Prevenção primária
As diretrizes sobre estratégias de prevenção têm abordagens variadas. A US Preventive Services Task Force recomenda intervenções com aconselhamento, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a terapia interpessoal, para a prevenção da depressão perinatal em mulheres com aumento do risco (aquelas com história de depressão, sintomas atuais de depressão ou com nível socioeconômico desfavorável).[80][81] Exemplos listados pelo American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) de programas adequados com uma boa base de evidências para prevenção incluem o Programa para Mães e Bebês (TCC) e o Programa ROSE (Reach Out [entre em contato], Stay Strong [seja forte], Essentials for mothers of newborns [coisas essenciais para mães e neonatos]) (terapia interpessoal).[82] A melhor forma dos médicos identificarem e implementarem estas intervenções baseadas na psicoterapia continua a ser uma área de investigação ativa.[82][83]Em contraste, o National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido não recomenda intervenções psicossociais rotineiras como parte dos cuidados pré-natal e pós-parto na ausência de um diagnóstico de depressão.[5][Evidência C]
Há evidências de que as visitas domiciliares de profissionais (por exemplo, realizadas por enfermeiras ou parteiras), o apoio telefônico entre pares e a psicoterapia interpessoal, tanto durante a gravidez quanto após o parto, são eficazes na redução do risco de depressão pós-parto.[84] Uma revisão Cochrane revelou que as evidências eram muito incertas sobre o efeito das visitas domiciliares nos desfechos maternos e neonatais; no entanto, os autores revelaram que o cuidado individualizado como parte de um pacote de visitas domiciliares provavelmente melhora os escores de depressão materna aos 4 meses, e que a satisfação materna foi possivelmente melhor com as visitas domiciliares.[85]
A atividade física de intensidade moderada durante a gestação reduz o risco de sintomas subsequentes de depressão pós-parto, de acordo com uma revisão abrangente de revisões sistemáticas.[86][87] Para as mulheres que deram à luz no ano anterior, exercício aeróbio (por exemplo, programas de exercícios em grupo ou aconselhamento sobre um exercício de sua preferência) parece reduzir os sintomas de depressão em comparação com os cuidados habituais. Em uma revisão sistemática, notou-se um efeito moderado do tratamento, independentemente das mães terem ou não depressão pós-parto.[88]
Pode-se argumentar em favor de um limiar menor de acesso às psicoterapias durante a gestação e período pós-parto originário da mudança da razão risco-benefício do medicamento psicotrópico neste momento. Um estudo do Reino Unido demonstrou que a provisão de intervenções psicológicas, como a TCC por agentes de saúde treinados para o reconhecimento de sintomas depressivos usando a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS) e avaliação clínica presencial em mulheres com escore <12 na EPDS em 6 semanas após o parto reduz o risco de evoluir para um escore ≥12 em 6 meses após o parto.[89]
A documentação clara e o planejamento de cuidados são importantes quando as mulheres são avaliadas como estando em maior risco de um transtorno depressivo pós-parto grave, com um plano acordado com a mulher sobre o que acontecerá se ela desenvolver sintomas depressivos. Por exemplo, a diretriz do Reino Unido recomenda que mulheres em alto risco por história de transtorno depressivo grave antes ou durante a gestação devem obter um plano detalhado por escrito do centro de cuidados psiquiátricos para os períodos pré-natal tardio e pós-parto, que deve ser acordado com a mulher e compartilhado com todas as partes relevantes, incluindo os serviços de maternidade, a equipe de obstetrícia comunitária, clínico geral, agentes de saúde e profissionais da saúde mental.[5] Nos EUA, os obstetras normalmente desempenham um papel fundamental no planejamento dos cuidados e na coordenação do tratamento; programas de acesso à psiquiatria perinatal e linhas de apoio podem ajudar o médico nesta função, dependendo dos arranjos de serviços em todo o estado.[82] Massachusetts Department of Mental Health: MCPAP for Moms Opens in new window
O apoio profissional intensivo pós-parto focado individualmente em mães em risco pode ser benéfico. Pode ser apropriado oferecer profilaxia antidepressiva a algumas mulheres com uma forte história de depressão (inclusive depressão pós-parto e não pós-parto anterior);[90] recomenda-se procurar orientação de um especialista, pois há evidências limitadas sobre quais intervenções farmacológicas podem reduzir o risco de recorrência de depressão.[4] As decisões devem ser tomadas de maneira individualizada.[91]
Prevenção secundária
Aplicam-se os mesmos princípios da prevenção primária. Mulheres com um primeiro episódio de depressão pós-parto estão sujeitas a um maior risco de depressão pós-parto subsequente (41% vs. 18%), mas menor risco de depressão não pós-parto (38% vs. 62%).[187] Recomenda-se, portanto, monitoramento e avaliação rigorosos de mulheres com história de transtornos de humor perinatais. Devido à falta de estudos adequados, não é possível tirar conclusões claras sobre a eficácia dos antidepressivos para prevenir a depressão pós-parto em mulheres com história dessa condição.[196] Pode ser apropriado oferecer profilaxia antidepressiva a algumas mulheres com forte história de depressão (incluindo depressão pós-parto e não associada ao parto anterior); recomenda-se aconselhamento especializado, pois há evidências limitadas sobre quais intervenções farmacológicas podem reduzir o risco de recorrência da depressão.[90][4] As decisões devem ser tomadas de maneira individualizada.[91]
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