Caso clínico
Caso clínico #1
Um homem de 54 anos HIV-positivo com uma contagem de CD4 de 50 células/mm³ apresenta uma história de 1 semana com febre, mal-estar, cefaleia e comportamento cada vez mais estranho. Sua radiografia torácica não apresenta nada digno de nota. A lavagem broncoalveolar é positiva para leveduras, e o antígeno polissacarídeo criptocócico (CrAg) sérico é positivo. Uma lesão em massa é detectada na tomografia computadorizada e na ressonância nuclear magnética cranioencefálica, e o envolvimento do sistema nervoso central é confirmado por uma punção lombar positiva para o organismo em coloração por tinta nanquim. A pressão de abertura na punção lombar é de 25 cm H₂O.
Caso clínico #2
Um homem de 33 anos assintomático que nunca fumou é submetido a uma radiografia torácica após um trauma torácico menor. A radiografia torácica revela uma lesão no lobo inferior direito com base na pleura. A biópsia da lesão por aspiração com agulha fina apresenta crescimento de Cryptococcus neoformans variante grubii. O CRAG sérico é negativo.
Outras apresentações
Comprometimento do trato respiratório e do sistema nervoso central são os mais comuns.[1][2] Em hospedeiros imunocompetentes, a criptococose geralmente é assintomática, somente com radiografia torácica anormal, e pode apresentar resolução espontânea. No entanto, pode ocorrer uma doença mais grave.[3] Pacientes imunocomprometidos podem se apresentar com meningite ou meningoencefalite. As características clínicas dessas doenças incluem febre, cefaleia, alterações do estado mental, sinais de irritação meníngea, paralisia craniana e coma. A apresentação da criptococose pulmonar varia de infecção assintomática a pneumonia grave e síndrome do desconforto respiratório agudo. A criptococose pulmonar aguda se apresenta com dispneia, tosse, febre e dor torácica pleurítica.[2][4] Em pacientes imunossuprimidos, a infecção disseminada pode ocorrer em diversos órgãos, incluindo a pele, próstata, olhos, ossos, trato urinário e sangue. Infecções cutâneas podem se manifestar como uma lesão do tipo molusco contagioso (sobretudo em pacientes positivos para vírus da imunodeficiência humana [HIV]), granulomas, placas e celulite. A criptococose da próstata geralmente é assintomática e pode representar um reservatório de recidivas. A infecção ocular comumente se manifesta com hemorragias retinianas e peripapilares. As infecções nos ossos e nas articulações se apresentam com lesões osteolíticas ou artrite. Também há relatos de peritonite, criptococúria e criptococcemia causando endocardite.[1]
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