Investigações
Primeiras investigações a serem solicitadas
TFHs
Exame
Os testes da função hepática (TFHs) estão quase sempre anormais em pacientes com uma manifestação hepática.[5] Aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT) elevadas estão presentes em 40% a 60% dos pacientes na apresentação.[24] Aproximadamente 12% dos pacientes apresentam bilirrubina elevada, devido a lesão hepática, hemólise com teste de Coombs negativo ou ambas.[6][24] Aqueles com insuficiência hepática aguda podem apresentar albumina baixa e razão normalizada internacional (INR) prolongada. Aqueles com cirrose descompensada podem apresentar INR prolongada, trombocitopenia, padrão misto nos TFHs e albumina baixa.[24] Nos pacientes com apresentação neurológica, a ALT e a AST também podem estar anormais, pois podem se sobrepor ao comprometimento hepático.[24]
Resultado
anormal
cobre urinário de 24 horas
Exame
Amostra coletada em recipientes livres de oligoelementos. O nível >100 microgramas indica doença. A excreção urinária de cobre também pode ser alta em condições colestáticas e autoimunes ou enteropatia perdedora de proteínas, portanto, o diagnóstico da doença não deve ser realizado apenas com os valores de cobre na urina.
Resultado
>100 microgramas (>40 microgramas podem sugerir doença de Wilson e necessitam de investigação adicional)
exame com lâmpada de fenda
Exame
Os anéis de Kayser-Fleischer (KF) são formados por um pigmento marrom dourado que representa o depósito de cobre na membrana de Descemet da córnea. Geralmente, aparecem nas porções superior e inferior da córnea e tornam-se circunferenciais à medida que a deposição de cobre evolui.[24] Os anéis de KF estão presentes em 95% dos pacientes com apresentações neurológicas e em 44% a 62% dos pacientes com apresentações hepáticas.[5]
Resultado
Anéis de KF
ceruloplasmina sérica
Exame
Uma ceruloplasmina sérica normal (200-350 mg/L [20-35 mg/dL]) não descarta a doença de Wilson, pois cerca de 20% dos pacientes afetados apresenta um nível normal de ceruloplasmina.[25] A ceruloplasmina sérica <200 mg/L (<20 mg/dL) apresenta uma sensibilidade de 77.1% a 99% e especificidade de 55.9% a 82.8% para o diagnóstico da doença de Wilson. A ceruloplasmina sérica <100 mg/L (<10 mg/dL) apresenta uma sensibilidade de 65.7% a 94.4% e especificidade de 96.6% a 100%, para o diagnóstico da doença de Wilson.[29] O ensaio pelo método enzimático parece ser o mais preciso, mas o ensaio mediado por anticorpos pode ser usado como alternativa. A ceruloplasmina pode estar aumentada em casos de inflamação, pois é um reagente de fase aguda.[5] Também pode estar aumentada na gravidez e na ingestão de estrogênio. Geralmente, é baixa na primeira infância e não é medida até que a criança tenha >6 meses.[5] A ceruloplasmina também pode estar baixa em casos de enteropatia perdedora de proteínas, doença hepática em estágio terminal ou síndrome nefrótica.[5][30]
Resultado
nível de <50 mg/L (<5 mg/dL) sugere fortemente doença de Wilson, mas são necessários exames adicionais para se fazer o diagnóstico
Investigações a serem consideradas
Hemograma completo
Exame
Anormalidades hematológicas estão presentes em um terço dos pacientes no momento do diagnóstico.[24] A hemólise pode causar anemia e a hipertensão portal pode causar trombocitopenia e/ou contagem leucocitária baixa.
Resultado
normal ou anemia, ou contagem plaquetária e contagem leucocitária baixas
biópsia hepática
Exame
A biópsia hepática e um resultado do ensaio de cobre >250 microgramas/g de peso seco indicam uma doença hepática. A ausência de coloração de cobre no tecido hepático não descarta a doença de Wilson devido à deposição esporádica de cobre nos hepatócitos.[32][33]
Resultado
cobre no fígado >250 microgramas/g
ressonância nuclear magnética (RNM) cranioencefálica
Exame
Útil somente nos casos de manifestação neurológica com um alto índice de suspeita da doença de Wilson.
Inespecífico para a doença de Wilson. Os achados da RNM podem ser semelhantes em outros distúrbios neurológicos.
Resultado
envolvimento dos gânglios da base, mais comumente, hiperintensidade das imagens ponderadas em T2 dos gânglios da base; atrofia da cabeça do núcleo caudado, tronco encefálico, hemisférios cerebrais e cerebelares; "sinal de face do panda gigante" observado em imagens ponderadas em T2 do mesencéfalo
concentração de cobre não ligado à ceruloplasmina (NCC)
Exame
Os níveis de NCC estão pelo menos 6 vezes mais altos na doença de Wilson.[31]
Resultado
elevado
Teste de DNA para mutações do ATP7B
Exame
Embora existam mais de 700 mutações patogênicas no gene ATP7B, o sequenciamento de nova geração pode identificar duas mutações patogênicas na maioria das pessoas com doença de Wilson.[24][25] A ausência de duas mutações patogênicas não descarta a doença de Wilson; é necessária a comprovação clínica.[24] O sequenciamento tradicional não é capaz de detectar grandes deleções ou duplicações, e existem muitos polimorfismos de nucleotídeo único de significado desconhecido no gene ATP7B.[36]
Resultado
mutações causadoras encontradas em ambas as cópias do gene definitivamente diagnosticam a doença de Wilson
Novos exames
medição direta do peptídeo de ATP7B
Exame
A medição direta da proteína ATP7B em amostras de sangue impregnado em papel filtro está em desenvolvimento. A análise do peptídeo 887 da ATP7B tem um valor preditivo positivo de 98% e um valor preditivo negativo de 91.5% para a doença de Wilson.[36]
Resultado
níveis reduzidos de ATP7B
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