Prevenção primária

A imunização universal, com uma vacina que contém toxoide diftérico, é a única medida eficaz. A eficácia dessa abordagem é fortemente demonstrada por dados históricos; na década de 1920, 100,000-200,000 casos foram relatados ao ano nos EUA, mas, após a introdução das vacinas contendo toxoide contra difteria na década de 1940, o número de casos diminuiu e, atualmente, relata-se uma média de <1 caso por ano nos EUA.[27] No Reino Unido, em 1940, foram relatados mais de 61,000 casos, mas, em 1957, após o estabelecimento da imunização, apenas 38 casos foram notificados.[32] Décadas de experiência mundial confirmaram que as vacinas com toxoide contra difteria são seguras e bem toleradas.

As vacinas contra difteria são feitas de toxina purificada livre de células, tratada com formaldeído e aborvida em um adjuvante. Elas são produzidas em duas dosagens, de acordo com o conteúdo de toxoide contra difteria; a dose mais alta é abreviada como "D" e a dose mais baixa é abreviada como "d". No geral, as vacinas que contêm a dose mais alta de toxoide (D) são usadas para alcançar uma resposta imune primária satisfatória em crianças menores. As vacinas que contêm a dose mais baixa de toxoide (d) são usadas para grupos de idade avançada e reforço, pois fornecem uma resposta imune satisfatória com menos risco de reações adversas (por exemplo, dor, vermelhidão e sensibilidade no local da injeção).[33][34]​ As vacinas monovalentes contra difteria não estão disponíveis, então a imunização só pode ser feita como parte de produtos combinados.

No Reino Unido, a vacinação contra difteria geralmente é administrada em bebês como parte da vacina contra difteria, tétano, coqueluche acelular/poliomielite inativada/Haemophilus influenzae tipo b/hepatite B (DTPa/IPV/Hib/HepB) aos 2, 3 e 4 meses de idade, seguida por uma dose de reforço de DTPa/IPV em idade pré-escolar, administrada aos 3 anos e 4 meses de idade e um reforço com Td/IPV aos 14 anos. Crianças mais velhas e adultos que nunca foram imunizados devem ser vacinados com três doses de um produto contendo d (por exemplo, Td/IPV), administradas com 1 mês de intervalo entre elas. Caso o ciclo primário seja interrompido, ele deve ser retomado mas não repetido, permitindo-se o mesmo intervalo de 1 mês entre as doses restantes. As doses de reforço ainda devem ser administradas, de preferência 1 ano e 10 anos após a vacinação primária. Os viajantes e indivíduos que moram em áreas endêmicas ou epidêmicas devem receber uma dose de reforço adicional de Td/IPV, caso sua última vacina tenha sido administrada há mais de 10 anos.[32]​​​ Uma dose única de dTpa/IPV também é recomendada para as mulheres em cada gestação, a partir de 16 semanas de gestação, para reforçar a imunidade contra coqueluche. NHS Choices: vaccinations and when to have them Opens in new window

Nos EUA, o Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) do CDC recomenda administrar uma série de 5 doses da vacina DTPa aos 2, 4 e 6 meses, aos 15-18 meses e aos 4-6 anos de idade.[35] A vacina DTPa-IPV-Hib-HepB também é aprovada pela Food and Drug Administration dos EUA para uso em crianças de 6 semanas a 4 anos e é indicada para a série primária de vacinação em bebês com idades de 2, 4 e 6 meses.[36] O ACIP também oferece calendários de atualização vacinação para indivíduos com idade avançada que não completaram os ciclos primários.[35]

O ACIP recomenda que os adultos recebam uma dose de reforço da Td ou Tdap a cada 10 anos.[33][37] Uma dose da vacina Tdap deve ser administrada em gestantes durante cada gestação (preferencialmente entre as semanas 27 e 36 de gestação), independentemente do tempo desde a vacina Td ou Tdap anterior.[37][38] A vacinação contra DPT durante a gravidez não está associada a aumento do risco de hospitalização infantil ou óbito nos primeiros 6 meses de vida.[39]

Assim como no Reino Unido, indivíduos que viajam dos EUA para países endêmicos ou epidêmicos para difteria devem garantir a conclusão de um cronograma de imunização primário e receber as doses de reforço adequadas, se indicado.[12]

Prevenção secundária

As pessoas que viajarão para áreas nas quais a difteria é endêmica devem ter seu estado de vacinação verificado e atualizado.[12]​​​​​​

Contactantes próximos e membros domiciliares de pacientes devem ser acompanhados durante o período de incubação para evidências de infecção. Deve-se colher culturas da nasofaringe, orofaringe e das lesões cutâneas.[43]​​​​​ Antibióticos profiláticos devem ser administrados, independentemente do estado de imunização, embora sua eficácia ainda não tenha sido comprovada.[43]​ Indivíduos que não estão completamente imunizados (isto é, receberam menos de três doses da vacina) ou aqueles com estado de imunização desconhecido devem ser completamente vacinados.[43]​ Crianças que não receberam a quarta dose da vacina devem ser imunizadas. Pacientes previamente imunizados deverão receber uma vacina de reforço se não tiverem recebido uma dose nos últimos 5 anos.

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