Epidemiologia

Prevalência: o TDAH é um dos transtornos mais comuns na infância. Uma estimativa de alta qualidade da prevalência global em crianças dá um valor de cerca de 5.29%.[12][13]​​​​​ Nos EUA, uma grande pesquisa nacional de pais durante 2016-2019 encontrou uma prevalência global de 2% entre crianças de 3 a 5 anos, de 10% nas crianças de 6 a 11 anos e de 13% nas crianças de 12 a 17 anos.​​[14]​ Embora a prevalência pareça ter aumentado substancialmente nas últimas décadas, as análises de meta-regressão de acompanhamento sugerem que essa diferença se deve a diferenças metodológicas entre os estudos e que, de fato, a prevalência permaneceu estável em todo o mundo (e dentro de populações específicas) desde a década de 1980.[12][15][16]

Apresentações: a apresentação do tipo combinada representa 50% a 75% de todas as pessoas com TDAH, a apresentação do tipo desatenta representa 20% a 30% e a apresentação do tipo hiperativa-impulsiva representa 15%. Com o tempo, os sintomas de desatenção tendem a persistir, enquanto os sintomas de hiperatividade-impulsividade tendem a diminuir.[10]

Disparidades entre os sexos: estudos comunitários mostram taxas de prevalência entre homens e mulheres de cerca de 2.1 para 1.0, enquanto as populações clínicas mostram uma proporção tão elevada como 10 para 1.[14]​​[17]​ Explica-se esta diferença de sexo pelo fato de os meninos apresentarem com mais frequência um comportamento disruptivo que demanda encaminhamento, enquanto as meninas apresentam com mais frequência o tipo desatento e menor comorbidade com transtorno desafiador de oposição (TDO) e transtorno de conduta.[10][17]​ Portanto, é provável que o TDAH seja pouco reconhecido e subdiagnosticado em meninas.[18]

Diferenças étnicas: vários estudos de grande escala sugerem que as crianças hispânicas e asiáticas apresentam menor prevalência de TDAH que as crianças brancas ou negras norte-americanas.[14]​​[19]​ De acordo com o Multimodal Treatment Study of AD/HD (MTA), houve níveis relatados maiores de TDAH em sala de aula entre crianças afro-americanas que entre crianças brancas.[20] A prevalência de TDAH em adolescentes negros com menos de 18 anos nos EUA foi relatada como 14% em uma grande metanálise, uma taxa substancialmente mais alta do que a da população geral dos EUA.[21]​ Não está claro se esses achados representam diferenças reais de prevalência ou se eles podem se correlacionar com variáveis de confusão como o acesso ao atendimento.

Diferenças de classe e de renda: o TDAH foi associado a pobreza, menor renda familiar e classe social mais baixa nos EUA, no Reino Unido e em outros países.[22]

A comorbidade com outros transtornos mentais, emocionais ou comportamentais é comum. De acordo com uma pesquisa nacional com pais de 2016 nos EUA, 6 em cada 10 crianças com TDAH tinham pelo menos um transtorno coexistente. Em cerca de metade das crianças, isto era um problema de comportamento ou conduta. Cerca de 3 em cada 10 crianças tinham ansiedade. Outras comorbidades incluem depressão, transtorno do espectro do autismo, síndrome de Tourette e dificuldades de aprendizagem e linguagem.[14][23] As crianças com epilepsia apresentam um aumento do risco de transtornos cognitivos e comportamentais, incluindo TDAH. Embora as taxas de prevalência relatadas variem dependendo da população do estudo e dos métodos, os estudos com base clínica geralmente relatam TDAH em 25% a 40% das crianças com epilepsia.[24]​ Adolescentes com TDAH apresentam aumento do risco de transtornos alimentares e transtornos decorrentes do uso substâncias, incluindo transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas, transtorno decorrente do uso de cannabis e outros transtornos decorrentes do uso de drogas.[25][26]​​[27] Existem algumas evidências de que o tratamento farmacológico para o TDAH diminui o risco de transtornos decorrentes do uso de substâncias.[28][29]

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