Caso clínico

Caso clínico

Uma mulher de 48 anos com história de cefaleia enxaquecosa chega ao pronto-socorro com estado mental alterado nas últimas horas. No início do dia, seu marido a encontrou com desorientação aguda e cada vez mais sonolenta. No exame físico, ela apresenta esclerótica ictérica, leve sensibilidade no quadrante superior direito e asterixis (flapping). Exames laboratoriais preliminares chamam a atenção para uma alanina aminotransferase sérica de 6498 unidades/L, bilirrubina total de 95.8 micromoles/L (5.6 mg/dL) e INR de 6.8. Seu marido relata que ela vinha consistentemente ingerindo medicamentos para dor e que, vários dias antes, começou a tomar comprimidos de 500 mg de paracetamol adicionais para lombalgia. Uma história mais aprofundada revela uma lista de medicamentos com diversas preparações contendo paracetamol.

Outras apresentações

As características que definem a insuficiência hepática aguda (IHA) são icterícia, coagulopatia (razão normalizada internacional [INR] >1.5) e encefalopatia hepática.[1][2][3][4][6]

A encefalopatia hepática é geralmente precedida pelo aparecimento da icterícia. Os pacientes podem apresentar sintomas inespecíficos, como mal-estar, náuseas e dor abdominal. A encefalopatia hepática, no contexto da IHA, pode evoluir rapidamente de uma leve desorientação e hipersonolência para o coma; uma evolução rápida para encefalopatia avançada está associada a um aumento do risco de edema cerebral e hipertensão intracraniana.[4][8]​​​ Embora a icterícia clínica seja considerada uma característica que define a IHA, sua presença não é obrigatória, especialmente em apresentações hiperagudas.

Complicações da IHA, como infecção, insuficiência renal, hipoglicemia, acidose e choque, podem estar presentes no momento da apresentação.

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