História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem: história familiar de transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH), baixo peso ao nascer, tabagismo materno durante a gestação e sexo masculino.

incapacidade de prestar muita atenção aos detalhes ou cometer erros “descuidados” nos trabalhos escolares, no trabalho ou em outras atividades

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação desatenta.[1]

tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação desatenta.[1]

parece não ouvir quando as pessoas se dirigem diretamente a ele

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação desatenta.[1]

não segue instruções e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou obrigações no trabalho

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação desatenta.[1]

frequentemente tem dificuldade de organizar tarefas e atividades

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação desatenta.[1]

evita, não gosta ou reluta a se ocupar de tarefas que requerem esforço mental contínuo (como trabalhos da escola ou de casa)

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação desatenta.[1]

frequentemente extravia objetos necessários às tarefas e atividades (por exemplo, brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou ferramentas)

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação desatenta.[1]

é distraído com facilidade por estímulos externos

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação desatenta.[1]

distraído nas atividades diárias

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação desatenta.[1]

movimenta as mãos ou bate os pés e as mãos, ou se contorce quando está sentado

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação hiperativa-impulsiva (sintomas de hiperatividade).[1]

levanta-se na sala de aula ou em outras situações nas quais deveria permanecer sentado

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação hiperativa-impulsiva (sintomas de hiperatividade).[1]

corre ou escala móveis em demasia em situações inadequadas

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação hiperativa-impulsiva (sintomas de hiperatividade).[1]

tem dificuldade de brincar ou de participar e se manter quieto em atividades de lazer

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação hiperativa-impulsiva (sintomas de hiperatividade).[1]

frequentemente está “na correria” e age como se tivesse “com um motor ligado”

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação hiperativa-impulsiva (sintomas de hiperatividade).[1]

frequentemente fala em excesso

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação hiperativa-impulsiva (sintomas de hiperatividade).[1]

frequentemente dá respostas antes que as perguntas sejam concluídas

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação hiperativa-impulsiva (sintomas de impulsividade).[1]

com frequência tem dificuldade de aguardar sua vez

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação hiperativa-impulsiva (sintomas de impulsividade).[1]

frequentemente interrompe os outros ou se intromete (por exemplo, em conversas ou jogos)

Critérios diagnósticos do DSM-5-TR para apresentação hiperativa-impulsiva (sintomas de impulsividade).[1]

Outros fatores diagnósticos

comuns

sintomas leves de humor (disforia, labilidade humoral, irritabilidade, tédio)

Pode ser um sintoma associado.[32]

ansiedade

Pode ser um sintoma associado.[92]

dificuldade nas interações com colegas

Pode ser um sintoma associado.[32][98]

baixa autoestima

Pode ser um sintoma associado, provavelmente relacionado a fracassos acadêmicos, de colegas e pessoais.[32] Frequentemente professores e pais chamam a atenção das crianças com transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH) várias vezes ao longo do dia, reforçando o sentimento de baixa autoestima dessas crianças.

comprometimento da memória de trabalho (ou seja, memória de curto prazo)

Sinais associados em testes neuropsicológicos.[95]

comprometimento da velocidade de processamento (isto é, a rapidez na qual a informação é tratada)

Sinais associados em testes neuropsicológicos.[96]

Fatores de risco

Fortes

história familiar de transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH)

Há evidências substanciais de uma predisposição genética ao TDAH, com taxa média de herdabilidade para TDAH de 76% obtida a partir de estudos com gêmeos.[30]

sexo masculino

Estudos comunitários, como a National Survey of Children's Health (Pesquisa Nacional de Saúde Infantil dos EUA), demonstram taxas de prevalência entre homens e mulheres de 2.1 para 1.0, ao passo que as populações clínicas apresentam razões elevadas de até 10 para 1.[14]​​[17] No entanto, o TDAH pode ser pouco reconhecido e subdiagnosticado em meninas.[18]

baixo peso ao nascer

Estudos familiares sugerem um papel causal do baixo peso ao nascer no desenvolvimento do TDAH.[40]​ Embora crianças com peso ao nascer extremamente baixo (<1000 g) representem apenas um pequeno percentual do total de crianças com TDAH, os estudos concluíram que as crianças com peso ao nascer extremamente baixo correm um risco 3 vezes maior de desenvolver TDAH.[73] O baixo peso ao nascer (<2500 g) também é um fator de risco de TDAH.[38][74]

epilepsia

As crianças com epilepsia apresentam um aumento do risco de transtornos cognitivos e comportamentais incluindo TDAH. Embora as taxas de prevalência relatadas variem dependendo da população do estudo e dos métodos, os estudos com base clínica geralmente relatam TDAH em 25% a 40% das crianças com epilepsia.[24] Embora as convulsões persistentes e/ou medicamentos possam desempenhar um papel contribuidor, um amplo estudo em epilepsia do tipo ausência da infância demonstrou que 36% dos participantes na coorte diagnosticada recentemente exibiram deficits de atenção apesar de apresentarem função neurocognitiva intacta.[75]

transtornos de tique

A ocorrência concomitante de transtornos de tique e dispraxia (transtorno do desenvolvimento da coordenação) aumenta em crianças com TDAH.[1]

Fracos

uso materno de nicotina durante a gestação

Um estudo realizado na Finlândia mostrou uma relação dose-resposta entre a exposição à nicotina durante a gestação (níveis de cotinina materna) e a prevalência de TDAH nos filhos.[39]​ Um estudo com 356 crianças britânicas com TDAH concluiu que o tabagismo materno na gestação aumenta o risco de sintomas de hiperatividade-impulsividade, não aumentando, porém, os sintomas de desatenção.[22] Considera-se provável que essa associação seja devida à confusão genética.[46]

ingestão materna de paracetamol na gestação

O uso materno prolongado de paracetamol durante a gestação tem sido associado a um aumento da probabilidade de condições de desenvolvimento neurológico, incluindo TDAH em crianças, embora seja possível que essa associação possa ser devida, em parte ou na totalidade, a fatores de confundimento familiares não medidos.[76][77]​ Um estudo de coorte revelou que os biomarcadores do cordão umbilical da exposição fetal ao paracetamol estavam associados a um aumento do risco significativo de TDAH e TEA na infância, de forma dose-resposta, embora sejam necessárias evidências adicionais sobre a potencial causalidade.[78]

complicações obstétricas na gestação ou trabalho de parto

Complicações na gestação e no parto como toxemia, eclâmpsia, saúde materna precária, aumento da idade materna, pós-maturidade fetal, duração do trabalho de parto, sofrimento fetal, baixo peso ao nascer, hemorragia anteparto parecem predispor ao TDAH.[10]

exposição gestacional ao estresse

Um estudo prospectivo com 290 mães escandinavas primigestas concluiu que a exposição gestacional a estresse se correlaciona com TDAH nos filhos aos 7 anos de idade.[43]

adversidade psicossocial

Um estudo de Rutter realizado com famílias da ilha de Wight revelou 6 fatores de risco correlacionados com perturbação mental na infância, além de demonstrar associação positiva do índice de adversidade de Rutter com o TDAH.[79][80][81]​ Esses fatores incluem discórdia conjugal grave, classe social baixa, unidade familiar grande, envolvimento paterno com o sistema de justiça criminal, transtorno mental materno e adoção. Outro estudo concluiu que as classes sociais mais baixas apresentam aumento do risco de sintomas de hiperatividade-impulsividade, porém não de sintomas de desatenção.[22]

exposição ao chumbo

Demonstrou-se uma relação de dose-resposta entre a exposição ao chumbo e o TDAH.[44][82]

lesão cerebral traumática

Lesões cerebrais mais graves foram correlacionadas com maior alteração nos sintomas do TDAH.[83][84]

privação precoce grave

A privação precoce grave (como criação institucional ou maus-tratos) demonstrou ser uma fator contribuinte do TDAH.[48]

deficiência de ferro

Vários estudos sugeriram que a deficiência de ferro (e/ou baixos níveis de ferritina) pode ser um fator de risco no desenvolvimento de TDAH.[41][85][86]

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