Complicações
Existe uma forte correlação entre a depressão pós-parto e a interação e vínculo comprometidos entre mãe e lactente. A exposição do lactente à depressão materna tem consequências comportamentais, cognitivas e emocionais negativas.[93][188] Os lactentes afetados demonstram expressão facial restrita e menos interesses. Um estudo longitudinal de 2057 crianças, que foram acompanhadas desde os 5 meses até os 8 anos de idade, demonstrou que uma grande gama de fatores de risco pré e perinatal, incluindo a depressão materna, age de forma independente para aumentar a probabilidade de altos níveis de hiperatividade-impulsividade e sintomas de desatenção com início na primeira infância até a segunda infância.[189]
Outro estudo longitudinal acompanhou 9800 mães por 18 anos após o parto. A análise identificou uma coorte de mães/filhos que apresentava risco particularmente alto de desfechos adversos em longo prazo, tanto na mãe quanto na criança; mães que atendem aos critérios de depressão pós-parto moderada ou grave aos 2 meses e aos 8 meses após o parto. Em comparação com os filhos de mulheres com depressão pós-parto que não foram persistentes nem graves, as crianças dessa coorte apresentaram um risco quatro vezes maior de problemas comportamentais aos 3-4 anos de idade, um risco duas vezes maior de ter pontuações mais baixas em testes matemáticos aos 16 anos e um risco sete vezes maior de depressão aos 18 anos. As mães nessa coorte tiveram risco aumentado de apresentar altos níveis de sintomas depressivos até 11 anos após o parto.[190][191] Esses resultados enfatizam a importância do rastreamento da depressão no período pós-parto e do tratamento de mulheres com depressão pós-parto persistente e grave como uma questão de prioridade clínica. O tratamento da depressão materna reduz a depressão, a ansiedade e o comportamento desordeiro na criança, ao passo que a ausência de tratamento resulta no agravamento desses sintomas.[192][193][194][195]
Uma avaliação preliminar dos riscos de infanticídio pode ser realizada ao se indagar sobre três áreas principais:
O estado mental atual, incluindo pensamentos de suicídio e de causar danos ao bebê
Qualquer história de tentativa de suicídio ou de causar dano ao bebê
Fatores situacionais e ambientais que podem aumentar ou diminuir o risco.
Quaisquer sintomas psicóticos aumentam substancialmente o risco, especialmente delírios ou alucinações relacionados ao bebê.
Encaminhe a mulher a uma consulta de emergência no mesmo dia para que uma avaliação detalhada do risco possa ser realizada, caso suspeite-se de um risco significativo de causar danos a si própria ou ao bebê.[74]
Avalie o estado mental atual da mulher e quaisquer fatores situacionais e ambientais que possam aumentar ou diminuir o risco de suicídio.
Encaminhe qualquer paciente com risco de infligir danos a si mesma a uma consulta de emergência no mesmo dia para que uma avaliação detalhada do risco possa ser realizada.[74]
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