Prognóstico

A avaliação de um paciente será incompleta sem as avaliações inicial e periódicas do prognóstico em curto e longo prazos. Entretanto, a probabilidade de sobrevida pode ser determinada de maneira confiável somente em populações, e não nos pacientes individualmente. Vários fatores foram usados como indicadores prognósticos, incluindo demografia (idade, sexo, raça), sintomas (classificação da New York Heart Association), comorbidades (hipertensão, diabetes, caquexia, anemia e disfunções hepática e renal) e parâmetros clínicos objetivos (por exemplo, fração de ejeção, tamanho, volume, massa e formato do ventrículo esquerdo, capacidade de exercício e níveis séricos de sódio, noradrenalina, renina, peptídeo natriurético do tipo B, ácido úrico, angiotensina II, aldosterona, fator de necrose tumoral alfa, endotelina). A análise multivariada dessas variáveis ajudou a identificar a maioria dos preditores significativos de sobrevida e modelos prognósticos foram desenvolvidos e validados.[276][277][278][279][280][281][282][283]​ Entretanto, todos os modelos existentes para previsão de risco de morte ou necessidade de transplante urgente têm características que podem limitar a sua aplicabilidade. A hemoglobina A1c também demonstrou ser um fator de risco progressivo independente para morte cardiovascular, internação hospitalar e mortalidade, mesmo em pacientes não diabéticos.[284]

O modelo prognóstico mais abrangente é o Seattle Heart Failure Model. The Seattle Heart Failure Model Opens in new window Esse modelo foi implementado como um programa interativo que emprega o Seattle Heart Failure Score para estimar a sobrevida média em 1, 2 e 5 anos e os benefícios de se adicionarem medicamentos e/ou dispositivos para um paciente individualmente.[278]

Apesar da terapia medicamentosa padrão, a sobrevida para os pacientes com IC em estágio terminal é baixa.

Apesar da terapia medicamentosa ideal, incluindo a terapia de ressincronização cardíaca, apenas 65% dos pacientes na classe 4 da NYHA estão vivos em um acompanhamento médio de 17 meses.[285]

A sobrevida a 5 anos nos pacientes com IC em estágio D é de apenas 20%.[286]

Um estudo que analisou comorbidades em duas grandes coortes de pacientes (uma de 2002 e outra de 2017) revelou que, na coorte anterior, doença cerebrovascular, diabetes mellitus e DRC foram preditores independentes de desfechos adversos (hospitalização por IC e mortalidade por todas as causas durante um acompanhamento total de 1.5 anos), e a fibrilação/flutter atrial mostrou uma tendência não significativa para desfechos ruins. Na coorte do final de 2017, os preditores independentes foram anemia, obesidade e DPOC, com a DRC mostrando uma tendência a desfechos desfavoráveis. Outras condições crônicas incluídas no modelo não foram associadas independentemente ao prognóstico; no entanto, uma carga global maior de comorbidade foi associada a um aumento do risco de hospitalização por IC ou mortalidade por todas as causas.[8]

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