcoólica.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com Os benzodiazepínicos de ação prolongada (por exemplo, diazepam) proporcionam maior proteção contra convulsões e delirium; os benzodiazepínicos de ação mais curta (por exemplo, oxazepam, lorazepam) são mais seguros nos idosos e pessoas com disfunção hepática.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com [41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81. https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)30214-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29628280?tool=bestpractice.com Doses elevadas de benzodiazepínicos podem desencadear ou agravar a encefalopatia hepática.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com
Uma vez que a abstinência tenha sido atingida, uma combinação de aconselhamento e farmacoterapia pode ser considerada para melhorar a probabilidade de abstinência em longo prazo. Consulte Abstinência alcoólica.
Opções primárias
oxazepam: 15-30 mg por via oral três a quatro vezes ao dia
ou
diazepam: 10 mg por via intravenosa inicialmente, seguido de 5-10 mg a cada 3-4 horas quando necessário
Mais diazepamPodem ser necessárias doses mais frequentes. Uma variedade de esquemas de dosagem pode ser usada; consulte os protocolos locais para obter orientação quanto à dose.
Opções secundárias
lorazepam: 2-6 mg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas
manejo de transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
O American College of Gastroenterology recomenda o baclofeno (um agonista do receptor de GABA-B) para o tratamento dos transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas nos pacientes com DHRA compensada. O baclofeno foi estudado principalmente nesses pacientes.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com
Outras opções de medicamentos sugeridas para esse grupo de pacientes incluem o acamprosato, a naltrexona, a gabapentina ou o topiramato.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com
A naltrexona não é recomendada para os pacientes que fazem uso corrente de opioides. Ela pode ser usada na DHRA inicial e em pacientes com cirrose compensada, mas deve ser evitada nos pacientes com cirrose descompensada ou insuficiência hepática.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com Gabapentina pode ser usada de maneira indevida por alguns pacientes com transtornos relacionados ao uso de substâncias e deve ser usada com precaução.
Consulte Transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas.
Opções primárias
baclofeno: 5 mg por via oral três vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 45-60 mg/dia
Opções secundárias
acamprosato: 666 mg por via oral três vezes ao dia
ou
naltrexona: 50 mg por via oral uma vez ao dia
Opções terciárias
gabapentina: 300-600 mg por via oral três vezes ao dia
ou
topiramato: 100-150 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
redução de peso + abandono do hábito de fumar
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A redução de peso é importante nos pacientes com obesidade para retardar a progressão da DHRA.[18]Raynard B, Balian A, Fallik D, et al. Risk factors of fibrosis in alcohol-induced liver disease. Hepatology. 2002 Mar;35(3):635-8. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1053/jhep.2002.31782/pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11870378?tool=bestpractice.com [85]Naveau S, Giraud V, Borotto E, et al. Excess weight risk factor for alcoholic liver disease. Hepatology. 1997 Jan;25(1):108-11. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/hep.510250120/pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8985274?tool=bestpractice.com É necessário cautela ao se usar o orlistate para reduzir o peso na DHRA devido a relatos de insuficiência hepática aguda e outras complicações significativas, como colelitíase e hepatite colestática.[86]Umemura T, Ichijo T, Matsumoto A, et al. Severe hepatic injury caused by orlistat. Am J Med. 2006 Aug;119(8):e7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16887401?tool=bestpractice.com [87]Sall D, Wang J, Rashkin M, et al. Orlistat-induced fulminant hepatic failure. Clin Obes. 2014 Dec;4(6):342-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25826164?tool=bestpractice.com
O abandono do hábito de fumar é benéfico na redução da evolução da DHRA.[41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81. https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)30214-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29628280?tool=bestpractice.com O abandono desse hábito também é útil para iniciar e manter a abstinência de álcool. Ele pode ser facilitado por esforços simples como a mera recomendação de um clínico durante consultas de rotina com o paciente.
suplementação nutricional + polivitamínicos
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A prevalência de desnutrição é extremamente alta na DHRA.[89]McCullough AJ, Tavill AS. Disordered energy and protein metabolism in liver disease. Semin Liver Dis. 1991 Nov;11(4):265-77. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1763333?tool=bestpractice.com [90]McCullough AJ, Bugianesi E. Protein-calorie malnutrition and the etiology of cirrhosis. Am J Gastroenterol. 1997 May;92(5):734-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9149179?tool=bestpractice.com [91]Vasco M, Paolillo R, Schiano C, et al. Compromised nutritional status in patients with end-stage liver disease: role of gut microbiota. Hepatobiliary Pancreat Dis Int. 2018 Aug;17(4):290-300. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30173786?tool=bestpractice.com
As diretrizes recomendam a avaliação do estado nutricional, considerando a suplementação nutricional para garantir ingestão calórica suficiente e corrigir deficits específicos.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com [37]Crabb DW, Im GY, Szabo G, et al. Diagnosis and treatment of alcohol-associated liver diseases: 2019 practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2020 Jan;71(1):306-33. https://journals.lww.com/hep/fulltext/2020/01000/diagnosis_and_treatment_of_alcohol_associated.25.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31314133?tool=bestpractice.com [41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81. https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)30214-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29628280?tool=bestpractice.com A terapia nutricional deve ser instituída durante as hospitalizações para descompensação aguda da DHRA, inclusive calorias, vitaminas e micronutrientes (incluindo zinco).[41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81. https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)30214-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29628280?tool=bestpractice.com Esses pacientes precisam de alimentos em intervalos frequentes; o equilíbrio de nitrogênio pode ser melhorado com um lanche noturno e alimentação matinal.[92]Swart GR, Zillikens MC, van Vuure JK, et al. Effect of a late evening meal on nitrogen balance in patients with cirrhosis of the liver. BMJ. 1989 Nov 11;299(6709):1202-3. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1838097/pdf/bmj00258-0032.pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2513050?tool=bestpractice.com [93]Verboeket-Van De Venne WP, Westerterp KR, Van Hoek B, et al. Habitual pattern of food intake in patients with liver disease. Clin Nutr. 1993 Oct;12(5):293-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16843329?tool=bestpractice.com
A suplementação nutricional pode reduzir a mortalidade global em alguns pacientes desnutridos com DHRA, especialmente aqueles com hepatite alcoólica ou cirrose, mas não foi demonstrada nenhuma melhoria consistente na sobrevida.[94]Stickel F, Hoehn B, Schuppan D, et al. Review article: nutritional therapy in alcoholic liver disease. Aliment Pharmacol Ther. 2003 Aug 15;18(4):357-73. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1046/j.1365-2036.2003.01660.x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12940921?tool=bestpractice.com [95]Muto Y, Sato S, Watanabe A, et al. Effects of oral branched-chain amino acid granules on event-free survival in patients with liver cirrhosis. Clin Gastroenterol Hepatol. 2005 Jul;3(7):705-13. https://www.cghjournal.org/article/S1542-3565(05)00017-0/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16206505?tool=bestpractice.com [96]Moreno C, Langlet P, Hittelet A, et al. Enteral nutrition with or without N-acetylcysteine in the treatment of severe acute alcoholic hepatitis: a randomized multicenter controlled trial. J Hepatol. 2010 Dec;53(6):1117-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20801542?tool=bestpractice.com [142]Singal AK, Bataller R, Ahn J, et al. ACG clinical guideline: alcoholic liver disease. Am J Gastroenterol. 2018 Feb;113(2):175-94. https://journals.lww.com/ajg/Fulltext/2018/02000/ACG_Clinical_Guideline__Alcoholic_Liver_Disease.9.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29336434?tool=bestpractice.com Revisões sistemáticas indicam que o suporte nutricional adjuvante (nutrição parenteral ou enteral ou suplementos nutricionais) não confere benefício de sobrevida em pacientes com DHRA, mas pode haver melhora da encefalopatia.[98]Antar R, Wong P, Ghali P. A meta-analysis of nutritional supplementation for management of hospitalized alcoholic hepatitis. Can J Gastroenterol. 2012 Jul;26(7):463-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22803023?tool=bestpractice.com [99]Gluud LL, Dam G, Les I, et al. Branched-chain amino acids for people with hepatic encephalopathy. Cochrane Database Syst Rev. 2017 May 18;(5):CD001939. https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD001939.pub4/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28518283?tool=bestpractice.com [100]Koretz RL. The evidence for the use of nutritional support in liver disease. Curr Opin Gastroenterol. 2014 Mar;30(2):208-14. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24468804?tool=bestpractice.com [101]Ney M, Vandermeer B, van Zanten SJ, et al. Meta-analysis: oral or enteral nutritional supplementation in cirrhosis. Aliment Pharmacol Ther. 2013 Apr;37(7):672-9. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/apt.12252 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23421379?tool=bestpractice.com São necessários ensaios clínicos randomizados e controlados.
Se o paciente não conseguir atingir por via oral uma ingestão calórica adequada, deve-se considerar o suporte nutricional enteral.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com [37]Crabb DW, Im GY, Szabo G, et al. Diagnosis and treatment of alcohol-associated liver diseases: 2019 practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2020 Jan;71(1):306-33. https://journals.lww.com/hep/fulltext/2020/01000/diagnosis_and_treatment_of_alcohol_associated.25.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31314133?tool=bestpractice.com [41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81. https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)30214-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29628280?tool=bestpractice.com
O uso de rotina de formulações especializadas não é indicado, salvo se formulações-padrão não puderem ser toleradas nas quantidades necessárias para atingir os requisitos nutricionais.[102]McCullough AJ, O'Connor JF. Alcoholic liver disease: proposed recommendations for the American College of Gastroenterology. Am J Gastroenterol. 1998 Nov;93(11):2022-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9820369?tool=bestpractice.com [103]Barve A, Khan R, Marsano L, et al. Treatment of alcoholic liver disease. Ann Hepatol. 2008 Jan-Mar;7(1):5-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18376362?tool=bestpractice.com Formulações de aminoácidos em cadeia ramificada (BCAA) são usadas para pacientes que não toleram a quantidade-padrão necessária de aminoácidos sem precipitar encefalopatia.
A ingestão de proteínas é geralmente bem-tolerada e não há motivos para a restrição de proteínas de rotina para pacientes com hepatite alcoólica. Pacientes com hepatite alcoólica grave precisam de uma ingestão diária de proteínas de 1.2 a 1.5 g/kg e ingestão calórica de 35 kcal/kg.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com
Os pacientes que fazem uso indevido de bebidas alcoólicas apresentam alto risco de desenvolvimento da "síndrome de realimentação" e devem ser estritamente monitorados quanto ao desenvolvimento de hipocalemia, hipofosfatemia e hipomagnesemia graves.
A suplementação oral com zinco em longo prazo para pacientes com cirrose alcoólica demonstrou ter efeitos benéficos sobre parâmetros nutricionais e a função metabólica hepática, inclusive na fibrose hepática (cirrose).
A tiamina e outros suplementos vitamínicos deverão ser considerados, se necessário.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com
imunização
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Vacinas contra a gripe (influenza) e contra pneumococos são recomendadas nos pacientes com DHRA crônica. Se os anticorpos antiantígeno de superfície do vírus da hepatite B e imunoglobulina G (IgG) da hepatite A forem negativos, a imunização contra as hepatites A e B deve ser considerada em todos os estágios da DHRA.[88]Wakim-Fleming J, Mullen KD. Long-term management of alcoholic liver disease. Clin Liver Dis. 2005 Feb;9(1):135-49. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15763233?tool=bestpractice.com
corticosteroides
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Uma metanálise dos dados de pacientes individuais de quatro estudos controlados da hepatite alcoólica grave revelou que os corticosteroides reduziram o risco de morte a 28 dias em comparação com o placebo (razão de riscos [RR] de 0.64; intervalo de confiança [IC] de 95%: 0.48 a 0.86) ou pentoxifilina (RR de 0.64; IC de 95%: 0.43 a 0.95).[105]Louvet A, Thursz MR, Kim DJ, et al. Corticosteroids reduce risk of death within 28 days for patients with severe alcoholic hepatitis, compared with pentoxifylline or placebo: a meta-analysis of individual data from controlled trials. Gastroenterology. 2018 Aug;155(2):458-68. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29738698?tool=bestpractice.com Eficácia do corticosteroide reduzida com o tempo; a mortalidade em 6 meses não diferiu entre corticosteroide e placebo ou corticosteroide e pentoxifilina.[105]Louvet A, Thursz MR, Kim DJ, et al. Corticosteroids reduce risk of death within 28 days for patients with severe alcoholic hepatitis, compared with pentoxifylline or placebo: a meta-analysis of individual data from controlled trials. Gastroenterology. 2018 Aug;155(2):458-68. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29738698?tool=bestpractice.com
Adequados para os pacientes com DHRA e pontuação da função discriminante de Maddrey (MDF) igual ou superior a 32, ou com encefalopatia hepática.
A MDF baseia-se em uma pontuação composta de tempo de protrombina e bilirrubina total.[107]Carithers RL Jr, Herlong HF, Diehl AM, et al. Methylprednisolone therapy in patients with severe alcoholic hepatitis: a randomized multicenter trial. Ann Intern Med. 1989 May 1;110(9):685-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2648927?tool=bestpractice.com [108]Mathurin P, O'Grady J, Carithers RL, et al. Corticosteroids improve short-term survival in patients with severe alcoholic hepatitis: meta-analysis of individual patient data. Gut. 2011 Feb;60(2):255-60. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20940288?tool=bestpractice.com [ Função discriminante de Maddrey modificada Opens in new window ]
Se a bilirrubina cair na primeira semana, o tratamento será continuado até a remissão da descompensação aguda.
Deve-se proceder à descontinuação dos corticosteroides se não houver melhora na bilirrubina sérica no sétimo dia de tratamento. Os pacientes com escores de Lille mais altos devem descontinuar a terapia com corticosteroides.[37]Crabb DW, Im GY, Szabo G, et al. Diagnosis and treatment of alcohol-associated liver diseases: 2019 practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2020 Jan;71(1):306-33. https://journals.lww.com/hep/fulltext/2020/01000/diagnosis_and_treatment_of_alcohol_associated.25.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31314133?tool=bestpractice.com
O American College of Gastroenterology recomenda descontinuar o uso de corticosteroides nos pacientes com escore de Lille >0.45, enquanto a European Association for the Study of the Liver recomenda a descontinuação em pacientes com escore de Lille ≥0.56.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com [41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81. https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)30214-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29628280?tool=bestpractice.com
A prednisolona é preferível à prednisona na hepatite alcoólica aguda. A metilprednisolona intravenosa é uma alternativa para os pacientes que não puderem tomar medicamentos por via oral.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com [37]Crabb DW, Im GY, Szabo G, et al. Diagnosis and treatment of alcohol-associated liver diseases: 2019 practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2020 Jan;71(1):306-33. https://journals.lww.com/hep/fulltext/2020/01000/diagnosis_and_treatment_of_alcohol_associated.25.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31314133?tool=bestpractice.com
Corticosteroides devem ser evitados em pacientes com hemorragia digestiva que necessitem de transfusão, infecção ativa e síndrome hepatorrenal.[111]Imperiale TF, McCullough AJ. Do corticosteroids reduce mortality from alcoholic hepatitis? A meta-analysis of the randomized trials. Ann Intern Med. 1990 Aug 15;113(4):299-307. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2142869?tool=bestpractice.com [112]Mathurin P. Is alcoholic hepatitis an indication for transplantation? Current management and outcomes. Liver Transpl. 2005 Nov;(11 suppl 2):S21-4. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/lt.20601/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16237730?tool=bestpractice.com Os corticosteroides não parecem aumentar a ocorrência de, ou a mortalidade por, infecções bacterianas em pacientes com hepatite alcoólica grave.[113]Hmoud BS, Patel K, Bataller R, et al. Corticosteroids and occurrence of and mortality from infections in severe alcoholic hepatitis: a meta-analysis of randomized trials. Liver Int. 2016 May;36(5):721-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26279269?tool=bestpractice.com
Opções primárias
prednisolona: 40 mg por via oral uma vez ao dia
Opções secundárias
prednisona: 40 mg por via oral uma vez ao dia
Opções terciárias
succinato sódico de metilprednisolona: 32 mg por via intravenosa a cada 24 horas
acetilcisteína
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O American College of Gastroenterology recomenda o tratamento com acetilcisteína intravenosa como adjuvante aos corticosteroides, pois oferece melhor benefício de sobrevida em 28 dias, com 85% de redução do risco de morte por hepatite alcoólica, com base nos resultados de uma revisão sistemática e metanálise em rede e seu excelente perfil de segurança.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com [114]Singh S, Murad MH, Chandar AK, et al. Comparative effectiveness of pharmacological interventions for severe alcoholic hepatitis: a systematic review and network meta-analysis. Gastroenterology. 2015 Oct;149(4):958-70.e12. https://www.doi.org/10.1053/j.gastro.2015.06.006 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26091937?tool=bestpractice.com No entanto, outras diretrizes não incluíram essa recomendação, e há ensaios adicionais em andamento.
Opções primárias
acetilcisteína: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose intravenosa
restrição de sódio ± diurético
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Para pacientes com ascite menos grave, é necessária uma dieta diária com 2 g de sódio. As dietas "sem adição de sal" comumente prescritas geralmente contém cerca de 4 g de sódio diariamente. A meta de perda de peso não deve ser superior a 0.5 kg por dia em pacientes sem edema periférico (pacientes com edema podem perder até 1 kg por dia).
Conforme a função hepática se deteriora, os pacientes precisam de diuréticos em conjunto com uma dieta restrita de sódio a fim de induzir a excreção adequada de sódio na urina. O esquema terapêutico diurético mais comumente usado é uma combinação de furosemida e espironolactona. Usando essa combinação, é possível atingir uma terapia bem-sucedida em até 90% dos pacientes.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48. https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com
Pacientes que forem refratários à restrição de sal e diuréticos (geralmente <10% dos pacientes com cirrose) poderão precisar de terapias com paracentese de grande volume ou anastomose portossistêmica intra-hepática transjugular (TIPS).[42]Senousy BE, Draganov PV. Evaluation and management of patients with refractory ascites. World J Gastroenterol. 2009 Jan 7;15(1):67-80. http://www.wjgnet.com/1007-9327/full/v15/i1/67.htm http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19115470?tool=bestpractice.com [117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48. https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com [118]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines on the management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis, and hepatorenal syndrome in cirrhosis. J Hepatol. 2010 Sep;53(3):397-417. http://www.jhep-elsevier.com/article/PIIS0168827810004782/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20633946?tool=bestpractice.com
Demonstra como realizar uma paracentese abdominal diagnóstica e terapêutica.
Opções primárias
furosemida: 40-160 mg por via oral uma vez ao dia pela manhã
e
espironolactona: 100-400 mg por via oral uma vez ao dia pela manhã
profilaxia antibiótica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A profilaxia primária com antibióticos deve ser considerada nos pacientes com cirrose alcoólica de alto risco adequados (proteína no líquido ascítico <15 g/L [<1.5 g/dL]) para reduzir o risco de desenvolvimento de um primeiro episódio de peritonite bacteriana espontânea. Os antibióticos para profilaxia primária devem ser usados de maneira criteriosa, levando-se em consideração os efeitos adversos e o risco de se promover resistência.[125]Arab JP, Roblero JP, Altamirano J, et al. Alcohol-related liver disease: Clinical practice guidelines by the Latin American Association for the Study of the Liver (ALEH). Ann Hepatol. 2019 May-Jun;18(3):518-35. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1665268119300419?via%3Dihub http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31053546?tool=bestpractice.com [143]Silvey S, Patel NR, Tsai SY, et al. Higher rate of spontaneous bacterial peritonitis recurrence with secondary spontaneous bacterial peritonitis prophylaxis compared with no prophylaxis in 2 national cirrhosis cohorts. Am J Gastroenterol. 2024 Sep 4 [epub ahead of print]. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39235290?tool=bestpractice.com Devido a preocupações relativas à resistência a antibióticos, é melhor restringir a profilaxia antibiótica primária aos pacientes hospitalizados com risco mais elevado; isso inclui pacientes com concentração de proteína ascítica inferior a 1 g/L e pacientes com cirrose e proteína ascítica baixa (<1.5 g/L) com disfunção renal (nível de creatinina sérica >106.08 micromoles/L [>1.2 mg/dL], nível de nitrogênio ureico no sangue >8.92 mmol/L [>25 mg/dL], ou nível de sódio sérico <130 mmol/L [<130 mEq/L]) ou insuficiência hepática (escore Child-Pugh-Turcotte >9 e bilirrubina >51.31 micromoles/L [>3 mg/dL]).[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48. https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com
Em uma metanálise observou-se que o uso oral de uma fluoroquinolona em determinados pacientes com cirrose de alto risco, com baixa proteína no líquido ascítico (<1.5 g/dL), reduziu o risco de desenvolvimento de um primeiro episódio de peritonite bacteriana espontânea e o risco de mortalidade.[126]Loomba R, Wesley R, Bain A, et al. Role of fluoroquinolones in the primary prophylaxis of spontaneous bacterial peritonitis: meta-analysis. Clin Gastroenterol Hepatol. 2009 Apr;7(4):487-93. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19250986?tool=bestpractice.com Atualmente, as diretrizes da AASLD recomendam ciprofloxacino para a profilaxia primária.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48. https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com
Os antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos podem causar eventos adversos graves, incapacitantes e potencialmente duradouros ou irreversíveis. Isso inclui, mas não está limitado a: tendinopatia/ruptura de tendão; neuropatia periférica; artropatia/artralgia; aneurisma e dissecção da aorta; regurgitação de valva cardíaca; disglicemia; e efeitos sobre o sistema nervoso central, incluindo convulsões, depressão, psicose e pensamentos e comportamento suicidas.[127]Rusu A, Munteanu AC, Arbănași EM, et al. Overview of side-effects of antibacterial fluoroquinolones: new drugs versus old drugs, a step forward in the safety profile? Pharmaceutics. 2023 Mar 1;15(3):804. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10056716 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36986665?tool=bestpractice.com Restrições de prescrição aplicam-se ao uso de fluoroquinolonas e essas restrições podem variar entre os países. Em geral, o uso das fluoroquinolonas deve ser restrito apenas nas infecções bacterianas graves e com risco à vida. Algumas agências regulatórias também podem recomendar que eles sejam usados apenas em situações em que outros antibióticos comumente recomendados para a infecção sejam inadequados (por exemplo, resistência, contraindicações, falha do tratamento, indisponibilidade). Consulte as diretrizes locais e a fonte de informações de medicamentos para obter mais informações sobre adequação, contraindicações e precauções.
Devido às questões de segurança associadas às fluoroquinolonas, há novas evidências para outras opções. Sulfametoxazol/trimetoprima ou rifaximina podem ser usados com o alternativas em alguns pacientes, e em alguns centros podem ser usados de maneira preferencial ao ciprofloxacino.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48. https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com [128]Goel A, Rahim U, Nguyen LH, et al. Systematic review with meta-analysis: rifaximin for the prophylaxis of spontaneous bacterial peritonitis. Aliment Pharmacol Ther. 2017 Dec;46(11-12):1029-36. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/apt.14361 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28994123?tool=bestpractice.com [129]Wang W, Yang J, Liu C, et al. Norfloxacin, ciprofloxacin, trimethoprim-sulfamethoxazole, and rifaximin for the prevention of spontaneous bacterial peritonitis: a network meta-analysis. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2019 Aug;31(8):905-10. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/apt.14361 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31107737?tool=bestpractice.com [144]Facciorusso A, Papagiouvanni I, Cela M, et al. Comparative efficacy of long-term antibiotic treatments in the primary prophylaxis of spontaneous bacterial peritonitis. Liver Int. 2019 Aug;39(8):1448-58. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30920712?tool=bestpractice.com
A ceftriaxona intravenosa pode ser usada nos pacientes com cirrose e hemorragia gastrointestinal, pois reduz a taxa de infecções e de ressangramento, a necessidade de transfusão, e melhora a sobrevida.[117]Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2021 Aug;74(2):1014-48. https://journals.lww.com/hep/fulltext/2021/08000/diagnosis,_evaluation,_and_management_of_ascites,.38.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942342?tool=bestpractice.com [130]Fernández J, Ruiz del Arbol L, Gómez C, et al. Norfloxacin vs ceftriaxone in the prophylaxis of infections in patients with advanced cirrhosis and hemorrhage. Gastroenterology. 2006 Oct;131(4):1049-56. https://www.gastrojournal.org/article/S0016-5085(06)01535-6/fulltext?referrer=https%3A%2F%2Fpubmed.ncbi.nlm.nih.gov%2F http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17030175?tool=bestpractice.com
Em termos de qual esquema de antibioticoterapia é mais eficaz, a AASLD não recomenda nenhum antibiótico, mas duas metanálises mais recentes (uma foi publicada desde essas diretrizes) sugeriram que rifaximina é potencialmente mais eficaz.[131]Song S, Yang Y, Geng C, et al. Norfloxacin versus alternative antibiotics for prophylaxis of spontaneous bacteria peritonitis in cirrhosis: a systematic review and meta-analysis. BMC Infect Dis. 2023 Aug 28;23(1):557. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10463656 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37641014?tool=bestpractice.com [129]Wang W, Yang J, Liu C, et al. Norfloxacin, ciprofloxacin, trimethoprim-sulfamethoxazole, and rifaximin for the prevention of spontaneous bacterial peritonitis: a network meta-analysis. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2019 Aug;31(8):905-10. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/apt.14361 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31107737?tool=bestpractice.com
Opções primárias
ciprofloxacino: 500 mg por via oral uma vez ao dia
ou
sulfametoxazol/trimetoprima: 160 mg por via oral uma vez ao dia
Mais sulfametoxazol/trimetoprimaA dose refere-se ao componente trimetoprima.
ou
rifaximina: 550 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
ceftriaxona: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas
transplante de fígado + abstinência alcoólica continuada
Pacientes com DHRA em estágio terminal devem ser considerados para transplante de fígado. Devem-se rastrear pacientes com DHRA em busca de comorbidades relacionas ao álcool, sendo que a maioria dos centros de transplantes exigem, ao menos, um período confirmado de 6 meses de abstinência.[134]Keeffe EB. Comorbidities of alcoholic liver disease that affect outcome of orthotopic liver transplantation. Liver Transpl Surg. 1997 May;3(3):251-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9346748?tool=bestpractice.com [135]Gong A, Minuk GY. Predictors of alcohol relapse following liver transplantation for alcohol-induced liver failure. consideration of "A-D" selection criteria. Ann Transplant. 2018 Feb 20;23:129-35. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6248322 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29459581?tool=bestpractice.com
Outros critérios devem ser levados em consideração.[1]Jophlin LL, Singal AK, Bataller R, et al. ACG clinical guideline: alcohol-associated liver disease. Am J Gastroenterol. 2024 Jan 1;119(1):30-54. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2024/01000/acg_clinical_guideline__alcohol_associated_liver.13.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38174913?tool=bestpractice.com [11]Thursz M, Lingford-Hughes A. Advances in the understanding and management of alcohol-related liver disease. BMJ. 2023 Nov 20;383:e077090. https://www.bmj.com/content/383/bmj-2023-077090.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37984967?tool=bestpractice.com [41]European Association for the Study of the Liver. EASL clinical practice guidelines: management of alcohol-related liver disease. J Hepatol. 2018 Jul;69(1):154-81. https://www.journal-of-hepatology.eu/article/S0168-8278(18)30214-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29628280?tool=bestpractice.com [136]Obed A, Bashir A, Stern S, et al. Severe acute alcoholic hepatitis and liver transplant: a never-ending mournful story. Clin Mol Hepatol. 2018 Dec;24(4):358-66. https://www.doi.org/10.3350/cmh.2018.0044 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30360030?tool=bestpractice.com [137]Ramirez-Cadiz C, Blaney H, Kubanek N, et al. Review article: Current indications and selection criteria for early liver transplantation in severe alcohol-associated hepatitis. Aliment Pharmacol Ther. 2024 May;59(9):1049-61. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38475893?tool=bestpractice.com
A prioridade para o recebimento do transplante de fígado depende da pontuação MELD (Model End-Stage Liver Disease - modelo para doença hepática terminal). [ Escore MELDNa (para fins de listagem de transplantes de fígado, não é adequado para pacientes com menos de 12 anos de idade ) (unidades SI) Opens in new window ] Os outros fatores incluem a intensidade da doença hepática, as complicações associadas, outras comorbidades clínicas e psiquiátricas, apoio familiar, dependência alcoólica e risco de recidiva. O modelo se baseia em uma pontuação composta por creatinina sérica, bilirrubina sérica e razão normalizada internacional. Uma pontuação mais elevada indica um prognóstico pior. Ela foi validada como um preditor independente de sobrevida em pacientes candidatos ao transplante de fígado. Uma pontuação MELD de 21 apresentou sensibilidade de 75% e especificidade de 75% na predição de mortalidade a 90 dias na hepatite alcoólica aguda.[138]Dunn W, Jamil LH, Brown LS, et al. MELD accurately predicts mortality in patients with alcoholic hepatitis. Hepatology. 2005 Feb;41(2):353-8. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/hep.20503/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15660383?tool=bestpractice.com
Pacientes com hepatite alcoólica aguda geralmente não serão considerados para transplante até que tenham se recuperado da doença aguda e possam demonstrar reabilitação e abstinência sustentada. No entanto, há evidências crescentes de que, com base em critérios rigorosos, o transplante hepático pode ser eficaz em um grupo seleto de pacientes com hepatite alcoólica.[139]Marot A, Dubois M, Trépo E, et al. Liver transplantation for alcoholic hepatitis: a systematic review with meta-analysis. PLoS One. 2018 Jan 11;13(1):e0190823. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5764315 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29324766?tool=bestpractice.com [140]Al-Saeedi M, Barout MH, Probst P, et al. Meta-analysis of patient survival and rate of alcohol relapse in liver-transplanted patients for acute alcoholic hepatitis. Langenbecks Arch Surg. 2018 Nov;403(7):825-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30349998?tool=bestpractice.com O risco de recaída alcoólica não difere significativamente entre pacientes com hepatite alcoólica e pacientes com cirrose alcoólica submetidos a transplante de fígado eletivo.[139]Marot A, Dubois M, Trépo E, et al. Liver transplantation for alcoholic hepatitis: a systematic review with meta-analysis. PLoS One. 2018 Jan 11;13(1):e0190823. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5764315 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29324766?tool=bestpractice.com
Os pacientes com hepatite alcoólica grave que não apresentam resposta à terapia medicamentosa têm uma taxa de mortalidade de até 70% em 6 meses.[110]Louvet A, Naveau S, Abdelnour M, et al. The Lille model: a new tool for therapeutic strategy in patients with severe alcoholic hepatitis treated with steroids. Hepatology. 2007 Jun;45(6):1348-54. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/hep.21607/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17518367?tool=bestpractice.com
Um estudo multicêntrico retrospectivo realizado nos EUA com 147 pacientes com hepatite alcoólica grave como primeiro evento de descompensação, escore MELD mediano de 39, submetidos a transplante de fígado antes de 6 meses de abstinência (abstinência média de 55 dias) entre 2006 e 2017 em 12 centros dos EUA constatou que a sobrevida cumulativa dos pacientes após o transplante de fígado foi de 94% em 1 ano e 84% em 3 anos, com uma incidência cumulativa de uso sustentado de bebidas alcoólicas de 10% em 1 ano (IC de 95%, 6% a 18%) e 17% em 3 anos (IC de 95%, 10% a 27%) após o transplante de fígado.[141]Lee BP, Mehta N, Platt L, et al. Outcomes of early liver transplantation for patients with severe alcoholic hepatitis. Gastroenterology. 2018 Aug;155(2):422-30.e1. https://www.gastrojournal.org/article/S0016-5085(18)30442-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29655837?tool=bestpractice.com
As diretrizes da American Association for the Study of Liver Diseases sugerem considerar o transplante de fígado em pacientes cuidadosamente selecionados com perfis psicossociais favoráveis na hepatite alcoólica grave que não responderem à terapia medicamentosa.[37]Crabb DW, Im GY, Szabo G, et al. Diagnosis and treatment of alcohol-associated liver diseases: 2019 practice guidance from the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology. 2020 Jan;71(1):306-33. https://journals.lww.com/hep/fulltext/2020/01000/diagnosis_and_treatment_of_alcohol_associated.25.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31314133?tool=bestpractice.com
A abstinência alcoólica e o manejo do transtorno decorrente do uso de bebidas alcoólicas devem continuar após o transplante.
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