Diagnósticos diferenciais
Envelhecimento/sedentarismo
SINAIS / SINTOMAS
O envelhecimento, a falta de condicionamento físico e/ou a obesidade podem provocar a redução na tolerância ao esforço devido a dispneia e/ou fadiga, mas sem os critérios adicionais maiores e menores para o diagnóstico de IC.
Investigações
A elucidação da razão precisa para a intolerância ao exercício pode ser difícil em virtude da possibilidade da coexistência de vários distúrbios no mesmo paciente. A ecocardiografia na IC mostra sinais característicos de IC. Entretanto, uma distinção nítida às vezes pode ser feita somente pela medição da troca gasosa ou da saturação de oxigênio no sangue, ou por medições hemodinâmicas invasivas durante níveis graduais de exercício (isto é, teste ergométrico com avaliação do consumo máximo de oxigênio [VO₂ máx]).
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)/fibrose pulmonar
SINAIS / SINTOMAS
A dispneia pode ser episódica, com ou sem fatores ambientais desencadeantes, e geralmente é acompanhada de tosse, sibilância, escarro e história de tabagismo ou exposição industrial.
Investigações
Os testes de função pulmonar fornecerão o diagnóstico definitivo de uma doença pulmonar obstrutiva ou restritiva. Os níveis plasmáticos de peptídeo natriurético do tipo B (PNB) podem ser intermediários (100 -400 nanogramas/L ou 100-400 picogramas/mL) na DPOC.
Pneumonia
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes podem apresentar febre, tosse e expectoração produtiva, com sinais focais de condensação (frêmito vocal aumentado e sopro tubário).
Investigações
A radiografia torácica pode mostrar sinais de condensação. O hemograma completo pode mostrar leucócitos elevados, e as hemoculturas podem ser positivas para o organismo etiológico.
Embolia pulmonar (EP)
SINAIS / SINTOMAS
O início súbito de dor torácica, dispneia e hemoptise, especialmente após o parto, é sugestivo de EP.[117] Dispneia com ou sem dor torácica pode estar presente em outras doenças associadas com a trombose venosa e a EP (por exemplo, câncer, imobilização prolongada, condição pós-operatória).
Investigações
O eletrocardiograma (ECG) é anormal na maioria dos pacientes com EP e pode mostrar uma onda S profunda na derivação I, uma onda Q profunda e uma inversão da onda T na derivação III (B1-Q3-T3). Outras alterações comuns incluem a taquicardia sinusal, bloqueio de ramo direito completo ou incompleto e inversão de onda T nas derivações inferiores (II, III, aVF) ou anteriores (V1 a V4).
Os níveis normais de dímeros D podem ajudar a descartar a EP, mas níveis elevados ocorrem em outras condições (por exemplo, dissecção aórtica e muitos tipos de cardiomiopatias), bem como na EP.
Cardiomiopatia pós-parto (CMPP)
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes apresentam mais comumente a dispneia, mas outras queixas frequentes incluem tosse, ortopneia, dispneia paroxística noturna, hemoptise e desconforto torácico, que também são sintomas comuns de embolia pulmonar.[117] A CMPP é definida com base em 4 critérios: 1) desenvolvimento de insuficiência cardíaca no último mês de gestação ou nos 5 primeiros meses após o parto; 2) ausência de uma causa identificável para a insuficiência cardíaca; 3) ausência de cardiopatia reconhecível antes do último mês da gestação; 4) disfunção sistólica ventricular esquerda demonstrada na ecocardiografia. Vários fatores de risco potenciais podem levar ao diagnóstico de CMPP, incluindo idade >30 anos, múltiplos partos, mulheres de descendência africana, gestação com vários fetos, uma história de pré-eclâmpsia/eclâmpsia/hipertensão pós-parto e abuso materno de cocaína.
Investigações
Na presença de dímeros D elevados (comum na gestação) e fatores de risco positivos para eventos tromboembólicos, a ecocardiografia irá identificar a disfunção sistólica ventricular esquerda subjacente e apontar para o diagnóstico de CMPP. Ela geralmente mostra aumento ventricular esquerdo e redução global significativa na fração de ejeção. Outros achados podem incluir aumento atrial esquerdo, regurgitações tricúspide e mitral e um pequeno derrame pericárdico.
Cirrose
SINAIS / SINTOMAS
Normalmente provoca icterícia, fadiga, náuseas, edema periférico, ascite, hematomas e sangramento prolongado, ginecomastia e hematêmese.
Investigações
Os testes da função hepática estão anormais. A ultrassonografia ou a tomografia computadorizada (TC) podem detectar ascite e anormalidades hepáticas. A biópsia hepática mostra alterações cirróticas características e pode revelar a causa subjacente.
Síndrome nefrótica
SINAIS / SINTOMAS
Normalmente, provoca edema periférico, fadiga, dispneia e perda de apetite.
Investigações
A urinálise mostra proteinúria, e a albumina sérica está reduzida. A coleta de urina de vinte e quatro horas mostra >3.5 g de proteína. A ureia sérica e o clearance da creatinina podem estar anormais em estágios mais avançados. Os níveis de colesterol e triglicerídeos séricos podem estar elevados. A biópsia e a ultrassonografia renal podem revelar a causa subjacente.
Doença pericárdica
SINAIS / SINTOMAS
Pode apresentar dor torácica, normalmente com piora na posição deitada, deglutição ou tosse; taquicardia; dispneia; tosse; edema; fadiga; e febre baixa. O atrito pericárdico pode ser ouvido na borda esternal esquerda ou no ápice.
Investigações
O ECG pode mostrar alternância elétrica (no derrame pericárdico extenso) ou elevação em ST e achatamento ou inversão da onda T (na pericardite). A ecocardiografia pode detectar derrame pericárdico, tamponamento e fibrose pericárdica. A TC ou RNM pode mostrar pericárdio espessado. A biópsia pericárdica pode revelar a causa subjacente.
Estase venosa
SINAIS / SINTOMAS
O edema afeta somente os membros inferiores, e veias varicosas podem estar presentes. A pele sobre a parte inferior das pernas pode estar escurecida e com ulceração.
Investigações
O exame por Doppler pode detectar as valvas incompetentes nas veias varicosas.
Trombose venosa profunda
SINAIS / SINTOMAS
Normalmente provoca dor, inchaço e sensibilidade em uma panturrilha, que se torna vermelha e quente.
Investigações
O teste de dímero D pode ser positivo. A ultrassonografia ou venografia com contraste pode detectar uma área de trombose.
Amiloidose cardíaca
SINAIS / SINTOMAS
Não há sinais ou sintomas que diferenciem. O paciente pode ter uma doença subjacente (por exemplo, mieloma múltiplo).
Investigações
As investigações incluem o rastreamento de cadeias leves monoclonais por eletroforese e imunofixação de soro e urina e cadeias leves livres no soro.[7] A cintilografia óssea pode ser usada para confirmar a presença de amiloidose cardíaca por transtirretina em pessoas com alta suspeita clínica de amiloidose cardíaca, mas sem evidências de cadeias leves monoclonais séricas ou urinárias.
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