Prognóstico

Mortalidade e morbidade

A criptococose não reconhecida e não tratada pode ser fatal, sobretudo em pacientes imunossuprimidos, e a meningoencefalite criptocócica não tratada é uniformemente fatal. A mortalidade estimada em 1 ano para pessoas com meningite criptocócica associada ao HIV é de 70% nos países de baixa renda e de 20% a 30% nos países de alta renda.[10][23]​​ Os desfechos em outros pacientes imunossuprimidos variam de acordo com a doença subjacente. Os pacientes com linfopenia CD4 idiopática parecem apresentar desfechos relativamente desfavoráveis.[74] O tratamento precoce e adequado reduz a morbidade e previne a progressão para uma doença no sistema nervoso central com potencial risco de vida. Descobriu-se que o nível de antígeno polissacarídeo criptocócico (CrAg) é um preditor independente de mortalidade em pacientes HIV-positivo.[55] Os efeitos adversos tóxicos da terapia antifúngica são comuns, e até 30% dos pacientes com meningite criptocócica e HIV desenvolvem síndrome inflamatória da reconstituição imune (SIRI) após o início ou a retomada da terapia antirretroviral (TAR).[20][55][58]

Fracasso no tratamento e recidiva

O fracasso do tratamento é definido como a ausência de melhora clínica após 2 semanas de terapia (incluindo manejo da hipertensão intracraniana, com culturas continuadamente positivas) ou recidiva após resposta clínica inicial (ou seja, recorrência dos sintomas com uma cultura positiva do líquido cefalorraquidiano [LCR] após ≥4 semanas de tratamento).[20] Quando os pacientes requerem terapia supressora por mais de 1 a 2 anos, isso também é considerado fracasso do tratamento.[58]

Na ausência de terapia de manutenção, existe alto risco de recidiva entre pacientes HIV-positivos com meningite criptocócica que tiveram tratamento bem-sucedido. Culturas do LCR positivas após 2 semanas de terapia são preditivas de futura recidiva e de um desfecho clínico menos favorável.[1] Os títulos de CrAg sérico não estão correlacionados com a melhora clínica; no entanto, títulos de CrAg sérico pré-TAR são preditivos de SIRI futura.[1][75][76] Caso surjam novos sintomas clínicos, deve-se realizar uma punção lombar cuidadosa a fim de se descartar a possibilidade de aumento da PIC ou SIRI. O risco de recorrência parece ser baixo nos pacientes HIV-positivos que tiverem completado um ciclo da terapia inicial, continuam assintomáticos e têm um aumento sustentado (ou seja, >6 meses) na contagem de CD4 para ≥200 células/mm³ após uma TAR potente.[1][9][11]

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