História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fortes fatores de risco incluem infecção viral, exposição a alérgenos inalados, exercício, falta de adesão ao medicamento preventivo, história de doença atópica no paciente ou em parente de primeiro grau, história de exacerbações graves da asma, baixa condição socioeconômica e história de irritantes ambientais (por exemplo, fumaça de tabaco).

sibilância

Sibilos polifônicos, agudos e disseminados na ausculta são um sinal característico. A intensidade do sibilo não é um bom fator preditivo da gravidade, pois está ausente na obstrução grave do fluxo aéreo (tórax silencioso). Os sibilos podem se tornar bifásicos com o aumento da obstrução das vias aéreas.


Sibilos expiratórios
Sibilos expiratórios

Sons de ausculta: sibilos expiratórios.



Sibilos polifônicos
Sibilos polifônicos

Sons de ausculta: sibilos polifônicos.


limitação do fluxo aéreo expiratório

A ausculta pode revelar uma fase expiratória prolongada, com uma relação inspiratória/expiratória de 1:2 ou superior.

dispneia

Sintoma característico.

taquipneia

Sinal característico.

constrição torácica

Podem estar presentes.

Outros fatores diagnósticos

comuns

tosse

Embora a tosse possa ser um componente, raramente é a única manifestação. As infecções virais são as causas mais comuns de exacerbações da asma.

limitação da atividade física

Os pais ou o paciente reclamam da incapacidade de realizar atividades físicas devido à falta de ar.

taquicardia

Comumente acompanha a taquipneia.

incapacidade para falar ou mamar

Diretamente relacionada ao grau de falta de ar. Precisa ser avaliada em relação à idade do desenvolvimento da criança. Em lactentes, a capacidade de mamar reflete o grau de dificuldade respiratória.

retração intercostal, subcostal ou esternal

Pode acompanhar a dificuldade respiratória e reflete as intensas pressões negativas que estão sendo geradas na tentativa de aumentar o fluxo aéreo. Outras características associadas são o batimento da asa do nariz e o repuxamento traqueal.

uso dos músculos acessórios

O esternocleidomastoideo, paraesternal e escalenos, entre outros, são recrutados na dificuldade respiratória mais grave. Em crianças pequenas, o recrutamento de músculo acessório pode se manifestar como a ação de balançar a cabeça.

Incomuns

pulso paradoxal

Definido como uma queda >10 mmHg na pressão arterial (PA) sistólica com a inspiração. Não é uma boa indicação da gravidade da exacerbação e não deve ser usado rotineiramente.[39]

perturbação do sono

Podem estar presentes. Usado como indicador do tratamento dos sintomas da asma na linha basal.

bradicardia

Sinal pré-terminal na asma aguda.

cianose

Sinal pré-terminal indicando hipoxemia grave e insuficiência respiratória.

exaustão

Indica parada respiratória iminente.

nível de consciência reduzido

Indica parada respiratória iminente.

Fatores de risco

Fortes

infecção viral

A infecção viral é o fator desencadeante mais comum em crianças.[6][30]​​ O rinovírus é a causa mais comum.[9]

A infecção viral do trato respiratório superior desencadeia até 80% das exacerbações de asma em crianças; rinovírus, vírus sincicial respiratório, coqueluche, gripe (influenza), parainfluenza e metapneumovírus humano desencadeiam a maioria das exacerbações.[6][8][9]

sintomas de asma descontrolados

A apresentação de sintomas de asma descontrolados é um fator de risco para exacerbações da asma.[26][31]

uso intenso de beta-2 agonistas de curta ação (BACD)

O alto uso de BACD para aliviar os sintomas da asma está associado ao aumento do risco de exacerbação e mortalidade por todas as causas respiratórias e relacionadas à asma.[32] O uso excessivo de BACD pode ser um marcador de fragilidade do paciente, asma grave, controle inadequado da asma ou técnica de uso do inalador incorreta.

uso inadequado de corticosteroides inalatórios (CI)

O uso inadequado de CIs é um fator de risco potencialmente modificável para exacerbações. Isso pode dever-se ao fato de os CIs não terem sido prescritos, à baixa adesão ou a erro na técnica de uso do inalador.[33]

técnica incorreta de uso do inalador

A técnica incorreta de uso do inalador é um fator de risco potencialmente modificável para exacerbações. A técnica incorreta de uso do inalador está associada ao aumento de utilização não programada de recursos de saúde e ao controle clínico insatisfatório.[33]

baixo volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF₁)

Um VEF₁ baixo, especialmente <60% do predito, é um fator de risco importante para exacerbações.[34][35]

alta reversibilidade ao broncodilatador

A alta reversibilidade ao broncodilatador é um fator de risco importante para exacerbações.[27][36]

alérgenos inalados

Uma ampla variedade de possíveis gatilhos alérgicos, inclusive o ácaro doméstico, animais de estimação (gatos e cachorros), pólen (árvore, mato e grama), alérgenos alimentares, fungos (Alternaria) e baratas. A sensibilização a alérgenos ambientais afeta o controle da doença e as exacerbações, e a sensibilização ao fungo Alternaria está associada a exacerbações mais graves da asma.[13][14]​​[37]

exercício físico

A obstrução das vias aéreas é estimulada pela perda de água evaporada da superfície das vias aéreas durante o exercício.[22]

a adesão insatisfatória ao medicamento regular para a asma

O risco de exacerbação da asma é reduzido em crianças mais aderentes ao seu controlador de asma em comparação com aquelas que são menos aderentes.[38]

história de asma

A maioria das exacerbações ocorre em crianças nas quais a asma já foi identificada.

história de outra doença atópica

Outras doenças atópicas, como eczema, rinite alérgica e alergias alimentares, são fatores de risco para o desenvolvimento da asma e exacerbações agudas.[26]

história familiar de doença atópica

A presença de qualquer doença atópica em um parente de primeiro grau aumenta o risco de asma.

história de hospitalização por exacerbações da asma

Exacerbações graves anteriores que exigiram internação em unidade de terapia intensiva ou intubação são fatores de risco adicionais significativos para exacerbações agudas graves.[39]

uma ou mais exacerbações intensas nos últimos 12 meses

Em caso de uma ou mais exacerbações intensas de asma nos últimos 12 meses, a criança apresenta risco de exacerbações adicionais.[26][35][40]

condição socioeconômica baixa

A pobreza está associada com um risco elevado de exacerbação e de atendimento hospitalar. Pode ser relacionada, em parte, à falta de acesso ao atendimento em saúde e ao uso insuficiente de medicamentos.[26][41]

poluição do ar

Foi demonstrada uma associação significativa entre poluentes atmosféricos e visitas ao pronto-socorro e hospitalizações por asma.[16][17]​ Os poluentes atmosféricos de ambientes internos e externos associados ao risco incluem o dióxido de enxofre, o dióxido nitroso, o ozônio, a fumaça ambiental de tabaco, os compostos orgânicos voláteis evaporativos, as partículas relacionadas ao cozimento e aquecimento e material particulado com diâmetros aerodinâmicos ≤10 micrômetros ou ≤2.5 micrômetros (por exemplo, durante incêndios florestais).[17][18][19]​​​​[20]​ Os irritantes ambientais também podem agravar as exacerbações desencadeadas por outros fatores.

deficiência de vitamina D

Uma metanálise relatou um aumento do risco moderado de ataques de asma em crianças com asma e deficiência de vitamina D.[26]

obesidade

Crianças com obesidade e asma apresentam maior gravidade, pior controle e exacerbações mais frequentes do que crianças com asma e peso saudável.[25][26]​​[42]​​

idade mais jovem

Uma metanálise demonstrou que uma idade mais jovem em crianças com asma está associada a um ligeiro aumento do risco de ataques de asma.[26]

baixo nível educacional dos pais

Uma metanálise demonstrou um ligeiro aumento do risco de ataques de asma em crianças de famílias com baixo nível educacional dos pais.[26]

tabagismo

O tabagismo é um fator de risco estabelecido para exacerbações da asma. A exposição ambiental, e não o consumo de tabaco, é um fator de risco mais importante entre as crianças.[29][42][43][44]​​​​​​

vaping

O uso de sistemas eletrônicos de entrega de nicotina (vaping) tem sido associado a taxas mais altas de asma autorrelatada e exacerbações de asma, e até mesmo relatos de crise asmática.[29]

Fracos

infecção bacteriana

Embora as infecções bacterianas não sejam tão comuns como as infecções virais, podem desencadear as exacerbações agudas.[11] Geralmente, essas são infecções bacterianas atípicas, com Mycoplasma pneumoniae relatado como causa de até 20% das exacerbações.[12]

emoção

Raiva e ansiedade ou o ato de rir podem desencadear exacerbações da asma.

uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)

A asma sensível ao AINE é muito menos comum em crianças que em adultos, com uma incidência de 2% observada em um estudo pediátrico.[45]

doença do refluxo gastroesofágico

A doença do refluxo gastroesofágico está associada a tosse e sintomas noturnos.

Uma revisão sistemática e metanálise relatou uma associação modesta entre doença do refluxo gastroesofágico e exacerbação da asma em pacientes pediátricos.[28]

rinossinusite crônica

A rinossinusite crônica foi associada à frequência de exacerbações na asma grave.[27]

Etnia afro-americana

Os dados históricos indicam um aumento do risco moderado de crises de asma em crianças afro-americanas com asma.[26]

​As disparidades nas taxas de exacerbação da asma entre etnias podem ser atribuídas a uma maior prevalência de asma entre grupos étnicos específicos, o que se traduz em uma maior proporção de grupos em risco de desfechos adversos de asma.[46][47]

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