O manejo de pré-eclâmpsia se baseia na gravidade e na progressão da doença.
A base do tratamento inclui:
Monitoramento
Decisão sobre a data e o método de parto
Redução da pressão arterial (PA)
Controle de convulsões
Manejo hídrico pós-parto.
As principais causas da mortalidade materna são acidentes vasculares cerebrais (AVC) e edema pulmonar; portanto, a redução da PA e o manejo hidroeletrolítico pós-parto são os aspectos mais importantes do tratamento, independentemente da presença de outras complicações como eclâmpsia ou síndrome HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas e plaquetopenia). A síndrome HELLP é um subtipo de pré-eclâmpsia grave caracterizada por hemólise (H), enzimas hepáticas elevadas (EHE) e plaquetopenia (LP). Consulte Síndrome HELLP (Abordagem de tratamento).
O manejo deve ser realizado em um ambiente de cuidados terciários ou em consulta com um obstetra/ginecologista com experiência no manejo de gestações de alto risco.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
O manejo varia entre os países, mas os princípios básicos são os mesmos.
Internação hospitalar
As mulheres com achados clínicos que exigem atenção rigorosa devem ser tratadas em uma instalação com internação.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[2]Magee LA, Brown MA, Hall DR, et al. The 2021 International Society for the Study of Hypertension in Pregnancy classification, diagnosis & management recommendations for international practice. Pregnancy Hypertens. 2022 Mar;27:148-69.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35066406?tool=bestpractice.com
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Assim que a paciente é internada, uma nova avaliação é necessária. A pressão arterial (PA) deve ser monitorada regularmente para observar o aumento dos níveis, a necessidade de intervenção e a resposta à terapia; no entanto, não existem muitas diretrizes sobre com que frequência isso deve ser feito. Uma boa medida é pelo menos 4 vezes ao dia em uma enfermaria ou constantemente em uma unidade de terapia intensiva.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Nos casos de doença leve a moderada bem controlada, o tratamento ambulatorial pode ser considerado, embora seja necessário um monitoramento ambulatorial rigoroso em uma unidade ambulatorial para pré-natal ou unidade de triagem materna equivalente, o que pode facilitar a internação hospitalar.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
[54]Society of Obstetric Medicine of Australia and New Zealand. Hypertension in pregnancy guideline. 2024 [internet publication].
https://www.somanz.org/hypertension-in-pregnancy-guideline-2023
[Evidência C]d753696b-cd26-48fb-a1b6-da261da9d53eguidelineCQuais são os efeitos do manejo ambulatorial em comparação com o manejo hospitalar para o tratamento da pré-eclâmpsia?[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
O National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do Reino Unido considera que modelos de predição de risco validados, como o fullPIERS ou o PREP-S, e agora o PIGF ou a relação de sFlt-1/PIGF, podem ser úteis para orientar as decisões sobre internação e limiares para intervenção, juntamente com uma avaliação clínica completa.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
No entanto, por outro lado, o American College of Obstetricians and Gynecologists não recomenda nenhum teste de biomarcador (por exemplo, teste de PlGF ou relação de sFlt-1/PlGF) para orientar a abordagem de manejo após um resultado de teste positivo ou negativo.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[60]American College of Obstetricians and Gynecologists. Biomarker prediction of preeclampsia with severe features. Obstet Gynecol. 2024 Jun;143(6):p e153-4.
Plano de parto
O tratamento definitivo da pré-eclâmpsia é o parto; no entanto, nem sempre é possível fazer o parto imediatamente. Mesmo depois do parto, pode levar alguns dias para a condição ser resolvida por completo.
A decisão sobre o parto só pode ser tomada depois de uma avaliação completa dos riscos e dos benefícios para a mãe e o bebê. O principal risco para o bebê é a prematuridade, uma causa de morbidade e mortalidade neonatais.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Os custos de cuidados médicos neonatais também aumentam significativamente com o parto imediato.[71]van Baaren GJ, Broekhuijsen K, van Pampus MG, et al. An economic analysis of immediate delivery and expectant monitoring in women with hypertensive disorders of pregnancy, between 34 and 37 weeks of gestation (HYPITAT-II). BJOG. 2017 Feb;124(3):453-61.
https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.13957
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26969198?tool=bestpractice.com
Se a condição da mãe for considerada estável (isto é, ausência de convulsões e hipertensão controlada), uma abordagem conservadora geralmente será adotada, e a decisão sobre o parto será baseada na idade gestacional.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
[54]Society of Obstetric Medicine of Australia and New Zealand. Hypertension in pregnancy guideline. 2024 [internet publication].
https://www.somanz.org/hypertension-in-pregnancy-guideline-2023
Parto prematuro
O parto prematuro pode ser indicado caso haja preocupações sobre a condição da mãe, como hipertensão não controlada, resultados de exames de sangue em deterioração, saturação de oxigênio reduzida ou sinais de descolamento da placenta. O parto também pode ser necessário por indicação fetal, como Doppler anormal da artéria umbilical ou preocupações na cardiotocografia.
Um parto de emergência para uma mulher em estado instável pode ser perigoso. O tratamento com sulfato de magnésio e terapia anti-hipertensiva são necessários antes de considerar o parto nessas mulheres (ou seja, presença de convulsão, hipertensão não controlada).[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
O parto deve ser considerado depois que a condição da mulher for estabilizada.
A decisão e o plano de parto devem ser discutidos com uma equipe sênior composta de obstetra, anestesista e profissionais da área neonatal.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Parto com <34 semanas de gestação
O prolongamento da gestação é benéfico para o bebê com <34 semanas de gestação, contanto que a avaliação fetal seja satisfatória. Uma revisão Cochrane de conduta expectante versus parto entre 24 a 34 semanas de gestação constatou morbidade reduzida para o bebê em alguns desfechos.[72]Churchill D, Duley L, Thornton JG, et al. Interventionist versus expectant care for severe pre-eclampsia between 24 and 34 weeks' gestation. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Oct 5;(10):CD003106.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003106.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30289565?tool=bestpractice.com
[
]
How does interventionist care compare with expectant care for women between 24‐ and 34‐weeks’ gestation who have severe pre‐eclampsia?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2441/fullMostre-me a resposta Há dados limitados disponíveis sobre o efeito do parto pré-termo sobre a saúde materna.
Essa abordagem requer vigilância cuidadosa da mãe e do feto no hospital.[73]Publications Committee, Society for Maternal-Fetal Medicine; Sibai BM. Evaluation and management of severe preeclampsia before 34 weeks' gestation. Am J Obstet Gynecol. 2011 Sep;205(3):191-8.
https://www.ajog.org/article/S0002-9378(11)00918-5/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22071049?tool=bestpractice.com
Se o parto for necessário antes de 34 semanas de gestação, recomenda-se sulfato de magnésio intravenoso para neuroproteção do bebê e corticosteroides no pré-natais para maturar os pulmões do feto.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
[74]American College of Obstetricians and Gynecologists. Committee opinion no. 455: magnesium sulfate before anticipated preterm birth for neuroprotection. Mar 2010 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/committee-opinion/articles/2010/03/magnesium-sulfate-before-anticipated-preterm-birth-for-neuroprotection
Se a mãe começa a ter convulsões, isso se torna o principal alvo para o tratamento, mas o bebê ainda obtém o benefício.
Parto com 34 a 36 semanas mais 6 dias de gestação
Há evidências limitadas para orientar o manejo, e as decisões relacionadas ao parto devem ser tomadas caso a caso, durante o monitoramento da condição da mãe e do bebê.
Um estudo com mulheres com pré-eclâmpsia não grave com 34 a 37 semanas de gestação constatou que o risco de desfechos adversos maternos não foi diferente daqueles randomizados para parto imediato ou conduta expectante.[75]Broekhuijsen K, van Baaren GJ, van Pampus MG, et al; HYPITAT-II study group. Immediate delivery versus expectant monitoring for hypertensive disorders of pregnancy between 34 and 37 weeks of gestation (HYPITAT-II): an open-label, randomised controlled trial. Lancet. 2015 Jun 20;385(9986):2492-501.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25817374?tool=bestpractice.com
No entanto, o parto imediato aumentou consideravelmente o risco de síndrome do desconforto respiratório neonatal.[75]Broekhuijsen K, van Baaren GJ, van Pampus MG, et al; HYPITAT-II study group. Immediate delivery versus expectant monitoring for hypertensive disorders of pregnancy between 34 and 37 weeks of gestation (HYPITAT-II): an open-label, randomised controlled trial. Lancet. 2015 Jun 20;385(9986):2492-501.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25817374?tool=bestpractice.com
Quando os resultados desse estudo foram combinados com os de outro ensaio randomizado, o parto antecipado planejado foi associado a uma redução na morbidade e mortalidade materna para gestações com mais de 34 semanas.[76]Koopmans CM, Bijlenga D, Groen H, et al; HYPITAT Study Group. Induction of labour versus expectant monitoring for gestational hypertension or mild pre-eclampsia after 36 weeks' gestation (HYPITAT): a multicentre, open-label randomised controlled trial. Lancet. 2009 Sep 19;374(9694):979-88.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19656558?tool=bestpractice.com
[77]Cluver C, Novikova N, Koopmans CM, et al. Planned early delivery versus expectant management for hypertensive disorders from 34 weeks gestation to term. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Jan 15;(1):CD009273.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD009273.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28106904?tool=bestpractice.com
Os autores da revisão reconheceram que os dados são limitados.[77]Cluver C, Novikova N, Koopmans CM, et al. Planned early delivery versus expectant management for hypertensive disorders from 34 weeks gestation to term. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Jan 15;(1):CD009273.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD009273.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28106904?tool=bestpractice.com
Um estudo adicional revelou que o parto antecipado planejado para pré-eclâmpsia pré-termo tardia é melhor para a mãe e não faz mal ao bebê, embora mais bebês sejam internados na unidade de cuidados neonatais.[78]Chappell LC, Brocklehurst P, Green ME, et al. Planned early delivery or expectant management for late preterm pre-eclampsia (PHOENIX): a randomised controlled trial. Lancet. 2019 Sep 28;394(10204):1181-90.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6892281
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31472930?tool=bestpractice.com
Caso a gravidade da doença na mãe aumente, o parto imediato é necessário. É provável que haja benefício com a administração de corticosteroides pré-natais em 34 a 36 semanas, e eles devem ser considerados para mulheres com suspeita, diagnóstico ou trabalho de parto pré-termo estabelecido; estão realizando um nascimento pré-termo planejado; ou têm uma ruptura prematura de membranas antes do parto.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Parto com >37 semanas de gestação
O parto é a abordagem de escolha e é indicado no prazo de 24 a 48 horas.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Modo de parto
O método do parto depende da idade gestacional e é determinado por fatores individuais da mãe e do feto.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
[54]Society of Obstetric Medicine of Australia and New Zealand. Hypertension in pregnancy guideline. 2024 [internet publication].
https://www.somanz.org/hypertension-in-pregnancy-guideline-2023
Em <32 semanas de gestação, a cesariana é a forma de parto mais provável. A tentativa de parto normal pode falhar, causar morbidade fetal significativa ou não ser segura em uma mãe gravemente doente.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
Em >32 semanas de gestação, a decisão deve ser tomada de acordo com cada caso, dependendo de fatores da mãe e do feto e das preferências da mãe.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Se for realizada uma cesariana, a anestesia local será preferida se tolerada e se não houver coagulopatia. Se for usada uma anestesia geral, deve-se tomar cuidado para evitar a resposta hipertensiva à intubação e extubação e o risco de edema laríngeo.[79]Hein HA. Cardiorespiratory arrest with laryngeal oedema in pregnancy-induced hypertension. Can Anaesth Soc J. 1984 Mar;31(2):210-2.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6704786?tool=bestpractice.com
Manejo da hipertensão
A terapia anti-hipertensiva deve ser iniciada se a PA sistólica estiver persistentemente entre 140 e 159 mmHg e/ou a PA diastólica persistentemente entre 90 e 109 mmHg, ou se houver hipertensão grave (PA sistólica ≥160 mmHg e/ou PA diastólica ≥110 mmHg).[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Para o controle contínuo da hipertensão (PA sistólica persistentemente entre 140 e 159 mmHg e/ou PA diastólica persistentemente entre 90 e 109 mmHg), o National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido e o American College of Obstetricians and Gynecologists recomendam labetalol, nifedipino e metildopa orais para esses indivíduos.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
A monoterapia oral com um desses três agentes é eficaz na maioria dos casos, mas algumas mulheres podem precisar de terapia combinada. A escolha deve basear-se em qualquer tratamento preexistente, perfis de efeitos colaterais, riscos (inclusive efeitos fetais) e a preferência da mulher.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
O labetalol oral é o tratamento de primeira linha. O nifedipino oral pode ser usado caso o labetalol não seja adequado. A metildopa é uma alternativa aceitável se o labetalol e o nifedipino não forem adequados. Algumas mulheres podem necessitar de terapia combinada. Não há necessidade de reduzir a PA muito rapidamente ou muito; o objetivo é interromper o aumento e reduzir a PA gradualmente para uma PA sistólica <135 mmHg e PA diastólica <85 mmHg ou menos.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Com hipertensão grave (PA sistólica ≥160 mmHg e/ou PA diastólica ≥110 mmHg)
Para o tratamento da hipertensão grave de início agudo em um ambiente de cuidados intensivos, labetalol intravenoso, hidralazina intravenosa e nifedipino oral podem ser usados como primeira linha. As opções de segunda linha (por exemplo, terapia combinada, medicamentos alternativos) podem ser discutidas com um especialista, caso a mulher não responda às terapias de primeira linha.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
[Evidência C]68d25315-ea59-4a9e-837d-2315632335ceguidelineCQuais são os efeitos da terapia anti-hipertensiva (labetalol, nifedipino, nicardipino, metildopa ou hidralazina) para o manejo agudo da pré-eclâmpsia?[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Agentes anti-hipertensivos preferidos
O labetalol é considerado o anti-hipertensivo de escolha em situações agudas e não agudas e é eficaz como monoterapia em 80% das gestantes.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[4]Tuffnell DJ, Jankowicz D, Lindow SW, et al. Outcomes of severe pre-eclampsia/eclampsia in Yorkshire 1999/2003. BJOG. 2005 Jul;112(7):875-80.
https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1471-0528.2005.00565.x
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15957986?tool=bestpractice.com
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
[Evidência C]879baa48-d9b6-436b-8616-13a39948a760guidelineCQuais são os efeitos do labetalol em comparação com a ausência de intervenção para o manejo não agudo da pré-eclâmpsia?[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Parece ser seguro e eficaz para o manejo da hipertensão em gestantes com pré-eclâmpsia; entretanto, deve ser evitado em mulheres com asma ou qualquer outra contraindicação ao seu uso.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
Nifedipino oral pode ser tão eficaz quanto labetalol intravenoso e pode ser considerado em casos de hipertensão deteriorante controlada previamente com labetalol oral.[80]Shekhar S, Gupta N, Kirubakaran R, et al. Oral nifedipine versus intravenous labetalol for severe hypertension during pregnancy: a systematic review and meta-analysis. BJOG. 2016 Jan;123(1):40-7.
https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/1471-0528.13463
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26113232?tool=bestpractice.com
A hidralazina é muito usada para manejar hipertensão grave na gestação; no entanto, pode produzir uma queda aguda na PA e deve ser usada com expansão do plasma.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
Podem ser usadas doses menores e mais frequentes.
A metildopa é amplamente usada em países de renda média e baixa e é uma alternativa aceitável quando labetalol ou nifedipino não forem adequados.[2]Magee LA, Brown MA, Hall DR, et al. The 2021 International Society for the Study of Hypertension in Pregnancy classification, diagnosis & management recommendations for international practice. Pregnancy Hypertens. 2022 Mar;27:148-69.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35066406?tool=bestpractice.com
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
[81]Moodley J, Soma-Pillay P, Buchmann E, et al. Hypertensive disorders in pregnancy: 2019 national guideline. S Afr Med J. 2019 Sep 13;109(9):12723.
http://www.samj.org.za/index.php/samj/article/view/12723/8990
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31635598?tool=bestpractice.com
[Evidência C]1f3bfc3c-834c-4d16-af1a-d99e73dfcc5fguidelineCQuais são os efeitos da metildopa em comparação com a ausência de tratamento para o manejo não agudo da pré-eclâmpsia?[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
A metildopa deve ser evitada no período pós-parto devido à sua associação com a depressão; as mulheres que já tomam metildopa devem mudar para um tratamento anti-hipertensivo alternativo 2 dias antes do parto.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
[82]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 203: chronic hypertension in pregnancy. Jan 2019 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2019/01/chronic-hypertension-in-pregnancy
Manejo da eclâmpsia
O sulfato de magnésio é o tratamento de primeira escolha para mulheres com eclâmpsia.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[2]Magee LA, Brown MA, Hall DR, et al. The 2021 International Society for the Study of Hypertension in Pregnancy classification, diagnosis & management recommendations for international practice. Pregnancy Hypertens. 2022 Mar;27:148-69.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35066406?tool=bestpractice.com
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
A administração intramuscular ou intravenosa são igualmente eficazes.[83]Which anticonvulsant for women with eclampsia? Evidence from the Collaborative Eclampsia Trial. Lancet. 1995 Jun 10;345(8963):1455-63.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7769899?tool=bestpractice.com
A posologia inicial de sulfato de magnésio permanece incerta, e nos EUA são recomendadas doses mais altas.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Paciente com pré-eclâmpsia grave na unidade de terapia intensiva pós-convulsãoDo acervo pessoal do Dr. James J. Walker; usado com permissão [Citation ends].
Se for usado um regime de alta dosagem, devem ser verificados os níveis de magnésio sérico 6 horas depois da administração, e conforme necessário a partir daí. Os intervalos terapêuticos são de 4 a 8 mEq/L (4.8 a 9.6 mg/dL).[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
Pode ocorrer depressão respiratória e os reflexos patelares podem desaparecer assim que o nível atingir 10 mEq/L; o gluconato de cálcio pode ser usado para reverter esses efeitos. Pode ser necessário reduzir a dose em mulheres com comprometimento renal, bem como monitoramento mais frequente dos níveis de magnésio sérico e débito urinário.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
O papel do sulfato de magnésio na prevenção da convulsão é incerto.[83]Which anticonvulsant for women with eclampsia? Evidence from the Collaborative Eclampsia Trial. Lancet. 1995 Jun 10;345(8963):1455-63.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7769899?tool=bestpractice.com
Nos EUA, é recomendado para todas as mulheres com pré-eclâmpsia grave.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
Em outros países, incluindo o Reino Unido, recomenda-se uma abordagem mais específica, permitindo que o médico tome decisões individuais baseadas nos fatores de risco específicos da mulher (por exemplo, presença de hipertensão não controlada ou deterioração da condição materna).[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
O uso prolongado de sulfato de magnésio não é recomendado
A Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency não recomenda o uso do sulfato de magnésio durante a gestação por mais de 5 a 7 dias. Caso ocorra o uso prolongado ou recorrente durante a gestação (por exemplo, vários ciclos ou uso por mais de 24 horas), considere monitorar o neonato em relação a níveis anormais de cálcio e magnésio e efeitos adversos esqueléticos. Em 2013, a Food and Drug Administration dos EUA emitiu uma recomendação similar relativa ao uso do sulfato de magnésio como tocolítico.[84]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency. Magnesium sulfate: risk of skeletal adverse effects in the neonate following prolonged or repeated use in pregnancy. May 2019 [internet publication].
https://www.gov.uk/drug-safety-update/magnesium-sulfate-risk-of-skeletal-adverse-effects-in-the-neonate-following-prolonged-or-repeated-use-in-pregnancy
[85]US Food and Drug Administration. FDA drug safety communication: FDA recommends against prolonged use of magnesium sulfate to stop preterm labor due to bone changes in exposed babies. May 2013 [internet publication].
https://www.fda.gov/media/85971/download
Manejo pós-parto
O controle da hipertensão e das convulsões deve ser mantido após o parto até a recuperação ser aparente. Durante esse período, o principal risco para a mãe é a sobrecarga hídrica. Apesar do monitoramento hemodinâmico invasivo ser recomendado nos EUA, as diretrizes do Reino Unido recomendam um esquema de restrição de fluidos de 80 mL/hora.[1]American College of Obstetricians and Gynecologists. Practice bulletin no. 222: gestational hypertension and preeclampsia. Jun 2020 [internet publication].
https://www.acog.org/clinical/clinical-guidance/practice-bulletin/articles/2020/06/gestational-hypertension-and-preeclampsia
[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133
A limitação dos fluidos de manutenção em mulheres com pré-eclâmpsia/eclâmpsia grave reduziu a taxa de complicações graves e internações em unidades de terapia intensiva no Reino Unido.[4]Tuffnell DJ, Jankowicz D, Lindow SW, et al. Outcomes of severe pre-eclampsia/eclampsia in Yorkshire 1999/2003. BJOG. 2005 Jul;112(7):875-80.
https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1471-0528.2005.00565.x
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15957986?tool=bestpractice.com
[15]MBRRACE-UK; Knight M, Bunch K, Tuffnell D, et al. Saving lives, improving mothers’ care: lessons learned to inform maternity care from the UK and Ireland confidential enquiries into maternal deaths and morbidity 2015-17. November 2019 [internet publication].
https://www.npeu.ox.ac.uk/assets/downloads/mbrrace-uk/reports/MBRRACE-UK%20Maternal%20Report%202019%20-%20WEB%20VERSION.pdf
As mulheres devem ser observadas em um gráfico de balanço hídrico. Deve-se restringir a fluidoterapia intravenosa a 80 mL/hora até a mulher ter permissão para beber livremente, contanto que o débito urinário seja normal. Não é necessário tratar o baixo débito urinário, e as provas volêmicas não devem ser feitas sem consideração cuidadosa e sob vigilância rigorosa. Contanto que haja estabilidade cardiovascular, débito urinário adequado e manutenção da saturação de oxigênio, o monitoramento invasivo não é necessário.[16]National Institute for Health and Care Excellence. Hypertension in pregnancy: diagnosis and management. Apr 2023 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng133