Os níveis de incidência e prevalência de hipogamaglobulinemia não são claramente definidos, pois a doença resulta de uma grande variedade de defeitos primários e secundários. A hipogamaglobulinemia primária é menos comum que a hipogamaglobulinemia secundária.[3]Onigbanjo M, Orange J, Perez E, et al. Hypogammaglobulinemia in a pediatric tertiary care setting. Clin Immunol. 2007 Oct;125(1):52-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17631052?tool=bestpractice.com
A estimativa de prevalência de imunodeficiência primária e hipogamaglobulinemia varia bastante de acordo com a população estudada. Em 2007, as estimativas relatadas derivadas dos bancos de dados de cuidados com a saúde da administração dos EUA variaram de 41.1 por 100,000 habitantes a 50.5 por 100,000 habitantes (indivíduos que utilizam o sistema público de saúde vs. indivíduos que utilizam o sistema particular, respectivamente).[4]Kobrynski L, Powell RW, Bowen S. Prevalence and morbidity of primary immunodeficiency diseases, United States 2001-2007. J Clin Immunol. 2014 Nov;34(8):954-61.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4820073
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25257253?tool=bestpractice.com
Entre crianças hospitalizadas nos EUA, a prevalência nacional de todas as doenças de imunodeficiência primária por 100,000 habitantes foi de 126.8 em 2012.[5]Rubin Z, Pappalardo A, Schwartz A, et al. Prevalence and outcomes of primary immunodeficiency in hospitalized children in the United States. J Allergy Clin Immunol Pract. 2018 Sep-Oct;6(5):1705-10;e1.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29339125?tool=bestpractice.com
No entanto, nem todas as doenças definidas como IDP (>150) resultam em hipogamaglobulinemia.
No Reino Unido, a prevalência mínima de imunodeficiência primária foi de 5.90 por 100,000 habitantes em 2017, com uma incidência média de 7.6 casos por 100,000 nascidos vivos no Reino Unido entre 1980 e 2000.[6]Shillitoe B, Bangs C, Guzman D, et al. The United Kingdom Primary Immune Deficiency (UKPID) registry 2012 to 2017. Clin Exp Immunol. 2018 Jun;192(3):284-91.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29878323?tool=bestpractice.com
Deficiências predominantemente de anticorpos são as formas mais comuns de IDP, representando 77% de uma pesquisa de registro de casos de IDP.[7]Kirkpatrick P, Riminton S. Primary immunodeficiency diseases in Australia and New Zealand. J Clin Immunol. 2007 Sep;27(5):517-24.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17588141?tool=bestpractice.com
[8]Slade CA, Bosco JJ, Binh Giang T, et al. Delayed diagnosis and complications of predominantly antibody deficiencies in a cohort of Australian adults. Front Immunol. 2018 May 14;9:694.
https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2018.00694/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29867917?tool=bestpractice.com
A deficiência seletiva de imunoglobulina A (IgA) é a deficiência mais prevalente (entre 1/300 e 1/700), embora a doença seja muitas vezes assintomática. A imunodeficiência comum variável afeta cerca de 1/30,000, sendo a deficiência de anticorpos mais clinicamente relevante que necessita de terapia de substituição de imunoglobulina.[9]Bonilla FA, Khan DA, Ballas ZK, et al. Practice parameter for the diagnosis and management of primary immunodeficiency. J Allergy Clin Immunol. 2015 Nov;136(5):1186-205;e1-78.
https://www.jacionline.org/article/S0091-6749%2815%2900883-0/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26371839?tool=bestpractice.com
[10]Conley ME, Notarangelo LD, Etzioni A. Diagnostic criteria for primary immunodeficiencies. Representing PAGID (Pan-American Group for Immunodeficiency) and ESID (European Society for Immunodeficiencies). Clin Immunol. 1999 Dec;93(3):190-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10600329?tool=bestpractice.com
O rastreamento em neonatos em 11 programas dos EUA identificou imunodeficiência combinada grave (IDCG) em 1 a cada 58,000 lactentes.[11]Kwan A, Abraham RS, Currier R, et al. Newborn screening for severe combined immunodeficiency in 11 screening programs in the United States. JAMA. 2014 Aug 20;312(7):729-38.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/1896983
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25138334?tool=bestpractice.com
A hipogamaglobulinemia pode se manifestar em qualquer idade dependendo da causa subjacente. IDCG se manifesta cedo na primeira infância, enquanto a hipogamaglobulinemia transitória da primeira infância e a agamaglobulinemia ligada ao cromossomo X (XLA) podem se manifestar no início da primeira infância, quando os níveis de imunoglobulina G (IgG) materno caem, ou mais tarde na primeira infância. A imunodeficiência comum variável pode ter início precoce ou tardio, mas geralmente se manifesta em adolescentes ou no início da vida adulta, embora possa não ser evidente até os pacientes alcançarem a meia idade ou mais.[12]Quinti I, Soresina A, Spadaro G, et al; Italian Primary Immunodeficiency Network. Long-term follow-up and outcome of a large cohort of patients with common variable immunodeficiency. J Clin Immunol. 2007 May;27(3):308-16.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17510807?tool=bestpractice.com
[13]Wood P, Stanworth S, Burton J, et al. Recognition, clinical diagnosis and management of patients with primary antibody deficiencies: a systematic review. Clin Exp Immunol. 2007 Sep;149(3):410-23.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1365-2249.2007.03432.x
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17565605?tool=bestpractice.com
Relatórios sugerem que a maioria das crianças com hipogamaglobulinemia e IDP apresenta hipogamaglobulinemia transitória na primeira infância ou imunodeficiência comum variável, enquanto aproximadamente 7% apresentam IDCG.[3]Onigbanjo M, Orange J, Perez E, et al. Hypogammaglobulinemia in a pediatric tertiary care setting. Clin Immunol. 2007 Oct;125(1):52-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17631052?tool=bestpractice.com
A maioria das doenças que causam hipogamaglobulinemia afeta ambos os sexos igualmente, embora haja algumas afecções raras ligadas ao cromossomo X (por exemplo, a XLA). Estima-se que a prevalência de XLA nos países europeus centrais e orientais (população total de 145,530,870) seja 1 a cada 1,399,000.[14]Tóth B, Volokha A, Mihas A, et al. Genetic and demographic features of X-linked agammaglobulinemia in Eastern and Central Europe: a cohort study. Mol Immunol. 2009 Jun;46(10):2140-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19419768?tool=bestpractice.com
A hipogamaglobulinemia secundária relacionada a mieloma e leucemia linfocítica crônica tende a se manifestar em adultos mais velhos, >50 anos de idade.