Discussões com os pacientes

Os pontos a seguir devem ser abordados em uma discussão com pacientes diagnosticados com DC.

  • Abandono do hábito de fumar – a gravidade da DC tende a diminuir em pacientes que param de fumar, e a necessidade de usar corticosteroides e imunossupressores diminui. O abandono do hábito de fumar reduz o risco de recorrência da doença.[170][171]

  • Aconselhamento alimentar - muitos pacientes com DC evitam comer, pois a alimentação agrava a diarreia e as cólicas. Isso pode causar desnutrição, com graves consequências; portanto, os pacientes devem manter uma dieta saudável e balanceada conforme orientado por um nutricionista.[253]

    • Uma suplementação com fibras é possivelmente benéfica para pacientes com doença colônica, enquanto uma dieta de baixo resíduo é indicada para pacientes com doença obstrutiva.

    • A DC do intestino delgado geralmente é complicada por intolerância à lactose; portanto, produtos lácteos devem ser evitados.

    • Pacientes com ressecção extensa do íleo terminal devem seguir uma dieta hipogordurosa e suplementação de triglicerídeos de cadeia média.

    • Em indivíduos com ressecção cirúrgica programada, a nutrição pré-operatória é muito importante, pois a nutrição otimizada pode reduzir as complicações pós-operatórias.[90][254] Pode ser por via enteral ou parenteral, dependendo do indivíduo, da extensão da doença e da operação planejada.[255]

  • Exercícios regulares ajudam a manter a saúde geral.

  • Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) devem ser evitados, pois podem agravar a evolução da DC.

  • Pacientes do sexo feminino com DC que quiserem contracepção oral deverão considerar as várias opções junto com o médico. Sugeriu-se que a pílula contraceptiva oral (especialmente a pílula contraceptiva oral combinada) pode estar ligada a um aumento do risco de exigência da cirurgia em DC estabelecida. São necessárias mais evidências; portanto, deve-se fazer uma análise de risco/benefício em cada caso.[256]

  • Os pacientes devem ser aconselhados quanto à vacinação preventiva de rotina adequada à idade, particularmente se a terapia imunossupressora for planejada no futuro. O American College of Gastroenterology recomenda vacinas de agente não vivo, incluindo vacina trivalente inativada contra influenza (anualmente), vacina pneumocócica (PCV13 e PPSV23), hepatite A, hepatite B, Haemophilus influenzae B, papilomavírus humano, tétano e coqueluche.[257] As vacinas de agente vivo devem geralmente ser evitadas naqueles que administram imunossupressores.[257]

  • Os pacientes com DC devem procurar aconselhamento médico se apresentarem os sinais ou sintomas a seguir:

    • Febre ou calafrios

    • Sangue nas fezes

    • Dor abdominal intensa

    • Distensão abdominal e incapacidade de eliminar fezes ou gases

    • Tontura

    • Desidratação

    • Drenagem de pus da área anal ou da parede abdominal

    • Vômitos intratáveis

    • Agravamento dos sintomas usuais da DC

    • Perda de peso.

  • Os pacientes devem ser orientados sobre a disponibilidade de grupos de apoio locais e recursos educacionais. Crohn’s and Colitis UK Opens in new window NHS: Crohn's disease Opens in new window Crohn's and Colitis Foundation Opens in new window

Os pacientes devem ser aconselhados quanto aos efeitos adversos específicos e ao monitoramento necessário da terapia medicamentosa prescrita. As pessoas que tomam metotrexato devem ser orientadas a relatar imediatamente qualquer faringite, hematoma, úlceras orais, náuseas, vômitos, desconforto abdominal, urina escura e dispneia que possam ser indicadores de efeitos adversos graves de medicamentos.

Antes de começar a tomar azatioprina ou mercaptopurina, o paciente deve ser informado sobre o risco de eventos adversos graves (incluindo sepse generalizada) e deve ser avisado sobre a importância do monitoramento rigoroso das contagens sanguíneas e dos testes da função hepática durante o tratamento. É aconselhável fornecer informações quanto a possíveis efeitos colaterais e instruções específicas, tais como evitar vacinas de vírus vivos.

Saúde em longo prazo

Alguns pacientes com DC podem se beneficiar de um apoio adicional no manejo da doença em longo prazo. As intervenções sugeridas incluem foco sobre a educação do paciente, programas de automanejo orientado (presenciais e à distância), psicoterapia individual e orientação de acordo com um diário de sintomas individual. Uma metanálise mostrou que as intervenções de automanejo podem ter algum efeito positivo sobre a qualidade de vida nos pacientes com doença inflamatória intestinal, mas o conteúdo mais adequado e a melhor abordagem para a realização dessas intervenções ainda precisa ser determinado.[258]

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