Abordagem

O método definitivo para o diagnóstico de meningioma é história e exame físico seguidos por ressonância nuclear magnética (RNM) com e sem captação de contraste à base de gadolínio.[40]

História

Uma história de sintomas de deficit neurológico, novos episódios de cefaleia ou convulsão exige avaliação por exame de imagem do paciente em busca de um possível tumor cerebral, especialmente em idades avançadas.[41]

Deve-se confirmar a existência ou não de uma história familiar de tumor cerebral ou de neurofibromatose do tipo 2. Além disso, qualquer história de radiação, câncer de mama ou exposição a hormônio exógeno deve ser documentada.[42]

Exame físico

Devem ser realizados um exame físico geral e um exame neurológico detalhado. Devem-se avaliar e registrar deficits neurológicos específicos, como de nervos cranianos, motores ou sensitivos. Alguns deficits de nervos cranianos (por exemplo, acuidade ou defeitos de campo visual, perda auditiva) podem requerer avaliação formal por um especialista para a documentação do deficit. O nível medular deve ser registrado, o que, posteriormente, pode orientar diagnósticos por imagem de níveis específicos.

Exames por imagem

O estudo diagnóstico de escolha é a RNM com e sem contraste à base de gadolínio. Nas imagens ponderadas em T1 e T2, o tumor é frequentemente isointenso ao parênquima cerebral. O tumor capta avidamente o contraste administrado. A tomografia computadorizada (TC) é indicada em caso de preocupação com o comprometimento de algum osso (por exemplo, perda de visão causada por hiperostose ao redor do nervo óptico ou envolvimento do 8º nervo craniano). A TC pode adicionar informações complementares que demonstram hiperostose associada ao tumor ou calcificações, que podem estar presentes em uma porcentagem significativa de pacientes. Calcificação em meningioma geralmente indica um tumor de crescimento lento.[43] Em uma revisão, pacientes com menos de 65 anos de idade e aqueles com meningiomas caracterizados por hiperintensidade na imagem de RNM ponderada em T2, ausência de calcificação e tumor de diâmetro maior que 25 mm com edema circundante precisaram ser monitorados mais rigorosamente.[44]​ Nos pacientes impossibilitados de submeter-se a uma RNM (por exemplo, aqueles com determinados tipos de marca-passo ou estilhaços/metais no corpo), a TC com contraste pode ser utilizada para diagnóstico e acompanhamento com imagens seriadas.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Imagem sagital (esquerda) demonstra grande massa extra-axial isointensa ao cérebro; o tumor capta avidamente o contraste administrado, como demonstrado na imagem coronal (centro da esquerda) e imagem axial (centro da direita). Observe o edema extenso circundante no tumor na imagem axial T2 (direita)Da biblioteca pessoal do Dr. William T. Couldwell; usada com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@60f44b40

Embora tenha sido comumente realizada no passado, a angiografia cerebral é usada com menos frequência para o diagnóstico na era da RNM contemporânea.[45]​ Ocasionalmente, a angiografia cerebral será realizada para demonstrar a alimentação arterial predominante para o tumor. Ela também é essencial no planejamento cirúrgico, quando a patência dos seios venosos importantes está em questão.

A PET pode ser usada para detectar os análogos da somatostatina DOTA-D-Phe1-Tyr3-ocreotato (DOTATATE) ou DOTA-D-Phe1-Tyr3-octreotida (DOTATOC), que estão classificados com um radionuclídeo, como gálio-68 ou ítrio-90. Embora ainda não seja a prática clínica padrão, a PET com receptor da somatostatina pode ajudar a confirmar o diagnóstico, ou diferenciar tumores residuais ou recorrentes de cicatrizações pós-operatórias.​[40]​​​​[45][46]​ Ela também pode ser útil no planejamento da radiação para delinear o volume desejado.[47][48]

Laboratório

Não há exames laboratoriais específicos necessários antes da cirurgia além da confirmação de eletrólitos normais e coagulação.

Os meningiomas têm uma ampla gama de aparências à análise histopatológica do tumor removido cirurgicamente. O índice mitótico e a ausência de calcificação podem indicar um tumor de crescimento mais rápido. Existem diferenças significativas nos índices mitóticos entre os graus de tumor. A maioria dos meningiomas é corada pelo antígeno de membrana epitelial (AME), e a positividade da vimentina é encontrada em todos os meningiomas. As características diagnósticas ultraestruturais incluem filamentos de vimentina em abundância, processos celulares interdigitais complexos e junções intercelulares desmossomais.[49]

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