Complicações
Normalmente, é secundária à doença crônica e melhora com o controle da atividade da doença.
Tipicamente decorrente da linfopenia e, em menor grau, da neutropenia.
Frequentemente observada no LES, mas outras causas devem ser excluídas.
A corticoterapia de longa duração é uma causa reconhecida de catarata subcapsular posterior.
Entretanto, não há evidências para sugerir que os pacientes com LES têm um risco maior.
As diretrizes para a prevenção e tratamento da osteoporose induzida por corticosteroides devem ser seguidas.
A corticoterapia em altas doses pode resultar em resistência insulínica e em diabetes mellitus do tipo 2.
Essa complicação é bem documentada. Um paciente do sexo masculino que precise tomar ciclofosfamida deve ser alertado antes de iniciar a terapia, devendo-se discutir o armazenamento de esperma antes do início do tratamento.
O LES por si só está associado a uma frequência maior de anormalidade no esperma e a um volume testicular reduzido. A ciclofosfamida pós-puberal é o principal fator contribuinte para reduzir a fertilidade em pacientes do sexo masculino com LES.[167]
Pode ocorrer como parte da serosite. Tratada da mesma forma que os pacientes com serosite, com aconselhamento adicional de um especialista cardiovascular.
Pode ocorrer como parte de manifestações cardiopulmonares. Exige aconselhamento de um especialista cardiovascular. Outras causas devem ser excluídas.
Pode ocorrer como parte de manifestações cardiopulmonares. Exige aconselhamento de um especialista cardiovascular. Outras causas devem ser excluídas.
Pode ser unilateral ou bilateral. É mais comum que a pericardite.
Os derrames pleurais no LES geralmente são unilaterais e exsudativos. Outras causas de derrame pleural devem ser descartadas.
Imunossupressores como azatioprina e ciclofosfamida podem aumentar o risco de malignidade em pacientes com LES.[160]
Os pacientes devem ser advertidos sobre o risco antes de iniciar essa terapia, devendo-se buscar a opinião de um oncologista especialista se houver preocupações sobre a existência de malignidade após a terapia.
A corticoterapia está associada a um risco elevado de necrose óssea avascular, mais comumente na cabeça do fêmur, mas também descrita em outros locais.
É reconhecida também uma associação com a síndrome do anticorpo antifosfolipídeo.
Embora não seja uma complicação comum, pode ser muito grave.
Uma doença cerebral viral rara, que é um possível efeito adverso de algum medicamento modificador da doença, particularmente o rituximabe.
Uma revisão da literatura sugere aumento de risco de LEMP em pacientes com LES em comparação com a população em geral, possivelmente devido a imunossupressão, doença subjacente, tratamentos para controlar a doença ou alguma combinação destes fatores.[172]
O tratamento padrão consiste em evitar os fatores desencadeantes e alterar o estilo de vida. Alternativas para a doença refratária incluem vasodilatadores tópicos (por exemplo, bloqueadores dos canais de cálcio, nitroglicerina tópica). A doença grave pode exigir prostaciclinas intravasculares ou simpatectomia.
A sildenafila, um inibidor da fosfodiesterase-5, pode ser usada para a necrose digital na síndrome de sobreposição na esclerodermia.
Corticosteroides, metotrexato, ciclofosfamida e azatioprina podem aumentar o risco de infecção via mielossupressão.
Inclui infecções bacterianas comuns bem como infecções oportunistas: fungos, parasitas, micobactérias e protozoários.
A infecção deve ser tratada com terapia de acordo com as diretrizes locais e os imunossupressores adotados naquele momento.
O tratamento com AINEs não seletivos ou inibidores de ciclo-oxigenase-2 (COX2) aumenta o risco de insuficiência renal.[161] Essa terapia não deve ser iniciada em pacientes com comprometimento renal preexistente.
Se a insuficiência renal se desenvolver, a terapia deverá ser descontinuada e aplicado o tratamento adicional apropriado para o comprometimento renal.
Os pacientes que requerem um anti-inflamatório e que apresentam alto risco de ulceração gastrointestinal devem receber um inibidor da ciclo-oxigenase-2 (COX-2) (por exemplo, celecoxibe), se apresentarem baixo risco cardiovascular.
A depressão é mais comumente relatada em pacientes com LES que em controles saudáveis.[170]
As abordagens de tratamento devem ser similares às abordagens oferecidas a indivíduos com depressão. Para depressão com sintomas psicomotores, deve ser realizado o encaminhamento a um especialista.
Resulta em insuficiência cardíaca e, em alguns casos, em morte. Pode haver envolvimento parenquimatoso subjacente devido à doença pulmonar intersticial.
A pneumonite lúpica pode apresentar-se com dispneia, tosse e febre.
Podem ocorrer infecções atípicas, como por Salmonella. Deve-se considerar essa complicação em pacientes com uma única articulação edemaciada; os sintomas sistêmicos podem ser mascarados pela corticoterapia.
A cultura do líquido sinovial pode ser negativa, especialmente se antibióticos prévios tiverem sido prescritos.
Os pacientes que estão tomando ciclofosfamida apresentam risco de evoluir para toxicidade uroepitelial bem como tumores na bexiga. O risco pode ser reduzido pela administração concomitante de mesna (agente uroprotetor) e de uma carga de fluidos.
Foi associada com o LES.
Dor abdominal, diarreia e vômito podem ser causados por peritonite lúpica, mas outras causas de um abdome agudo devem ser excluídas. Embora rara, a peritonite lúpica pode mimetizar os sintomas da apendicite.
A pancreatite associada ao LES é rara, com uma incidência anual estimada em <1 por 1000 pacientes com lúpus.[162] Acredita-se que a mortalidade seja maior em pacientes com lúpus que em pacientes sem a doença. A avaliação padrão do paciente e o tratamento devem ser seguidos.
A azatioprina é uma causa reconhecida da pancreatite. Na maioria dos casos de pacientes com LES, a pancreatite não parece estar relacionada à terapia com esteroides ou com azatioprina, mas sim com a própria doença.[163]
Os pacientes com LES e com a síndrome do anticorpo antifosfolipídeo têm um risco maior de apresentarem trombose arterial. Devem ser seguidas as diretrizes de tratamento.[164]
Existem cada vez mais evidências de que os pacientes com a doença estabelecida têm maior probabilidade de desenvolver doença vascular aterosclerótica acelerada; não está claro se isso está relacionado à doença ou se é secundário à corticoterapia.
Em um paciente com trombose venosa, devem ser realizados exames para a síndrome do anticorpo antifosfolipídeo e seguidas as diretrizes de tratamento.[164]
É uma complicação rara, porém potencialmente incapacitante. Os fatores predisponentes incluem trauma, corticoterapia e inflamação local.
Os pacientes com síndrome antifosfolipídica têm maior probabilidade de desenvolver valvopatia cardíaca.
Exige tratamento de emergência, geralmente ciclofosfamida associada a corticosteroides intravenosos. A varfarina é usada na presença de anticorpos antifosfolipídeos e a plasmaférese também pode ser usada neste cenário.
Normalmente, apresenta-se com hemoptise e anemia. A radiografia torácica demonstra infiltrados alveolares irregulares difusos ou focais. Exige manejo por um especialista.
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