Os objetivos do tratamento para pacientes com LES são garantir sobrevida em longo prazo, atingir a menor atividade da doença possível, prevenir danos aos órgãos, minimizar a toxicidade dos medicamentos, melhorar a qualidade de vida e educar os pacientes sobre seu papel no manejo da doença.[81]van Vollenhoven R, Voskuyl A, Bertsias G, et al. A framework for remission in SLE: consensus findings from a large international task force on definitions of remission in SLE (DORIS). Ann Rheum Dis. 2017 Mar;76(3):554-61.
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[82]van Vollenhoven RF, Mosca M, Bertsias G, et al. Treat-to-target in systemic lupus erythematosus: recommendations from an international task force. Ann Rheum Dis. 2014 Jun;73(6):958-67.
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O tratamento deve ter como objetivo a remissão completa (ausência de atividade clínica sem uso de corticosteroides), mas isso raramente é alcançado.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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Portanto, a baixa atividade da doença e a prevenção de exacerbações em todos os sistemas orgânicos podem ser o objetivo. A baixa atividade da doença é considerada um escore do Índice de Avaliação Nacional Segurança de Estrogênios no Lúpus Eritematoso Sistêmico (SLEDAI) ≤3 com antimaláricos ou, alternativamente, SLEDAI ≤4, avaliação global do médico (AGM) ≤1 com ≤7.5 mg de prednisolona, e agentes imunossupressores bem tolerados.
O LES é uma doença multissistêmica e certos componentes/complicações da doença (por exemplo, derrame pleural, hipertensão pulmonar e peritonite) são tratados por outros especialistas, em associação com o tratamento reumatológico de rotina.
Educação do paciente
A educação do paciente envolve encorajar o paciente a assumir a responsabilidade em relação ao manejo da doença. Orientar os pacientes a buscarem recursos aprovados é uma parte importante do processo de tratamento.
Tratamento não farmacológico
As possíveis intervenções não farmacológicas para o LES incluem proteção solar, dieta e nutrição, exercícios, tratamento psicológico e abandono do hábito de fumar.
Proteção solar
A exposição à luz ultravioleta pode exacerbar ou induzir manifestações sistêmicas do LES.[83]Lehmann P, Homey B. Clinic and pathophysiology of photosensitivity in lupus erythematosus. Autoimmun Rev. 2009 May;8(6):456-61.
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Os pacientes com LES devem ser aconselhados a evitar a exposição excessiva ao sol e a usar um filtro solar de amplo espectro.[84]Kuhn A, Gensch K, Haust M, et al. Photoprotective effects of a broad-spectrum sunscreen in ultraviolet-induced cutaneous lupus erythematosus: a randomized, vehicle-controlled, double-blind study. J Am Acad Dermatol. 2011 Jan;64(1):37-48.
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Dieta e nutrição
Nenhuma medida alimentar mostrou alterar a evolução do LES. No entanto, as complicações tardias de uma doença cardiovascular prematura devem ser levadas em consideração. Os pacientes devem ser aconselhados a manter um peso corporal ideal para sua altura e reduzir a ingestão de sal, se houver hipertensão devida a doença renal. As recomendações gerais incluem comer pelo menos 5 porções de frutas ou vegetais por dia, substituir gorduras saturadas por monossaturadas e poli-insaturadas, e aumentar a ingestão de peixes oleosos; recomenda-se uma dieta rica em ácidos graxos poli-insaturados.[85]Rodríguez Huerta MD, Trujillo-Martín MM, Rúa-Figueroa Í, et al. Healthy lifestyle habits for patients with systemic lupus erythematosus: a systemic review. Semin Arthritis Rheum. 2016 Feb;45(4):463-70.
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Deve-se recomendar a quantidade padrão de bebidas alcoólicas por semana para homens e mulheres.
O LES está associado a níveis inadequados de vitamina D sérica em comparação com a população em geral.[86]Wang XR, Xiao JP, Zhang JJ, el. Decreased serum/plasma vitamin D levels in SLE patients: a meta-analysis. Curr Pharm Des. 2018;24(37):4466-73.
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[87]Islam MA, Khandker SS, Alam SS, et al. Vitamin D status in patients with systemic lupus erythematosus (SLE): a systematic review and meta-analysis. Autoimmun Rev. 2019 Nov;18(11):102392.
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[88]Sousa JR, Cunha Rosa EP, Costa Nunes IF, et al. Effect of vitamin D supplementation on patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review. Rev Bras Reumatol Engl Ed. Sep-Oct 2017;57(5):466-71.
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Nos pacientes com LES, os suplementos de vitamina D reduzem a atividade da doença; aumentam os níveis séricos; e melhoram os níveis de marcadores inflamatórios, a fadiga e a função endotelial.[88]Sousa JR, Cunha Rosa EP, Costa Nunes IF, et al. Effect of vitamin D supplementation on patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review. Rev Bras Reumatol Engl Ed. Sep-Oct 2017;57(5):466-71.
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[89]de Medeiros MCS, Medeiros JCA, de Medeiros HJ, et al. Dietary intervention and health in patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review of the evidence. Crit Rev Food Sci Nutr. 2019;59(16):2666-73.
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[90]Zheng R, Gonzalez A, Yue J, et al. Efficacy and safety of vitamin D supplementation in patients with systemic lupus erythematosus: a meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Med Sci. 2019 Aug;358(2):104-14.
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Algumas evidências sugerem que a suplementação de ácidos graxos ômega-3 pode reduzir a atividade da doença do LES.[89]de Medeiros MCS, Medeiros JCA, de Medeiros HJ, et al. Dietary intervention and health in patients with systemic lupus erythematosus: a systematic review of the evidence. Crit Rev Food Sci Nutr. 2019;59(16):2666-73.
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[91]Duarte-García A, Myasoedova E, Karmacharya P, et al. Effect of omega-3 fatty acids on systemic lupus erythematosus disease activity: a systematic review and meta-analysis. Autoimmun Rev. 2020 Dec;19(12):102688.
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As preparações fitoterápicas devem ser evitadas. Elas podem interagir adversamente com os agentes farmacológicos e podem causar danos.
Exercício físico
Pacientes com LES estável devem ser orientados a evitar um estilo de vida sedentário e a praticar exercícios sob supervisão.[85]Rodríguez Huerta MD, Trujillo-Martín MM, Rúa-Figueroa Í, et al. Healthy lifestyle habits for patients with systemic lupus erythematosus: a systemic review. Semin Arthritis Rheum. 2016 Feb;45(4):463-70.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26522137?tool=bestpractice.com
Nesses pacientes, a adesão às diretrizes de exercícios deve ser encorajada para manter o condicionamento cardiovascular ideal. Isso deve incluir atividades físicas moderadas por ≥30 minutos com uma frequência de ≥5 vezes por semana; os pacientes são orientados a interromper os exercícios físicos caso apresentem dor ou desconforto.
Intervenção psicológica
O LES tem um impacto significativo na qualidade de vida relacionada à saúde, e demonstrou-se que aumenta a ideação suicida e as tentativas de suicídio.[92]Gu M, Cheng Q, Wang X, et al. The impact of SLE on health-related quality of life assessed with SF-36: a systemic review and meta-analysis. Lupus. 2019 Mar;28(3):371-82.
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[93]Li Z, Yang Y, Dong C, et al. The prevalence of suicidal ideation and suicide attempt in patients with rheumatic diseases: a systematic review and meta-analysis. Psychol Health Med. 2018 Oct;23(9):1025-36.
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Revisões da literatura sugerem que as intervenções psicológicas, como psicoterapia, terapias cognitivo-comportamentais (TCC), psicoeducação e TCC baseada na atenção plena, como adjuvantes da terapia medicamentosa, melhoram a fadiga, a depressão, a dor e a qualidade de vida para pacientes com LES.[94]Fangtham M, Kasturi S, Bannuru RR, et al. Non-pharmacologic therapies for systemic lupus erythematosus. Lupus. 2019 May;28(6):703-12.
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[95]Poole JL, Bradford JD, Siegel P. Effectiveness of occupational therapy interventions for adults with systemic lupus erythematosus: a systematic review. Am J Occup Ther. 2019 Jul/Aug;73(4).
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Abandono do hábito de fumar
Os pacientes que fumam devem ser encorajados a abandonar esse hábito. Evidências sugerem que o tabagismo está associado a doença mais ativa e a uma redução significativa no efeito terapêutico da hidroxicloroquina.[44]Parisis D, Bernier C, Chasset F, et al. Impact of tobacco smoking upon disease risk, activity and therapeutic response in systemic lupus erythematosus: a systematic review and meta-analysis. Autoimmun Rev. 2019 Nov;18(11):102393.
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[96]Chasset F, Francès C, Barete S, et al. Influence of smoking on the efficacy of antimalarials in cutaneous lupus: a meta-analysis of the literature. J Am Acad Dermatol. 2015 Apr;72(4):634-9.
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[97]Jewell ML, McCauliffe DP. Patients with cutaneous lupus erythematosus who smoke are less responsive to antimalarial treatment. J Am Acad Dermatol. 2000 Jun;42(6):983-7.
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O abandono do hábito de fumar reduz o risco de doença vascular aterosclerótica.
Tratamento farmacológico
O tratamento farmacológico comum para o LES inclui medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), terapia antimalárica, corticosteroides, agentes imunossupressores e agentes biológicos.
anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)
Os AINEs são frequentemente usados como uma medida de primeira linha no LES para controlar a rigidez articular, bem como dores musculoesqueléticas e nas serosas. O naproxeno pode ser o agente de primeira linha preferencial devido à rara ocorrência de meningite asséptica com o ibuprofeno.[98]Rodríguez SC, Olguín AM, Miralles CP, et al. Characteristics of meningitis caused by ibuprofen: report of 2 cases with recurrent episodes and review of the literature. Medicine (Baltimore). 2006 Jul;85(4):214-20.
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[99]Hoffman M, Gray RG. Ibuprofen-induced meningitis in mixed connective tissue disease. Clin Rheumatol. 1982 Jun;1(2):128-30.
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[100]Wasner CK. Ibuprofen, meningitis, and systemic lupus erythematosus. J Rheumatol. Summer 1978;5(2):162-4.
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Os pacientes que requerem um anti-inflamatório e que apresentam alto risco de ulceração gastrointestinal devem receber um inibidor da ciclo-oxigenase-2 (COX-2) (por exemplo, celecoxibe), se apresentarem baixo risco cardiovascular.
A pressão arterial deve ser monitorada, e os AINEs devem ser evitados em pacientes com hipertensão ou doença renal.
Se uma terapia de longo prazo com AINEs for indicada, deverão ser consideradas a erradicação da Helicobacter pylori e a necessidade de proteção gástrica.
Hidroxicloroquina
A hidroxicloroquina é recomendada para todos os pacientes com LES (a menos que contraindicada).[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
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Os efeitos benéficos da hidroxicloroquina no LES incluem a redução dos sintomas constitucionais e a redução das manifestações musculoesqueléticas e mucocutâneas.[101]Ruiz-Irastorza G, Ramos-Casals M, Brito-Zeron P, et al. Clinical efficacy and side effects of antimalarials in systemic lupus erythematosus: a systematic review. Ann Rheum Dis. 2010 Jan;69(1):20-8.
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A diretriz recomenda que os pacientes que estiverem em remissão de longa duração podem diminuir a dose, embora nenhum estudo tenha abordado formalmente essa estratégia.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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Existem preocupações em relação ao desenvolvimento de toxicidade retiniana com a terapia com hidroxicloroquina.[102]Melles RB, Marmor MF. The risk of toxic retinopathy in patients on long-term hydroxychloroquine therapy. JAMA Ophthalmol. 2014 Dec;132(12):1453-60.
https://jamanetwork.com/journals/jamaophthalmology/fullarticle/1913588
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[103]Kim JW, Kim YY, Lee H, et al. Risk of retinal toxicity in longterm users of hydroxychloroquine. J Rheumatol. 2017 Nov;44(11):1674-9.
https://www.jrheum.org/content/44/11/1674.long
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Os fatores de risco incluem a duração do tratamento, a dose, doença renal crônica e doença retiniana ou macular preexistente.[103]Kim JW, Kim YY, Lee H, et al. Risk of retinal toxicity in longterm users of hydroxychloroquine. J Rheumatol. 2017 Nov;44(11):1674-9.
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Dados de um estudo retrospectivo de caso-controle sugerem que o risco de retinopatia tóxica é baixo para doses abaixo de 5.0 mg/kg de peso corporal real por até 10 anos.[102]Melles RB, Marmor MF. The risk of toxic retinopathy in patients on long-term hydroxychloroquine therapy. JAMA Ophthalmol. 2014 Dec;132(12):1453-60.
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O rastreamento oftalmológico (por exame de campo visual e/ou tomografia de coerência óptica de domínio espectral) é recomendada na linha basal, após 5 anos, e anualmente a partir de então, na ausência de fatores de risco para toxicidade retinal.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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Corticosteroides
Doses pulsadas de metilprednisolona intravenosa são recomendadas para fornecer efeito terapêutico imediato no LES e permitir o uso de uma dose inicial mais baixa de corticosteroide oral.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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A dose e a via de administração recomendadas dependem do tipo e da gravidade do envolvimento orgânico. Para o tratamento de manutenção crônico, a dose de corticosteroides orais deve ser minimizada para <7.5 mg/dia e, quando possível, suspensa.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Os efeitos adversos de longo prazo da corticoterapia estão bem documentados, e os pacientes devem ser aconselhados sobre o risco de hipertensão e doença aterosclerótica, hiperglicemia, potenciais alterações cutâneas, infecção, distúrbios de humor, distúrbios ósseos e musculares (por exemplo, osteoporose, osteonecrose, miopatia) e efeitos oftalmológicos (por exemplo, catarata, aumento da pressão ocular, exoftalmia). É necessário cautela com o uso de corticosteroides em pacientes com sintomas no trato gastrointestinal superior, especialmente se também estiverem tomando AINEs. A menor dose possível para controlar os sintomas deve ser usada pelo menor tempo possível.
Agentes imunossupressores
A adição de agentes imunossupressores (como metotrexato, azatioprina ou micofenolato) deve ser considerada para o tratamento de pacientes:[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
com doença que ofereça risco a órgãos
que não respondam à hidroxicloroquina (isolada ou em combinação com corticosteroides)
forem incapazes de reduzir a dose de corticosteroide para abaixo da dose aceitável para uso crônico.
O início precoce de agentes imunossupressores pode acelerar a redução gradual/descontinuação dos corticosteroides.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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A escolha do agente depende da(s) manifestação(ões) da doença que prevalecerem, da idade do paciente, do potencial para engravidar e de questões de segurança.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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A ciclofosfamida pode ser usada para o LES grave com risco de vida ou para órgãos, bem como para terapia de resgate nos pacientes que não responderem a outros agentes imunossupressores.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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Agentes biológicos
Os agentes direcionados para células B, como belimumabe e rituximabe, são benéficos para o tratamento de pacientes com LES refratário a outros agentes.[104]Navarra SV, Guzmán RM, Gallacher AE, et al. Efficacy and safety of belimumab in patients with active systemic lupus erythematosus: a randomised, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet. 2011 Feb 26;377(9767):721-31.
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[105]Wallace DJ, Stohl W, Furie RA, et al. A phase II, randomized, double-blind, placebo-controlled, dose-ranging study of belimumab in patients with active systemic lupus erythematosus. Arthritis Rheum. 2009 Sep 15;61(9):1168-78.
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[106]Wallace DJ, Ginzler EM, Merrill JT, et al. Safety and efficacy of belimumab plus standard therapy for up to thirteen years in patients with systemic lupus erythematosus. Arthritis Rheumatol. 2019 Jul;71(7):1125-34.
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[107]Iwata S, Saito K, Hirata S, et al. Efficacy and safety of anti-CD20 antibody rituximab for patients with refractory systemic lupus erythematosus. Lupus. 2018 Apr;27(5):802-11.
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O belimumabe deve ser considerado como um tratamento complementar para pacientes que apresentarem uma resposta inadequada ao tratamento combinado com hidroxicloroquina e corticosteroides com ou sem agentes imunossupressores (onde a resposta inadequada constitui atividade residual da doença, não permitindo redução gradual dos corticosteroides e/ou recidivas frequentes).[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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No Reino Unido, o National Institute for Health and Care Excellence (NICE) recomenda belimumabe como tratamento adjuvante para pacientes com LES ativo com autoanticorpos positivos, com alta atividade da doença apesar do tratamento padrão, se:[108]National Institute for Health and Care Excellence. Belimumab for treating active autoantibody-positive systemic lupus erythematosus. Technology appraisal guidance [TA752]. Dec 2021 [internet publication].
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Uma revisão Cochrane concluiu que há evidências de qualidade moderada a alta de que o belimumabe está associado a um benefício clinicamente significativo para pacientes com LES a 52 semanas em comparação com o placebo.[109]Singh JA, Shah NP, Mudano AS. Belimumab for systemic lupus erythematosus. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Feb 25;2(2):CD010668.
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Os pacientes que receberam a dose aprovada apresentaram uma redução de pelo menos 4 pontos no escore SELENA-SLEDAI.[109]Singh JA, Shah NP, Mudano AS. Belimumab for systemic lupus erythematosus. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Feb 25;2(2):CD010668.
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O belimumabe reduziu significativamente a progressão dos danos a órgãos em comparação com o padrão de assistência em um estudo de longa duração (análise de 5 anos) de pacientes com LES.[110]Urowitz MB, Ohsfeldt RL, Wielage RC, et al. Organ damage in patients treated with belimumab versus standard of care: a propensity score-matched comparative analysis. Ann Rheum Dis. 2019 Mar;78(3):372-9.
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O rituximabe pode ser considerado para pacientes com doença refratária com risco para os órgãos ou com intolerância/contraindicações a agentes imunossupressores padrão.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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Outros tratamentos
Os outros tratamentos farmacológicos para o LES incluem dapsona, talidomida, retinoides e imunoglobulina intravenosa, dependendo das circunstâncias clínicas.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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Sintomas constitucionais
A fadiga é o sintoma constitucional mais comum associado ao LES, ocorrendo em 80% a 100% dos pacientes, mas não se correlaciona com a atividade da doença.[48]McKinley PS, Ouellette SC, Winkel GH. The contributions of disease activity, sleep patterns and depression to fatigue in SLE: a proposed model. Arthritis Rheum. 1995 Jun;38(6):826-34.
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[49]Leuchten N, Milke B, Winkler-Rohlfing B, et al. Early symptoms of systemic lupus erythematosus (SLE) recalled by 339 SLE patients. Lupus. 2018 Aug;27(9):1431-6.
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É importante determinar se há qualquer evidência de anemia, comprometimento renal, hipotireoidismo, depressão, padrão de sono interrompido ou falta de condicionamento físico, e tratar cada sintoma adequadamente.[111]Bruce IN, Mak VC, Hallett DC, et al. Factors associated with fatigue in patients with systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 1999 Jun;58(6):379-81.
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[112]Zonana-Nacach A, Roseman JM, McGwin G Jr, et al. Systemic lupus erythematosus in three ethnic groups, VI: factors associated with fatigue within five year of criteria diagnosis. Lupus. 2000;9(2):101-9.
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[113]Zhao Q, Deng N, Chen S, et al. Systemic lupus erythematosus is associated with negatively variable impacts on domains of sleep disturbances: a systematic review and meta-analysis. Psychol Health Med. 2018 Jul;23(6):685-97.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29488396?tool=bestpractice.com
Geralmente, a anemia é secundária à doença crônica e melhora com o controle da atividade da doença.
A febre pode ser uma manifestação de doença ativa, infecção ou reação a medicamentos.[77]Cervera R, Khamashta MA, Font J, et al. Morbidity and mortality in systemic lupus erythematosus during a 10-year period: a comparison of early and late manifestations in a cohort of 1,000 patients. Medicine (Baltimore). 2003 Sep;82(5):299-308.
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[114]Cojocaru M, Cojocaru IM, Silosi I, et al. Manifestations of systemic lupus erythematosus. Maedica (Bucur). 2011 Oct;6(4):330-6.
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A febre devida ao LES geralmente remite com um AINE ou com paracetamol. A febre persistente, apesar de tratamento com esses agentes, deve levantar uma suspeita de infecção ou etiologia relacionada à medicação.
Manifestações articulares e serosite
A hidroxicloroquina pode ser usada em combinação com AINEs e/ou corticosteroides, se necessário, para tratar a artrite ou artralgia.[115]William HJ, Egger MJ, Singer JZ, et al. Comparison of hydroxychloroquine and placebo in the treatment of the arthropathy of mild systemic lupus erythematosus. J Rheumatol. 1994 Aug;21(8):1457-62.
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[116]Canadian Hydroxychloroquine Study Group. A randomized study of the effect of withdrawing hydroxychloroquine sulfate in systemic lupus erythematosus. N Engl J Med. 1991 Jan 17;324(3):150-4.
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Se um AINE for necessário para controlar a rigidez articular, o naproxeno pode ser o agente de primeira linha preferencial devido à rara ocorrência de meningite asséptica com o ibuprofeno.[98]Rodríguez SC, Olguín AM, Miralles CP, et al. Characteristics of meningitis caused by ibuprofen: report of 2 cases with recurrent episodes and review of the literature. Medicine (Baltimore). 2006 Jul;85(4):214-20.
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[99]Hoffman M, Gray RG. Ibuprofen-induced meningitis in mixed connective tissue disease. Clin Rheumatol. 1982 Jun;1(2):128-30.
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[100]Wasner CK. Ibuprofen, meningitis, and systemic lupus erythematosus. J Rheumatol. Summer 1978;5(2):162-4.
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Os pacientes com maior risco de ulceração gastrointestinal devem receber um inibidor de COX-2 (por exemplo, celecoxibe) caso apresentem baixo risco cardiovascular. Se a terapia em longo prazo com AINEs for indicada, deverão ser consideradas a erradicação da Helicobacter pylori e a necessidade de proteção gástrica.
Os corticosteroides podem ser usados quando os AINEs e a hidroxicloroquina forem inadequados. A dose e a via de administração dos corticosteroides recomendadas dependem do tipo e da gravidade do envolvimento orgânico.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Tratamento adicional para manifestações articulares e serosite
O início precoce de agentes imunossupressores, como metotrexato ou azatioprina, pode acelerar a redução gradual/descontinuação dos corticosteroides.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
O metotrexato pode ser um complemento útil nos pacientes que tomam corticosteroides orais para artrite/artralgia.[117]Carneiro JR, Sato EI. Double-blind, randomised, placebo controlled trial of methotrexate in systemic lupus erythematosus. J Rheumatol. 1999 Jun;26(6):1275-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10381042?tool=bestpractice.com
Os pacientes que tomam metotrexato devem fazer testes hematológicos e de função hepática regulares. O uso do metotrexato pode aumentar o risco de infecção. Resultados de exames hematológicos e/ou da função hepática anormais podem exigir a redução na dose prescrita.[117]Carneiro JR, Sato EI. Double-blind, randomised, placebo controlled trial of methotrexate in systemic lupus erythematosus. J Rheumatol. 1999 Jun;26(6):1275-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10381042?tool=bestpractice.com
O belimumabe deve ser considerado como um tratamento complementar para pacientes que apresentarem uma resposta inadequada ao tratamento combinado com hidroxicloroquina e corticosteroides com ou sem agentes imunossupressores (onde a resposta inadequada constitui atividade residual da doença, não permitindo redução gradual dos corticosteroides e/ou recidivas frequentes).[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
O rituximabe pode ser considerado para pacientes com doença refratária com risco para os órgãos ou com intolerância/contraindicações a agentes imunossupressores padrão.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Manifestações mucocutâneas
Para os pacientes com manifestações mucocutâneas, a proteção eficaz contra a exposição ultravioleta com filtros solares de amplo espectro e o abandono do hábito de fumar são fortemente recomendados.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Um rigoroso esquema de cuidados orais é recomendado para todos os pacientes sintomáticos.[118]Lupus UK. The mouth and lupus [internet publication].
https://www.lupusuk.org.uk/medical/lupus-diagnosis-treatment/clinical-aspects-of-lupus/the-mouth-and-lupus
Colutórios bucais (por exemplo, clorexidina), higiene bucal básica e consultas regulares ao dentista são úteis no tratamento de ulcerações bucais.
Pomadas de lidocaína podem ser benéficas para o manejo da dor decorrente de aftas orais grandes.[119]Altenburg A, El-Haj N, Micheli C, et al. The treatment of chronic recurrent oral aphthous ulcers. Dtsch Arztebl Int. 2014 Oct 3;111(40):665-73.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4215084
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25346356?tool=bestpractice.com
Pode ser necessário utilizar preparações de saliva artificial por aqueles que apresentam boca seca.[118]Lupus UK. The mouth and lupus [internet publication].
https://www.lupusuk.org.uk/medical/lupus-diagnosis-treatment/clinical-aspects-of-lupus/the-mouth-and-lupus
O colírio de hipromelose é recomendado para olhos secos.
Tratamento farmacológico para manifestações mucocutâneas
O tratamento de primeira linha para doença cutânea no LES inclui agentes tópicos (por exemplo, corticosteroides, inibidores da calcineurina) e antimaláricos orais (por exemplo, hidroxicloroquina) com ou sem corticosteroides sistêmicos (dose inicial dependente da gravidade do envolvimento da pele).[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Uma revisão Cochrane encontrou evidências para apoiar o uso de hidroxicloroquina (ou cloroquina) e metotrexato para o tratamento do LES cutâneo, mas para a maioria dos desfechos principais isso foi de qualidade baixa ou moderada.[120]Hannon CW, McCourt C, Lima HC, et al. Interventions for cutaneous disease in systemic lupus erythematosus. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Mar 9;(3):CD007478.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD007478.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33687069?tool=bestpractice.com
Mais estudos estão sendo avaliados e podem alterar as conclusões desta revisão.
Corticosteroides tópicos de diferentes potências podem ser usados em combinação, dependendo dos sintomas do paciente. Os corticosteroides potentes (por exemplo, valerato de betametasona a 0.1%) e os corticosteroides muito potentes (por exemplo, propionato de clobetasol a 0.05%) são frequentemente usados para tratar o tronco e os membros, incluindo as mãos, bem como o couro cabeludo. Os corticosteroides de potência moderada (por exemplo, triancinolona acetonida a 0.1% ou valerato de betametasona a 0.025%) são usados nas áreas mais propensas a atrofia, como rosto e pescoço. Os corticosteroides de baixa potência (por exemplo, hidrocortisona a 1%) são normalmente reservados para as pálpebras, embora possam ser insuficientes. O envolvimento do couro cabeludo pode ser tratado com formulações em espuma ou loção.
Tratamento adicional para manifestações mucocutâneas refratárias
Metotrexato, um retinoide (por exemplo, acitretina), dapsona ou micofenolato podem ser adicionados para os pacientes que não responderem ao tratamento de primeira linha (aproximadamente 40%) ou que necessitarem de corticosteroides em altas doses.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
O belimumabe e o rituximabe também demonstraram eficácia nas manifestações mucocutâneas do LES, embora o rituximabe possa ser menos eficaz nas formas crônicas de lúpus cutâneo.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
A talidomida deve ser considerada apenas como uma terapia de resgate para os pacientes que tiverem tido falha com vários agentes anteriores devido à sua contraindicação rigorosa na gravidez, ao risco de polineuropatia irreversível e às recidivas frequentes após descontinuação do medicamento.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Nefrite lúpica
Para ad manifestações renais do LES, a terapia de indução é necessária para se atingir uma resposta completa ou parcial, seguida de imunossupressão para manter a resposta. Uma queda significativa precoce na proteinúria (para ≤1 g/dia em 6 meses ou ≤0.8 g/dia em 12 meses) é um preditor de desfecho renal favorável em longo prazo.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Terapia de indução para nefrite lúpica
O micofenolato ou a ciclofosfamida em baixa dose por via intravenosa são recomendados como tratamento de indução inicial, pois apresentam a melhor relação eficácia/toxicidade.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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[121]Henderson LK, Masson P, Craig JC, et al. Induction and maintenance treatment of proliferative lupus nephritis: a meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Kidney Dis. 2013 Jan;61(1):74-87.
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[122]Tunnicliffe DJ, Palmer SC, Henderson L, et al. Immunosuppressive treatment for proliferative lupus nephritis. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Jun 29;(6):CD002922.
http://cochranelibrary-wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD002922.pub4/full
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[
]
How do mycophenolate mofetil and cyclophosphamide compare with each other and with alternative induction therapies for people with lupus nephritis?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2237/fullMostre-me a resposta[Evidência C]166a7c09-bd0a-4050-90cd-395d34ab2972ccaCComo o micofenolato e a ciclofosfamida se comparam como terapias de indução para pessoas com nefrite lúpica? Os esquemas terapêuticos considerados para pacientes com alto risco de insuficiência renal são similares, mas podem ser usadas altas doses de ciclofosfamida intravenosa.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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Uma revisão sistemática e metanálise revelou que o micofenolato aumentou significativamente o nível de complemento C3 sérico em comparação com a ciclofosfamida.[123]Jiang YP, Zhao XX, Chen RR, et al. Comparative efficacy and safety of mycophenolate mofetil and cyclophosphamide in the induction treatment of lupus nephritis: a systematic review and meta-analysis. Medicine (Baltimore). 2020 Sep 18;99(38):e22328.
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O micofenolato também foi superior à ciclofosfamida em relação aos desfechos secundários de remissão completa e de reações adversas.
Os corticosteroides também são administrados como parte do esquema de indução, além do tratamento de base com hidroxicloroquina.[124]Hahn BH, McMahon MA, Wilkinson A, et al. American College of Rheumatology guidelines for screening, treatment, and management of lupus nephritis. Arthritis Care Res (Hoboken). 2012;64:797-808.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22556106?tool=bestpractice.com
[125]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Cheema K, et al. 2019 update of the Joint European League Against Rheumatism and European Renal Association-European Dialysis and Transplant Association (EULAR/ERA-EDTA) recommendations for the management of lupus nephritis. Ann Rheum Dis. 2020 Jun;79(6):713-23.
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A hidroxicloroquina contínua está associada a maiores taxas de remissão nos pacientes inicialmente tratados com micofenolato para nefrite lúpica.[126]Kasitanon N, Fine DM, Haas M, et al. Hydroxychloroquine use predicts complete renal remission within 12 months among patients treated with mycophenolate mofetil therapy for membranous lupus nephritis. Lupus. 2006;15(6):366-70.
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O belimumabe foi aprovado para o tratamento de adultos com nefrite lúpica. Em um estudo duplo-cego e randomizado, significativamente mais pacientes que receberam belimumabe associado a terapia padrão tiveram uma resposta renal (43% vs. 32%; definida como relação proteína/creatinina urinária de 0.7 ou menos, uma taxa de filtração glomerular estimada que não foi pior que 20% abaixo do valor pré-exacerbação ou pelo menos 60 mL/minuto/1.73 m², e nenhum uso de terapia de resgate para falha do tratamento) em comparação com a terapia padrão isolada.[127]Furie R, Rovin BH, Houssiau F, et al. Two-year, randomized, controlled trial of belimumab in lupus nephritis. N Engl J Med. 2020 Sep 17;383(12):1117-28.
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A ciclofosfamida deve ser administrada com fluidos adequados e mesna (um agente uroprotetor), já que há risco de toxicidade uroepitelial (por exemplo, cistite hemorrágica). Mulheres jovens devem ser alertadas sobre os riscos de amenorreia ou insuficiência ovariana prematura com o uso de ciclofosfamida; um encaminhamento ginecológico pode ser necessário para uma discussão mais aprofundada. Os pacientes do sexo masculino também devem ser alertados sobre o possível risco de infertilidade. O risco de amenorreia é menor com o micofenolato, embora haja preocupações sobre malformações congênitas se administrado durante a gestação.
Tratamento de segunda linha para manifestações renais
Os inibidores da calcineurina (por exemplo, ciclosporina) podem ser considerados como agentes de segunda linha para terapia de indução na nefrite lúpica membranosa, podocitopatia ou doença proliferativa com síndrome nefrótica refratária, apesar do padrão de cuidados, após 3 a 6 meses.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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Os inibidores da calcineurina podem ser usados isoladamente ou em combinação com micofenolato, para tratar a nefrite lúpica proliferativa.[128]Liu Z, Zhang H, Liu Z, et al. Multitarget therapy for induction treatment of lupus nephritis: a randomized trial. Ann Intern Med. 2015 Jan 6;162(1):18-26.
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[129]Tian SY, Feldman BM, Beyene J, et al. Immunosuppressive therapies for the induction treatment of proliferative lupus nephritis: a systematic review and network metaanalysis. J Rheumatol. 2014 Oct;41(10):1998-2007.
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[130]Zhang X, Ji L, Yang L, et al. The effect of calcineurin inhibitors in the induction and maintenance treatment of lupus nephritis: a systematic review and meta-analysis. Int Urol Nephrol. 2016 May;48(5):731-43.
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[131]Lee YH, Song GG. Relative efficacy and safety of tacrolimus, mycophenolate mofetil, and cyclophosphamide as induction therapy for lupus nephritis: a Bayesian network meta-analysis of randomized controlled trials. Lupus. 2015 Dec;24(14):1520-8.
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[132]Chen W, Tang X, Liu Q, et al. Short-term outcomes of induction therapy with tacrolimus versus cyclophosphamide for active lupus nephritis: a multicenter randomized clinical trial. Am J Kidney Dis. 2011 Feb;57(2):235-44.
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[133]Zhou T, Lin S, Yang S, et al. Efficacy and safety of tacrolimus in induction therapy of patients with lupus nephritis. Drug Des Devel Ther. 2019 Mar 12;13:857-69.
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Para os pacientes com síndrome nefrótica refratária, o tacrolimo pode ser usado isoladamente ou em combinação com o micofenolato, pois essa combinação é eficaz na doença refratária à terapia padrão.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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[134]Song GG, Lee YH. Comparison of treatment response and serious infection using tacrolimus, tacrolimus with mycophenolate mofetil, in comparison to cyclophosphamide as induction treatment for lupus nephritis. Int J Clin Pharmacol Ther. 2020 Oct;58(10):550-6.
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O monitoramento da creatinina sérica e dos níveis sanguíneos dos pacientes em tratamento com inibidores da calcineurina é essencial para se evitar a toxicidade medicamentosa crônica.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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Terapia de manutenção para a nefrite lúpica
Uma vez que o paciente tiver obtido resposta completa ou parcial, a imunossupressão é continuada para manter a resposta.
Terapia de manutenção de primeira linha para manifestações renais
Para a terapia de manutenção, deve-se usar micofenolato ou azatioprina em combinação com corticosteroides.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
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Qualquer um desses tratamentos pode ser usado como terapia de manutenção após a indução com ciclofosfamida ou micofenolato, e é mais eficaz na preservação da função renal do que os corticosteroides isolados.[135]Houssiau FA, D'Cruz D, Sangle S, et al. Azathioprine versus mycophenolate mofetil for long-term immunosuppresion in lupus nephritis: results from the MAINTAIN Nephritis trial. Ann Rheum Dis. 2010 Dec;69(12):2083-9.
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Terapia de manutenção de segunda linha para as manifestações renais
Os inibidores da calcineurina podem ser considerados como agentes de segunda linha para terapia de manutenção na nefrite lúpica membranosa, podocitopatia ou doença proliferativa com síndrome nefrótica refratária, apesar do padrão de cuidados, dentro de 3 a 6 meses.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Uma revisão sistemática e metanálise sobre o efeito dos inibidores de calcineurina para a indução e manutenção do tratamento da nefrite lúpica constataram que o tratamento com inibidor da calcineurina durante o período de manutenção é mais eficaz que o tratamento com azatioprina, com risco muito menor de efeitos adversos.[130]Zhang X, Ji L, Yang L, et al. The effect of calcineurin inhibitors in the induction and maintenance treatment of lupus nephritis: a systematic review and meta-analysis. Int Urol Nephrol. 2016 May;48(5):731-43.
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É essencial monitorar a creatinina sérica e os níveis sanguíneos de pacientes em tratamento com inibidores da calcineurina para evitar uma toxicidade crônica pelo medicamento.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Manifestações neuropsiquiátricas
A atribuição de manifestações neuropsiquiátricas ao LES (por neuroimagem, investigação do líquido cefalorraquidiano e consideração dos fatores de risco), em oposição às não causadas pelo LES, é essencial.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Tratamento de primeira linha para manifestações neuropsiquiátricas
O tratamento da doença neuropsiquiátrica relacionada ao LES inclui agentes imunossupressores e corticosteroides para as manifestações consideradas como reflexo de um processo inflamatório e agentes antiagregantes plaquetários/anticoagulantes para as manifestações aterotrombóticas/antifosfolipídicas.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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A escolha do agente imunossupressor (por exemplo, azatioprina, micofenolato, metotrexato) dependerá de cada caso, pois as manifestações neuropsiquiátricas podem variar.
A distinção entre os dois processos fisiopatológicos pode ser difícil na prática. Os dois processos podem coexistir no mesmo paciente. A combinação de um agente imunossupressor e um agente antiagregante plaquetário/terapia anticoagulante pode ser considerada nesses pacientes.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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Os pacientes com LES com doença cerebrovascular devem ser tratados como a população em geral na fase aguda; além de controlar a atividade lúpica extra-sistema nervoso central, a terapia imunossupressora pode ser considerada na ausência de anticorpos antifosfolipídeos e outros fatores de risco ateroscleróticos ou em eventos cerebrovasculares recorrentes.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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Nesse contexto, estudos de neuroimagem e/ou do líquido cefalorraquidiano podem fornecer evidências adicionais para apoiar a terapia imunossupressora.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
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Terapias auxiliares para manifestações neuropsiquiátricas
A terapia sintomática direcionada é indicada de acordo com o tipo de manifestação.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Os antipsicóticos podem ser usados, se necessário, para sintomas psicóticos no lúpus do sistema nervoso central.
Antidepressivos podem ser úteis em certos casos. Os esquemas de tratamento são os mesmos que os esquemas para pacientes sem LES.
Os tratamentos da enxaqueca podem ser úteis em certos casos. Os esquemas de tratamento são os mesmos que os esquemas para pacientes sem LES.
Podem ser usados anticonvulsivantes (por exemplo, para neuropatia periférica).
Tratamento alternativo ou adicional para manifestações neuropsiquiátricas refratárias
A ciclofosfamida pode ser usada para o LES grave com risco de vida ou para os órgãos, bem como terapia "de resgate" em pacientes que não responderem a outros agentes imunossupressores.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
O rituximabe pode ser considerado para pacientes com doença refratária com risco para os órgãos ou com intolerância/contraindicações a agentes imunossupressores padrão. A evidência de benefício no LES neuropsiquiátrico grave refratário é limitada a relatos de casos.
A imunoglobulina intravenosa (IGIV) pode ser usada como terapia adjuvante quando o tratamento inicial for inadequado, mas a qualidade das evidências que apoiam o seu uso é baixa (pequenos estudos de coorte).[136]Magro-Checa C, Zirkzee EJ, Huizinga TW, et al. Management of neuropsychiatric systemic lupus erythematosus: current approaches and future perspectives. Drugs. 2016 Mar;76(4):459-83.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4791452
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26809245?tool=bestpractice.com
A IGIV pode ser eficaz no tratamento de neuropatias periféricas associadas ao LES.
A plasmaférese também pode ser considerada um tratamento adjuvante.[136]Magro-Checa C, Zirkzee EJ, Huizinga TW, et al. Management of neuropsychiatric systemic lupus erythematosus: current approaches and future perspectives. Drugs. 2016 Mar;76(4):459-83.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4791452
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26809245?tool=bestpractice.com
O objetivo do tratamento é remover os autoanticorpos circulantes. É recomendado se houver achados clínicos e investigativos consistentes com vasculite cerebral, e pode ser usado quando os tratamentos anteriores são inadequados.[136]Magro-Checa C, Zirkzee EJ, Huizinga TW, et al. Management of neuropsychiatric systemic lupus erythematosus: current approaches and future perspectives. Drugs. 2016 Mar;76(4):459-83.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4791452
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26809245?tool=bestpractice.com
Manifestações hematológicas
As manifestações hematológicas que necessitam de tratamento com anti-inflamatórios/imunossupressores em pacientes com LES incluem trombocitopenia e anemia hemolítica autoimune.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
As evidências sugerem que os pacientes com LES e trombocitopenia apresentam um aumento do risco de mortalidade e danos a órgãos-alvo.[137]Chen Z, Zhong H, Dong G. Thrombocytopenia as a prognostic marker for systemic lupus erythematosus: a systematic review and meta-analysis. Am J Med Sci. 2019 Jun;357(6):461-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30987767?tool=bestpractice.com
Tratamento de primeira linha para manifestações hematológicas
O tratamento da trombocitopenia lúpica significativa (contagem plaquetária abaixo de 30,000/mm³) e da anemia hemolítica autoimune consiste em doses moderadas/altas de corticosteroides em combinação com um agente imunossupressor (por exemplo, azatioprina, micofenolato, ciclosporina) como um agente poupador de corticosteroides.
A terapia inicial com dose em pulsos de metilprednisolona intravenosa é incentivada.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Tratamento adicional para as manifestações hematológicas
A IGIV pode ser considerada na fase aguda, em casos de resposta inadequada a corticosteroides em altas doses ou para evitar complicações infecciosas relacionadas aos corticosteroides.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Tratamento alternativo para as manifestações hematológicas refratárias
O rituximabe ou a ciclofosfamida devem ser considerados nos pacientes com ausência de resposta a corticosteroides ou nos pacientes com recidivas.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com
Os agonistas de trombopoietina ou a esplenectomia devem ser reservados como últimas opções.[47]Fanouriakis A, Kostopoulou M, Alunno A, et al. 2019 update of the EULAR recommendations for the management of systemic lupus erythematosus. Ann Rheum Dis. 2019 Jun;78(6):736-45.
https://ard.bmj.com/content/78/6/736.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30926722?tool=bestpractice.com