História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
diarreia
Pacientes com sintomas abdominais de longa duração ou refratários devem ser rastreados para doença celíaca.[68] Os pacientes podem apresentar diarreia crônica ou intermitente.
distensão abdominal
Pacientes com sintomas abdominais de longa duração ou refratários devem ser rastreados para doença celíaca.[68]
dor/desconforto abdominal
anemia
A anemia ferropriva é um quadro clínico frequente em adultos. Uma revisão sistemática e uma metanálise mostraram que 1 em 31 pacientes com anemia ferropriva apresentou evidências histológicas de doença celíaca.[86]
A deficiência de folato (e raramente de vitamina B12) pode causar anemia macrocítica.[87]
Deficiência de imunoglobulina (IgA)
Diversos estudos mostraram uma associação entre deficiência de IgA e doença celíaca. Embora a patogênese não seja clara, foi proposto que a falta de IgA secretora e o mau funcionamento da placa de Peyer permitem o aumento de peptídeos de glúten livres na submucosa.[38]
Incomuns
dermatite herpetiforme
Caracterizada por lesões papulovesiculares intensamente pruriginosas que ocorrem simetricamente sobre as superfícies extensoras dos braços e pernas, bem como nas nádegas, tronco, pescoço e couro cabeludo.[87] A dermatite herpetiforme comprovada por biópsia ocorre quase universalmente em associação à doença celíaca.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Dermatite herpetiforme: lesões típicas na superfície extensora do antebraçoDo acervo de Adam Reich MD, PhD [Citation ends].
Outros fatores diagnósticos
comuns
história familiar
História familiar de doença celíaca ou outros distúrbios autoimunes. Membros de famílias que contam com mais de um indivíduo com doença celíaca apresentam maior risco de desenvolver a doença.[34] O teste de HLA pode ser adequado para irmãos de probandos para determinar o risco de desenvolver doença celíaca e a necessidade de monitoramento.[34]
osteopenia/osteoporose
História de dor óssea ou fratura prévia decorrente de deficiência de vitamina D e hipocalcemia. A densidade mineral óssea baixa pode estar presente na primeira infância ou na adolescência.[90]
fadiga
perda de peso
retardo do crescimento pôndero-estatural
Incomuns
diabetes do tipo 1
A associação entre o diabetes mellitus do tipo 1 e a doença celíaca é bem conhecida.[39][88] Os médicos que cuidam de pacientes com diabetes mellitus do tipo 1 devem considerar testar esses pacientes se ocorrerem sintomas digestivos ou alterações laboratoriais que sugiram doença celíaca.[73] As diretrizes europeias recomendam o rastreamento de rotina para doença celíaca entre pacientes com diabetes do tipo 1, mas os intervalos de rastreamento ideais não foram estabelecidos.[34][89]
doença tireoidiana autoimune
estomatite aftosa
hipoplasia do esmalte dental
hematomas frequentes
A deficiência de vitamina K pode causar coagulopatia.
neuropatia periférica
ataxia
elevação inexplicada dos níveis de aminotransferase sérica
diagnóstico de comorbidade psiquiátrica
Uma revisão sistemática e uma metanálise mostraram uma associação entre doença celíaca e aumento do risco de depressão, ansiedade, transtorno alimentar, transtorno do espectro autista e transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH).[107] No entanto, as associações com TDAH e transtorno do espectro autista ainda são controversas.[108][109] Além disso, a diferenciação entre manifestações específicas da doença celíaca e as consequências de sofrer de um distúrbio gastrointestinal crônico e seguir uma dieta rigorosa pode ser desafiador. Transtornos psiquiátricos são encontrados em 24% dos adultos no momento do diagnóstico de doença celíaca, e ocorreu a melhora nos sintomas psiquiátricos em 55% dos pacientes após uma dieta sem glúten.[91]
Fatores de risco
Fortes
história familiar de doença celíaca
Vários estudos mostraram um aumento do risco em membros da família, provavelmente secundário a fatores genéticos.[32][33] Os membros de famílias que contam com mais de um indivíduo com doença celíaca apresentam maior risco de desenvolver a doença.[34] A concordância entre gêmeos idênticos variou de 49% a 86%.[35][36] Diretrizes europeias sugeriram o rastreamento dos parentes de primeiro grau assintomáticos com tipagem HLA.[34] Por outro lado, diretrizes da United States Preventive Services Task Force estabelecem que as evidências são insuficientes para recomendar ou não recomendar o rastreamento se os parentes estiverem assintomáticos.[37]
deficiência de imunoglobulina A
Diversos estudos mostraram uma associação entre a deficiência de imunoglobulina A (IgA) e a doença celíaca. Embora a patogênese não seja clara, foi proposto que a falta de IgA secretora e o mau funcionamento da placa de Peyer permitam o aumento dos peptídeos de glúten livres na submucosa.[38]
diabetes do tipo 1
A associação entre o diabetes mellitus do tipo 1 e a doença celíaca é bem conhecida.[39] Uma metanálise constatou uma prevalência ponderada de doença celíaca de 4.5% entre pacientes com diabetes do tipo 1.[40] Provavelmente, essa associação baseia-se em fatores genéticos que favorecem a autoimunidade, inclusive a presença de antígeno leucocitário humano (HLA)-DQ2 e HLA-DQ8 e polimorfismos de nucleotídeo único compartilhados por ambas as doenças.[41][42][43] Lança-se também a hipótese de junções íntimas causando aumento da passagem de peptídeos luminais para a submucosa e resultando em ativação imunológica, bem como aumento da expressão basal de marcadores inflamatórios.[44] Uma revisão sistemática constatou que genes da família killer immunoglobulin-like receptor, infecção por enterovírus em células intestinais e disbiose de microbiota intestinal com predominância de espécies de Bacteroides estiveram envolvidos na patogênese e no desenvolvimento de doença celíaca em pacientes com diabetes do tipo 1.[43] As diretrizes europeias recomendam o rastreamento de rotina para doença celíaca entre pacientes com diabetes do tipo 1, mas os intervalos de rastreamento ideais não foram estabelecidos.[34]
doença tireoidiana autoimune
Diversos estudos mostraram uma associação entre doença tireoidiana e doença celíaca. A patogênese é semelhante à da diabetes mellitus do tipo 1.[45] A doença celíaca pode ser mais prevalente em indivíduos com hipertireoidismo do que naqueles com hipotireoidismo.[46] A inexplicável necessidade crescente de levotiroxina ou hipotireoidismo refratário ao tratamento deve também suscitar a realização de exames para a doença celíaca.[47][48] De maneira análoga, pacientes com doença celíaca devem ser examinados quanto à presença de doença tireoidiana.[49]
Síndrome de Down
Fracos
Síndrome de Sjögren
Alguns estudos mostraram uma prevalência elevada de doença celíaca em pacientes com síndrome de Sjögren.[55]
doença inflamatória intestinal
colangite biliar primária
Estudos preliminares mostraram um aumento da prevalência de autoanticorpos celíacos em pacientes com colangite biliar primária e outras doenças hepáticas, mas aparentemente as taxas de falso-positivos são mais altas nestas populações.[58] Um estudo de coorte constatou maior prevalência de doença celíaca em indivíduos com colangite biliar primária, em comparação com outras doenças hepáticas.[59]
psoríase
Uma metanálise mostrou uma associação entre a psoríase e a doença celíaca. Os pacientes com psoríase têm risco duas vezes maior de doença celíaca, em comparação com indivíduos sem psoríase.[60]
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