Prevenção primária
A prevenção primária é importante para os pacientes com risco de IC (estágio A) e para aqueles com pré-IC (estágio B).[7]
A IC é a via final para uma ampla variedade de processos fisiopatológicos. As intervenções que reduzem o risco de desenvolvimento de qualquer doença cardiovascular irão, consequentemente, reduzir a incidência da IC.[95][96] Portanto, as principais metas da saúde pública são a prevenção do desenvolvimento de causas subjacentes e comorbidades: hipertensão, diabetes, dislipidemia, obesidade (isto é, síndrome metabólica) e cardiopatia isquêmica.
Espera-se que as modificações no estilo de vida, como o aumento da atividade física, a redução do tabagismo e do consumo de bebidas alcoólicas e do uso recreacional de drogas, bem como a redução da ingestão de sal diária e o tratamento clínico adequado de doenças consagradas como hipertensão, diabetes e doença arterial coronariana ajudem a reduzir a IC incidente.[7][95][96][97][98]
A US Preventive Services Task Force recomenda que adultos com aumento do risco de doença cardiovascular recebam intervenções de orientação comportamental para promover a adoção de uma dieta saudável e a prática de atividades físicas; os indivíduos que não apresentam alto risco também podem ser considerados para intervenções de orientação comportamental.[99][100]
As diretrizes da American Heart Association/American College of Cardiology/Heart Failure Society of America recomendam a adoção de medidas adicionais para indivíduos com pré-IC (estágio B) para prevenir ou protelar a progressão para IC sintomática. Os pacientes com pré-IC e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≤40% devem receber IECAs e betabloqueadores; antagonistas do receptor de angiotensina II devem ser usados se o paciente for intolerante aos IECAs e tiver sofrido um infarto do miocárdio recente.[7]
Prevenção secundária
A modificação dos fatores de risco é fundamental para evitar ou retardar o aparecimento da insuficiência cardíaca clínica evidente. Os médicos são orientados a:
Monitorar a pressão arterial tão rigorosamente quanto necessário para cumprir as diretrizes. As diretrizes do American College of Cardiology/American Heart Association recomendaram uma meta de <130/80 mmHg para pacientes com ICFER, evitando o uso de nitratos.[315]
Monitorar a volemia (pesagem diária e ajuste da dose do diurético, se necessário).
Buscar a revascularização nos pacientes com doença arterial coronariana (DAC), quando apropriado; aconselha-se tratamento clínico agressivo da isquemia.
Manter controle da frequência cardíaca adequada em pacientes com taquiarritmias (por exemplo, fibrilação atrial); se houver dificuldade na obtenção do controle da frequência cardíaca ou a intensidade dos sintomas relacionados à arritmia for substancial, o controle do ritmo e a manutenção do ritmo sinusal devem ser considerados. A anticoagulação deve ser considerada em todos os pacientes com fibrilação atrial (com base no escore de risco clínico validado, como CHA2DS2-VASc), salvo se contraindicada. O controle muito agressivo da frequência cardíaca (especialmente com betabloqueadores) deve ser evitado, pois os pacientes podem apresentar disfunção significativa do AE com baixo volume sistólico e incapacidade de aumentar o volume sistólico durante o exercício.
Use inibidor da proteína cotransportadora de sódio e glicose 2 (SGLT2) para manejo de hiperglicemia em pacientes com diabetes.[314]
Otimizar terapias de IC em pacientes com doença renal crônica.[314]
Tratar a apneia obstrutiva do sono, se presente.
Promover a perda de peso nos pacientes com sobrepeso. A perda de peso induzida cirurgicamente pode ser considerada nos pacientes com obesidade mórbida (IMC de 40 ou superior).
Incentivar a interrupção do tabagismo e do consumo de bebidas alcoólicas.
Incentivar o exercício aeróbico regular e considerar a reabilitação cardíaca, quando apropriada.
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