Critérios

Classificação da New York Heart Association (NYHA)[118]

Essa classificação é baseada nos sintomas e foi usada, principalmente, como um modo rápido de descrever as limitações funcionais. Os sintomas de IC podem progredir de uma classe para outra em um determinado paciente, mas também podem regredir; por exemplo, um paciente com sintomas de classe NYHA IV pode ter uma melhora rápida para a classe III com a terapia diurética somente.

  • Classe I: leve. Nenhuma limitação da atividade física. A atividade física habitual não provoca fadiga, palpitações ou dispneia indevida.

  • Classe II: leve. Pequena limitação da atividade física. Confortável em repouso, mas a atividade física habitual resulta em fadiga, palpitações ou dispneia.

  • Classe III: moderada. Limitação evidente da atividade física. Confortável em repouso, mas a atividade leve provoca fadiga, palpitações ou dispneia.

  • Classe IV: incapaz de realizar qualquer atividade física sem desconforto. Sintomas de insuficiência cardíaca no repouso. Se for realizada qualquer atividade física, o desconforto aumenta.

Definição e classificação universais de insuficiência cardíaca: estágios da IC[1]

  • Em risco de IC (estágio A): inclui pacientes sem sintomas ou sinais vigentes ou prévios de IC, alterações cardíacas estruturais ou biomarcadores de cardiopatia elevados, mas que apresentam risco de IC.

  • Pré-IC (estágio B): inclui pacientes sem sintomas ou sinais vigentes ou prévios de IC, mas com evidências de cardiopatia estrutural, função cardíaca anormal ou peptídeo natriurético ou troponina cardíaca elevados.

  • IC (estágio C): inclui pacientes com sintomas e/ou sinais vigentes ou prévios de IC causada por uma anormalidade cardíaca estrutural e/ou funcional.

  • IC avançada (estágio D): inclui pacientes com sintomas e/ou sinais graves de IC em repouso, hospitalizações recorrentes apesar de uma terapia medicamentosa orientada por diretrizes (TMOD), refratários ou intolerantes à TMOD, que precisam de terapias avançadas, como a consideração de transplante, suporte circulatório mecânico, ou cuidados paliativos.

Estágios de insuficiência cardíaca de acordo com a American Heart Association/American College of Cardiology/Heart Failure Society of America[7]

  • Em risco de IC (estágio A): inclui pacientes sem sinais ou sintomas vigentes ou prévios de IC, alterações cardíacas estruturais ou funcionais, ou biomarcadores anormais, mas que apresentam risco de IC (por exemplo, hipertensão, doença cardiovascular, obesidade, história familiar ou variante genética para cardiomiopatia, exposição a agentes cardiotóxicos).

  • Pré-IC (estágio B): inclui pacientes sem sintomas ou sinais vigentes ou prévios de IC, mas com evidências de cardiopatia estrutural; aumento das pressões de enchimento; ou fatores de risco com peptídeo natriurético ou troponina cardíaca elevados, na ausência de diagnósticos alternativos.

  • IC sintomática (estágio C): inclui pacientes com sintomas e/ou sinais vigentes ou prévios de IC.

  • IC avançada (estágio D): inclui pacientes com sintomas acentuados de IC que interferem na vida cotidiana e com hospitalizações recorrentes, apesar de tentativas de se otimizar a terapia medicamentosa orientada por diretrizes (TMOD).

Critérios de Framingham para o diagnóstico de IC congestiva[35]

A IC é, essencialmente, um diagnóstico clínico. Os critérios clínicos para o diagnóstico de IC, os critérios de Framingham para o diagnóstico de IC congestiva, foram determinados antes do uso disseminado da avaliação das disfunções sistólica e diastólica por ecocardiograma. Há mais de 40 anos, os critérios clínicos de Framingham, listados a seguir, têm sido extremamente úteis para a identificação de pacientes com IC, na prática clínica e nos estudos epidemiológicos. Entretanto, como a sua especificidade é maior que a sua sensibilidade, sabe-se que provavelmente casos leves de IC passarão despercebidos. Para se chegar a um diagnóstico definitivo de IC congestiva o paciente precisa ter 2 critérios maiores ou uma combinação de 1 critério maior e 2 critérios menores.

Critérios primários:

  • Distensão jugular

  • Estertores

  • Edema pulmonar agudo

  • B3 em galope

  • Pressão venosa aumentada acima de 16 cm de água

  • Tempo de circulação acima de 25 segundos

  • Refluxo hepatojugular

  • Cardiomegalia

  • Dispneia paroxística noturna ou ortopneia.

Critérios secundários:

  • Edema de tornozelo

  • Tosse noturna

  • Dispneia ao esforço

  • Hepatomegalia

  • Derrame pleural

  • Menos de um terço da capacidade vital máxima

  • Taquicardia (frequência cardíaca >120 bpm).

Critério primário ou secundário:

  • Perda de peso maior que 4.5 kg em 5 dias em resposta ao tratamento.

Critérios de 2018 da Heart Failure Association da European Society of Cardiology (HFA-ESC) para a definição de IC avançada[9][119]

Para o diagnóstico de IC avançada, os critérios a seguir devem estar presentes, apesar de um tratamento clínico ideal:

  • Sintomas graves e persistentes de IC (NYHA classe III ou IV)

  • Disfunção cardíaca grave definida por fração de ejeção ventricular esquerda (VE) ≤30%, insuficiência ventricular direita isolada, anormalidades valvares graves inoperáveis, anormalidades congênitas graves inoperáveis, ou níveis persistentemente altos (ou crescentes) de peptídeo natriurético do tipo B (PNB) ou fragmento N-terminal do peptídeo natriurético tipo B (NT-pro-BNP) e disfunção diastólica grave ou anormalidades estruturais do VE (de acordo com as definições da ESC de IC com fração de ejeção preservada e IC com fração de ejeção levemente reduzida).

  • Episódios de congestão pulmonar ou sistêmica que requer altas doses de diuréticos intravenosos ou episódios de débito baixo que requerem o uso de medicamentos inotrópicos ou vasoativos, ou arritmias malignas que provocaram >1 hospitalização nos últimos 12 meses

  • Comprometimento grave da capacidade de exercício com incapacidade de se exercitar, ou teste de caminhada em 6 minutos (<300 m) ou pVO₂ <12mL/kg/minuto ou <50% do valor predito, estimado como sendo de origem cardíaca.

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