O manejo para a prevenção de convulsões depende da síndrome epiléptica, conforme definida pela International League Against Epilepsy (ILAE).[1]Scheffer IE, Berkovic S, Capovilla G, et al. ILAE classification of the epilepsies: position paper of the ILAE Commission for Classification and Terminology. Epilepsia. 2017 Apr;58(4):512-21.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.13709
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28276062?tool=bestpractice.com
[3]Wirrell EC, Nabbout R, Scheffer IE, et al. Methodology for classification and definition of epilepsy syndromes with list of syndromes: report of the ILAE Task Force on Nosology and Definitions. Epilepsia. 2022 Jun;63(6):1333-48.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.17237
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[7]Hirsch E, French J, Scheffer IE, et al. ILAE definition of the idiopathic generalized epilepsy syndromes: position statement by the ILAE Task Force on Nosology and Definitions. Epilepsia. 2022 Jun;63(6):1475-99.
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[31]Zuberi SM, Wirrell E, Yozawitz E, et al. ILAE classification and definition of epilepsy syndromes with onset in neonates and infants: position statement by the ILAE Task Force on Nosology and Definitions. Epilepsia. 2022 Jun;63(6):1349-97.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.17239
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35503712?tool=bestpractice.com
[32]Specchio N, Wirrell EC, Scheffer IE, et al. International League Against Epilepsy classification and definition of epilepsy syndromes with onset in childhood: position paper by the ILAE Task Force on Nosology and Definitions. Epilepsia. 2022 Jun;63(6):1398-442.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.17241
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35503717?tool=bestpractice.com
O manejo das síndromes epilépticas mais comuns com convulsões de início predominantemente generalizado reconhecidas na infância será discutido aqui. Às vezes, a síndrome epiléptica específica não pode ser diagnosticada, mas o paciente ainda precisará de tratamento.
O tratamento deve ser manejado inicialmente por um neurologista com treinamento em epilepsia.[27]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng217
A epilepsia pode piorar a qualidade de vida da criança e da família, causando riscos graves, incluindo lesões físicas e morte súbita, e influenciar aspectos sociais da vida cotidiana. Mesmo que a epilepsia seja tratada com sucesso, algumas crianças ainda podem ter uma qualidade de vida comprometida em relação à sua própria autoestima, comorbidades da epilepsia e efeitos adversos associados à terapia.
As principais opções de tratamento incluem medicamentos anticonvulsivantes, terapias não medicamentosas, como dieta cetogênica e estimulação do nervo vago, e uma modificação do estilo de vida (ou seja, evitar estímulos desencadeantes, como a privação do sono e o consumo de bebidas alcoólicas). Em crianças com epilepsia resistente a medicamentos, o encaminhamento para um centro de cirurgia de epilepsia é recomendado para avaliação e consideração adicional das opções de tratamento, mesmo na ausência de localização clara das convulsões no vídeo-eletroencefalograma (EEG) ou na imagem estrutural.[38]Dwivedi R, Ramanujam B, Chandra PS, et al. Surgery for drug-resistant epilepsy in children. N Engl J Med. 2017 Oct 26;377(17):1639-47.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1615335
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29069568?tool=bestpractice.com
[39]Perucca E, Perucca P, White HS, et al. Drug resistance in epilepsy. Lancet Neurol. 2023 Aug;22(8):723-34.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37352888?tool=bestpractice.com
O manejo agudo do estado de mal epiléptico (definido como 5 minutos ou mais de atividade convulsiva contínua, ou duas ou mais crises distintas entre as quais há recuperação incompleta da consciência), está além do escopo deste tópico. Consulte Estado de mal epiléptico.
Manejo de convulsões agudas repetitivas
As convulsões agudas repetitivas (também conhecidas como convulsões em cluster) afetam até metade dos pacientes com epilepsia e podem atrapalhar significativamente a vida dos pacientes, mas sua prevalência é subestimada e muitas vezes faltam planos de ação para as convulsões.[40]Gidal B, Klein P, Hirsch LJ. Seizure clusters, rescue treatments, seizure action plans: unmet needs and emerging formulations. Epilepsy Behav. 2020 Nov;112:107391.
https://www.epilepsybehavior.com/article/S1525-5050(20)30570-9/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32898744?tool=bestpractice.com
[41]Mesraoua B, Abou-Khalil B, Hosni Khodair R, et al. Seizure clusters. J Drug Assess. 2021 Aug 14;10(1):86-90.
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/21556660.2021.1962671
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34408916?tool=bestpractice.com
Não existe uma definição bem estabelecida de convulsões agudas repetitivas, o que aumenta o desafio de reconhecê-las.[42]Jafarpour S, Hirsch LJ, Gaínza-Lein M, et al. Seizure cluster: definition, prevalence, consequences, and management. Seizure. 2019 May;68:9-15.
https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(18)30112-2/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29871784?tool=bestpractice.com
Uma definição clínica frequentemente usada é três ou mais convulsões em 24 horas para os pacientes cuja frequência habitual das convulsões é inferior a três convulsões por dia, com retorno ao estado de alerta total entre elas. As outras definições incluem duas ou mais convulsões em 6 horas, duas ou mais convulsões em 24 horas ou duas a quatro convulsões em menos de 48 horas.[42]Jafarpour S, Hirsch LJ, Gaínza-Lein M, et al. Seizure cluster: definition, prevalence, consequences, and management. Seizure. 2019 May;68:9-15.
https://www.seizure-journal.com/article/S1059-1311(18)30112-2/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29871784?tool=bestpractice.com
Quando uma crise convulsiva começa em uma criança, a criança deve ser imediatamente colocada de lado para evitar lesões e as vias aéreas desobstruídas. Os pais da criança e outros cuidadores devem ser treinados para administrar tratamentos o mais rápido possível na comunidade quando são identificados grupos de convulsões, sem a necessidade de o paciente comparecer ao hospital.
As opções de tratamento incluem diazepam retal ou intranasal, ou midazolam bucal ou intranasal. Essas formulações de benzodiazepínicos têm demonstrado eficácia razoável, igual ou melhor que a das formulações intravenosas, na maioria dos pacientes. Benzodiazepínicos orais (por exemplo, lorazepam) podem ser usados se as formulações acima não estiverem disponíveis, desde que o paciente esteja acordado e cooperativo e que o risco de aspiração seja baixo ou não seja preocupante.[40]Gidal B, Klein P, Hirsch LJ. Seizure clusters, rescue treatments, seizure action plans: unmet needs and emerging formulations. Epilepsy Behav. 2020 Nov;112:107391.
https://www.epilepsybehavior.com/article/S1525-5050(20)30570-9/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32898744?tool=bestpractice.com
[41]Mesraoua B, Abou-Khalil B, Hosni Khodair R, et al. Seizure clusters. J Drug Assess. 2021 Aug 14;10(1):86-90.
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/21556660.2021.1962671
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34408916?tool=bestpractice.com
Em ambiente hospitalar, benzodiazepínicos parenterais (por exemplo, diazepam, lorazepam) ou formulações intravenosas de anticonvulsivantes como fenitoína (ou fosfenitoína), valproato, levetiracetam, lacosamida, fenobarbital e brivaracetam podem ser usados para tratar convulsões agudas repetitivas.
O paciente deve continuar com uma formulação oral adequada de um anticonvulsivante uma vez estabilizado.
Medicamentos anticonvulsivantes: princípios do tratamento
Os anticonvulsivantes são o tratamento de primeira linha na maioria das síndromes epilépticas e são usados em longo prazo para a prevenção de convulsões. A terapia em longo prazo é indicada somente quando as crises são de natureza epiléptica verdadeira, e não uma manifestação de outro processo patológico tratável. O diagnóstico incorreto resulta em tratamentos inadequados e potencialmente prejudiciais.
O principal objetivo do tratamento é evitar futuras convulsões. Sempre que possível, o diagnóstico de uma síndrome epiléptica específica ou de uma causa subjacente auxilia na escolha do anticonvulsivante e orienta a duração do tratamento. O tratamento medicamentoso geralmente é iniciado após a segunda convulsão sem fatores precipitantes.[43]Leone MA, Giussani G, Nevitt SJ, et al. Immediate antiepileptic drug treatment, versus placebo, deferred, or no treatment for first unprovoked seizure. Cochrane Database Syst Rev. 2021 May 4;(5):CD007144.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD007144.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33942281?tool=bestpractice.com
A escolha do anticonvulsivante é uma decisão importante. A escolha deve ser individualizada, tendo em conta a eficácia em uma síndrome específica e os potenciais efeitos adversos. Os estudos mostram que apenas alguns medicamentos podem controlar as epilepsias generalizadas idiopáticas sem causar o agravamento das convulsões.[44]Hirtz D, Berg A, Bettis D, et al. Practice parameter: treatment of the child with a first unprovoked seizure. Neurology. 2003 Jan 28;60(2):166-75.
https://www.neurology.org/doi/10.1212/01.wnl.0000033622.27961.b6
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12552027?tool=bestpractice.com
A monoterapia é preferível, pois ela diminui o risco de efeitos adversos e as interações medicamentosas, além de permitir que o médico encontre o devido equilíbrio entre a toxicidade e o controle dos sintomas.[45]Guerrini R, Zaccara G, la Marca G, et al. Safety and tolerability of antiepileptic drug treatment in children with epilepsy. Drug Saf. 2012 Jul 1;35(7):519-33.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22702637?tool=bestpractice.com
No entanto, algumas das síndromes descritas muitas vezes não respondem à monoterapia, sendo necessária uma terapia combinada. Nessas situações, é importante levar em consideração quaisquer interações entre os anticonvulsivantes escolhidos, bem como quaisquer interações com outros medicamentos que o paciente possa estar tomando. A dose de certos anticonvulsivantes precisa ser ajustada de acordo com os níveis séricos do medicamento.
Os medicamentos anticonvulsivantes podem estar associados a um pequeno aumento do risco de pensamentos e comportamentos suicidas. Pessoas com epilepsia também correm maior risco de transtornos de humor e ansiedade e ideação suicida no momento do diagnóstico, antes de iniciar os medicamentos anticonvulsivantes, e o risco de suicídio associado a esses medicamentos é muito menor do que o risco de danos devido à interrupção dos medicamentos ou ao não início deles.[46]Mula M, Kanner AM, Schmitz B, et al. Antiepileptic drugs and suicidality: an expert consensus statement from the Task Force on Therapeutic Strategies of the ILAE Commission on Neuropsychobiology. Epilepsia. 2013 Jan;54(1):199-203.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1528-1167.2012.03688.x
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22994856?tool=bestpractice.com
[47]Kanner AM, Saporta AS, Kim DH, et al; Human Epilepsy Project. Mood and anxiety disorders and suicidality in patients with newly diagnosed focal epilepsy: an analysis of a complex comorbidity. Neurology. 2023 Mar 14;100(11):e1123-34.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10074468
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36539302?tool=bestpractice.com
Considerações para pacientes em idade fértil
As pacientes em idade fértil devem receber informações desde o início da adolescência sobre o risco de gravidez não planejada, opções contraceptivas e possíveis desfechos adversos na gravidez. Os anticonvulsivantes com propriedades indutoras de enzimas podem diminuir a eficácia contraceptiva e levar a um aumento da taxa de falha.[48]American College of Obstetricians and Gynecologists. Gynecologic management of adolescents and young women with seizure disorders: ACOG committee opinion, number 806. Obstet Gynecol. 2020 May;135(5):e213-20.
https://journals.lww.com/greenjournal/fulltext/2020/05000/gynecologic_management_of_adolescents_and_young.55.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32332416?tool=bestpractice.com
Para pacientes em idade fértil, a segurança dos anticonvulsivantes durante a gravidez deve ser levada em consideração na escolha da medicação.
Valproato e seus análogos
Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, o valproato e seus análogos são contraindicados durante a gravidez devido ao risco de malformações congênitas e problemas de desenvolvimento na criança. Se não for possível interromper o valproato, o tratamento pode ser mantido sob assistência especializada apropriada. O valproato e seus análogos não devem ser usados em pacientes em idade fértil, a menos que haja um programa de prevenção da gravidez em vigor e certas condições sejam atendidas.[49]European Medicines Agency. New measures to avoid valproate exposure in pregnancy endorsed. Mar 2018 [internet publication].
https://www.ema.europa.eu/en/news/new-measures-avoid-valproate-exposure-pregnancy-endorsed
Se o paciente estiver usando o medicamento para evitar convulsões maiores e estiver planejando engravidar, a decisão de continuar com o valproato em vez de mudar para um agente alternativo deve ser tomada individualmente.
Segurança de outros anticonvulsivantes
Uma revisão da segurança dos anticonvulsivantes (exceto o valproato) na gestação pela Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA) do Reino Unido concluiu que a lamotrigina e o levetiracetam, em doses de manutenção, não estão associados a um risco aumentado de malformações congênitas importantes. Os estudos disponíveis também não sugerem um aumento do risco de transtornos do neurodesenvolvimento ou atraso associado à exposição intrauterina à lamotrigina ou ao levetiracetam, mas os dados são mais limitados.[50]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Antiepileptic drugs in pregnancy: updated advice following comprehensive safety review. Jan 2021 [internet publication].
https://www.gov.uk/drug-safety-update/antiepileptic-drugs-in-pregnancy-updated-advice-following-comprehensive-safety-review
Um estudo posterior sugeriu uma associação entre a exposição pré-natal ao levetiracetam e o TDAH.[51]Dreier JW, Bjørk MH, Alvestad S, et al. Prenatal exposure to antiseizure medication and incidence of childhood- and adolescence-onset psychiatric disorders. JAMA Neurol. 2023 Jun 1;80(6):568-77.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37067807?tool=bestpractice.com
Os dados para outros medicamentos demonstram um aumento do risco de malformações congênitas importantes associadas à carbamazepina, ao fenobarbital, à fenitoína e ao topiramato; possíveis efeitos adversos no neurodesenvolvimento de crianças expostas no útero ao fenobarbital e à fenitoína; e um aumento do risco de restrição do crescimento fetal associado ao fenobarbital, ao topiramato e à zonisamida. Os riscos associados a outros anticonvulsivantes são incertos devido a limitações nos dados.[50]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Antiepileptic drugs in pregnancy: updated advice following comprehensive safety review. Jan 2021 [internet publication].
https://www.gov.uk/drug-safety-update/antiepileptic-drugs-in-pregnancy-updated-advice-following-comprehensive-safety-review
[52]Athar F, Ehsan M, Farooq M, et al. Adverse fetal and neonatal outcomes following in-utero exposure to oxcarbazepine: a systematic review and meta-analysis. Br J Clin Pharmacol. 2022 Aug;88(8):3600-9.
https://bpspubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/bcp.15413
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35591806?tool=bestpractice.com
[53]Bromley R, Adab N, Bluett-Duncan M, et al. Monotherapy treatment of epilepsy in pregnancy: congenital malformation outcomes in the child. Cochrane Database Syst Rev. 2023 Aug 29;(8):CD010224.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD010224.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37647086?tool=bestpractice.com
Um estudo subsequente da MHRA sugeriu que a pregabalina pode aumentar ligeiramente o risco de malformações congênitas importantes.[54]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Pregabalin (Lyrica): findings of safety study on risks during pregnancy. Apr 2022 [internet publication].
https://www.gov.uk/drug-safety-update/pregabalin-lyrica-findings-of-safety-study-on-risks-during-pregnancy
Um grande estudo de coorte relatou uma associação entre exposição pré-natal ao topiramato e um aumento do risco de distúrbios do neurodesenvolvimento infantil; o uso do topiramato em pacientes em idade fértil está sendo revisado pela European Medicines Agency (EMA) e pela MHRA.[55]Bjørk MH, Zoega H, Leinonen MK, et al. Association of prenatal exposure to antiseizure medication with risk of autism and intellectual disability. JAMA Neurol. 2022 Jul 1;79(7):672-81.
https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/2793003
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35639399?tool=bestpractice.com
[56]European Medicines Agency. New measures to avoid topiramate exposure in pregnancy. Oct 2023 [internet publication].
https://www.ema.europa.eu/en/medicines/human/referrals/topiramate
[57]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Topiramate (Topamax): start of safety review triggered by a study reporting an increased risk of neurodevelopmental disabilities in children with prenatal exposure. Jul 2022 [internet publication].
https://www.gov.uk/drug-safety-update/topiramate-topamax-start-of-safety-review-triggered-by-a-study-reporting-an-increased-risk-of-neurodevelopmental-disabilities-in-children-with-prenatal-exposure
Uma revisão sistemática relatou desfechos fetais e neonatais adversos após a exposição intrauterina à oxcarbazepina.[52]Athar F, Ehsan M, Farooq M, et al. Adverse fetal and neonatal outcomes following in-utero exposure to oxcarbazepine: a systematic review and meta-analysis. Br J Clin Pharmacol. 2022 Aug;88(8):3600-9.
https://bpspubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/bcp.15413
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35591806?tool=bestpractice.com
Opções de tratamento não farmacológico
Pode ser necessário explorar opções de tratamento não farmacológico, especialmente para a epilepsia refratária.[39]Perucca E, Perucca P, White HS, et al. Drug resistance in epilepsy. Lancet Neurol. 2023 Aug;22(8):723-34.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37352888?tool=bestpractice.com
[58]Robinson R. Vagal nerve stimulation is more effective than trials of further anti-epileptic drugs (AEDs) in children who have already tried >5 AEDs. Paper presented at: EPNS 2011 9th Congress of the European Paediatric Neurology Society. 11-14 May 2011. Dubrovnik, Croatia. Poster sessions: P14.3. Eur J Paediatr Neurol. 2011 May;15(suppl 1):89.[59]Englot DJ, Chang EF, Auguste KI. Vagus nerve stimulation for epilepsy: a meta-analysis of efficacy and predictors of response. J Neurosurg. 2011 Dec;115(6):1248-55.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21838505?tool=bestpractice.com
[60]Martin-McGill KJ, Bresnahan R, Levy RG, et al. Ketogenic diets for drug-resistant epilepsy. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Jun 24;(6):CD001903.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD001903.pub5/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32588435?tool=bestpractice.com
[61]Kossoff EH, Zupec-Kania BA, Auvin S, et al; Charlie Foundation; Matthew's Friends; Practice Committee of the Child Neurology Society. Optimal clinical management of children receiving dietary therapies for epilepsy: updated recommendations of the International Ketogenic Diet Study Group. Epilepsia Open. 2018 Jun;3(2):175-92.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/epi4.12225
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29881797?tool=bestpractice.com
O encaminhamento para um centro cirúrgico de epilepsia é recomendado para avaliação adicional e consideração das opções de tratamento.[38]Dwivedi R, Ramanujam B, Chandra PS, et al. Surgery for drug-resistant epilepsy in children. N Engl J Med. 2017 Oct 26;377(17):1639-47.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1615335
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29069568?tool=bestpractice.com
[39]Perucca E, Perucca P, White HS, et al. Drug resistance in epilepsy. Lancet Neurol. 2023 Aug;22(8):723-34.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37352888?tool=bestpractice.com
A cirurgia raramente é recomendada para os pacientes com convulsões generalizadas.
Dietas cetogênicas
As dietas cetogênicas, com alto teor de gordura e baixo teor de carboidratos, demonstraram ser efetivas na redução da frequência de convulsões em crianças com epilepsia resistente à medicação. Uma dieta cetogênica deve ser considerada após dois medicamentos anticonvulsivantes terem se mostrado inefetivos, e ainda antes para várias síndromes epilépticas. Existem quatro tipos principais de dieta cetogênica (a dieta cetogênica “clássica”, a dieta Atkins modificada, a dieta de triglicerídeos de cadeia média e o tratamento de baixo índice glicêmico), e a escolha deve ser individualizada, tendo-se em conta a situação da família e da criança, e a expertise da equipe clínica. O uso de uma dieta cetogênica requer uma equipe qualificada, incluindo um nutricionista. A dieta cetogênica clássica geralmente é iniciada no hospital, sob supervisão médica rigorosa, e é necessário monitoramento regular.[39]Perucca E, Perucca P, White HS, et al. Drug resistance in epilepsy. Lancet Neurol. 2023 Aug;22(8):723-34.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37352888?tool=bestpractice.com
[60]Martin-McGill KJ, Bresnahan R, Levy RG, et al. Ketogenic diets for drug-resistant epilepsy. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Jun 24;(6):CD001903.
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[61]Kossoff EH, Zupec-Kania BA, Auvin S, et al; Charlie Foundation; Matthew's Friends; Practice Committee of the Child Neurology Society. Optimal clinical management of children receiving dietary therapies for epilepsy: updated recommendations of the International Ketogenic Diet Study Group. Epilepsia Open. 2018 Jun;3(2):175-92.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29881797?tool=bestpractice.com
Estimulação do nervo vago
A estimulação do nervo vago é uma terapia adjuvante eficaz e segura nos pacientes com epilepsia clinicamente refratária não tratável com ressecção. No entanto, alguns pacientes não obtêm nenhum benefício com esta terapia. Os efeitos adversos comuns incluem irritação local da pele, cefaleia, nasofaringite e alteração da voz. As crianças devem ser cuidadosamente monitoradas quanto a infecção local.[62]Morris GL 3rd, Gloss D, Buchhalter J, et al. Evidence-based guideline update: vagus nerve stimulation for the treatment of epilepsy. Neurology. 2013 Oct 15;81(16):1453-9.
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[63]Redgrave J, Day D, Leung H, et al. Safety and tolerability of transcutaneous vagus nerve stimulation in humans; a systematic review. Brain Stimul. 2018 Nov-Dec;11(6):1225-38.
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[64]Toffa DH, Touma L, El Meskine T, et al. Learnings from 30 years of reported efficacy and safety of vagus nerve stimulation (VNS) for epilepsy treatment: a critical review. Seizure. 2020 Dec;83:104-23.
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[65]Sheng J, Liu S, Qin H, et al. Drug-resistant epilepsy and surgery. Curr Neuropharmacol. 2018;16(1):17-28.
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Manejo de síndromes epilépticas com início na infância (1 mês a 2 anos)
Encefalopatia epiléptica e de desenvolvimento infantil precoce (EIDEE):
Esta afecção é uma encefalopatia epiléptica grave e muito difícil de tratar, com potenciais etiologias metabólicas, genéticas e estruturais.
O reconhecimento das causas metabólicas da EIDEE é essencial para se iniciar o tratamento adequado, se disponível, e prevenir sequelas em longo prazo. No entanto, o tratamento não deve ser suspenso enquanto se aguardam os resultados dos testes.
A epilepsia dependente de piridoxina é uma causa importante e potencialmente tratável de epilepsia resistente à terapia de início precoce. O reconhecimento imediato é importante para o tratamento e o prognóstico. Bebês com epilepsia resistente à terapia de início precoce devem receber piridoxina com ou sem anticonvulsivantes adicionais até que a epilepsia dependente de piridoxina seja totalmente descartada por análise metabólica e/ou genética.[66]Bok LA, Maurits NM, Willemsen MA, et al. The EEG response to pyridoxine-IV neither identifies nor excludes pyridoxine-dependent epilepsy. Epilepsia. 2010 Dec;51(12):2406-11.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20887371?tool=bestpractice.com
Os anticonvulsivantes convencionais são opções para o tratamento da EIDEE, mas sua eficácia é limitada. A zonisamida, a vigabatrina, o topiramato e altas doses de fenobarbital podem ter algum valor.[67]Wilmshurst JM, Gaillard WD, Vinayan KP, et al. Summary of recommendations for the management of infantile seizures: Task Force Report for the ILAE Commission of Pediatrics. Epilepsia. 2015 Aug;56(8):1185-97.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.13057
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Medicamentos bloqueadores dos canais de sódio, como a oxcarbazepina, devem ser considerados a terapia ideal quando há suspeita de que a encefalopatia epiléptica seja devida a variantes patogênicas de ganho de função de SCN2A/SCN8A ou variantes de perda de função de KCNQ2.
A quinidina tem sido usada para tratar a epilepsia associada a variantes do KCNT1 com ganho de função, mas os estudos produziram resultados contraditórios.[70]Spoto G, Saia MC, Amore G, et al. Neonatal seizures: an overview of genetic causes and treatment options. Brain Sci. 2021 Sep 29;11(10):1295.
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As dietas cetogênicas devem ser consideradas para os pacientes com epilepsia refratária.[60]Martin-McGill KJ, Bresnahan R, Levy RG, et al. Ketogenic diets for drug-resistant epilepsy. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Jun 24;(6):CD001903.
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[61]Kossoff EH, Zupec-Kania BA, Auvin S, et al; Charlie Foundation; Matthew's Friends; Practice Committee of the Child Neurology Society. Optimal clinical management of children receiving dietary therapies for epilepsy: updated recommendations of the International Ketogenic Diet Study Group. Epilepsia Open. 2018 Jun;3(2):175-92.
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A cirurgia (ressecção, desconexão) pode ser efetiva se a maioria das convulsões for focal e devida a uma causa estrutural identificada. É importante identificar a etiologia estrutural potencial e considerar a cirurgia precocemente se as convulsões forem refratárias ao tratamento medicamentoso.[72]Malik SI, Galliani CA, Hernandez AW, et al. Epilepsy surgery for early infantile epileptic encephalopathy (Ohtahara syndrome). J Child Neurol. 2013 Dec;28(12):1607-17.
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Síndrome de espasmos epilépticos infantis (IESS; incluindo síndrome de West):
Os espasmos epiléticos são resistentes à maioria dos anticonvulsivantes. Um corticosteroide oral, corticotropina (ACTH) ou vigabatrina (tratamento de escolha para os pacientes com complexo de esclerose tuberosa) deve ser usado como tratamento inicial assim que espasmos epilépticos infantis forem diagnosticados, pois todos demonstraram eficácia em estudos.[73]Nelson GR. Management of infantile spasms. Transl Pediatr. 2015 Oct;4(4):260-70.
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[74]Hancock EC, Osborne JP, Edwards SW. Treatment of infantile spasms. Cochrane Database Syst Rev. 2013 Jun 5;(6):CD001770.
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[75]O'Callaghan FJK, Edwards SW, Alber FD, et al; International Collaborative Infantile Spasms Study (ICISS) investigators. Vigabatrin with hormonal treatment versus hormonal treatment alone (ICISS) for infantile spasms: 18-month outcomes of an open-label, randomised controlled trial. Lancet Child Adolesc Health. 2018 Oct;2(10):715-25.
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O ACTH e os corticosteroides têm eficácia relatada semelhante para a IESS: 46% e 44% dos pacientes, respectivamente, mostraram resposta ao tratamento em um estudo. As taxas de resposta à vigabatrina foram de 62% para lactentes com complexo da esclerose tuberosa e 29% para aqueles com outras causas de espasmos infantis.[77]Grinspan ZM, Knupp KG, Patel AD, et al. Comparative effectiveness of initial treatment for infantile spasms in a contemporary US cohort. Neurology. 2021 Jul 15;97(12):e1217-28.
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A presença ou ausência de hipsarritmia não deve afetar as decisões de tratamento.[78]Demarest ST, Shellhaas RA, Gaillard WD, et al; Pediatric Epilepsy Research Consortium. The impact of hypsarrhythmia on infantile spasms treatment response: observational cohort study from the National Infantile Spasms Consortium. Epilepsia. 2017 Dec;58(12):2098-103.
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As recomendações sobre o esquema medicamentoso, as doses e a duração do tratamento variam. O esquema mais comum é o ACTH, seguido por corticosteroide (geralmente prednisolona). Pode ser necessário que a dose de tratamento seja aumentada rapidamente em uma tentativa de parar os espasmos e melhorar o EEG.
Se o primeiro tratamento for inefetivo, deve-se tentar uma medicação alternativa das opções iniciais com um mecanismo de ação diferente, pois elas são mais efetivas que o uso de anticonvulsivantes padrão: ou seja, vigabatrina se a prednisolona ou o ACTH foram usados como opção primária, e prednisolona ou ACTH se a vigabatrina for usada como opção primária.[79]Knupp KG, Leister E, Coryell J, et al; Pediatric Epilepsy Research Consortium. Response to second treatment after initial failed treatment in a multicenter prospective infantile spasms cohort. Epilepsia. 2016 Nov;57(11):1834-42.
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De forma alternativa, a prednisolona ou o ACTH podem ser usados em combinação com a vigabatrina: há algumas evidências de melhora no controle das convulsões com a terapia combinada, mas não há boas evidências de que isso altere os desfechos em longo prazo.[80]O'Callaghan FJ, Edwards SW, Alber FD, et al. Safety and effectiveness of hormonal treatment versus hormonal treatment with vigabatrin for infantile spasms (ICISS): a randomised, multicentre, open-label trial. Lancet Neurol. 2017 Jan;16(1):33-42.
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Não há evidências suficientes da eficácia de outros anticonvulsivantes no tratamento de espasmos infantis refratários. As escolhas de medicamentos devem ser feitas de acordo com cada paciente. Os medicamentos utilizados incluem o topiramato, o clobazam, o valproato, a zonisamida, o levetiracetam e o fenobarbital. O valproato é contraindicado em pacientes com distúrbios do ciclo da ureia e com alguns distúrbios mitocondriais, especialmente aqueles causados pela DNA polimerase gama mitocondrial, e deve ser evitado nas crianças menores de 2 anos, a menos que essas causas sejam descartadas.[79]Knupp KG, Leister E, Coryell J, et al; Pediatric Epilepsy Research Consortium. Response to second treatment after initial failed treatment in a multicenter prospective infantile spasms cohort. Epilepsia. 2016 Nov;57(11):1834-42.
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A piridoxina é algumas vezes usada como opção de tratamento, embora um estudo tenha relatado que a adição de piridoxina foi inefetiva.[82]Riikonen R, Mankinen K, Gaily E. Long-term outcome in pyridoxine-responsive infantile epilepsy. Eur J Paediatr Neurol. 2015 Nov;19(6):647-51.
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As dietas cetogênicas são uma opção efetiva para os espasmos epilépticos intratáveis.[61]Kossoff EH, Zupec-Kania BA, Auvin S, et al; Charlie Foundation; Matthew's Friends; Practice Committee of the Child Neurology Society. Optimal clinical management of children receiving dietary therapies for epilepsy: updated recommendations of the International Ketogenic Diet Study Group. Epilepsia Open. 2018 Jun;3(2):175-92.
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No entanto, os efeitos podem ser temporários, portanto o uso de uma dieta cetogênica é reservado para os casos resistentes aos hormônios.
Para as crianças com espasmos epilépticos resistentes a medicamentos que apresentam anomalias cerebrais localizadas (especialmente quando se correlacionam com a localização do EEG), a cirurgia (ressecção, desconexão) é considerada apropriada. Anormalidades estruturais (por exemplo, tumores, porencefalia, hemimegalencefalia) são indicações para cirurgia com potencial para um bom desfecho. A displasia cortical focal também é uma indicação para cirurgia, especialmente se correlacionada a achados de EEG. A cirurgia precoce é sugerida nos casos de resistência a medicamentos porque a intervenção precoce pode levar a um melhor prognóstico cognitivo.
Epilepsia mioclônica do lactente (EML):
O controle das convulsões geralmente é favorável, e os pacientes que apresentam uma resposta rápida parecem ter um desfecho melhor.
A monoterapia com valproato geralmente é considerada efetiva nos pacientes com EML.[85]Auvin S, Pandit F, De Bellecize J, et al. Benign myoclonic epilepsy in infants: electroclinical features and long-term follow-up of 34 patients. Epilepsia. 2006 Feb;47(2):387-93.
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[86]Caraballo RH, Flesler S, Pasteris MC, et al. Myoclonic epilepsy in infancy: an electroclinical study and long-term follow-up of 38 patients. Epilepsia. 2013 Sep;54(9):1605-12.
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O valproato é contraindicado nos pacientes com distúrbios do ciclo da ureia e alguns distúrbios mitocondriais, especialmente aqueles causados pela DNA polimerase gama mitocondrial, e deve ser evitado nas crianças menores de 2 anos, a menos que essas causas sejam descartadas.
As outras opções de tratamento incluem o topiramato, a lamotrigina, o clonazepam e o levetiracetam.[67]Wilmshurst JM, Gaillard WD, Vinayan KP, et al. Summary of recommendations for the management of infantile seizures: Task Force Report for the ILAE Commission of Pediatrics. Epilepsia. 2015 Aug;56(8):1185-97.
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Foi sugerido que os atrasos no início do tratamento possam causar problemas cognitivos posteriormente durante a vida.[87]Oguni H. Symptomatic epilepsies imitating idiopathic generalized epilepsies. Epilepsia. 2005 Nov;46(suppl 9):84-90.
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Alguns pacientes originalmente diagnosticados com EML podem desenvolver outros tipos de epilepsia, particularmente epilepsia mioclônica juvenil.[31]Zuberi SM, Wirrell E, Yozawitz E, et al. ILAE classification and definition of epilepsy syndromes with onset in neonates and infants: position statement by the ILAE Task Force on Nosology and Definitions. Epilepsia. 2022 Jun;63(6):1349-97.
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Síndrome de Dravet:
O valproato e o clobazam são recomendados como terapias iniciais.[21]Wirrell EC, Hood V, Knupp KG, et al. International consensus on diagnosis and management of Dravet syndrome. Epilepsia. 2022 Jul;63(7):1761-77.
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Se o valproato e o clobazam forem insuficientemente efetivos, devem-se considerar o estiripentol e/ou a fenfluramina.[21]Wirrell EC, Hood V, Knupp KG, et al. International consensus on diagnosis and management of Dravet syndrome. Epilepsia. 2022 Jul;63(7):1761-77.
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O estiripentol (um inibidor do citocromo P450 que aumenta os níveis sanguíneos de outros anticonvulsivantes) é efetivo quando adicionado ao clobazam e quando usado como monoterapia (off-label). Ele está aprovado como terapia adjuvante (com o clobazam) para a síndrome de Dravet em crianças a partir dos 6 meses de idade.[21]Wirrell EC, Hood V, Knupp KG, et al. International consensus on diagnosis and management of Dravet syndrome. Epilepsia. 2022 Jul;63(7):1761-77.
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A fenfluramina (um agonista do receptor de serotonina) foi aprovada para tratar as convulsões relacionadas à síndrome de Dravet em pacientes com 2 anos ou mais. Ela pode ser usada como monoterapia ou em combinação com outros medicamentos. Em ensaios clínicos randomizados e controlados, a fenfluramina resultou em uma redução significativamente maior na frequência de crises convulsivas em comparação com o placebo.[21]Wirrell EC, Hood V, Knupp KG, et al. International consensus on diagnosis and management of Dravet syndrome. Epilepsia. 2022 Jul;63(7):1761-77.
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A solução oral de canabidiol está aprovada para o tratamento de convulsões associadas à síndrome de Dravet em pacientes com 1 ano ou mais (2 anos ou mais em alguns outros países). O canabidiol de qualidade farmacêutica está associado a uma diminuição na frequência de convulsões relacionadas à síndrome de Dravet, embora o mecanismo de ação seja desconhecido.[93]Lattanzi S, Brigo F, Trinka E, et al. Adjunctive cannabidiol in patients with Dravet syndrome: a systematic review and meta-analysis of efficacy and safety. CNS Drugs. 2020 Mar;34(3):229-41.
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[95]National Institute for Health and Care Excellence. Cannabidiol with clobazam for treating seizures associated with Dravet syndrome. Dec 2019 [internet publication].
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Há evidências de que o canabidiol é efetivo tanto na ausência como na presença do clobazam.[96]Gunning B, Mazurkiewicz-Bełdzińska M, Chin RFM, et al. Cannabidiol in conjunction with clobazam: analysis of four randomized controlled trials. Acta Neurol Scand. 2021 Feb;143(2):154-63.
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Sabe-se que os medicamentos bloqueadores dos canais de sódio, como carbamazepina, oxcarbazepina, lamotrigina e fenitoína, exacerbam as convulsões em crianças com síndrome de Dravet, e devem ser evitados.[21]Wirrell EC, Hood V, Knupp KG, et al. International consensus on diagnosis and management of Dravet syndrome. Epilepsia. 2022 Jul;63(7):1761-77.
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O topiramato pode ser usado como monoterapia ou como adjuvante. Foi relatada eficácia do topiramato quando usado como terapia adjuvante para a síndrome de Dravet.[21]Wirrell EC, Hood V, Knupp KG, et al. International consensus on diagnosis and management of Dravet syndrome. Epilepsia. 2022 Jul;63(7):1761-77.
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As dietas cetogênicas são efetivas, e devem ser consideradas após duas tentativas malsucedidas com anticonvulsivantes, ou antes em alguns casos.[21]Wirrell EC, Hood V, Knupp KG, et al. International consensus on diagnosis and management of Dravet syndrome. Epilepsia. 2022 Jul;63(7):1761-77.
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A estimulação do nervo vago normalmente resulta em uma redução <50% nas convulsões, mas deve ser considerada somente após outras opções terapêuticas terem sido tentadas.[21]Wirrell EC, Hood V, Knupp KG, et al. International consensus on diagnosis and management of Dravet syndrome. Epilepsia. 2022 Jul;63(7):1761-77.
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Epilepsia genética com convulsões febris plus (GEFS+), a qual inclui convulsões febris plus
As convulsões geralmente respondem ao tratamento com anticonvulsivantes.[31]Zuberi SM, Wirrell E, Yozawitz E, et al. ILAE classification and definition of epilepsy syndromes with onset in neonates and infants: position statement by the ILAE Task Force on Nosology and Definitions. Epilepsia. 2022 Jun;63(6):1349-97.
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As opções de tratamento incluem o valproato, a lamotrigina, o levetiracetam ou o topiramato.
Manejo das síndromes epilépticas com início na infância
A infância é definida como idades entre 2 e 12 anos.[32]Specchio N, Wirrell EC, Scheffer IE, et al. International League Against Epilepsy classification and definition of epilepsy syndromes with onset in childhood: position paper by the ILAE Task Force on Nosology and Definitions. Epilepsia. 2022 Jun;63(6):1398-442.
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Epilepsia com crises mioclônico-atônicas (EMAtS; também conhecida como síndrome de Doose):
Aproximadamente um terço das crianças apresenta uma resposta aos anticonvulsivantes, e menos de 10% ficam livres de convulsões após o tratamento anticonvulsivante.[99]Nickels K, Kossoff EH, Eschbach K, et al. Epilepsy with myoclonic-atonic seizures (Doose syndrome): clarification of diagnosis and treatment options through a large retrospective multicenter cohort. Epilepsia. 2021 Jan;62(1):120-7.
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O valproato é recomendado mais frequentemente como terapia de primeira linha.[100]Nickels K, Thibert R, Rau S, et al; Pediatric Epilepsy Research Consortium. How do we diagnose and treat epilepsy with myoclonic-atonic seizures (Doose syndrome)? Results of the Pediatric Epilepsy Research Consortium survey. Epilepsy Res. 2018 Aug;144:14-9.
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As dietas cetogênicas são altamente efetivas para esta síndrome.[61]Kossoff EH, Zupec-Kania BA, Auvin S, et al; Charlie Foundation; Matthew's Friends; Practice Committee of the Child Neurology Society. Optimal clinical management of children receiving dietary therapies for epilepsy: updated recommendations of the International Ketogenic Diet Study Group. Epilepsia Open. 2018 Jun;3(2):175-92.
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[99]Nickels K, Kossoff EH, Eschbach K, et al. Epilepsy with myoclonic-atonic seizures (Doose syndrome): clarification of diagnosis and treatment options through a large retrospective multicenter cohort. Epilepsia. 2021 Jan;62(1):120-7.
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Em um estudo de uma grande coorte retrospectiva multicêntrica, a terapia com dieta cetogênica foi de longe o tratamento mais efetivo e, portanto, deve ser considerada como terapia inicial.[99]Nickels K, Kossoff EH, Eschbach K, et al. Epilepsy with myoclonic-atonic seizures (Doose syndrome): clarification of diagnosis and treatment options through a large retrospective multicenter cohort. Epilepsia. 2021 Jan;62(1):120-7.
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As opções para tratamento de segunda linha com evidência de efetividade são os benzodiazepínicos (por exemplo, clobazam, clonazepam), o levetiracetam, a zonisamida e o topiramato.[101]Joshi C, Nickels K, Demarest S, et al. Results of an international Delphi consensus in epilepsy with myoclonic atonic seizures/ Doose syndrome. Seizure. 2021 Feb;85:12-8.
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A lamotrigina, a etossuximida, a rufinamida, o perampanel e o felbamato também apresentam algumas evidências de efetividade.[101]Joshi C, Nickels K, Demarest S, et al. Results of an international Delphi consensus in epilepsy with myoclonic atonic seizures/ Doose syndrome. Seizure. 2021 Feb;85:12-8.
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A vigabatrina e os outros medicamentos bloqueadores dos canais de sódio diferentes da lamotrigina devem ser evitados.[101]Joshi C, Nickels K, Demarest S, et al. Results of an international Delphi consensus in epilepsy with myoclonic atonic seizures/ Doose syndrome. Seizure. 2021 Feb;85:12-8.
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A estimulação do nervo vago ou a calosotomia (para a síncope) podem ser consideradas apenas se os medicamentos e as dietas cetogênicas forem insuficientemente efetivas.[101]Joshi C, Nickels K, Demarest S, et al. Results of an international Delphi consensus in epilepsy with myoclonic atonic seizures/ Doose syndrome. Seizure. 2021 Feb;85:12-8.
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Síndrome de Lennox-Gastaut (SLG):
A SLG é significativamente resistente à terapia, e a monoterapia anticonvulsivante raramente é eficaz. Isso geralmente significa que a politerapia em altas doses é necessária, o que pode causar um aumento paradoxal na frequência das convulsões.
É necessária uma discussão cuidadosa com os cuidadores sobre os objetivos do tratamento para equilibrar o controle das convulsões com os efeitos adversos dos medicamentos. Os objetivos normalmente são diminuir a carga de convulsões prolongadas ou associadas a lesões, mas a ausência de convulsões é improvável.
O valproato é o agente de primeira linha mais comumente usado. O clobazam também pode ser considerado de primeira linha como monoterapia ou em combinação com o valproato.
Os outros anticonvulsivantes com evidência de eficácia no tratamento de convulsões associadas à SLG incluem a rufinamida, a lamotrigina, o topiramato, o canabidiol e a fenfluramina.[102]Brigo F, Jones K, Eltze C, et al. Anti-seizure medications for Lennox-Gastaut syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Apr 7;(4):CD003277.
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What are the effects of rufinamide as an adjunct to conventional antiepileptic drug (AED) therapy for people with refractory epilepsy?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.3489/fullMostre-me a resposta
A solução oral de canabidiol está aprovada para o tratamento de convulsões associadas à SLG em pacientes com 1 ano ou mais (2 anos ou mais em alguns outros países). Em ensaios randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo, a solução oral de canabidiol adjuvante reduziu de maneira efetiva a frequência de convulsões com síncope em comparação com o placebo.[104]Cross JH, Auvin S, Falip M, et al. Expert opinion on the management of Lennox-Gastaut syndrome: treatment algorithms and practical considerations. Front Neurol. 2017 Sep 29;8:505.
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Há algumas evidências de que o canabidiol é efetiva tanto na ausência como na presença do clobazam.[96]Gunning B, Mazurkiewicz-Bełdzińska M, Chin RFM, et al. Cannabidiol in conjunction with clobazam: analysis of four randomized controlled trials. Acta Neurol Scand. 2021 Feb;143(2):154-63.
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Os efeitos adversos do canabidiol incluem elevação das enzimas hepáticas, intolerância gastrointestinal e distúrbios do sono.[94]American Epilepsy Society. AES position statement on cannabis as a treatment for patients with epileptic seizures. Sep 2022 [internet publication].
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[110]Fazlollahi A, Zahmatyar M, ZareDini M, et al. Adverse events of cannabidiol use in patients with epilepsy: a systematic review and meta-analysis. JAMA Netw Open. 2023 Apr 3;6(4):e239126.
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A fenfluramina está aprovada para o tratamento de convulsões associadas à SLG em pacientes com 2 anos ou mais. Um ensaio clínico randomizado e controlado e um estudo aberto de extensão mostraram que a fenfluramina resultou em uma redução significativamente maior nas convulsões com síncope do que o placebo em pacientes com SLG; este efeito pareceu ser maior nos pacientes com crises tônico-clônicas generalizadas.[111]Knupp KG, Scheffer IE, Ceulemans B, et al. Efficacy and safety of fenfluramine for the treatment of seizures associated with Lennox-Gastaut syndrome: a randomized clinical trial. JAMA Neurol. 2022 Jun 1;79(6):554-64.
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[112]Knupp KG, Scheffer IE, Ceulemans B, et al. Fenfluramine provides clinically meaningful reduction in frequency of drop seizures in patients with Lennox-Gastaut syndrome: interim analysis of an open-label extension study. Epilepsia. 2023 Jan;64(1):139-51.
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Os outros anticonvulsivantes que podem ser considerados incluem o levetiracetam, o perampanel, a zonisamida, o felbamato, a lacosamida, o brivaracetam e o cenobamato (não licenciado para uso em crianças), embora em alguns casos a evidência de eficácia na SLG seja escassa ou incerta.[102]Brigo F, Jones K, Eltze C, et al. Anti-seizure medications for Lennox-Gastaut syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Apr 7;(4):CD003277.
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A carbamazepina, a eslicarbazepina, a gabapentina, a oxcarbazepina, a fenitoína, a pregabalina e a vigabatrina podem exacerbar as convulsões associadas à SLG e, portanto, são geralmente evitadas.[105]Montouris G, Aboumatar S, Burdette D, et al. Expert opinion: proposed diagnostic and treatment algorithms for Lennox-Gastaut syndrome in adult patients. Epilepsy Behav. 2020 Sep;110:107146.
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Os corticosteroides e/ou a corticotropina (ACTH) podem ser indicados para os tratamentos adjuvantes de curta duração nos períodos particularmente difíceis (ou seja, no início, no estado de mal epiléptico ou durante os períodos de exacerbação significativa das convulsões).
As terapias não farmacológicas que podem ser tentadas incluem as dietas cetogênicas, a estimulação do nervo vago, a calosotomia ou a cirurgia ressectiva (se houver um foco convulsivo dominante e/ou estrutural).[61]Kossoff EH, Zupec-Kania BA, Auvin S, et al; Charlie Foundation; Matthew's Friends; Practice Committee of the Child Neurology Society. Optimal clinical management of children receiving dietary therapies for epilepsy: updated recommendations of the International Ketogenic Diet Study Group. Epilepsia Open. 2018 Jun;3(2):175-92.
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Epilepsia do tipo ausência da infância (EAI):
As crises tônico-clônicas de início generalizado ocorrem em algumas epilepsias do tipo ausência. Nesse caso, o tratamento deve ser direcionado tanto para as crises tônico-clônicas quanto para as ausências.[7]Hirsch E, French J, Scheffer IE, et al. ILAE definition of the idiopathic generalized epilepsy syndromes: position statement by the ILAE Task Force on Nosology and Definitions. Epilepsia. 2022 Jun;63(6):1475-99.
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Nas crianças com crises de ausência apenas, a etossuximida é a opção de primeira linha.[115]Brigo F, Igwe SC, Lattanzi S. Ethosuximide, sodium valproate or lamotrigine for absence seizures in children and adolescents. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Jan 21;(1):CD003032.
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O valproato é o anticonvulsivante de primeira linha recomendado para os pacientes com ausências e crises tônico-clônicas, mas o perfil de efeitos adversos não é tão favorável quanto o da etossuximida.[115]Brigo F, Igwe SC, Lattanzi S. Ethosuximide, sodium valproate or lamotrigine for absence seizures in children and adolescents. Cochrane Database Syst Rev. 2021 Jan 21;(1):CD003032.
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[116]Nevitt SJ, Sudell M, Cividini S, et al. Antiepileptic drug monotherapy for epilepsy: a network meta-analysis of individual participant data. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Apr 1;(4):CD011412.
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Uma revisão Cochrane apoia o uso da lamotrigina e do levetiracetam como alternativas adequadas ao valproato, particularmente para pacientes em idade fértil para as quais o valproato pode não ser uma terapia apropriada devido à teratogenicidade.[116]Nevitt SJ, Sudell M, Cividini S, et al. Antiepileptic drug monotherapy for epilepsy: a network meta-analysis of individual participant data. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Apr 1;(4):CD011412.
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How do antiepileptic drugs compare for people with generalized tonic‐clonic seizures?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.4048/fullMostre-me a resposta A lamotrigina pode ser adicionada à terapia com valproato, ou outra polimedicação pode ser necessária, para os casos refratários.[27]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication].
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O topiramato, os benzodiazepínicos, o perampanel e a zonisamida são outras opções.[119]Rinaldi VE, Di Cara G, Mencaroni E, et al. Therapeutic options for childhood absence epilepsy. Pediatr Rep. 2021 Dec 16;13(4):658-67.
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A gabapentina não é tão efetiva para esses pacientes, e há evidências que sugerem que a carbamazepina e a vigabatrina podem exacerbar as crises de ausência.[122]Trudeau V, Myers S, LaMoreaux L, et al. Gabapentin in naive childhood absence epilepsy: results from two double-blind, placebo-controlled, multicenter studies. J Child Neurol. 1996 Nov;11(6):470-5.
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Portanto, o uso desses agentes não é recomendado.[27]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication].
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Epilepsia com ausência mioclônica (EMA):
A EMA é frequentemente refratária aos anticonvulsivantes, e a polimedicação pode ser necessária.
Os anticonvulsivantes comumente usados incluem o valproato, a etossuximida, a lamotrigina, o levetiracetam e os benzodiazepínicos.[116]Nevitt SJ, Sudell M, Cividini S, et al. Antiepileptic drug monotherapy for epilepsy: a network meta-analysis of individual participant data. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Apr 1;(4):CD011412.
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Epilepsia com mioclonia palpebral (EEM):
Esta síndrome tende a ser resistente à terapia medicamentosa, com até 80% dos pacientes desenvolvendo epilepsia clinicamente intratável e necessitando de polimedicação. As crises tônico-clônicas generalizadas geralmente respondem ao tratamento, enquanto a mioclonia palpebral não é totalmente controlada.[32]Specchio N, Wirrell EC, Scheffer IE, et al. International League Against Epilepsy classification and definition of epilepsy syndromes with onset in childhood: position paper by the ILAE Task Force on Nosology and Definitions. Epilepsia. 2022 Jun;63(6):1398-442.
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[124]Smith KM, Wirrell EC, Andrade DM, et al. Management of epilepsy with eyelid myoclonia: results of an international expert consensus panel. Epilepsia. 2023 Sep;64(9):2342-50.
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O valproato, a lamotrigina e o levetiracetam são recomendados como opções de tratamento de primeira linha, e podem reduzir as convulsões em mais de 50%.[124]Smith KM, Wirrell EC, Andrade DM, et al. Management of epilepsy with eyelid myoclonia: results of an international expert consensus panel. Epilepsia. 2023 Sep;64(9):2342-50.
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O levetiracetam e a lamotrigina devem ser particularmente considerados nas pacientes em idade fértil devido aos riscos teratogênicos do valproato.[124]Smith KM, Wirrell EC, Andrade DM, et al. Management of epilepsy with eyelid myoclonia: results of an international expert consensus panel. Epilepsia. 2023 Sep;64(9):2342-50.
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[125]Zawar I, Knight EP. Epilepsy with eyelid myoclonia (Jeavons syndrome). Pediatr Neurol. 2021 Aug;121:75-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34167046?tool=bestpractice.com
Existem algumas evidências da eficácia da etossuximida e do clobazam.[124]Smith KM, Wirrell EC, Andrade DM, et al. Management of epilepsy with eyelid myoclonia: results of an international expert consensus panel. Epilepsia. 2023 Sep;64(9):2342-50.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.17682
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37326215?tool=bestpractice.com
[125]Zawar I, Knight EP. Epilepsy with eyelid myoclonia (Jeavons syndrome). Pediatr Neurol. 2021 Aug;121:75-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34167046?tool=bestpractice.com
Outros anticonvulsivantes (por exemplo, topiramato, brivaracetam, zonisamida, canabidiol, fenfluramina, clonazepam, perampanel, lacosamida e acetazolamida) podem ser tentados, mas há pouca evidência de eficácia na EEM e nenhum consenso sobre seu uso.[124]Smith KM, Wirrell EC, Andrade DM, et al. Management of epilepsy with eyelid myoclonia: results of an international expert consensus panel. Epilepsia. 2023 Sep;64(9):2342-50.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.17682
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[125]Zawar I, Knight EP. Epilepsy with eyelid myoclonia (Jeavons syndrome). Pediatr Neurol. 2021 Aug;121:75-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34167046?tool=bestpractice.com
O canabidiol também pode agravar as convulsões, especialmente a mioclonia palpebral, e deve ser usado com cautela.[125]Zawar I, Knight EP. Epilepsy with eyelid myoclonia (Jeavons syndrome). Pediatr Neurol. 2021 Aug;121:75-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34167046?tool=bestpractice.com
Os medicamentos bloqueadores dos canais de sódio, exceto a lamotrigina, podem agravar as convulsões e devem ser evitados.[124]Smith KM, Wirrell EC, Andrade DM, et al. Management of epilepsy with eyelid myoclonia: results of an international expert consensus panel. Epilepsia. 2023 Sep;64(9):2342-50.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.17682
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[125]Zawar I, Knight EP. Epilepsy with eyelid myoclonia (Jeavons syndrome). Pediatr Neurol. 2021 Aug;121:75-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34167046?tool=bestpractice.com
Os dados sobre o uso de dietas cetogênicas na EEM são limitados.[124]Smith KM, Wirrell EC, Andrade DM, et al. Management of epilepsy with eyelid myoclonia: results of an international expert consensus panel. Epilepsia. 2023 Sep;64(9):2342-50.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.17682
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[125]Zawar I, Knight EP. Epilepsy with eyelid myoclonia (Jeavons syndrome). Pediatr Neurol. 2021 Aug;121:75-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34167046?tool=bestpractice.com
A terapia com lentes pode ser testada nos pacientes com resposta fotoparoxística, embora as evidências de efetividade sejam limitadas.[124]Smith KM, Wirrell EC, Andrade DM, et al. Management of epilepsy with eyelid myoclonia: results of an international expert consensus panel. Epilepsia. 2023 Sep;64(9):2342-50.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.17682
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37326215?tool=bestpractice.com
[125]Zawar I, Knight EP. Epilepsy with eyelid myoclonia (Jeavons syndrome). Pediatr Neurol. 2021 Aug;121:75-80.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34167046?tool=bestpractice.com
Manejo das síndromes epilépticas com início em uma idade variável
O início destas síndromes ocorre frequentemente na terceira infância/adolescência (a partir dos 10 anos de idade).[7]Hirsch E, French J, Scheffer IE, et al. ILAE definition of the idiopathic generalized epilepsy syndromes: position statement by the ILAE Task Force on Nosology and Definitions. Epilepsia. 2022 Jun;63(6):1475-99.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35503716?tool=bestpractice.com
Consulte também "Considerações para pacientes em idade fértil".
Epilepsia com crises tônico-clônicas generalizadas isoladas (GTCA):
A modificação do estilo de vida pode ser necessária para cessar as convulsões. Os pacientes devem ser alertados quanto aos fatores precipitantes das crises convulsivas, incluindo privação do sono e consumo de bebidas alcoólicas.[127]Petropoulos MC, Bonaiuto K, Currier J, et al. Practical aspects of childhood epilepsy. BMJ. 2019 Nov 11;367:l6096.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31712327?tool=bestpractice.com
O tratamento de primeira linha é o valproato.[116]Nevitt SJ, Sudell M, Cividini S, et al. Antiepileptic drug monotherapy for epilepsy: a network meta-analysis of individual participant data. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Apr 1;(4):CD011412.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD011412.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35363878?tool=bestpractice.com
Uma revisão Cochrane apoia o uso da lamotrigina e do levetiracetam como alternativas adequadas ao valproato, particularmente para pacientes em idade fértil para as quais o valproato pode não ser uma terapia apropriada devido à teratogenicidade.[116]Nevitt SJ, Sudell M, Cividini S, et al. Antiepileptic drug monotherapy for epilepsy: a network meta-analysis of individual participant data. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Apr 1;(4):CD011412.
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How do antiepileptic drugs compare for people with generalized tonic‐clonic seizures?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.4048/fullMostre-me a resposta A lamotrigina também é efetiva como terapia adjuvante no controle das crises tônico-clônicas generalizadas primárias.[128]Bresnahan R, Panebianco M, Marson AG. Lamotrigine add-on therapy for drug-resistant generalised tonic-clonic seizures. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Jul 1;(7):CD007783.
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O clobazam e o topiramato (monoterapia ou com valproato) também são opções efetivas.[129]Caraballo R, Silva S, Beltran L, et al. Childhood-only epilepsy with generalized tonic-clonic seizures: a well-defined epileptic syndrome. Epilepsy Res. 2019 Jul;153:28-33.
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[131]Murphy K, Delanty N. Primary generalized epilepsies. Curr Treat Options Neurol. 2000 Nov;2(6):527-42.
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O perampanel é bem tolerado e melhora o controle das crises tônico-clônicas generalizadas primárias resistentes a medicamentos na epilepsia generalizada idiopática quando usado como adjuvante em pacientes com 12 anos ou mais.[120]Trinka E, Alsaadi T, Goji H, et al. Perampanel for the treatment of people with idiopathic generalized epilepsy in clinical practice. Epilepsia. 2023 Aug;64(8):2094-107.
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https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1751722209000316
A carbamazepina pode agravar as convulsões nos pacientes com epilepsias generalizadas idiopáticas, portanto ela não é recomendada.[27]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng217
A estimulação do nervo vago e as dietas cetogênicas são opções de tratamento para os pacientes com epilepsia generalizada idiopática resistente a medicamentos.[59]Englot DJ, Chang EF, Auguste KI. Vagus nerve stimulation for epilepsy: a meta-analysis of efficacy and predictors of response. J Neurosurg. 2011 Dec;115(6):1248-55.
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[61]Kossoff EH, Zupec-Kania BA, Auvin S, et al; Charlie Foundation; Matthew's Friends; Practice Committee of the Child Neurology Society. Optimal clinical management of children receiving dietary therapies for epilepsy: updated recommendations of the International Ketogenic Diet Study Group. Epilepsia Open. 2018 Jun;3(2):175-92.
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[133]Kostov H, Larsson PG, Roste GK. Is vagus nerve stimulation a treatment option for patients with drug-resistant idiopathic generalized epilepsy? Acta Neurol Scand Suppl. 2007;187:55-8.
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Epilepsia mioclônica juvenil (EMJ):
Os ajustes no estilo de vida (evitando-se a privação do sono e o consumo de bebidas alcoólicas) e uma terapia anticonvulsivante vitalícia são as medidas necessárias para esses pacientes.[127]Petropoulos MC, Bonaiuto K, Currier J, et al. Practical aspects of childhood epilepsy. BMJ. 2019 Nov 11;367:l6096.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31712327?tool=bestpractice.com
A opção de primeira linha é o valproato. Ele pode ser usado isoladamente ou associado à lamotrigina em casos resistentes.[116]Nevitt SJ, Sudell M, Cividini S, et al. Antiepileptic drug monotherapy for epilepsy: a network meta-analysis of individual participant data. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Apr 1;(4):CD011412.
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[134]Trevathan E, Kerls SP, Hammer AE, et al. Lamotrigine adjunctive therapy among children and adolescents with primary generalized tonic-clonic seizures. Pediatrics. 2006 Aug;118(2):e371-8.
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Uma revisão Cochrane apoia o uso da lamotrigina e do levetiracetam como alternativas adequadas ao valproato, particularmente para pacientes em idade fértil para as quais o valproato pode não ser uma terapia apropriada devido à teratogenicidade.[116]Nevitt SJ, Sudell M, Cividini S, et al. Antiepileptic drug monotherapy for epilepsy: a network meta-analysis of individual participant data. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Apr 1;(4):CD011412.
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How do antiepileptic drugs compare for people with generalized tonic‐clonic seizures?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.4048/fullMostre-me a resposta
Entre os anticonvulsivantes de nova geração, o levetiracetam é considerado o mais seguro e eficaz quando usado como monoterapia.[135]Sharpe DV, Patel AD, Abou-Khalil B, et al. Levetiracetam monotherapy in juvenile myoclonic epilepsy. Seizure. 2008 Jan;17(1):64-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17692537?tool=bestpractice.com
[136]Verrotti A, Cerminara C, Coppola G, et al. Levetiracetam in juvenile myoclonic epilepsy: long-term efficacy in newly diagnosed adolescents. Dev Med Child Neurol. 2008 Jan;50(1):29-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18173626?tool=bestpractice.com
[137]Serafini A, Gerard E, Genton P, et al. Treatment of juvenile myoclonic epilepsy in patients of child-bearing potential. CNS Drugs. 2019 Mar;33(3):195-208.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30747367?tool=bestpractice.com
A monoterapia com lamotrigina é controversa, pois apesar de sua eficácia no controle de crises de ausência e crises convulsivas tônico-clônicas, há um risco muito alto de agravamento de espasmos mioclônicos.[138]Tennis P, Eldridge RR; International Lamotrigine Pregnancy Registry Scientific Advisory Committee. Preliminary results on pregnancy outcomes in women using lamotrigine. Epilepsia. 2002 Oct;43(10):1161-7.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12366730?tool=bestpractice.com
As opções de tratamento adicionais incluem o topiramato, a zonisamida e o perampanel.[120]Trinka E, Alsaadi T, Goji H, et al. Perampanel for the treatment of people with idiopathic generalized epilepsy in clinical practice. Epilepsia. 2023 Aug;64(8):2094-107.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.17631
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37114853?tool=bestpractice.com
[139]Bourgeois BF. Chronic management of seizures in the syndromes of idiopathic generalized epilepsy. Epilepsia. 2003 Mar;44 Suppl 2:27-32.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12752459?tool=bestpractice.com
[140]Kothare SV, Valencia I, Khurana DS, et al. Efficacy and tolerability of zonisamide in juvenile myoclonic epilepsy. Epileptic Disord. 2004 Dec;6(4):267-70.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15634623?tool=bestpractice.com
A carbamazepina pode agravar as convulsões nos pacientes com epilepsias generalizadas idiopáticas, portanto ela não é recomendada.[27]National Institute for Health and Care Excellence. Epilepsies in children, young people and adults. Apr 2022 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng217
Epilepsia do tipo ausência juvenil (EAJ):
A EAJ resulta mais provavelmente em crises tônico-clônicas e tem menos probabilidade de ser superada que a epilepsia do tipo ausência da infância.
Os ajustes no estilo de vida (evitando-se a privação do sono e o consumo de bebidas alcoólicas) e uma terapia anticonvulsivante vitalícia são as medidas necessárias para esses pacientes.[127]Petropoulos MC, Bonaiuto K, Currier J, et al. Practical aspects of childhood epilepsy. BMJ. 2019 Nov 11;367:l6096.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31712327?tool=bestpractice.com
O anticonvulsivante de primeira linha é a etossuximida apenas para os pacientes com crises de ausência. Se as crises persistirem com a etossuximida ou se houver crises tônico-clônicas generalizadas, o valproato é preferencial.[116]Nevitt SJ, Sudell M, Cividini S, et al. Antiepileptic drug monotherapy for epilepsy: a network meta-analysis of individual participant data. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Apr 1;(4):CD011412.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD011412.pub4/full
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[141]Kessler SK, McGinnis E. A practical guide to treatment of childhood absence epilepsy. Paediatr Drugs. 2019 Feb;21(1):15-24.
https://link.springer.com/article/10.1007/s40272-019-00325-x
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30734897?tool=bestpractice.com
Uma revisão Cochrane apoia o uso da lamotrigina e do levetiracetam como alternativas adequadas ao valproato, particularmente para pacientes em idade fértil para as quais o valproato pode não ser uma terapia apropriada devido à teratogenicidade.[116]Nevitt SJ, Sudell M, Cividini S, et al. Antiepileptic drug monotherapy for epilepsy: a network meta-analysis of individual participant data. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Apr 1;(4):CD011412.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD011412.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35363878?tool=bestpractice.com
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As opções de tratamento adicionais incluem o clobazam, o topiramato, a zonisamida e o perampanel.[120]Trinka E, Alsaadi T, Goji H, et al. Perampanel for the treatment of people with idiopathic generalized epilepsy in clinical practice. Epilepsia. 2023 Aug;64(8):2094-107.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/epi.17631
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[141]Kessler SK, McGinnis E. A practical guide to treatment of childhood absence epilepsy. Paediatr Drugs. 2019 Feb;21(1):15-24.
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[142]French JA, Krauss GL, Wechsler RT, et al. Perampanel for tonic-clonic seizures in idiopathic generalized epilepsy: a randomized trial. Neurology. 2015 Sep 15;85(11):950-7.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26296511?tool=bestpractice.com
Síndrome epiléptica não identificada
Nem sempre é possível diagnosticar uma síndrome epiléptica. A terapia anticonvulsivante deve ser ajustada para cada paciente com base nos tipos de convulsão, na idade, no sexo e nas comorbidades. A monoterapia é preferível, embora a polimedicação possa ser necessária para o controle das convulsões se a monoterapia for insuficientemente efetiva. Deve-se manter um equilíbrio cuidadoso entre o controle das convulsões e os efeitos adversos dos anticonvulsivantes.
Se as crises forem generalizadas no início, ou se não se souber se o início é focal ou generalizado, são recomendados anticonvulsivantes de amplo espectro. As opções de primeira linha incluem o valproato, a lamotrigina, o levetiracetam e o topiramato.
O valproato é mais bem tolerado que o topiramato e é mais eficaz que a lamotrigina; além disso, permanece como medicamento de primeira escolha para muitos pacientes com epilepsias generalizadas e não classificadas.[143]Marson AG, Al-Kharusi AM, Alwaidh M, et al; SANAD Study group. The SANAD study of effectiveness of valproate, lamotrigine, or topiramate for generalised and unclassifiable epilepsy: an unblinded randomised controlled trial. Lancet. 2007 Mar 24;369(9566):1016-26.
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A lamotrigina também é efetiva como terapia adjuvante em combinação com outros anticonvulsivantes no controle de crises tônico-clônicas generalizadas primárias.[128]Bresnahan R, Panebianco M, Marson AG. Lamotrigine add-on therapy for drug-resistant generalised tonic-clonic seizures. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Jul 1;(7):CD007783.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD007783.pub3/full
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[134]Trevathan E, Kerls SP, Hammer AE, et al. Lamotrigine adjunctive therapy among children and adolescents with primary generalized tonic-clonic seizures. Pediatrics. 2006 Aug;118(2):e371-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16847080?tool=bestpractice.com
O topiramato é bem tolerado e efetivo para as crises convulsivas tônico-clônicas prolongadas quando usado como adjuvante com outro anticonvulsivante, ou para as crises tônico-clônicas resistentes quando usado como monoterapia.[144]Wheless JW. Use of topiramate in childhood generalized seizure disorders. J Child Neurol. 2000;15(suppl 1):S7-13.
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[145]Wheless JW, Neto W, Wang S; EPMN-105 Study Group. Topiramate, carbamazepine, and valproate monotherapy: double-blind comparison in children with newly diagnosed epilepsy. J Child Neurol. 2004 Feb;19(2):135-41.
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A carbamazepina é indicada para as crises tônico-clônicas generalizadas, mas pode agravar as crises de ausência, mioclônicas e tônico-atônicas.[146]Boon P, Ferrao Santos S, Jansen AC, et al. Recommendations for the treatment of epilepsy in adult and pediatric patients in Belgium: 2020 update. Acta Neurol Belg. 2021 Feb;121(1):241-57.
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O perampanel é bem tolerado e melhora o controle das crises tônico-clônicas generalizadas primárias resistentes a medicamentos na epilepsia generalizada idiopática quando usado como adjuvante em pacientes com 12 anos ou mais.[120]Trinka E, Alsaadi T, Goji H, et al. Perampanel for the treatment of people with idiopathic generalized epilepsy in clinical practice. Epilepsia. 2023 Aug;64(8):2094-107.
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Descontinuação do medicamento
Pode ocorrer ausência das convulsões por longos períodos com a terapia anticonvulsivante ou após um tratamento cirúrgico. Os pacientes em uso de anticonvulsivantes que alcançam a ausência de convulsões podem consequentemente desejar descontinuar o medicamento para evitar os efeitos adversos, as implicações psicológicas e o custo do tratamento continuado.
Para as crianças que não tiverem apresentado convulsão por, pelo menos, 18-24 meses e que não tiverem uma síndrome eletroclínica sugerindo o contrário, a descontinuação do medicamento anticonvulsivante pode ser considerada, pois isso não aumenta claramente o risco de recorrência das convulsões. Os riscos e benefícios da descontinuação devem ser discutidos com o paciente e a família, e a história natural conhecida da síndrome eletroclínica específica deve ser levada em consideração. Desde que um EEG não demonstre atividade epileptiforme, a descontinuação deve ser oferecida a uma taxa não superior a 25% a cada 10-14 dias.[147]Gloss D, Pargeon K, Pack A, et al. Antiseizure medication withdrawal in seizure-free patients: practice advisory update summary: report of the AAN guideline subcommittee. Neurology. 2021 Dec 7;97(23):1072-81.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34873018?tool=bestpractice.com
As síndromes conhecidas por apresentarem um alto risco de recidiva são aquelas com origem lesional comprovada/provável (síndrome de Lennox-Gastaut, epilepsia mioclônica grave, epilepsia mioclônica juvenil e crise tônico-clônica generalizada ao despertar). Nesses casos, uma terapia prolongada de até 5 anos, ou mesmo vitalícia, pode ser necessária.
Há poucas evidências para orientar a taxa de suspensão dos anticonvulsivantes.[148]Ayuga Loro F, Gisbert Tijeras E, Brigo F. Rapid versus slow withdrawal of antiepileptic drugs. Cochrane Database Syst Rev. 2022 Jan 10;(1):CD005003.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD005003.pub4/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35005782?tool=bestpractice.com