Novos tratamentos

Inibidores da angiogênese

Esses tumores podem ser altamente vasculares e a angiogênese é um alvo possível para a terapia.[81] A alta densidade microvascular apresenta correlação com um prognóstico desfavorável, e os receptores do fator de crescimento endotelial vascular VEGF (vascular endothelial growth factor) são frequentemente expressos em meningiomas.[82] Um estudo retrospectivo multicêntrico do uso de bevacizumabe para meningiomas anaplásicos e atípicos demonstrou hemorragia intratumoral não fatal em 3 de 15 pacientes, com a melhor resposta radiográfica da doença estável e sobrevida livre de progressão aos 6 meses de 43.8%.[83] Outro estudo demonstrou hemorragia intratumoral em 1 dos 14 pacientes e sobrevida livre de progressão aos 6 meses de 86%.[84] O sunitinibe é um inibidor da tirosina quinase, que bloqueia receptores múltiplos, incluindo VEGF e fator de crescimento derivado de plaquetas (FCDP). O sunitinibe apresentou efeitos citostáticos e antimigratórios em culturas celulares de meningioma.[85] Um ensaio clínico de fase 2 demonstrou sobrevida livre de progressão a 6 meses de 42% nos meningiomas atípicos e anaplásicos.[86] Em geral, isso é bastante promissor.[87] Vatalanibe é outro inibidor de tirosina quinase que inibe receptores tanto de VEGF quanto de PDGF, e tem demonstrado eficácia terapêutica modesta no combate ao meningioma refratário.[88]​ As diretrizes da National Comprehensive Cancer Network recomendam sunitinibe, bevacizumabe ou bevacizumabe associado a everolimo como opções para terapia sistêmica nos pacientes com meningioma recorrente refratário à cirurgia ou radiação.[40]​ No entanto, esses esquemas para o meningioma são considerados experimentais, e são necessários estudos controlados adicionais.[45]

Agentes citotóxicos

Agentes citotóxicos são comumente usados no tratamento de cânceres por causa de sua habilidade em danificar preferencialmente as células de crescimento rápido. Agentes comumente usados, como doxorrubicina, dacarbazina e hidroxiureia, ifosfamida, irinotecano,​ trabectedina e temozolomida, foram testados no tratamento de meningiomas; no entanto, resultados desses ensaios demonstraram, em geral, baixa eficácia.​[74][89]​​​ Um esquema de doxorrubicina, vincristina e ciclofosfamida para o meningioma anaplásico resultou em um provável aumento na sobrevida global.[90]

Terapia hormonal

Há muito tempo sabe-se que os meningiomas expressam receptores de estrogênio e progesterona e respondem à terapia anti-hormonal em culturas teciduais. A maioria dos meningiomas benignos expressa receptores de progesterona e, menos frequentemente, receptores estrogênicos. Um ensaio clínico de fase 2 duplo-cego randomizado de mifepristona no tratamento de meningiomas irressecáveis demonstrou que o medicamento foi bem tolerado, mas não impactou na sobrevida livre de recidiva ou na sobrevida global.[91] Além da mifepristona, o tamoxifeno também foi usado, mas os dados sobre a eficácia desses medicamentos são limitados. Embora a expressão de receptores estrogênicos seja menos consistente, demonstrou-se que o tamoxifeno, um agente antiestrogênio, induz a estabilização transitória ou uma resposta menor na maior parte de uma pequena série de pacientes com meningiomas irressecáveis recorrentes.[92] Inibidores do hormônio do crescimento (GH; pegvisomanto) e fator de crescimento semelhante à insulina (fenretinida) também foram estudados por sua expressão comum nos receptores de GH nas células do meningioma. Os receptores da somatostatina também estão presentes na maioria das células de meningioma e podem ser utilizados como um alvo de inibição do crescimento do tumor in vitro. Alguns pequenos ensaios-piloto com receptores de somatostatina demonstraram estabilização ou resposta ao tratamento em uma minoria de pacientes com meningiomas recorrentes.[93][94][95][96] Outros demonstraram pouco benefício.[97]

Alfainterferona

A alfainterferona é uma terapia imunológica que inibe o crescimento de células de meningioma, tanto in vitro quanto in vivo em sistemas experimentais. Pesquisas iniciais sugeriram a estabilização da doença em vários pacientes tratados com alfainterferona 2b com meningiomas irressecáveis recorrentes ou meningiomas malignos.[98][99][100]​ Esses resultados sugerem que ela pode produzir remissões duradouras em alguns pacientes com meningiomas atípicos de rápida progressão e meningiomas malignos, e pode representar mais uma opção de tratamento para os pacientes com tumores recorrentes ou irressecáveis. Um estudo de fase 2 com meningiomas de grau 1 da Organização Mundial da Saúde demonstrou que a alfainterferona é relativamente bem tolerada e modestamente efetiva, mas nenhum paciente demonstrou resposta neurorradiográfica parcial ou completa.[101]​ Uma série de casos retrospectiva constatou eficácia limitada em pacientes com meningiomas de alto grau recorrentes.[102]

Bloqueadores dos canais de cálcio

Há muita evidência experimental de efeitos inibidores do crescimento independentes pelos bloqueadores dos canais de cálcio, como verapamil e diltiazem, no crescimento dos meningiomas. Há evidências que apoiam o uso adjuvante desses agentes com a hidroxicarbamida, mas nem todos os estudos demonstraram eficácia.​[78][79][103][104][105]

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